A ESCOLA POR DENTRO: OS CONDICIONANTES INTERNOS DA FALTA DE PLANEJAMENTO COMO PONTE PARA O FRACASSO ESCOLAR.

THE SCHOOL INSIDE: THE INTERNAL CONDITIOND OF THE LACK LIKE BRIGGE FOR THE FAILURE TO SCHOOL.

JOSEANE CRISTINA DA SILVA NUNES[1]

"Que deus nos dê forças para mudar as coisas que podem ser mudadas; serenidade para aceitar as coisas que não podem ser mudadas e sabedoria para perceber a diferença. Mas deus nos dê, sobretudo, coragem para não desistir daquilo que pensamos estar certo..."(Chester W.Niwitz)

Resumo: Este artigo trata do planejamento, ou melhor, da falta de planejamento escolar e juntamente com o fracasso estudantil. Este foi escrito baseado em pesquisas na escola Mario Carneiro de Miranda no município de Belém, em decorrência da disciplina FTM de Português. Vamos ver neste artigo como a falta de planejamento pode acarretar muitos problemas para uma escola e como em pouco tempo as pessoas com organização podem começar a fazer a diferença. Mais antes de tudo saberemos o que é planejamento, e o que ele tem a ver com o fracasso escolar.

Palavras-chave: planejamento, fracasso escolar, capacitação técnica.

Abstract: This article deals with the planning, or rather, lack of planning with the school and student failure. This was written based on research in school Mario Carneiro de Miranda in the city of Bethlehem, due to the discipline of FTM Portuguese. We see this article as a lack of planning can cause many problems for a school and as soon people with organization can begin to make a difference. More before we know everything that is planning and what he has to do with school failure.

Keywords: Planning, technical training, school failure

1- INTRODUÇÃO

Em nosso dia-a-dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, mas nem sempre as nossas atividades diárias são delineadas em etapas concretas da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina.

O planejamento escolar é compreendido como importante momento de elaboração teórica das tarefas docentes, nas quais a reflexão e a avaliação sobre o processo de ensino-aprendizagem possuem como mar­co referencial a intenção política de intervir na realidade escolar dos alunos

As idéias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos dias atuais, mas um dos complicadores para o exercício da pratica de planejar parece estar na compreensão de qual o a verdadeira finalidade deste ato.

Para se obter sucesso em uma atividade precisamos planejar, pois sem planejamento as ações seguem sem um norte. E é exatamente sobre essa falta de planejamento que ocasiona em muitas escolas o que chamamos de evasão escolar, que conseqüentemente esta incluída no fracasso estudantil, que este artigo visa tratar.

2- O QUE É PLANEJAR?

O ato de planejar está presente em nossa vida mesmo sem termos plena consciência de que estamos praticando. O planejar faz parte da historia do ser humano, pois o desejo de transformar sonhos em realidade é uma preocupação marcante de toda pessoa.

O que somos o que temos hoje foi, em grande parte, determinado pelas decisões passadas. Muitíssimas de nossas de nossas decisões sejam profissionais ou pessoais foram tomadas a partir de planos propostos por nós para nós. Se na vida devemos ter bem claras as decisões que vamos tomar, com o planejamento não seria diferente.

A tomada de decisões não é, pois uma simples conjectura ou expectativa do que deseja obter ou ser, como por exemplo, a de emagrecermos na segunda-feira, que é sempre a próxima. A tomada de decisões corresponde, pois antes de tudo, ao estabelecimento de um compromisso de ação sem a qual não se converterá em realidade. Portanto, nossa objetiva e determinada ação para tornar concretas as situações vislumbradas no plano das idéias, se resume em que tipo de decisão adotaremos.

