Resumo
Neste artigo, a proposta de uma escola como território sociocultural musical pretende estabelecer designações entre uma aula de música que contenha relações interessantes dentro desta linguagem e a ampliação da noção de ambiente escolar, repleto de experimentações estéticas, sociais, espaciais, entre outras.

Palavras-chave: escola, território, ambiente, música, experimentação, sociocultural.

Tendo em vista a aquisição de conhecimentos pelos educandos, sempre tive uma percepção da sala de aula como um campo social.
Como campo social ampliado, a própria escola enquanto ambiente físico de convivências intensas e contínuas, poderia portanto contribuir para esta tarefa fornecendo informações e experiências diversificadas, encontros inusitados.
Em 2009, participei do curso Aspectos teórico-práticos para trabalho com música orquestral no ensino fundamental I, oferecido pelo setor educativo da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), reconhecido pela portaria da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas 09/09/2009, para fins de capacitação, tive então a certeza de que realmente, a sala de aula, e outros ambientes da escola são um campo social.
O termo território sonoro, é uma derivação de Paisagem sonora, cunhado por Murray Schafer (1991), cuja obra Ouvido Pensante trabalha a escuta ativa, ou seja, como um postura mais atenta a todos os tipos de sonoridades como também dos sons mais sutis, e silêncios diversos.
Passei a utilizá-la como proposta experimental de apreensão auditiva, de sensibilização auditiva incluindo os fundamentos estruturais musicais e um trabalho de identificação das características socioculturais de um ambiente ( tipos de sons e estilos de música, fontes sonoras, entre outras ).
Como então trabalhar os conteúdos de música e evidenciar o valor cultural da diversidade que está presente nesta linguagem afim de promover uma consciência diferenciada sobre estilos ? Trabalhar a partir do gosto pessoal é algo complexo e talvez demorado demais para o ano letivo que é extremamente veloz e dinâmico para tantos conteúdos de linguagens diferentes. Mas, o importante é, além de tentar-se acrescentar ( por meio de sorteio, é uma solução ) algumas músicas sugeridas pelos alunos, é igualmente interessante que os educandos experimentem novos estilos e conheçam suas épocas. Se possível, unindo linguagens diferentes, como por exemplo, ao tratar-se do maracatu como gênero da música popular brasileira, mostrar também a própria dança e a sua visualidade nos adereços e figurino.