A educação infaNtil e as principais concepções de infÂncia

 

                                                                                              Andréa Cristina Bicudo Teixeira
                                                                                              Fabiula de Souza Silva        
                                                                                              Suely Guarim Fukuy Borges
                                                                                              Tamara Marques Fernandes    

 

RESUMO

 

 

 

Este artigo tem objetivo evidenciar as principais concepções de infância que tem influenciado o fazer pedagógico da educação infantil. Compreender estas concepções é, pois extremamente necessário para uma prática sólida e concisa na educação de crianças pequenas. O diálogo pedagógico a que se propõe aqui tratará de pontuar as teorias de seis nomes que influenciam de forma efetiva o fazer pedagógico de inúmeros profissionais da educação infantil, a saber, Friedrich Froebel, Philippe Ariès, Jean Piaget, Henri Wallon e Maria Montessori. A idéia é, pois discorrer o pensamento de cada autor de forma que cada profissional possa buscar entre elas a melhor forma para práxis com crianças pequenas.

Palavras chaves: Educação Infantil. Concepções. Infância.

1-      INTRODUÇÃO

 O diálogo a que se propõe nesta produção levará ao caminho das teorias e concepções que tem sem a cerca da infância. O objetivo é evidenciar de forma clara e concisa as seis principais teorias que tem influenciado o fazer pedagógico da educação infantil nos dias atuais.

O caminho percorrido será pontuado por pequenos passos que permitirá desde a compreensão geral de infância à idéia de cada autor. Para isso se lançará mão da pesquisa bibliográfica como ferramenta principal na elaboração textual. Tendo como foco o diálogo com práxis que buscará responder questões como: o que é ser criança? Entre outras. Pra isso tomaremos por base  as teorias de , Friedrich Froebel, Philippe Ariès, Jean Piaget, Henri Wallon, Maria Montessori e Lev Vygotsky e outros que nos ajudarão a entender esta fase tão importante da vida humana, a saber, a infancia.

2-      SER CRIANÇA

 

                  Existe uma visão meio que generalizada que ser criança é sinônimo de vida feliz, despreocupação, felicidade sem medida, ingenuidade, o que se resume na expressão “a melhor fase da vida”. E depois desta fase a criança começa a descobrir o mundo em seu entorno e se tona adolescente, entrando na fase da chatice, da crise e dos questionamentos. Este senso comum ao que se pode perceber coloca um diviso de águas entre a infância e as demais fases do desenvolvimento humano. Todavia se nos atermos para diversas situações que temos ao nosso derredor vamos perceber que essa idéia de infância , de criança não  é real para todo elas. Segundo Scliar (1995, p. 4):

Nem todas as crianças, contudo, podem viver no país da infância. Existem aquelas que, nascidas e criadas nos cinturões de miséria que hoje rodeiam as grandes cidades, descobrem muito cedo que seu chão é o asfalto hostil, onde são caçadas pelos automóveis e onde se iniciam na rotina da criminalidade. Para estas crianças, a infância é um lugar mítico, que podem apenas imaginar, quando olham as vitrinas das lojas de brinquedos, quando vêem TV ou quando olham passar, nos carros dos pais, garotos da classe media. Quando pedem num tom súplice – tem um trocadinho aí, tio? – não é só dinheiro que querem; é uma oportunidade para visitar, por momentos que seja o país que sonham.

 Ma opinião do autor esta idéia de infância difundida na sociedade contemporânea não algo linear que abranja todas as crianças, existem infâncias que tem de felicidade ou tranqüilidade e outras que já desde cedo experimentam o gosto amargo da vida. Discutir esta situação, este conceito é mais que teorizar uma prática é também  cumprir uma função social.

O que se pretende aqui é, pois quebrar esta visão dicotômica da infância e propor uma nova forma de pensá-la. É nesta perspectiva criar uma visão universal de infância como período e desenvolvimento motor da criança que deve ser contemplada em todas as suas especificidades. Para que possamos entender este paradigma e tenhamos subsídios para superá-lo trataremos a partir de agora de algumas teorias sobre infacia neste diálogo que se inicia.

3. FROEBEL: HÁ QUE SE CUIDAR DO BROTO

Froebel (1782-1852) participou do período de travessia da pedagogia, enxergando-a como uma oportunidade de transformação humana. Tinha uma crença irrefutável de que "por meio da educação, a criança vai se reconhecer como membro vivo do todo". Seu pensamento pioneiro já considerava a infância como uma fase de formação humana. Embora tenha vivido uma época de fortes contrastes culturais sua idéia de infância e educação, tiveram grande influencia na Alemanha onde montou seus jardins de infância influenciaram pelo pensamento do americano John Dewey.  Eby (1976) salienta  que  :

Froebel afirma que a educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana autoconsciente, com todos os seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, originariamente se elevara acima do plano animal e continuara a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal. (EBY, 1976, p. 435).