De acordo com Gandin (1997), "planejar não é fazer alguma coisa antes de agir, planejar é agir de um determinado modo para um determinado fim". Esta afirmação vem nos dizer que a elaboração de planos é muito importante em um processo de planejamento e convém dizer, contudo que mais importante que os planos são a forma como eles acontecem.Na verdade os planos são escritos para tornar mais eficientes e mais eficazes nossas ações. Entretanto fazer planos sem um processo de planejamento é como tecer uma rede em que só há os nós e nada que os ligue. Em uma analogia simples como esta fica fácil entender porque um planejamento de ensino não se sustenta sem um projeto pedagógico capaz de realidade a proposta curricular tomando por base as reais condições dos alunos.

Ao planejamento são atribuídos diversos significados vejamos alguns deles:

I-Planejamento educacional é "processo continuo que se preocupa para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do individuo (SANTANNA, et al , 1995,p.14)

II-Planejar é estabelecer estratégias (LUCK, 2008, p.13)

III-Trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; processo que leva ao estabelecimento de um conjunto de ações(LUCK, 2008, p.25)

IV-Planejamento é como uma "fabrica de planos", como reunir idéias, como "bolar" algo (GANDIN, 1983, p 14)

É possível, no entanto, verificar que as variações apresentadas nos conceitos de planejamento não os tornam mutuamente excludentes, mas sim, complementares entre si, porque expressam uma preocupação única: a de que ações significativas sobre uma dada realidade sejam praticadas de forma sistemática, a partir de uma visão clara da sua necessidade, de seu objetivo ao modo que elas devem obter o máximo de resultadoscom o uso de melhores saídas ou recursos.

O planejar não esta fora das escolas ao contrario se faz necessário e porque não dizer "obrigatório". Vários estudiosos sugerem esta linhagem de pesquisa (o planejamento) como uma das mais interessantes.

Mas o que é planejamento escolar?

O planejamento escolar é o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. É um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente articulando a atividade escolar e a problemática do contexto.

(LIBÂNIO, 1992, p.221)

O que Libânio quis dizer é que o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino, ou seja, planejamento escolar não é feito somente uma vez ao ano, ele é modificado assim que sentimos necessidades.

É fundamental a compreensão de que o processo de planejamento tem seu sentido maior quando ele se converte em processo educativo.

3- A FALTA DE PLANEJAMENTO E O DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA

Embora o planejamento, seja bastante importante, para o processo de organização do trabalho, vemos que há uma resistência de profissionais da educação em assumir o desempenho dessas pratica. Percebemos que assim como há muitos profissionais que para não ter envolvimento na implementação de seu trabalho, passam bastante tempo delongando, há também na pratica do planejamento aqueles que evitam comprometer-se com ela.

Coordenadores educacionais, como outros profissionais possuem certas dificuldades e ate limitações, que impedem de organizar e planejar seu trabalho.

Muitas vezes utilizam uma série de argumentos para justificar sua ação ao planejar, ou de fazê-lo com procedimentos formais na produção de um projeto ou plano a ser utilizado como legitimador do seu trabalho junto a seus superiores e ao povo em geral, e não para orientar a sua pratica.

Mas o que designa tanta dificuldade no ato de planejar, por parte dessas pessoas?

Como percebemos vários fatores estão entre eles como, por exemplo: falta de tempo, pressões das pessoas para que sejam realizadas tarefas de resultados imediatos, falta de entendimento paupérrimo do papel do planejamento, falta de habilidades necessárias para o planejar.

Segundo minhas pesquisas de campo na escola "Mario Carneiro de Miranda" que fica localizada na Sacramenta, um bairro periférico da grande Belém, pude perceber o quanto é importante o planejar para o bom andamento de uma escola e quais suas reais conseqüências quando um projeto pedagógico não funciona. E também como a infra- estrutura pode prejudicar ou ajudar o funcionamento da instituição, fora que esta falta de planejamento ocasiona a evasão e conseqüentemente o aumento da violência. Em conversa com a direção do estabelecimento fui informada que há tempos a escola não possuía um projeto que fosse verdadeiramente planejado. Indagada o porque dessa situação a resposta foi que na gestão anterior as pessoas alegavam que não tinham tempo e por isso que somente agora no meio do ano é que estavam "tentando" implementar verdadeiramente um projeto.

