A Educação como tema da Sociologia.

      Na sociedade a situação educativa é dada com a vivência entre os homens, onde a ação desenvolvida as educa, interagindo assim, educando-se entre si formam a sociedade. O estudo da Sociologia tem como objetivo e tema central O Estudo da Educação na Sociedade, onde segundo Brandão, ”ninguém escapa da educação”. Em todo o lugar, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos um pouco da nossa vida com a escola, para a nossa convivência.

     Para a realização do trabalho necessário no nosso dia-a-dia, para a transmissão e criação de nossa cultura é necessária à educação, essa se mistura com toda a vida social, que a partir das relações devem ser compreendidas.

     A Sociologia mostra os conceitos de interação social, educação, socialização, cultura, instituições sociais e conhecimentos para que professores e alunos  vejam-se, discutam e compreendam os diferentes processos de educação, onde cada grupo produz maneiras diferentes de ser, segundo sua história.

      A escola enquanto instituição social é preciso estabelecer as relações entre a educação escolar e a educação fora da escola, socializando com o indivíduo.

     A socialização na educação  influem na capacidade que os homens têm de se comportarem uns com os outros, de se reagirem, de seres capazes de aprender e ensinar, tornando possível a educação como um processo em construção. Esse processo de socialização é permanente e progressivo, fazendo parte das experiências do indivíduo. Grandes partes dessas experiências não são de caráter social, podendo também ser manifesta na criança desde o seu nascimento, sendo vivenciada pela história de suas relações com outras pessoas.

  Os indivíduos organizam sua vida em sociedade, formando instituições sociais em formas de ação ou de vivência, recorrendo a satisfazer determinadas necessidades que acontecem nas relações familiares, na escola, no Estado, igrejas e partidos políticos etc. essas instituições sociais têm papel fundamental no processo de socialização.

     Com a recorrência sistemática vemos que as instituições sofrem profundas mudanças, como as instituições familiares, devido às dadas transformações nas relações entre pais e filhos e principalmente entre famílias residentes nos centros urbanos.

      Com a ação do homem, há também mudanças nas instituições políticas do Estado brasileiro. Essas podem ser instituições sociais, criadas a partir das relações existentes entre os homens, e com as diferentes formas de linguagens que atribuímos. Tanto a linguagem escrita, como oral, nos dias atuais tem ganhado a importância para conhecermos as manifestações culturais de muitos grupos humanos.

      Portanto, se os homens são produtos das instituições sociais, eles também agem para cria-las e modifica-las, pois a educação está ligada a está capacidade de transforma-las e inova-las, e com isso fazendo parte do processo de socialização que humaniza o homem, isto é, que propicia o desenvolvimento de suas capacidades.

         O homem criou instituições encarregadas de transmitir certas formas de educação e de saber. Essa educação nas escolas é diferenciada, através da transformação do conhecimento do indivíduo, que com o resultado de seu trabalho, o tal conhecimento produzido com ele é dividido de forma mais igualitária.

Em sociedades complexas, organizadas sob o sistema capitalista, a divisão do trabalho é bem maior, os conhecimentos adquiridos e os bens materiais, são distribuídos de maneira desigual. Mas os homens vencem sua capacidade, imaginando e construindo alternativas para vencer tais desafios.

       Nessa divisão de trabalho em si mesma é importante destacar, não separa o trabalhador do conhecimento que já possui, portanto é preciso organizar de forma a estabelecer uma hierarquia entre quem tem conhecimento e poder e quem não tem.

        Para observar essa diversidade de atividades presentes, cabe uma análise, que o problema não está na divisão de trabalho, mas sim no fato, de na grande maioria dos trabalhadores não terem o conhecimento produzido, e estarem despossuídos das informações, inclusive das técnicas sofisticadas, como por exemplo, o uso da informática.

    A escola e os meios de comunicação estão encarregados da transmissão desse saber, mas falta organização para que a mesma efetue os resultados e possibilite a manutenção do saber com direito exclusivo, que é o objetivo da proposta sociológica da educação nas condições atuais da sociedade brasileira.

      A educação escolar distingue-se da educação informal, ou seja, o que acontece fora da escola. A escola estabelece critérios e normas, para alunos, professores, serventes, diretor  etc.