Sua idéia era de que a criança até aos oito anos de idade deveriam ter cuidados especiais, com orientações que se mesclavam entre jogos e brincadeiras para que sua formação fosse sólida e concisa. Ele via a criança como uma plantinha em desenvolvimento que deveria ser cuidada e regada afim de que crescesse saudavelmente e atinge um nível intelectual satisfatório. Por isso suas escolas infantis receberam o nome de jardim de infância.

O teórico defendeu a educação como principio de sua tese, e dizia que o aprendizado se faz pelo interesse de cada e se concretiza através da prática. Segundo ele toda criança trazia intrinsecamente a “semente divina”, portando tinha uma ideia de como tudo existia bastava ser mediada e estimulada sem a preocupação de  um ensino por obrigações, pois tudo que precisava aprender lhe era intrínseco. Assim ele propunha que ao entrar em contato com outras crianças de vária faixas etárias, com jogos, brinquedos adicionados de mediação e estímulos as habilidades já existentes em cada criança se emergiam.

O pensamento froebeliano mostra que cabe ao professor despertar a habilidade já existente na criança. Esta é, pois uma pedagogia que valoriza a mediação e por ser uma relação de unidade vital a educação tem como principal missão possibilitar o pleno desenvolvimento. Em outras palavras cabe ao professor potencializar o conhecimento já existente, todavia este é proeminente da espontaneidade da infância. Nesta perceptiva seu pensamento se formou em três ideias principais:

  • O modelo da perfeição humana de Jesus;
  • Reconhecer a existência de Deus no homem e na natureza;
  • E a função do educador de respeitar o desenvolvimento espontâneo do educando.

            Para Eby (1976) Froebel trouxe eximia contribuição a compreensão das fazes do desenvolvimento humano o que possibilitou entender as especificidades da infância.

4.      A HISTÓRIA SOCIAL DA INFÂNCIA EM  PHILIPPE ARIÈS 

Freitas (2001) considera o trabalho de Ariès uma das mais importantes fontes para compreensão da infância. Partindo do século XII Ariès traça as características históricas da infância, evidenciando o sentimento social  e relação da criança com a famílias,  marcando um perfil de fragilidade e desvalorização infantil.

Como um grande historiador Frances  Ariès escreveu vários livros que evidenciavam  o desenvolvimento da infância, todavia a mais importante de suas obra foi a História Social da Infância, onde o autor retrata a visão histórica de criança, suas fragilidade e a grande necessidade  de se redefinir os conceitos  com relação a infância.

Segundo Ariès (1978. p. 26): 

Desde a antiguidade, mulheres e crianças eram consideradas seres inferiores

que não mereciam nenhum tipo de tratamento diferenciado, sendo inclusive a duração da infância reduzida. Por volta do século XII era provável que não houvesse lugar para a infância, uma vez que a arte medieval a desconhecia

Neste sentido é possível constatarmos  que a obra de Ariès aponta que a criança  historicamente  tem sido uma espécie de instrumento de manipulação ideológica dos adultos.  Isso fica claro quando ele alude que a independência  física da criança era tida como sinônimo de força de trabalho e logo era transformada em mão de obra.desta forma não existiam estágios do desenvolvimento infantil e prevalecias os valores do mundo adulto.

As atividades desenvolvidas pelas crianças não eram controladas pela família, nem tão pouco era alvo da aprendizagem acompanhada de um adulto e sim fruto da manifestação do capitalismo histórico. O trabalho do autor serviu como ponto de referencia para desvelamento das classes sociais e com o eram vistas na história social.  Neste sentido a obra acabou por iniciar o processo de quebra do paradigma da miniadultalização, uma forte ideia difundida na Europa.

É claro que as ideias de Ariés ao relatar sobre a infância não só mexe com as estruturas sociais, mas com a própria visão de família. e a partir de suas reflexões acerca na da história social da crianças se pode compreender a visão medieval da infância.

5.      A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET

As ideias de Piaget, teórico suíço, têm si tornado as mais importantes desde o século XX. Sua tese sobre epistemologia genética traz entre outros, temas como a gênese psicológica do pensamento humano e o desenvolvimento natural. Seus estudo embora não tenham tido como foco as praticas pedagógicas somente se tornou sinônimo de pedagogia por causas dos caminhos que suas discussões levam a saber o desenvolvimento infantil. Desta forma tem influenciado de maneira significativa os processos educacionais desde o século XX até os dias atuais.