Entendemos que quanto mais precioso for o tempo, maior é a necessidade de se planejar. Quanto menos tempo se tem para fazer uma coisa, mais se deve cuidar de fazê-lo bem. Deve-se ter em mente que em educação o tempo é um bem sobremodo precioso, tendo-se em vista o atraso em que se encontra a pratica educacional em nosso contexto face as demandas sociais não atendidas de escolaridades.

Sabemos que planejar em educação, envolve também habilidades de trabalho em grupo, de que as pessoas se esforcem, uma vez que, sendo uma ação coletiva, deve ser feita de forma participativa. Da mesma opinião é Kuenser(1999) "como ser social, o homem encontra sua realização no convívio com seus semelhantes, necessitando de trabalho participativo, comunitário, que possibilite trocas de vivências e maior aperçoamento e satisfação pessoal ."

É fundamental a compreensão de que o processo de planejamento tem seu sentido maior quando ele se converte em processo educativo.

Como percebemos o planejamento possui um caráter essencial, para qualquer prática social. Por isso sua importância. Na educação qualquer atitude deve ser planejada.

4- FRACASSOS ESCOLARES E SUAS EVIDÊNCIAS NO NOSSO COTIDIANO

O fracasso é sem dúvida, um dos mais graves problemas com o qual a realidade educacional brasileira vem convivendo há muitos anos. Tal ocorrência pode ser evidenciada em todos os níveis de ensino, mesmo possuindo maior índice de freqüência nos primeiros anos de escolarização.

Dentre os inúmeros fatores correlacionados com o fracasso escolar, aparecem tanto os extra-escolares, como os intra-escolares. Os primeiros dizem respeito às más condições de vida e de subsistência de grande parte da população brasileira no que tange à escolaridade, tais como as péssimas condições econômicas, responsáveis, dentre outros fatores pela fome e desnutrição, a falta de moradias adequadas e de saneamento básico, enfim, todo o conjunto de privações com o qual convivem as classes sociais menos privilegiadas.

Já os fatores intra-escolares se relacionam ao currículo, ao planejamento escolar, aos programas, o trabalho desenvolvido pelo professor e pelos especialistas, as avaliações de desempenho dos alunos, e outros. Tudo isso contribui para o fracasso escolar das crianças de origem social e econômica desfavorecidas, ainda que grande parte desse fracasso se deva sem dúvida à pobreza material da qual essas crianças são vítimas.

Nesse sentido, essas condições escolares contribuem para reproduzir a desigualdade social, por meio de um duplo mecanismo. Segundo Mello (1983, p.14) "o primeiro é a exclusão dos mais pobres e o segundo a legitimação dessa exclusão na medida em que o aparecer apenas técnico do modo de operar da escola dissimula seu sentido político".

Observa-se dessa maneira que as expressões "igualdade de oportunidades educacionais" e "educação como direito de todos", tornaram-se discursos vazios da verdade. Enquanto se fala da democracia do ensino, muitas crianças fracassam escolarmente por falta de igualdade reproduzida pelos supostos fatores acima citados.

Na verdade, o discurso oficial pela democratização da escola, seja na direção quantitativa ou qualitativa, procura responder à demanda popular por educação, por acesso à instrução e ao saber. Sabemos que a escola pública é uma progressiva e lenta conquista das camadas populares em sua luta pela democratização do saber, por meio da democratização da escola.

O que realmente se vê é que não há escolas para todos. Em muitos estados brasileiros, cerca da metade da população entre 7 e 14 anos estão fora da escola.

