Palavras-chave: Educação ambiental, consciência ecológica, destruição ambiental, Centros de Educação Ambiental, conflito social, crise social.

1- Introdução:

 

 

Meio ambiente é a base natural sobre a qual as sociedades humanas se estruturam. O ar, a água, o solo, a flora e a fauna formam a sustentação física, química e biológica para que as civilizações humanas possam existir no planeta. Ao longo dos diferentes estágios de sua história, essas civilizações foram modificando o

meio ambiente. Elas alimentaram-se de outras espécies, domesticaram plantas e animais, modificaram a natureza para garantir a existência de seus indivíduos e reprodução de sua organização social (1).

O evento da agricultura fio uma fantástica revolução tecnológica, sobretudo no relacionamento homem/natureza, permitindo o surgimento de todas as técnicas básicas do uso do solo para produção agrícola, em particular a irrigação. Ele também permitiu o desenvolvimento da cerâmica, das técnicas têxteis, metalúrgicas e da fermentação (origem do pão e da cerveja). A partir da fixação do homem em certo lugar, estabeleceu-se uma comunidade e um maior meio ambiente que a cercava. Até mesmo a técnica de atrelamento de animais para puxar o arado, o carro de rodas e o barco a vela surgem nesse período. As diversas civilizações se sucederam até os tempos modernos, apresentaram diferentes graus de apropriação/relação com o meio ambiente e recursos naturais, artificializando-os em

 

* Graduandos em Ciências Biológicas – Universo – São Gonçalo - RJ

maior ou menor extensão. E foi com o desenvolvimento do capitalismo que houve a

apropriação privada da terra, da água e dos recursos naturais, com o propósito de transformá-los em mercadoria (ou em produtores de mercadoria) e usá-los como fatores geradores de lucros, rendas e capital (quer em termos de máquinas, edifícios, construções, quer em termos de manutenção do capital humano). Assim, com o surgimento do capitalismo no século XVIII, na Inglaterra, quando as terras passaram a ser cercadas, os camponeses foram expropriados de seus domínios e expulsos para as cidades, onde se transformaram em operários assalariados. Porém, Apesar de o solo ter-se tornado um bem privado, ele continuou afetando indiretamente a coletividade, por causa do uso que seus proprietários fazem dele (2), (1).

As cidades foram criadas, entre outras coisas, para permitir trocas de mercadorias, de idéias, transformação de produtos, comércio, acúmulo de bens valiosos. Esses processos são muito rápidos e se realizam em grande número, por isso a escala de atividades de uma cidade é muito maior que a do campo. E com a realização acelerada e contínua de todas essas atividades acaba gerando um brutal desperdício. E esse desperdício constitui uma das diferenças, mais significativas entre a região urbana e a rural (4).

A natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia coma natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada. E a cidade torna-se um centro de consumo de matérias-primas, de alimentos, de energia (6), (4).

Hoje, a quantidade de matérias-primas, madeiras, metais, petróleo e outros produtos naturais, e de energia que é consumida no processo de descartabilidade chega a índices absurdos. O mesmo se pode dizer da quantidade de lixo, de fumaça e de esgotos gerados. Conseqüentemente, as reservas de matéria-prima e de energia se esgotam. Os locais para depósito de lixo já não existem. Os rios, o ar e o solo estão sendo cada vez mais poluídos e envenenados (4).

O grande filósofo e cientista inglês Francis Bacon, já no século XVI, dizia que para se dominar a natureza é preciso primeiramente obedecê-la. Ninguém tem ligado muito para essa frase e, entretanto, ela reflete toda a causa dos nossos problemas ambientais (4).

 

 

Como tomada de consciência, foram realizadas, desde 1972, várias Conferencias como a de Estocolmo (Suécia), onde nasceram as primeiras polêmicas acerca desses complexos temas. Nesse mesmo ano uma entidade formada por importantes empresários, chamada clube de Roma, encomendou ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, um estudo que ficou conhecido como o desenvolvimento zero (5).