Piaget se tornou grande autoridade educacional ao descrever as fazer do desenvolvimento infantil, que segundo eles se configuram em quatro momentos distintos, que assim se dispõe:

 

  1. 1.      Período Sensório-Motor (0 a 2 anos)
  2. 2.      Período Pré-Operatório (2 a 7 anos)
  3. 3.      Período das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos)
  4. 4.      Período das Operações Formais (11-12 anos em adiante)

 

Sua teoria modificou a forma de pensar a educação, pois segundo ele o processo cognitivo das crianças tem características especificas e não pode ser tratado como o dos adultos. Assim é possível dizer que a criança vai produzindo aprendizado ao passo que vai se desenvolvendo e passando pelos estágios acima supracitados.

Mediante o exposto acima sobre o processo cognitivo infantil vejamos a perspectiva de Piaget (1976, p.140) sobre criança:

[...] foi levado, implícita ou explicitamente, a considerar a criança seja como um homenzinho a instruir, moralizar e identificar o mais rapidamente possível aos seus modelos adultos, seja como o suporte de pecados originais variados, isto é, como uma matéria resistente que é preciso dobrar muito mais que modelar. Desse ponto de vista procede sempre a maior parte dos nossos métodos pedagógicos. Ele define os métodos “antigos ou “tradicionais” de educação. Os métodos novos são os que levam em conta a natureza própria da criança e apelam para as leis da constituição psicológica do individuo e de seu desenvolvimento. Passividade ou atividade.

            O que Piaget evidencia em sua pesquisa é que a criança aprende de forma diferente do adulto, pois em cada estágio de seu desenvolvimento exige estímulos diferentes que a leva a construção cognitiva. Desta forma ela própria constrói seu aprendizado ao realizar descobertas cognitivas, por isso sua teoria é conhecida como construtivista. A base desta teoria é que a criança não necessita apenas de conteúdo, mas de situações que possam se instalar a favor da construção cognitiva.

[...] constitui um todo indissociável, e não se pode formar personalidades autônomas no domínio moral se por outro lado o indivíduo é submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem que tenha de se limitar a aprender por imposição sem descobrir por si mesmo a verdade: se é passivo intelectual, não conseguiria ser livre moralmente. Reciprocamente, porém, se sua moral consiste exclusivamente em uma submissão à autoridade adulta, e se os únicos relacionamentos sociais que constituem a vida da classe são os que ligam cada aluno individualmente a um mestre que detém os poderes, ele também não conseguiria ser ativo intelectualmente. PIAGET 1988, p.61

            O que fica claro aqui é que segunda a teoria de Piaget é necessário que se crie espaços de capacitação que favoreçam a atividade mental e a partir destes espaços a criança possa vivenciar os conteúdos. Assim além dos estágios que o autor configura o desenvolvimento infantil ele também evidencia duas formas de construção cognitivas, em que a criança se capacita e vivencia os conteúdos necessário a sua formação a saber:

 

Cada ato de inteligência é definido pelo desequilíbrio entre duas tendências: acomodação e assimilação. Na assimilação, a criança incorpora eventos, objetos ou situações dentro de formas e pensamentos, que constituem as estruturas mentais organizadas. Na acomodação, as estruturas mentais existentes reorganizam-se para incorporar novos aspectos do ambiente externo. Durante o ato de inteligência, o sujeito adapta-se ás exigências do ambiente externo, enquanto, ao mesmo tempo, mantêm sua estrutura mental intacta. O brincar neste caso é identificado pela primazia da assimilação sobre a acomodação. Ou seja, a criança assimila eventos e objetos a suas estruturas mentais (PIAGET, 1998, p.139

            Estas ideias contribuíram efetivamente para construção de um novo conceito de infância e de práticas cognitivas a este grupo.

 

  1. 6.      HENRI WALLON: UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL

 

            Nunca se discutiu tanto a educação integral côo no presente século. Todavia estas discussões atuais sobre formação integral da pessoa humana têm suas raízes nas teorias do pesquisador, Psicólogo, Filósofo e Médico francês, Henri Wallon cuja teoria buscou evidenciar a ação social como foco da formação.

            Ele dedicou grande parte de sua vida a estudar a estudar a infância e a inteligência da criança levando seus dados científicos à aplicabilidade educacional. Para Wallon psicologia e pedagogia deveriam andar juntas para possibilitarem maior integralidade à formação necessária à infância.

