Ao dia sete de agosto de 2012 o Senado Nacional aprovou o projeto do novo sistema de cotas para o ingresso nas faculdades federais. A impressão que está sendo passada por nossos governantes é a de que eles querem transformar o melhor local que temos para nos livrarmos das amarras da alienação – as nossas instituições de ensino superior – em um curral eleitoreiro, capaz de aumentar sua massa de manobra ainda mais.

 Decisões absurdas como essa, que prevê a combinação das cotas raciais e sociais, e também as destinadas para aquele aluno que cursou o ensino médio em escolas públicas, a qual garante 50% das vagas das instituições federais a esse “grupo restrito”, mostra que a preocupação principal daqueles que estão no poder não é a reforma do nosso sistema educacional, muito pelo contrário, a ideia parece ser a de baixar o nível também do ensino público superior.

 Por décadas vemos a educação brasileira demonstrar sinais de falência geral, professores não recebem a devida valorização, tendo de fazer papel de meros supervisores nas escolas em troca das migalhas recebidas ao final do mês, muitos alunos que por não terem referência alguma, nem respeito pelo local de aprendizado, mostram-se indolentes e desinteressados, porque sabem que não encontraram grandes barreiras para serem aprovados. Mesmo assim, existem aqueles que têm a incrível capacidade de serem reprovados, esses com o tempo acabam largando os estudos. Mas para que eles iriam perder seu tempo se preocupando? Afinal existe aquele tal de ENEM ao final de cada ano, onde após conseguir uma média pífia de pontos, qualquer um consegue o diploma do ensino médio. Contudo obviamente, não é uma condição geral, naturalmente encontra-se aqueles que se esforçam e lutam por seus objetivos, mas infelizmente esses são uma exceção a regra.

 No atual ritmo em que se encontra, no que tange à educação pública, o Brasil caminha a passos largos para o agravamento de um grande problema que é a falta de qualificação profissional da sua população, o que acaba por envergonhar todo o povo brasileiro internacionalmente, pois é um país que, após a independência, sempre teve plenas condições de ser uma grande potência e que nunca se estabeleceu como tal graças às seguidas gerações extremamente incompetentes de governantes com pouca visão de futuro, que persistem até os dias atuais, mas também graças a um povo que, em sua grande maioria, se omitiu e ficou a assistir alguns dos maiores momentos da história da nação (para citar os mais famosos: Proclamação da Independência e Proclamação da República) e que mesmo no século XXI não demonstra sinais significativos de mudança.