Entretanto, essa escola para o povo, é ainda, extremamente insatisfatória, do ponto de vista quantitativo e, sobretudo, qualitativo. Não só estamos longe de ter escolas para todos, como também a escola que temos é contra o povo que para o povo: o fracasso escolar dos alunos pertencentes às camadas populares, comprovado pelos altos índices de repetência e evasão, mostra que, se vem ocorrendo uma progressiva democratização do acesso à escola, não tem igualmente ocorrido a democratização da escola. Nossa escola tem-se mostrado incompetentepara a educação das camadas populares, e essa incompetência, gerando o fracasso escolar,tem tido o grave efeito não só de acentuar as desigualdades sociais, mas sobretudo, de legitimá-las. (SOARES, 1986, p. 5-6)

A repetência e a evasão vão construindo o afunilamento da pirâmide educacional brasileira. Essa construção se dá por meio da rejeição das camadas populares de lado a lado com a escola e isso vem freqüentemente apresentado em pesquisasque mostram as relações entre origem social e fracasso escolar.

Para muitos alunos a escola não é um lugar onde eles se sentem à vontade. A escola não tem nada que ver com sua vida de todo dia, dentro dela não há lugar para seus problemas e suas preocupações. Tudo aquilo que eles sabem de experiência própria não é levado em conta, pois a professora corrige sua maneira de falar, seus modos, sua maneira de vestir, e às vezes dizem que eles são incapazes de aprender e que não adianta perder tempo porque de qualquer jeito eles vão ser reprovados.

Pouco a pouco, eles vão perdendo a motivação para continuar se esforçando e vão se sentindo realmente incapazes de aprender e vão se resignando a um fracasso que vai marcar o resto de suas vidas.

Na verdade, a escola produz muito mais fracassos do que sucesso, trata uns melhor do que os outros e convence os que fracassam de que fracassam porque são inferiores. Ela educa e instrui uma minoria. A grande maioria é excluída e marginalizada. (CECCON, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 1984, p. 23)

De fato, três crianças em cada cinco das que freqüentam a primeira série são reprovadas no final do ano escolar. As reprovações e repetências continuam nas séries seguintes, só diminuindo nos últimos anos de escolaridade.

Soares (1986) aponta três explicações para definir a causa do fracasso escolar: a ideologia do dom, a ideologia da deficiência cultural e a ideologia das diferenças culturais.

Para a ideologia do dom, as causas do sucesso ou do fracasso na escola devem ser buscadas nas características dos indivíduos: a escola oferece "igualdade" de oportunidades e o bom aproveitamento dessas oportunidades dependerá do dom-aptidão, inteligência, talento de cada um. Dessa forma não seria a escola a responsável pelo fracasso do aluno, a causa estaria na ausência de condições básicas, neste, para a aprendizagem. Nessa ideologia, o fracasso do aluno explicar-se-ia por sua incapacidade de adaptar-se e de ajustar-se ao que lhe é oferecido. Dessa forma surge o questionamento: Porque o fracasso escolar está concentrado nos alunos provenientes das camadas populares, menos favorecidos? A busca dessa resposta fez surgir a ideologia da deficiência cultural.

A ideologia da deficiência cultural via com normalidade que os alunos provenientes das camadas populares, ou classes dominadas tivessem maior probabilidade de fracasso na escola, pois, pertenciam a essas classes justamente por serem menos dotados, menos aptos, menos inteligentes, se não o fossem, provavelmente não fracassariam. Dessa maneira, as desigualdades sociais é que seriam responsáveis pelas diferenças de rendimento dos alunos. As condições de vida da classe dominada e as formas de socialização dessas crianças é que seriam as responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem dos alunos.

Os alunos das classes dominadas apresentam desvantagens ou déficits, resultantes dos problemas de deficiência cultural. Como conseqüência a criança proveniente desse meio apresentaria deficiências cognitivas, afetivas e lingüísticas, responsáveis por sua incapacidade de aprender e por seu fracasso escolar. Mas, segundo Soares (1986, p. 12):

Do ponto de vista das ciências sociais e antropológicas, as noções de "deficiência cultural", "carência cultural", "privação cultural", são inaceitáveis: não há culturas superiores e inferiores, mais complexas e menos complexas, ricas e pobres; há culturas diferentes, e qualquer comparação que pretenda atribuir valor positivo ou negativo a essas diferenças é cientificamente errônea.

