Iniciei minha vida profissional como estagiário no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia, naquela época, fui contratado para realizar uma auditoria de projetos, num projeto de pesquisa e desenvolvimento financiado por uma concessionária de energia elétrica. Estava finalizando meu curso de graduação em Ciências Contábeis e por isso havia sido selecionado para este estágio.

No primeiro momento, aceitei o desafio, acreditando que a metodologia a ser aplicada na auditoria de projetos, seguiria a mesma metodologia que eu havia visto na faculdade, porém, ao iniciar os trabalhos, percebi que, do que eu havia visto no meu curso, pouco ou quase nada poderia ser aproveitado, de forma especifica para auditar as contas do projeto. Naquela mesma época, tive a oportunidade de participar de um seminário, onde o principal palestrante era o professor Antônio Lopes de Sá, nada mais, nada menos, do que a grande autoridade em Ciências Contábeis no Brasil.

Munido de toda ousadia e coragem que a juventude nos proporciona, enchi o peito e fui falar com o grande mestre. De forma breve, descrevi a minha situação de aluno, que havia assumido um estágio e que se encontrava perdido na forma como conduzir os trabalhos, ele, com toda a sua generosidade, me deu algumas orientações e principalmente, me deu seu email pessoal para que eu pudesse tirar qualquer dúvida ou solicita orientações sobre o assunto.

Sai daquele evento radiante, por ter tido a honra e o privilégio de em poucos momentos, poder usufruir dos conselhos de um grande mestre, na essência mais pura da palavra. Porém, sabia que teria pela frente um grande desafio a ser enfrentado e que começava ali minha trajetória de dedicação, estudos e muito trabalho.

Nos meses que se seguiram, troquei diversas mensagens com o professor e fui aprofundando cada vez mais meus estudos na área de projeto. O chefe do departamento que eu trabalhava era um incentivador incessante dos meus estudos e me presenteava com diversos livros e artigos, que eu devorava sem restrição. Tal dedicação me valeu o reconhecimento num universo de engenheiros, mesmo não sendo da área.

Ao terminar a graduação já havia feito minha inscrição num MBA, pois ansiava por desenvolver e aprender cada vez mais, em especial na área de gestão de projetos. Continuei crescendo profissionalmente e dando prosseguimento aos meus estudos.

Hoje, passados mais de 15 anos, faço parte de uma instituição voltada para o apoio de projetos de pesquisa e desenvolvimento em instituições de ensino superior e outras instituições públicas e privadas, onde atuamos em diversas áreas de conhecimentos, através da elaboração e execução de projetos. Porém, uma área sempre me fascinou, que é a educação. Em todos esses anos, para mim é cada vez mais claro que a educação é o caminho para o sucesso.

Não digo sucesso de forma restritiva, mais sim de forma ampla e inconteste, o sucesso no seu sentido de satisfação, no sentido de que se consegue aquilo que se sonha. Obviamente o sucesso é subjetivo, cada um enxerga e quer alcançar o seu próprio tipo de sucesso, porém, um dos fatores essenciais para se alcançar o sucesso, na minha opinião é a educação.

Sem educação, podemos esquecer todo o resto e, quando digo educação, falo de forma ampla, total. A educação familiar, a educação escolar, o conhecimento, suas práticas e suas aplicações. Aprender é parte essencial da natureza humana e o que nos diferencia de outras espécies de forma mais marcante.

Certa feita pude ouvir um filosofo que respondia a uma entrevista.

Ao ser perguntado pelo repórter, como resolver o problema da segurança, o filosofo respondeu:

_ Investiria em educação!!

Ao ser novamente perguntado como resolveria os problemas na área de saúde, o filosofo respondeu:

_ Investiria em educação!!

Ao ser perguntado como resolveria os problemas de habitação e convivência social, o filosofo novamente respondeu:

_ Investiria em educação.

O repórter, cansado das mesmas respostas, perguntou:

- Então, para o senhor, todos os problemas seriam resolvidos com educação?

E o filosofo calmamente respondeu: a educação é a solução.