Apesar da gradativa evolução de uma consciência ecológica por parte da sociedade, ainda hoje se verifica crimes contra o nosso patrimônio natural, em grande parte praticados por absoluta falta de conhecimento ou de uma melhor conscientização. E uma nação só atinge o equilíbrio social, econômico, cultural e ambiental através de diversos componentes, mas, fundamentalmente, pela variável educacional. Neste contexto, a educação ambiental assume particular importância como elo preponderante de todas as ações voltadas para a questão ambiental (2).

Em 1975, a UNESCO e o Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente – PNUMA a criarem o Programa Internacional de Educação Ambiental – PIEA . Mais tarde, por ocasião da Conferencia Internacional sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi (Geórgia-URSS), no ano de 1977, foram intensificados os esforços no sentido do desenvolvimento da Educação Ambiental Mundial (3).

Para minimizar os problemas de deterioração do meio ambiente, a Unesco propõe uma estratégia internacional de educação ambiental, para o decênio de 1990, fixando como meta prioritária o fortalecimento das diretrizes formuladas pela Conferência de Tbilisi. Considerando que a educação e a formação de recursos humanos na área ambiental são instrumentos fundamentais para tornar o homem mais consciente, responsável e, sobretudo, preparado para desenvolver ações ligadas à preservação da qualidade do meio ambiente, numa perspectiva do desenvolvimento econômico-social, o congresso realizado em Moscou definiu nove pontos prioritários para o plano de ação do Programa Internacional de Educação Ambiental da Unesco-Pnuma (3):

1) Criação do Sistema Internacional de Informação e Intercambio de dados, e, Experiências do Programa Internacional de Educação Ambiental (3);

2) Pesquisa e fomento a experiências com novos conteúdos, métodos e estratégias educacionais para a organização e disseminação da Educação Formal e Não-Forma (3);

3) Promover a educação ambiental e a elaboração de programas de estudos e materiais didáticos para o ensino geral (3);

4) Promover a capacitação e o aperfeiçoamento de recursos humanos para a educação ambiental intra e extra-escolar (3);

5) Incorporar a dimensão do meio ambiente na educação técnica (3);

6) Disseminar a importância da educação ambiental e da formação da opinião publica em temas sobre o meio ambiente através dos meios de comunicação de massa e das novas tecnologias de informação e de comunicação (3);

7) Integrar a dimensão do meio ambiente de forma mais efetiva, na educação universitária através da realização de cursos integrados sobre temas do meio ambiente com aportes das diversas disciplinas acadêmicas, vinculando estes conteúdos aos modelos de desenvolvimento auto-sustentado (3);

8) Promover a formação técnica e cientifica especializada em meio ambiente (3);

9) Desenvolver a educação ambiental numa estreita cooperação entre os níveis internacional e regional (3).

Também a lei que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981, tem entre os seus princípios, a "educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente", e tem ainda, entre os seus objetivos, "a difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico" (Lei 6.938) (1).

A lei n° 5.197, de 30/01/67, determinou que livros escolares com textos sobre a proteção à fauna fossem aprovados pelo Conselho Federal de Educação (2).

O Parecer n°226/87, de 11/03/87, do CEF, que indicou o caráter interdisciplinar da educação ambiental e recomendou sua realização (2).

Em 1989, o MEC, dentro do Programa Nossa Natureza, propôs a implantação da educação ambiental na pré-escola e no ensino fundamental na Amazônia Legal (2).

A conscientização pública é educativa e a educação ambiental é um importante instrumento da conscientização pública. Trata-se de um processo que passa pela educação escolar, pela educação comunitária e pela educação de coletividades ou de massas (1).

A obrigatoriedade da educação ambiental no ensino é, acima de tudo, um compromisso político da Administração Pública que deverá assegurar que a Constituição seja cumprida (1).

1.6.3 – Campos de atuação da Educação Ambiental e Ações Educativas:

 

Pode-se entender a educação ambiental como um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida, visando gerar mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal, assim como contribuir para uma harmonia entre seres humanos e destes com outras formas de vida. Mas também como processo de formação do cidadão a partir da problematização da realidade, propondo a construção de novos valores e atitudes durante a aprendizagem (1).

