"Câmera, ação!" Jargão do mundo da telenovela que incessantemente é repetido na vida dos atores comuns diante de recursos comuns de captação de imagem.
Cidadão comum, ator comum, professor comum e real. Este representa a massa de utópicos que vê o processo educacional sem as maquiagens cinematográficas e isenta do realismo fantástico de transformação de mundo.
Despir o professor e vesti-lo com a máscara da hipocrisia é horrendo, todavia traz felicidade. Ignota felicidade.
O cenário é perfeito e vigiado para que o equilíbrio e a nova roupagem da educação possam revelar a fragilidade mediante as câmeras. Cenas perfeitas! Cenas reais e realistas. Faltou ação.
Despir o professor é encorajá-lo da tênue certeza hipotecada nas instituições de ensino.
Vestir o professor é entregá-lo às câmeras do dia-a-dia e colocá-lo na vitrine do impensante, porém vestido. Bem vestido.
As chaves trancam portas e janelas do âmbito educacional e para assegurar total lisura das vestes educacionais a mão fecha a maçaneta, porém os olhos da tecnologia captam as cenas mudas.
Vestir o professor da soberania que não tem e da patente que sequer conhece denota torná-lo grotesco, lânguido, inexpressivo, ridículo, todavia é possível e, pior, necessário!
As medidas que vestem o professor não se encaixam. Falta tecido. Falta decisão. Sobram incertezas surreais, bizarrices. Educação nua e crua.
Salas sem professor. Alunos desprovidos da consciência escolar. Pode a tecnologia captar e editar tais fatos? Não. É notória a necessidade de que mídias sejam eficientes sem seres retrógrados, humanos e bem vestidos.
Por outro lado, há infame do reality show educacional, pois a estranheza está nos fatos de extrema relevância como diários escolares. Serão feitos a laser ou com caneta a pena? Ora, a educação não se faz "sem diários"? Vestem-se professores com a invisibilidade e evidencia o diário (único recurso educacional valorizado pelas câmeras)?
Despir e vestir. Vestir para despir o professor. Despir e vestir o professor, em tempo real, é provocar humor satírico, é exaltar a medíocre forma em que todos foram moldados.