Possui um sistema de avaliação que deve ser cumprido, tal como uma função de transmitir e criar conhecimentos. Já na educação informal, o aluno trás aquele conhecimento escolar produzido no dia-a-dia, explicando a realidade. Portanto, o conhecimento produzido na escola e a realidade devem estar em constante interação para progredir.

      O processo de produção da ciência nem sempre é seguido pela escola, pois ao selecionar os conteúdos das disciplinas escolares, muitas vezes são apresentados desligados da realidade do aluno. E quando isso acontece, a escola perde uma parte fundamental de sua função, que é ser um local de criação e elaboração de conhecimentos a partir do trabalho escolar, tornando-se mera reprodutora de um conhecimento, muitas vezes distorcido.

       Com essa prática o conhecimento produzido fora da escola é a partir das necessidades imediatas da vida, na sobrevivência, nas ruas, no campo etc. Muitas vezes o saber escolar se apresenta como distante dessa realidade, e se a escola distancia das necessidades de vida dos alunos, impedindo que eles o assimilem, esse resultado escolar será marcado pela exclusão daqueles que deveriam dominar esse conhecimento.

   No entanto, a escola deve ser um meio que possibilite a população uma discussão e interferência na sociedade, nos níveis econômicos, político e social, acabando com as atividades escolares de mera repetição de conteúdos e integrando-os as diferentes disciplinas em explicação da realidade presente.

    Para se ter um bom resultado da escola é preciso recorrer as culturas, os costumes, modos de viver, de pensar, das expressões de linguagem, dos valores dos diferentes grupos sociais. A escola deve colocar-se aberta a cultura dos alunos, distinguindo-os da cultura do saber escolar e sendo assim, pode ser bem sucedida.

     Para os Antropólogos em muitos aspectos da educação escolar, está posição não ocorrem, os valores da classe média são considerados como um modelo a ser imposto a todos os alunos, pela seleção, ritmo e avaliação do conhecimento escolar. Argumenta-se então, que o desenvolvimento cognitivo dos grupos mais pobres e insuficientes, relacionando-os com o contexto cultural, mas este, não pode ser estudado como atividade isolada.

      È nessa cultura que facilmente se reproduz conhecimentos, nos campos ou nas cidades, em situações de trabalho em que as crianças se mostram extremamente competentes, embora sejam reprovadas ou “expulsas” pela escola.

   Nas contribuições dos Antropólogos o significado atribuído a palavra cultura parece com o sentido de conhecimentos acumulado através de cursos, certificados, obtido na escola ou até mesmo do saber natural dado a indivíduos de classes sociais mais elevadas ( culto ) que se diz as pessoas de muitos conhecimentos e de sentido valorativo, que permite a contraposição de pessoas com ou sem cultura gerando assim o preconceito encoberto.

       Está concepção aparece não apenas como opinião corrente de parte da população. Na década de 70 circularam teorias sobre “déficit cultural” das classes mais pobres, tentando explicar o fracasso escolar. Até então foram criado programas para compensar essa defasagem. O programa chamado “Educação Compensatória”, foram formulados e implantados para suprir essa deficiência cultural antes da alfabetização, ou seja, nas séries iniciais.

     Nos meados dos anos 70 o Brasil foi compreensível na questão da cultura dos povos, por vários motivos: O capitalismo tinha uma visão não negadora, atendia os requisitos da produção, vinha ao encontro de crenças culturais, a respeito da incapacidade de pobres, negros e mestiços, pois segundo os quais o subdesenvolvimento econômico crescia.

 

    Essa diferença cultural que existia entre as diversas camadas da população era valorizada na prática, onde pretendiam compensar uma cultura frente à outra. Tal fato nesta época demonstrou os índices de repetência que os alunos mantiveram-se.

       Por isso, é preciso que os educadores  se preocupem mais em criar nos currículos escolares relações que estabelecem  entre o saber escolar e aquele que existe fora da escola, relacionando-os com a realidade vivida tanto local, quanto aquela mais ampla do País em que está inserida, procurando analisar as relações que o conhecimento e a vida da escola tem com a vida do dia-a-dia.

PROFESSORA: NOÊMIA BERTO DE LIMA – PEDAGOGA – PÓS-GRADUADA EM PSICOPEDAGOGIA.