Na educação escolar as práticas (passeios, campanhas de separação de lixo, etc.) variam desde a educação ambiental como atividade extra-escolar até um currículo voltado para a integração das diferentes disciplinas dentro de uma proposta ecológica ou transdisciplinar comum. Já no plano curricular, a educação ambiental vai da criação ou adaptação de uma disciplina até o planejamento global do ensino, procurando uma aproximação entre as disciplinas e a realidade da comunidade, num exercício de interdisciplinaridade e integração (1).

Para que educação ambiental e conscientização ambiental sejam alcançadas e exercidas, é importante coordenar três campos interligados de atuação: escola, comunidade e meios de comunicação (1).

As ações educativas deverão ser desenvolvidas objetivando:

·Apoiar ações voltadas para a incorporação da temática ambiental, de forma interdisciplinar, nos currículos de 1° e 2° grau, com a participação da comunidade (2);

·Estimular e apoiar a participação das instituições de ensino superior no processo de conhecimento das questões ambientais e sua utilização nos cursos de graduação e pós-graduação (2);

·Incentivar a participação das instituições de ensino superior no apoio aos diferentes sistemas educacionais, no desenvolvimento de ações previstas nesta linha programática (2);

·Apoiar e promover intercâmbio e colaboração entre organismos envolvidos com educação ambiental (2).

Antropologicamente, educação é um processo de socialização por meio do qual o indivíduo humano adquire os valores, as atitudes e os comportamentos de sua sociedade e de sua cultura. E ao adquirir, assim, uma personalidade e uma cultura, a pessoa pode aprender, também, a noção – crucial para a sobrevivência com liberdade e responsabilidade – de que a sociedade e a cultura são tanto mantidas como passíveis de serem transformadas, no espaço e no tempo, através da socialização dos seus membros. Quando isso ocorre, a educação alcança o seu papel maior – educativo – que é o de transcender sua função meramente reprodutiva, em favor da função criativa. Portanto, a educação pode ser entendida como um dos mais poderosos instrumentos, paradoxalmente, tanto de estabilização como de mudança das pessoas e da ordem sócio-econômica e cultural. E a educação, nesse sentido, torna-se um processo de intervenção psicossocial e eticamente aceitável, porque, em princípio, promove os valores de liberdade e de responsabilidade. Assim, a educação ambiental – seja ela formal ou informal – torna-se um poderoso instrumento capaz de transformar as interações homem-ambiente, e, assim, as relações homem-natureza. A educação ambiental, por isso, permeia todas as questões ambientais e de desenvolvimento sócio-econômico (2).

Na prática, porém, o objeto idealizado da educação ambiental deve ser traduzido em termos de cada realidade espaço-temporal, em função de suas características sócio-econômicas, culturais e políticas, o que, evidentemente, inclui as interações ambientais dos empreendimentos humanos (2).

A educação ambiental é o principal caminho para a conscientização do homem, para maior aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de atitudes e habilidades que lhe permitam atuar como cidadão e participar ativar e responsavelmente na tomada de decisão sobre o futuro do nosso planeta. Ela estará atrelada à questão de se enxergar um certo efeito no ambiente, gerado pelas ações humanas, como sendo positivo ou negativo, como sendo, portanto, favorável ou prejudicial. Estando ela vinculada a uma realidade sócio-econômica-cultural construída historicamente através de relações sociais, num determinado tempo e espaço. Desse modo, a busca de diretrizes para uma política de desenvolvimento e conservação dos recursos naturais deve pautar-se pelo estabelecimento de uma nova ética, que exige novas reflexões e ações sobre a dignidade, as contradições, as opressões e as desigualdades, onde a qualidade de vida seja elemento mediador na relação sociedade-natureza (2), (3).