Dessa maneira surge a ideologia das diferenças culturais com outra explicação para o fracasso na escola, dos alunos pertencentes às camadas populares. Para essa ideologia o termo deficiência, privação e carência remetem ao sentido de falha, falta, ausência, e quando o assunto se remete à cultura, o que se deve reconhecer é que há uma diversidade de culturas, diferentes umas das outras, mas todas igualmente estruturadas, coerentes e complexas.

O aluno sofre um processo de marginalização cultural, não por deficiências intelectuais ou culturais, como sugerem a ideologia do dom e a ideologia da deficiência cultural, mas porque é diferente, como afirma a ideologia das diferenças culturais.

Nesse caso, a responsabilidade pelo fracasso escolar dos alunos provenientes das camadas populares cabe à escola, que trata de forma discriminada a diversidade cultural transformando diferenças em deficiências.

5- FRACASSOS ESCOLARES COMO CONSEQUÊNCIA DA FALTA DE PLANEJAMENTO

Quando se fala em fracasso, supõe-se algo que deveria ser atingido. Ele é definido por um mau êxito, uma ruína. Porém mau êxito em que? Quem esta analisando? O que é sucesso para nossa sociedade? Daí o resultado de analisar o fracasso escolar como resultante de muitas variáveis.

Mas será que um dia teremos uma escola ou uma sociedade em que o individuo não será excluído, em que a incompetência de poucos não atingirá e nem prejudicará muitos? Será que somente o aluno é culpado pelo seu fracasso? Os pais são os responsáveis por isso? E a escola qual é o seu lugar?

A sociedade busca cada vez mais o sucesso profissional, a competência a qualquer custo a escola não foge a esta regra. E quem não se enquadra nesta "fôrma" é deixada de lado. Como vemos há muitas perguntas, mas com bastante reflexão chegaremos às respostas.

Nos cursos atuais de Pedagogia fala-se de alunos evadidos, do fracasso do aluno e não da escola fracassada, da escola evadida. Diferença meramente conceitual? Não. Na sociedade em que nos encontramos atualmente a culpa jamais será da escola, hoje em dia o aluno é o maior culpado por seu fracasso, mais isso será totalmente verdade? Quando dizemos isto, é somente uma forma de inocentar o estado e a ordem social. Inocentá-los da negação do direito ao saber das camadas populares. Porque se o aluno é responsável, a escola é inocentada do fracasso e, sobretudo, o estado e os grupos dirigentes da sociedade.

Em uma rápida lembrança da historia da educação escolar no Brasil, vemos que durante varias décadas não se falava no fracasso escolar, nem na escola fracassada. Mas denunciava-se a escola ausente e inexistente para o povo.

O discurso oficial tenta nos convencer de que o problema da escola publica para o povo não está na sua inexistência de material, na sua falta de recursos físicos, humanos e didáticos mínimos para sua configuração como agência transmissora do ser básico.

Em sumo é preciso distinguir aquilo que é próprio da criança, em termos de dificuldades, daquilo que ela reflete em termos de sistema em que se insere.

Quanto ao papel da escola hoje, face ao meio técnico - cientifico e informacional conceituado por Milton Santos (2001), onde as relações humanas passam por profundas transformações nas instituições na instituição familiar onde a mãe e o pai trabalham e a criança tende a ser educada( ou deseducada) pela escola, portanto, o papel da escola, atualmente, é de ser fator importante na formação do individuo.

Como vimos no tópico anterior à falta de planejamento ou um mau planejamento pode ocasionar a evasão escolar (um problema freqüente no fracasso).

Sendo assim, torna-se "comum" o surgimento de "crianças fracassadas". Perde-se o sujeito, ele passa a ser sua dificuldade. Desta forma ao passar pelo portão da escola a criança assume o papel que lhe foi atribuído e tende a correspondê-lo, (por isso quando dizemos que ela não a consegue não conseguirá), porém, ao conceder este rotulo a uma criança não se observa em quais circunstâncias ela apresenta tais dificuldades. Isso não corresponde somente a uma diferença terminológica, ela revela uma possibilidade de mudanças.

