A Educação de Jovens e Adultos: viver  e conviver com o analfabetismo de jovens, uma dolorosa realidade brasileria.


A educação brasileira é jovem, está permeada por desafios que apesar de alguns serem superados, ainda permanecemos num patamar bastante preocupante. Pensando assim, lembramos da  escola que até pouco tempo era para a burguesia, hoje ela é pública, para todos, então não poderíamos ser ingênuos em pensar que os problemas sócios e econômicos não refleteriam nos meandros da escola.

Com o advento da LDB/96, que universalizou o ensino fundamental, organizou a educação infantil, e deu a possibilidade de progredir universalizando o ensino médio.

Mesmo com todo aparato legal e político que respaldam a melhoria da educação brasileira, ainda assim, persiste um velho problema o analfabetismo de jovens e adultos, estes, também foram beneficiados nos aspectos legais, mais ainda, vivenciaram sérias crises estruturais.

Os programas nacionais (MEC) cujo objetivo pretende corrigir o fluxo idade série são considerados bons, porém os Estados encontram dificuldades de operacionalizar tais ações. Não muito distante o governo federal implantou o Programa Brasil Alfabetizado como forma de minimizar os índices elevados de analfabetos adultos.

E para incentivar a escolarização o governo vem utilizando, de diferentes maneiras de acesso á escolarização para consiga atingir um número maior de jovens na escola. Apesar dos esforços envidados pelo governo, de ampliar o acesso à escolarização, ainda encontramos lacunas nos diferentes níveis e etapas de ensino.

Quando falamos de educação de jovens e adultos, e estes, não permanecem na escola, estamos tratando de uma problemática que permeia o currículo de ensino, a ação pedagógica, as atividades escolares em geral, tudo isso, parece distante dos interesses dos adultos.

Esse contraponto aqui colocado é vivenciado constantemente nos meandros da escola, alguns dizem que o problema é o professor, outros que é o estudante que acha a escola pouco atrativa.

Segundo Miguel Arroyo (2004) o estudante tem suas imagens quebradas quando depara com uma instituição que não atende aos seus interesses de aprendizagem, que quando solicitados para participarem são podados, os conteúdo são sem significado, são descontextualizados com a realidade deles.

Para que seve uma escola que não atende aos interesses e necessidades dos Adultos? Será que esses Adultos precisam dessa escola? Para que? Se já estão no mundo do trabalho e vivem suas vidas aparentemente bem, ou seja, ao seu modo.

A escola que temos precisa rever seu papel social, enquanto instituição que prepara pessoas para a vida e para o mundo do trabalho, promovendo a aprendizagem, a construção de conhecimento, saberes que possam mobilizar soluções para problemas do dia-a-dia, saber lidar com os conflitos emocionais, entender seu contexto de vida, compreender as exigências dessa sociedade contemporânea, segundo Freire, e transformá-la para viver melhor e com qualidade.

Quando propomos uma transformação na Educação de Jovens e Adultos, estamos querendo dizer que os movimentos de inovação na educação que surgiram no Brasil na década de 90, tais como a garantia dos diretos à educação, valorização profissional como política pública, formação de professores, investimentos em aparelhamento e melhoria da rede física das escolas, aquisição de laboratórios, investimentos em formação inicial e continuada, tudo isso é necessário para que possamos de fato oferecer um ensino de qualidade.

A inovação precisa ser mais profunda do que investimentos em estruturação da rede, o que precisa também de reforma é o que diz respeito às ações próprias da escola, tais como: o Projeto Político Pedagógico, o Currículo de Ensino, Avaliação, Metodologias, e a formação inicial e continuada de professores, também.

Nas literaturas atuais sobre educação, o contexto do processo de acesso e permanência do estudante na escola, este parece estar quase que resolvido, o foco agora está direcionado às intenções pedagógicas dessa clientela, estas, ultimamente não estão sendo vistas com bons olhos pela sociedade, pelos vícios da velha prática pedagógica do professor em interface com as novas demandas de ensinar e aprender.

Hoje apontam sérias necessidades de mudança na relação professor – aluno e no contexto das relações ensino – aprendizagem. Para Enguita (2005) o professor precisa rever sues procedimentos pedagógicos, uma vez que a relação professor – estudante também sofre reflexos das mudanças sociais contemporâneas.

Então, nós professores não podemos mais dar as seculares aulas expositivas, cujo conteúdo não fiz respeito ás necessidades e realidade dos jovens, precisamos, sim, utilizar metodologias mais dinâmicas, atrativa onde o adulto saiba interagir com seus colegas, no grupo, com o grupo, e pedagogicamente falando precisa aprender a indagar, investigar, questionar, pesquisar procedimentos de aprendizagem, tudo deve acontecer nessa relação de ensino e aprender.

Arroyo (2004) diz que o professor precisa estar atento aos olhares, às condições emocionais, cognitivas e sociais dos estudantes, quando os diferentes olhares se cruzam, ai então, podemos entender os diferentes e não consolidar a desigualdade, que por si só o mundo já proporciona às pessoas.

Para Gêmeo (2005) a escola é o espaço que deve preparar os estudantes para eliminar as diferenças, prepará-lo para ter condições de subir no pódio na mesma condição de todo o papel da escola pública é esse, permitir a todas as condições de superação social e de conhecimento.

Sabemos que será difícil atender a todas essas necessidades para melhorar o quadro da educação básica, com destaque ao analfabetismo, um problema da modalidade de Educação de Jovens e Adultos,com a garantia de que os jovens tenham uma escola com identidade própria, onde os espaços e o tempo escolar sejam flexíveis e apropriados para eles, com um currículo centrado na concepção de aprendizagem, a ciência  chamada Andragogia, utilizando também da contextualização e a interdisciplinaridade omo oncepções pedagógicas necessárias, com professores preparados para trabalhar com adultos, que compreendam o tempo e as condições de aprendizagem deles.

A Educação de Jovens e Adulto que queremos e precisamos, requer por parte dos Sistemas de Ensino tanto nacional como estadual, Políticas Educacionais que foquem nos eixos das dimensões administrativa, financeira e pedagógica, mas para transformar, inovar, faz-se necessário investir na formação de professores de forma contínua, de modo que possamos prepará-los para o enfrentamento de situações pedagógicas e que seja capaz de conduzir o processo ensino e aprendizagem.
 
Outro fator de suma importância para o fortalecimento da formação de professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos, enquanto instituição responsável pela ação é a Política de Formação de Formadores de Professores, pois este serão os profissionais que terão a tarefa de executar a formação de todas as demandas advindas das escolas e ainda das previstas pela Política de Formação de Professores do Estado.
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