A educação ambiental busca um novo ideário comportamental, tanto no âmbito individual quanto coletivo. Ela deve começar em casa, ganhar as praças e as ruas, atingir os bairros e as periferias, evidenciar as peculiaridades regionais, apontando para o nacional e o global. Deve gerar conhecimento local sem perder de vista o global, precisa necessariamente revitalizar a pesquisa de campo, no sentido de uma participação pesquisante, que envolva pais, alunos, professores e comunidade. É um passo fundamental para a conquista da cidadania. Torna-se, portanto, torna-se necessária a consolidação de um entendimento mais amplo do processo de educação ambiental, ou seja, de que a educação ao trabalhar com as questões ambientais não se reduza ao ensino ou a defesa da ecologia.A educação ambiental deve, sim, ser, encarada como um processo voltado para a apreciação da questão ambiental sob sua perspectiva histórica, antropológica, econômica, social, cultural e ecológica, enfim, como educação política, na medida em que são decisões políticas todas as que, em que qualquer nível, dá lugar as ações que afetam o meio ambiente (3).

A educação ambiental, quando organizada como atividade enriquecedora do currículo, apresenta, com significativa freqüência, um caráter estanque e episódio - campanhas, seminários e excursões – onde as atividades são dissociadas dos conteúdos básicos do programa. A análise dos materiais e dos procedimentos didáticos utilizados para o tratamento do tema refletem que o processo se dá de forma desarticulada dos problemas ambientais vivenciados pelos alunos (3).

Têm-se basicamente três dificuldades a serem vencidas (3): A busca de alternativas metodológicas que façam convergir o enfoque disciplinar para o interdisciplinar; a barreira rígida da estrutura curricular em termos de grade horária, conteúdos mínimos, avaliação, etc.;e a sensibilização do corpo docente para a mudança de uma pratica estabelecida, frente às dificuldades de novos desafios e reformulações que exigem trabalho e criatividade (3).

            No âmbito da educação não-formal, a concretização da cidadania, domínio estabelecido por ato constitucional, deve se efetivar pela construção de uma organização social que privilegie uma nova ética, uma justa distribuição de riquezas com melhor qualidade de vida e bem-estar social. Neste sentido, buscar trabalhar questões afetas as necessidades de um dado grupo significa fazer eclodir do próprio grupo as soluções possíveis para a temática ambiental em causa. Porém, há que se perceber, ainda, que trabalhar situações-problemas, de interesse coletivo ou de grupo, significa mediar conflitos. O papel do educador neste processo será o de criar condições para o diálogo dos diferentes segmentos afetos ao problema, buscando formular estratégias, que através de processos participativos, façam explicitar os interesses diversos (Quintas & Gualda, 1995) (3).

Ações e atividades de educação, voltadas para questões ambientais, junto a comunidades, devem priorizar aquelas com organizações coletivas, frente a situações-problema ambientais de sua vivencia e convivência. Entidades da sociedade civil como sindicatos de categorias, associações profissionais, amigos de bairro, etc., devem buscar situações concretas, relacionadas a seu ambiente de trabalho e ao ambiente de moradia, a poluição, a saúde e saneamento básico, a agrotóxicos, a políticas publicas, a devastação de recursos naturais, etc., naquilo que forem pertinentes às atividades do grupo, para formalizar propostas de ações (Aguiar, 1994) (3).

Reconhecendo que a escola não é o único local de aprendizado, torna-se fundamental buscar diálogo com o conhecimento que as pessoas têm acerca do ambiente, aprendido informal e impiricamente em sua vivência e prática social, respeitando-as, questionando-as, levando-as a repensar o aprendido. Possibilita-las a formular e expressar suas idéias, descobertas, a elaborar os seus próprios enunciados e propostas (2).

Considera-se como pressuposto que os trabalhos de educação devem partir de uma abordagem que se fundamente na vivência intensa e íntima com as comunidades e no respeito aos diferentes saberes, criando condições para que cada grupo envolvido explicite o fazer educacional que lhes seja adequado (3).