            O autor evidencia uma visão de infância onde emoção e fantasias estão centradas como pilares e somente através delas a criança pode exteriorizar suas vontades. Na opinião de Pereira A. (2012. p.25):

A emoção ocupa lugar de destaque na educação da infância para Wallon, pois somente por meio dela é que o aluno exterioriza e expressa seus desejos e vontades. As transformações fisiológicas da criança revelam traços de caráter e personalidade, dessa forma a afetividade ocupar lugar de destaque entre os elementos primordiais do desenvolvimento humano. Porém, a emoção depende da organização do espaço para que se manifeste, ou seja, o meio interfere; assim ele se preocupava com os recursos e a forma como o ambiente era organizado para a criança.

Para Galvão (1995, p. 98):

Ao contrário do que se propõe a tradição intelectualista do ensino, uma pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não considera o desenvolvimento intelectual como a meta máxima e exclusiva da educação. Considera-a, ao contrário, meio para a meta maior do desenvolvimento da pessoa, afinal, a inteligência tem status de parte no todo constituído pela pessoa.

            Neste sentido  podemos considerar a infância a partir de Wallon como momento de formação integral onde a inteligência  e ações pedagógicas são vivenciadas  das mais variadas formas possíveis. Assim a ação pedagógica tem que levar a criança em formação às descobertas necessária á seu desenvolvimento integral.

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7.      MARIA MONTESSORI: PRINCIPIO DA AUTO-EDUCAÇÃO

A francesa Maria Montessori era médica, pedagoga e antropóloga. Desenvolveu sua pesquisa sob a influência da escola nova, observando crianças portadoras de deficiência física em uma casa de crianças. Utilizou-se da relação teoria e pratica para chegar às suas conclusões, onde constatou que as crianças respondem a estímulos proporcionados, sendo de forma voluntaria e inteligente.

Ao valorizar o desempenho e ação da criança, Maria Montessori, coloca o professor como mediado e não com o detentor do saber. Pois segunda a autora a construção cognitiva é individual e construída pela própria criança como sujeito histórico e social.  Seu método é biológico. Sua prática se inspira na natureza. Desta forma trouxe grandes contribuições para o entendimento de infância e desenvolvimento infantil. A revista Nova escola em seu sitio eletrônico demonstra com o Montessori enxergou o aluno em sua teoria:

Individualidade, atividade e liberdade do aluno são as bases da teoria, com ênfase para o conceito de indivíduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino. Montessori defendia uma concepção de educação que se estende além dos limites do acúmulo de informações. O objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma "educação para a vida". A filosofia e os métodos elaborados pela médica italiana procuram desenvolver o potencial criativo desde a primeira infância, associando-o à vontade de aprender - conceito que ela considerava inerente a todos os seres humanos. 
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/medica-valorizou-aluno-423141.shtml

                  Montessori defendeu que a criança se auto educa se tiver um ambiente  que seja capaz de lhe oferecer as condições necessárias a seu desenvolvimento, independe do adulto pois  possui atributos de inteligência inata. Este ambiente deveria ser envolvido de rotinas, cores, sons, regras, vivencias de valores, ou seja, toda uma estrutura que possibilite a formação e a auto-educação das crianças. É importante salienta que Montessori na via somente o ambiente como formador pois acreditava na necessidade de um transformação social radical no conceito educacional.

Rohrs (2010, p.20) ressalta que:

Em seus escritos, Montessori não se cansa de ressaltar a importância o empreendimento que consiste em desenvolver atitudes em vez de simples competências; segundo ela, a atividade prática deve criar uma atitude, e isso graças à contemplação: “A atitude vem a ser a da conduta disciplinada”. Era, a seu ver, a tarefa essencial à qual as Casas das Crianças deveriam se dedicar.

O método Montessori está classificado em doze aspectos essenciais de suas teorias que assim se sintetizam no blog “A Tecedeira”:

1.Baseia-se em anos de paciente observação da natureza da criança.                            2. Mostrou que tem uma aplicação universal. Quase todo país civilizado comprovou, com satisfação, sua aplicabilidade: clima, cor, nacionalidade, segmento social, cultura, religião, nada impediu sua aplicação com êxito.

3. Revelou a criança pequenina como um amante do trabalho, do trabalho intelectual, escolhido espontaneamente e concluído com muita alegria.

