A educação que os brasileiros não conhecem.

Com a implantação do ENEM como instrumento de avaliação que solicita dos alunos o desenvolvimento de competências necessárias para a vida, o ensino médio também sofreu reformulação quanto ao seu currículo, formas de organização e concepção.

O ensino por competência está vinculado a concepção pedagógica que busca sistematizar os conhecimentos científicos na perspectiva do desenvolvimento de habilidades que vão contribuir para a construção das competências desejada pela escola, pela sociedade e pelo o mundo do trabalho.

O Currículo de ensino por competências, o seu foco deve estar centrado no conjunto de conceitos, procedimentos e atitudes que o aluno deve constituir durante o seu processo ensino aprendizagem. Tais conhecimentos devem servir para mudar, transformar e prepara o estudante para o enfrentamento de problemas do cotidiano.

Mesmo com todo aparato documental produzidos pelo Mec pelos Estados, nesses dez anos, ainda assim, há escolas que o que mais que não trabalham nessa concepção.

Dos documentos produzidos durante esse período, o que deu destaque foi os Parâmetros Curriculares Nacionais que surge com referencial pedagógico com a finalidade de auxiliar os professores na sua prática pedagógica, oferecendo variadas possibilidades de trabalhar o currículo, recomendando a flexibilidade da organização das áreas de conhecimento e suas respectivas disciplinas de modo a proporcionar a interdisciplinaridade e a contextualização.

Ainda como parte da implantação da reforma, forame enviados para as escolas brasileiras de Ensino Médio, os Parâmetros Curriculares Nacionais + (documento de orientação didáticas, composto por um conjunto de sugestões de temas, eixos temáticos, metodologias e práticas pedagógicas para subsidiar o professor na sua prática na sala de aula), no ano de 2000.

No entanto, até hoje encontramos escolas que não implantaram a reforma e também não mudou a sua prática pedagógica, que não trabalham nessa concepção pedagógica, tanto as escolas públicas como privadas.

A organização curricular tradicional do Ensino Médio composto por 12 disciplinas, ainda é uma prática das escolas, e só está acontecendo porque a própria escola não implantou a Reforma do Ensino Médio, ou seja, trabalhar o Currículo na perspectiva das áreas de conhecimento, conforme a Resolução n. 03/98 do Conselho Nacional de Educação, como é cobrado nas provas do ENEM.

O ENEM por ser uma avaliação que requer um currículo organizado por área de conhecimento e também o desenvolvimento de habilidades e a construção de competências, estas são concepções pedagógicas que não forma bem compreendidas pela escola , não faz parte da prática curricular do Ensino Médio de muitas escolas, então porque utilizar um instrumento de avaliação e técnicos para os estados que desejam aderir à proposta do "Ensino Médio Inovador", programa do governo federal, não vai alterar em nada, o que está acontecendo é que a união está pressionando os estados e o distrito federal aceitar as condições impostas pela sua proposição.

As escolas podem organizar seus currículos de ensino, desde que sigam as diretrizes federais que é composta por uma base nacional comum e a parte diversificada, essa é uma recomendação posta nos dispositivos legais e deve ser de âmbito nacional. "Poderão decidir a forma de distribuição dos conteúdos das disciplinas nos grupos e também o foco do programa (trabalho, ciência, tecnologia ou cultura)."

Hoje o que está posto em termos de concepção pedagógica, legislação e políticas educacionais, possibilita a oferta de uma educação de qualidade desde que utilizem os pressupostos sugeridos pelos documentos do próprio Ministério.

Não há novidade, o conjunto de as diretrizes são; a LDB/96, a Resolução n.03/98CNE e as leis dos respectivos sistemas estaduais de ensino, tudo está publicado, está nas escolas, só precisa ser utilizado.

Quanto à "base comum", quer dizer que o Currículo do Ensino Médio deve ser organizado por uma "base nacional comum" e a "parte diversificada? das 800h e ou 200 dias letivos, 75% dessa carga horária deve ser trabalhada com as disciplinas da Base Nacional Comum e 25% com a Parte Diversificada.

A Base Nacional Comum do currículo é composta por um conjunto de disciplinas obrigatórias, ou seja, para todo o país, que são; Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia, Filosofia, Sociologia, Língua Estrangeira Moderna( parte diversificada).

A Parte Diversificada do Currículo é reservada para que os estados possam trabalhar conteúdos que possam atender as questões locais e regionais.
Cada sistema de ensino pode organizar seu currículo de modo a respeitar os aspectos legais, centrar sua proposta pedagógica em suas necessidades e respeitando a autonomia das unidades escolares.

O que está de fato acontecendo é a mudança de nomenclatura, sua essência em nada foi alterado, vai ficar a mesma coisa, pois a mudança estrutural que precisam ser feitas, estas sim, ainda não sedimentou e pelo que vejo, não vai dar em nada.

Realmente não há necessidade de gastar dinheiro para retocar coisas existentes que precisam apenas de apoio e incentivo para serem consolidadas.