O escritor russo Isaac Asimov, em 1988, falava sobre as mudanças que a utilização da internet poderia provocar nas formas de aprender. Com os conceitos existentes na época, tentou explicar o que mais tarde chamaríamos de e-learning, educação à distância, redes sociais e colaborativas, entre outros. A desconfiança do entrevistador, revelada por suas questões provocativas, demonstra o estranhamento que essas novas ferramentas trouxeram à sociedade.

Como Asimov destaca, com essas ferramentas passamos a ter maior oportunidade de controlar o que aprendemos, no ritmo e intensidade que desejarmos. Não parece claro que, como sujeitos, temos necessidades e perspectivas diferentes e, portanto, maneiras de aprender também particulares?

A relutância em aceitar que o imenso desenvolvimento tecnológico acompanhará o nosso cotidiano passa pelo esquecimento de que estamos em constante modificação, especialmente nas formas de interação uns com os outros. É por isso que a internet cabe tão bem à modernidade e necessita de modificações constantes em si mesma para acompanhar a dinâmica social.

E o ensino à distância finalmente é uma alternativa!

Após um longo período de desconfiança, o ensino à distância finalmente se configura como uma legítima alternativa de estudos. No Brasil, a tendência é que a educação à distância propicie também a aproximação da informação e do conhecimento a pessoas que residem em áreas afastadas e de difícil acesso, superando as barreiras do espaço. A ideia não é que a escola seja abolida, conforme Asimov já colocava, mas que o ensino formal possa ser complementado pelo estudo a partir do ritmo, da vontade e do interesse do indivíduo.

Para tanto, é necessário também que os profissionais da educação e da informação estejam atentos e acompanhem a dinâmica que essas ferramentas proporcionam ao ensino e aprendizagem. Sempre estivemos permeados por mudanças, porém, o computador e a web tornaram emergentes a discussão sobre como a educação acompanhará esse vertiginoso desenvolvimento social e tecnológico.