A ESCOLA COMO FUNÇÃO SOCIALIZADORA

Autora: Otemal Eva de Arruda Silva

RESUMO: O objetivo deste artigo é relatar que a sexualidade humana é um dos fenômenos que desperta o interesse da comunidade cientifica e da população em geral. A procura de explicações para comportamentos sexuais nas mais diversas culturas tem sido objetivo de estudo em numerosas disciplinas cientificas. Em relação às doenças sexualmente transmissíveis nas últimas décadas, tem realizado contribuições relevantes para a constatação das mudanças de comportamento de risco.

PALAVRAS-CHAVE: Orientar, Previnir, Abordagem, Multidimensional.

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão entre os problemas de saúde pública com especial destaque no Brasil e no mundo. Em países desenvolvidos ocorre um novo caso de DST em cada 100 pessoas por ano, e nos países em desenvolvimento, as DST estão entre as cinco principais causas de procura de serviços de saúde (OMS, 1190).

Embora as DST's potencialmente possam atingir o conjunto da população de uma maneira uniforme, alguns grupos são particularmente mais vulneráveis a este tipo de situação, como é o caso dos adolescentes. A vulnerabilidade, entendida enquanto uma capacidade de receber e de certa forma, se proteger e responder a algum efeito externo permite apreender a situação social de determinados grupos sociais além de sua condição econômica. Ou seja, caracteriza-se enquanto uma abordagem multidimensional que vai além da situação de pobreza enquanto justificativa, mas todo um conjunto de ativos sociais (MOSER, 1998).

Neste sentido, o trabalho como educadora em sala de aula possibilitou constatar diversas queixas e dúvidas trazidas as reuniões pelos coordenadores do programa das DST/AIDS e representantes da Associação de Soro Positivo¹. Dentre as queixas surgiram também dúvidas sobre o motivo pelo qual inexiste no município de Várzea Grande – MT indicadores que mostram dados acerca da idade de inicio da atividade sexual, sobre os comportamentos de proteção e/ou risco e os conhecimentos a respeito das DST/AIDS na população adolescente.

Associação de Soro Positivo. Essa Associação constitui uma organização não governamental de atendimento às pessoas portadoras de Soro Positivo. Este quadro nos estimulou na busca de um esquadrinhamento maior sobre o tema, aguçando o desejo de investigar, objetivando contribuir com a discussão da promoção da Saúde e Prevenção das DST/AIDS. Por outro lado, minha formação acadêmica em pedagogia experiência adquirida ao longo dos últimos anos junto à rede de Escolas Estaduais e Municipais do Ensino Fundamental e Educação Infantil, contribuíram para que nos sentíssemos motivados em desenvolver o presente estudo, objeto dos caminhos que percorremos em nossa vida profissional. Isto porque, durante esse período, sempre trabalhamos com a orientação sobre sexualidade, desenvolvendo projetos na área de saúde, com a oportunidade de estabelecer contato direto com professores pais e alunos que nos proporcionaram uma visão da complexidade das questões enfrentadas pela escola para além dos problemas ditos "curriculares".Considerando-se que a escola tem a função de socialização dos indivíduos, seu espaço torna-se viabilizador do trabalho de prevenção à Sexualidade e DST/AIDS. È através da mobilização provocadora da consciência que o sentido da necessidade de prevenção poderá despertar, permeado pela aquisição de informações científicas e pela discussão critica acerca dos problemas da sociedade contemporânea.

Ao comentar sobre impactos que podem causar danos aos jovens colocando-os em situação de risco, bem como a importância da educação neste sentido, Alan Marlatt et al (1999) esclarecem que as práticas que viabilizam a redução de danos podem ser ensinadas nas escolas através de programas educacionais que objetivam a redução dos riscos do envolvimento em comportamentos como, por exemplo, beber, comer, fumar, usar drogas permitidas ou não e praticar sexo.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GAPA SJC. AIDS: Solidariedade é o melhor remédio. http://www.gapasjc.org.br/didatica/aids/informe40.htm .

FREUD, Anna. O Ego e os Mecanismos de Defesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

FREUD, Sigmund. Além do Principio de Prazer, Psicologia de Grupo e Outros Trabalhos.Rio de Janeiro: Imago, 1976.

MOSER, C, Asset Vulnerability Framework: Reassessing Urban Poverty Reduction Strategies, World Development, Vol. 26, No. 1, 1998.