Para dar embasamento a nossa fala analisaremos a nossa fala analisaremos a figura a baixo:

IDEBs observados em 2005, 2007 e Metas para Escola – E. E. E. F. MARIO CARNEIRO DE MIRANDA

Ensino Fundamental

IDEB Observado

Metas Projetadas

2005

2007

2007

2009

2011

2013

2015

2017

2019

2021

Anos Iniciais

2,5

2,8

2,6

3,1

3,5

3,8

4,1

4,4

4,7

5,0

Anos Finais

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

  Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.

Como vemos a falta de planejamento resulta nos péssimos índices da própria educação. A construção da escola possível passa por um equacionamento realista da escola que até hoje foi possível. Um conhecimento mais profundo da realidade dessa escola é condição necessária para o planejamento dar certo, e para combater esse tipo de escola e para reinventar, dia a dia a escola necessária.É gravíssimo o fracasso escolar em que se encontra a nossa educação. As estatísticas o demonstram. É mais grave ainda a quantidade de horas de estudo gasta na formação dos educadores para ocultar esse fracasso através de explicações parciais e falsas. Os conceitos refletem essas explicações: fracasso escolar (do aluno), aluno evadidos e repetentes, diferença entre índice de evasão por área rural-urbana, por região, etc..

CONCLUSÃO

Ao finalizarmos este trabalho, podemos perceber o quanto o simples fato de se planejar pode resolver muito problemas que poderíamos ter no futuro. E que não podemos somente culpar os nossos alunos por serem, ou melhor, por estarem fracassados, sem analisarmos qual trajetória esta criança percorreu e em qual situação/ambiente ela esta inserida. A escola deveria ser pensante, fazendo com que se criem pessoas capazes de produzir e não reprodutoras de pensamento, para que não tenhamos mais estas '"estatuas humanas". Ate o fechamento deste artigo à escola apresentada nele, estava seguindo o plano anual do inicio do ano letivo e torcendo para ele dar realmente certo.

A partir de agora sabermos o quanto é importante se planejar para não errar e que não devemos julgar nossos alunos sem saber o que a escola esta fazendo realmente para sair do ponto estático em que se encontra. E que neste momento o mais importante para nós é a educação que passamos para eles e como eles estão aprendendo, e se o planejamento da escola, ou mesmo de nossa vida, esta realmente funcionando.

Portanto, planejar é essencial para nossa vida, sem planejamento nó não chegamos onde queremos, pois ao nos planejar encurtamos caminho e chegamos mais rápido ao objetivo.

Referências bibliográficas

ABRAMOVAY, Miriam (org.). Escolas inovadoras: experiências bem-sucessidas em escolas públicas. Brasília: UNESCO, Ministério da Educação. 2004

CECCON, Claudius; OLIVEIRA, Miguel Darcy de; OLIVEIRA, Rosiska de. A vida na escola e a escola da vida.11ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1984.

DEWEY, John. Vida e educação. São Paulo: melhoramento, 1978.

LIBÂNIO, J. C. Organização e gestão escolar: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

LÜCK, Eloisa. Planejamento em orientação educacional. Petrópolis: Vozes, 2008.

MELLO, Guiomar N. Magistério de 1º grau: da competência técnica ao compromisso político.3ª ed. São Paulo: Autores Associados e Cortez Editora, 1983.

SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. M. Planejamento de ensino e avaliação. Porto Alegre: Sagra, 1995.

SANTOS, Terezinha Fátima Monteiro dos. Planejamento estratégico participativo e prática pedagógica. In Ver a Educação. Belém: Centro de Educação/UFPA, n. 1, vol. 1, janeiro-junho.1995, p. 51-68

SANTOS, Milton (org.). Por uma Geografia Nova. São Paulo.: HUCITEC,2001.

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo:Ática, 1986.


[1] Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Pará – Faculdade de Educação – Instituto de Ciências da Educação. Cursando 5º semestre em 2009. E-mail: [email protected]