4. Está baseado na necessidade imperiosa que tem a criança de aprender fazendo. Em cada etapa do crescimento mental da criança surgem ocasiões correspondentes graças às quais desenvolve suas faculdades. 5. Se oferecemos à criança o máximo de espontaneidade, isso o capacita a alcançar nível adequado à sua fase, e até mesmo um superior que não seria capaz numa forma “antiga” de educação. 6. Prescinde da necessidade de coação mediante recompensas e castigos. Chega a uma disciplina maior do que sob a forma antiga de educação; trata-se de uma disciplina que tem sua origem dentro da criança e não é imposta de fora. 7.  Está baseado num profundo respeito à personalidade da criança, deixando-lhe um espaço para crescer em sua independência biológica. Daí permitir à criança uma ampla margem de liberdade para agir, o que constitui a base da disciplina real. 8. Permite ao professor atender cada criança nos assuntos de estudo, a guiá-lo de acordo com suas necessidades individuais. 9. Cada criança trabalha segundo seu ritmo. Por isso a criança rápida não se vê esperando pelo lento, nem este tendo que alcançar o primeiro. Não se vê a criança ter que dar saltos sem esperança. Cada pedra do edifício mental está bem colocada e com exatidão, antes que outra seja colocada. 10. Prescinde do espírito de competição e de seu séqüito de resultados perigosos. A cada momento se oferece às crianças muitas oportunidades para uma ajuda mútua – que é oferecida com alegria e recebida gostosamente. 11. Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem competição ou coerção, está isenta do dano do excesso de pressão, de sentimentos de inferioridade e de outras experiências que são capazes de ser a causa de desordens mentais profundas mais adiante em sua vida. 12. Finalmente, o método desenvolve em totalidade a personalidade da criança, não exclusivamente as faculdades intelectuais, mas também, sua capacidade de deliberação, iniciativa e escolha independentes, juntamente com seus atributos emocionais. Vivendo como um membro livre de uma comunidade social real, a criança se prepara nessas qualidades sociais fundamentais que constituem a base da boa cidadania.

                                               http://www.atecedeira.com.br/2011/01/maria-montessori-e-pedagogia-cientifica.html

            Dessa forma percebe-se que Maria Montessori percebia a criança como ser pensante e capaz de provocar inferências no meio em que via e a partir delas vivencias praticas de aprendizagens significativas.

  1. 8.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            Através das pesquisas efetuadas se pode chegar a conclusão que nos dias atuais a concepção de infância tem se desenvolvido de forma mais efetiva graças aos estudos historicamente construídos . A ideia de infância que os autores estudados evidenciam  estão todas atreladas a um processo educativo de qualidade.

            É importante perceber  que todas as teorias em foco demonstram u conceito de infância que se contrapõe ao desrespeito e miniadultalização. Assim os caminhos da educação infantil no Brasil esta traçado pela vivencia de valores que   possibilitam uma mudança na visão de infância em nos processos pedagógicos que envolvem a criança pequena.

            A instituição de educação infantil a meu ver dever ser um espaço de vivencia  ampla do conceito de infância, ou seja um espaço estratégico para formação humana. De acordo com teorias estudadas a infância é portadora de potencialidades que deve ser canalizadas através da mediação seja biologia, pedagógica, ambiental ou social. É certo que a criança é um ser ativo se construído cognitivamente a partir de suas próprias experiências com mundo e de seus fatores naturais e biológicos.

  1. 9.      Referencias Bibliográficas

 

ARCE, Alessandra. A pedagogia na “era das revoluções”: uma análise do pensamento de Pestalozzi e Froebel. Campinas: Autores Associados, 2002.

Blog – A tecedeira- Maria Montessori e a Pedagogia Científica http://www.atecedeira.com.br/2011/01/maria-montessori-e-pedagogia-cientifica.html

EBY, F. História da educação moderna: teoria, organização e práticas educacionais. Porto Alegre: Globo, 1976.

MONTESSORI, Maria Pedagogia científica: a descoberta da nova criança. Editora Flamboyant, 1965.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia; KISHIMOTO, Tizuko Morchida; PINAZZA, Mônica Apezzato (Orgs.).Pedagogias(s) da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand, 1998.

PIAGET, J. Para Onde Vai a Educação? Rio de Janeiro: José Olympo, 9ª edição, 1988.

 

PIAGET, Jean. Psicologia e pedagogia. Tradução Editora Forense Universitária – Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeira: Forense Universitária, 1976.

PEREIRA A. Tamara Juliana. (2012) Superando Paradigmas na Educação Infantil: Contribuições da Pedagogia Italiana Para a Prática Educativa Brasileira. Disponível em http://www.escavador.com/pessoas/3975442

ROHRS, Hermann. Maria Montessori / Hermann Röhrs; tradução: Danilo Di Manno de Almeida, Maria Leila Alves. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 142 p.

Revista Nova Escola- Maria Montessori-  http://revistaescola.abril.com.br/formacao/medica-valorizou-aluno-423141.shtml

VIGOTSKY, L. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007 (Coleção Psicologia e Pedagogia).