A Educação prepara o indivíduo para a vida e fortalece o homem para enfrentar a sua jornada. Vem de berço porque é proporcionada pelos pais e/ou responsáveis. Está diretamente inserida na formação do caráter de um ser humano. Basicamente consiste em orientar os acertos e corrigir os erros e enganos dos pequenos. E existem sim, contraindicações neste manual de instruções que se chama Bom Senso.

   De um lado existem pais preparando o filho para que ele seja cordial, amigo dos amigos, participativo e curioso. De outro lado existem outros pais preparando seus filhos para que eles sejam extremamente competitivos, que tão somente consigam vencer, e que isso aconteça a qualquer custo, ignorando o fato de que chegar à vitória nada mais é que uma consequência de seus atos diários. A educação que vem de ambos os berços, começa a transformar-se em “guerra travada entre dois mundos” logo na primeira infância. Assim que as crianças pisam pela primeira vez no Primeiro Ano do Ensino Fundamental. Quando chega esse momento essas crianças passam a ficar ali “por conta própria”, longe do olhar vigilante dos pais. Dentro de uma sala de aula, em número ao redor de vinte crianças e sob apenas um par de olhos que não dá conta de enxergar tudo que está acontecendo. É nesse universo que um “mundo” sofre a influência do outro. E é na escola que crianças até então tidas como bem educadas, muitas vezes deseducam-se e vice-versa. “Porque assim caminha a humanidade e não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos”. Alguns dizem: “A família educa e a escola ensina”. E contraditoriamente, são os mesmos que chamam os professores de Educadores, e que não aceitam que a família tome as rédeas do “Ensinar”. Sabe-se muito bem que as crianças que tomam lições de matemática, português e das outras matérias em casa, não são reconhecidas como iguais perante aquelas que frequentam a escola. Com essa distinção a escola se isenta da responsabilidade nos casos que acabam por não dar certo. E a responsabilidade pelo fracasso de uma criança recai toda nos ombros dos pais e da família. Já se um aluno é sinônimo de sucesso, os louros são todos atribuídos à escola. Enquanto as nossas crianças forem criadas desta maneira, infelizmente, a “guerra” estará sendo alimentada e a violência nas escolas irá continuar. Porque uma criança deve ser Educada em casa, para que acate e respeite as orientações dadas por seus professores. E os professores devem assumir as responsabilidades pelos atos agressivos de seus alunos dentro da escola. Por outro lado uma criança deve ser Ensinada na escola para que reclame a seus pais o direito de aprender em casa também. E seus pais devem assumir a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de seus filhos. Desse modo, criando uma verdadeira fusão entre família e escola, com o envolvimento de todos em prol de indivíduos que no futuro serão adultos profissionais, aumenta-se consideravelmente as chances positivas. Do contrário, infelizmente, as atividades das crianças terão sim que ser monitoradas por câmeras de segurança, numa clara tentativa desesperada de constranger e conter a agressividade infantil.

   Uma máquina de ensinar bem azeitada não deveria necessitar de “adicionais supérfluos de fábrica”.

(Catia Schmaedecke)