A Educação brasileira sob a égide do olhar de uma Fundação.  

Iza Aparecida Saliés

O ensino brasileiro ficou definido conforme a LDB como sendo uma passagem para o ensino superior assim, o aluno que está cursando ou concluindo essa etapa de ensino, precisa obrigatoriamente pensar no futuro próximo, mesmo não estando preparado para escolher a profissão.

A clientela dessa  etapa de ensino é composta por adolescentes e jovens que estão vivenciando um período da vida onde a dúvida, a insegurança fazem parte da rotina de muitos deles, dessa forma parece precoce exigir que eles esteja preparados para pensar o futuro, estudar muito para definir sua vida, para a vida inteira.

Viver esse momento escolar para os jovens é angustiante, preocupante, pois eles estão numa fase da vida onde querem e precisam pensar esse momento, curtir viver de forma menos adulta, como querem fazer com eles, o momento é transitório, e assim deve ser tratado pela escola.

A forma de organizar o ensino médio brasileiro não atendeu definitivamente às necessidades  alguns culpam os professores, o currículo, a metodologia,  o excesso de  conteúdos, a seleção dos conteúdos, os jovens que não querem estudar  e por ai vai, por isso fica a dúvida  o que ensinar e do que aprender no ensino médio, ai está o grande desafio do sistema de ensino brasileiro, em especial para ensino médio.  

Eles sentem profundamente as dificuldades que a própria escola demonstra em trabalhar um currículo que esteja de fato direcionado para o trabalho ou  programado para conduzi-los á universidade.

Os equívocos enquanto o que ensinar e o que aprender estão relacionadas  às finalidades do ensino e da etapa de ensino, e também, em especial quanto ao currículo. Quando falamos em currículo, falamos também em concepção teóricas e conceituais e de currículo de ensino para adolescentes e jovens, causando sérias polêmicas para os sistemas de ensino, enquanto política educacional e para a escola causa um esvaziamento do currículo de ensino, da prática pedagógica que até agora não conseguiu estabelecer.

Segundo Denis Mizne [1], o currículo utilizado atualmente é bastante teórico, os alunos precisam de prática na sala de aula, ou seja, de exercícios, pesquisa, manuseio nos laboratórios e também projetos.

A escola já está utilizando, de maneira bastante lenta essas formas inovadas de dar aula, mas ainda assim encontramos uma grande maioria de professores dando aula apenas com giz.

É forçoso admitir que alguns professores ainda insistem em trabalhar pedagogicamente amparados nos antigos pressupostos teóricos da reprovação, da quantidade de conteúdo, da valoração da nota, da prova rigorosa e outros mecanismos autoritários de antanho.    

 Com a tecnologia da informação o professor precisa forçosamente mudar a sua prática pedagógica, interagindo, contextualizando as informações, transformando-os em conhecimentos escolares capazes de constituir saberes significativos para a formação integral do aluno.   

Segundo o diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne a  qualidade dos professores brasileiros está a desejar, precisa de investimentos pois vivemos no mundo das novas mídias que estão aí para nos auxiliar, inclusive nas salas de aula. A internet e outras fontes de possibilitam ao aluno um mundo sem limite de informação, mas para o conhecimento elaborado, esse sim só a escolarização pode oferecer.  

Ao proferir a palestra “O Papel da Gestão e da Inovação” na Frente Parlamentar em Defesa da Educação do Congresso Nacional, em Brasília, Mizne[2] destacou que  é preciso fazer avaliações periódicas para saber se o aluno está aprendendo na sala de aula. “Precisamos garantir o direito de o aluno aprender, é nosso dever fazer com que isso aconteça”.


Durante a fala do diretor da Fundação Lemann, o mesmo ratificou que  o currículo das escolas parece não ser adequado á clientela atendida. “Precisamos de um currículo escolar mais claro e objetivo, com foco na aprendizagem. Não é suficiente que o professor entre na sala de aula e simplesmente passe a matéria. Ele tem que se certificar de que o aluno aprendeu.” O professor tem obrigação de incentivar aquele aluno que tem dificuldade para acompanhar a sala.

 

Referências  

A Fundação Lemann, com sede em São Paulo, é uma organização sem fins lucrativos criada em 2002, que tem por finalidade melhorar a qualidade da educação pública no Brasil, com foco em garantir o aprendizado dos alunos.

A Frente Parlamentar da Educação do Congresso Nacional realiza uma palestra por mês para discutir os desafio e soluções para que todos tenham uma educação de qualidade e, consequentemente, um futuro com jovens preparados para o mercado de trabalho.



[1] Diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne

[2] Diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne “O Papel da Gestão e da Inovação” na Frente Parlamentar em Defesa da Educação do Congresso Nacional, em Brasília.