O assunto a ser abordado no presente texto refere-se à escravidão na contemporaneidade. Um tema que tem como objetivo desmitificar a não existência da escravidão e muito mais além identificar as várias formas de exploração servil no século XXI.

Sylvia Colombo apresenta em sua resenha sobre o filme Biutiful nas palavras do diretor do mesmo, Alejandro González Iñárritu a exploração sobre o trabalho chinês, que é pouco remunerado e sua condição deplorável de vida, como quase escravidão. O protagonista do filme Uxbal (Javier Bardem) vive em uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que ajuda essas pessoas a arranjarem emprego, consequentemente às entregam para a exploração brutal do trabalho. O filme apresenta os problemas sociais e políticos.

O outro texto a ser abordado, é uma entrevista do site Sem Fronteiras com José de Souza Martins que primeiramente aborda o trabalho escravo infantil. Martins faz parte de uma Comissão Executiva do Fundo Voluntário contra as Formas Contemporâneas de Escravidão que é uma comissão da ONU que combate a escravidão na atualidade. O Fundo Voluntário acompanha casos em todo o mundo e define várias formas dessa escravidão, sendo a mais comum à escravidão por dívida. O entrevistado salienta que, quando não se sente indignação em casos precários que essas pessoas se encontram, surge uma conivência com a situação.

Ênio Rodrigo em seu artigo de opinião define a principal causa que leva essas pessoas a aceitarem essa precariedade em suas vidas: a pobreza. Esse fator é o principal quando se realiza uma análise nos trabalhadores que já foram resgatados, a justificativa é a mesma, a busca por melhoria de vida diante de promessas falsas de condições de emprego. O trabalhador é controlado e perde sua liberdade através de ameaças com violência, ele está sujeito a agressões físicas e verbais além da separação do círculo familiar que os deixam em condições desfavorecidas.

Diante de tantos argumentos e dados sobre a escravidão contemporânea, pode-se observar que existe uma negligência por parte da sociedade e do estado. São casos periódicos, mas que não sofrem divulgações, assim como é relatado nos textos. Não existe mais a escravidão da era colonial, entretanto tratamos o fato como simplório, o que na verdade deveria ser causa de campanhas e conscientização mundial, e que a partir disso surgiriam mais denúncias e maior eficácia na erradicação dessas situações em que o ser humano é tratado como objeto. 

                                                                                   Verônica Rodrigues de Souza

                                                                      Aluno (a) do Curso de Ciências Econômicas da

                                                                     Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
REFERÊNCIAS

COLOMBO, Sylvia. Alejandro González Iñárritu expõe submundo de Barcelona em “Biutiful”. Folha de São Paulo. 20 jan. 2011. Ed. Da Ilustrada, 2011. Disponível em:                  < http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/862595-alejandro-gonzalez-inarritu-expoe-submundo-de-barcelona-em-biutiful.shtml>. Acesso em: 07 maio 2014.

SEM fronteiras. Sim, existe! Junho 1997. Disponível em: . Acesso em: 07 maio 2014.

RODRIGO, Ênio. Escravos Contemporâneos. 14 set. 2012. Disponível em: . Acesso em: 07 maio 2014.