A construção de uma proposta de Educação Ambiental emancipatória e comprometida com o exercício da cidadania exige a explicação de pressupostos que devem fundamentar sua prática, entre os quais destacam-se (7):

a) O meio ambiente ecologicamente equilibrado é: direito de todos; bem de uso comum; e essencial à sadia qualidade de vida (7).

b) Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para presentes e futuras gerações é dever: do poder público; e da coletividade (7).

c) Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado antes de ser um dever é um compromisso ético com as presentes e futuras gerações (7).

d) No caso do Brasil, o compromisso ético de preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações implica: construir um estilo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente seguro num contexto de dependência econômica e exclusão social; praticar uma gestão ambiental democrática, fundada no princípio de que todas as espécies têm direito de viver no planeta, num contexto de privilégios para poucos e obrigações para muitos (7).

e) A gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e conflitos entre atores sociais que agem sobre os meios físico-natural e construído. Este processo de mediação define e redefine, continuamente, o modo como os diferentes atores sociais, por meio de suas práticas, alteram a qualidade do meio ambiente, e, também, como se distribuem os custos e os benefícios decorrentes da ação desses agentes (7).

f) A gestão ambiental não é neutra. O poder público, ao assumir determinada postura diante de um problema ambiental está de fato definindo quem ficará na sociedade e no país, com os custos e os benefícios advindos da ação antrópica sobre o meio, seja ele físico-natural ou construído (7).

g) Ao praticar a gestão ambiental, o poder público distribui custos e benefícios de modo assimétrico na sociedade (7).

h) A sociedade não é o lugar da harmonia, mas, sobretudo, de conflitos e dos confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (política, econômica, das relações sociais, dos valores, etc.) (7).

i) Apesar de sermos todos seres humanos, quando se trata de transformar, decidir, ou influenciar sobre a transformação do meio ambiente, há na sociedade uns que podem mais do que outros (7).

j) O modo de perceber determinado problema ambiental, ou mesmo a aceitação de sua existência, não é meramente uma questão cognitiva, mas, é mediado por interesses econômicos, políticos, posição ideológica, e ocorre em determinado contexto social, político, espacial e temporal (7).

l) A educação no Processo de Gestão Ambiental deve proporcionar condições para produção e aquisição de conhecimentos e habilidades, e o desenvolvimento de atitudes visando a participação do cidadão, principalmente, de forma coletiva: na gestão do uso dos recursos ambientais; e na concepção e aplicação das decisões que afetam a qualidade dos meios físico-natural e social (7).

m) Os sujeitos da ação educativa devem ser, prioritariamente, segmentos sociais que são afetados e onerados, de forma direta, pelo ato de gestão ambiental e dispõem de menos condições para intervirem no processo decisório, sobre a apropriação e o uso dos recursos ambientais (7).

O educador deve dominar os conhecimentos básicos sobre gestão ambiental pública e ser capaz de planejar e coordenar processos educativos desenvolvidos com jovens e adultos, em diferentes contextos socioambientais, utilizando procedimentos metodológicos adequados (7).

Os Centros de Educação Ambiental – CEA – englobam uma considerável diversidade de iniciativas, as quais apresentam uma gama de denominações e nomenclaturas. Essas iniciativas, de com José Guitiérrez Pérez (1995), contam no mínimo, com (8):

a) Projeto educativo, que explicita os princípios educativos e ambientais sobre os quais se assenta, assim como os objetivos que persegue, as metodologias que aplica, as atividades que realiza, os recursos que utiliza e os usuários aos quais se oferece (8);

b) Equipe de profissionais devidamente qualificada e em número suficiente para atender as demandas dos diversos usuários aos quais se dirige (8);

c) Espaços organizados, localizados em paisagens rurais, espaços naturais ou espaços urbanos, que constituem cenários pedagógicos adequados para a consecução de seus objetivos, em função da tipologia de usuários (8);

d) Recursos e materiais adequados para a realização das atividades previstas no Projeto Educativo e coerentes com os princípios da Educação Ambiental (8);

e) Estratégia avaliativa adequada a sua planificação, instrumentos e agentes que, presentes no Projeto Educativo, explicitam quem, como e quando se avaliam os programas desenvolvidos, de modo que se garanta a retroalimentação do projeto (8).

Diversas Instituições do setor público, privado e do terceiro setor tem implementado iniciativas de CEAs, conferindo a elas uma diversidade considerável. Elas podem desenvolver uma série de atividades, cumprindo diferentes funções. Em geral, estruturam-se para destinar-se ao desenvolvimento de ações com diversos objetivos, como (8):

ØDisponibilizar informações (8);

ØEstimular processos de reflexão crítica sobre os problemas ambientais atuais e a revisão de valores (8);

ØPromover ações de caráter formativo (8);

ØDesenvolver atividades interpretativas e de sensibilização, e de contato com a natureza (8);

ØDelinear e implementar projetos, consultorias, eventos diversos (8);

ØArticular com entidades e pessoas para potencializar ações comunitárias locais (8);

ØConstituir-se em espaço de lazer ou de realização de atividades lúdicas e culturais (8);

ØDesenvolver projetos de pesquisa e de produção de conhecimento (8).

 

Iniciativas de CEAs constituem-se em potenciais e reais instrumentos de construção, articulação e implementação de ações, programa e projetos de Educação Ambiental, que podem se encaixar em todas as realidades e regiões do país e que podem atuar junto a distintos segmentos populacionais. Há ainda um grande leque de instituições que se responsabilizam por serem promotoras e gestoras de CEAs no país, o que amplia a potencialidade dessas iniciativas (8).

 

 2. MATERIAIS E MÉTODOS

 

 

O trabalho foi desenvolvido a partir do levantamento bibliográfico acerca do tema apresentado. Houve aplicação de um questionário fechado a 50 participantes das localidades de São Gonçalo e Guapimirim, com diferentes faixas etárias, objetivando-se conhecer o nível de consciência ecológica das diferentes gerações, com diferentes graus de escolaridade, visando-se saber como a consciência ecológica vem ocorrendo ao longo dos anos e como a educação ambiental tem influenciado na aquisição dessa consciência.

 

3. RESULTADOS

 

 

 

Foram aplicados questionários a 50 pessoas, de diferentes faixas etárias, nas localidades de São Gonçalo e Guapimirim.

Dentre os entrevistados, a grande maioria apresentaram conhecimentos relativos a preservação ambiental, enquanto uma pequena minoria, ignoraram esses conhecimentos.

Os dados podem ser melhor observados através dos gráficos a seguir:

 

 

Gráfico 1: Conhecimento sobre quem detém o dever de exercer a educação ambiental.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 2: Conhecimento sobre o ideal destino do lixo doméstico.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 3: Conhecimento sobre a importância de não jogar lixo no chão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 4: Conhecimento sobre como não desperdiçar a água.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 5: Conhecimento sobre a importância da utilização de produtos biodegradáveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 6: Conhecimento sobre a importância da racionalização energética.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 7: Conhecimento sobre a importância de conscientizarmos outras pessoas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4. DISCUSSÃO

 

 

Interpretando tais gráficos, pode-se notar que uma grande porcentagem de cidadãos possuem informações consideráveis sobre a preservação ambiental, decorrentes de uma educação ambiental formal ou informal. Percebem que a educação ambiental é um dever de todos, não jogam o lixo em terrenos ou ruas, economizam energia e água, utilizam produtos de limpeza biodegradáveis e conscientizam outras pessoas da importância da preservação ambiental. Assim pode-se notar que se faz real a informação do autor que diz que a educação ambiental é um processo de aprendizagem permanente, sendo baseado no respeito a todas as formas de vida, visando gerar mudanças na qualidade de vida e maior consciência de conduta pessoal (1). Os indivíduos passam a perceber que são responsáveis por manter e por transformar a sociedade, a cultura e as relações homem-ambiente. Eles passam a enxergar os efeitos das ações humanas no ambiente, passando a desenvolver atitudes e habilidades que lhe permitam atuar como cidadãos de forma ativa e responsável na tomada de decisão sobre o futuro do planeta (2). Enquanto uma pequena porcentagem possue uma deficiência de informações sobre a preservação ambiental, notificando a idéia do autor que afirma que apesar de uma gradativa evolução de uma consciência ecológica por parte da sociedade, ainda hoje se verifica crimes contra o nosso patrimônio natural, em grande parte praticados por absoluta falta de conhecimento ou de uma melhor conscientização (2).

 

 

5. CONCLUSÃO

 

 

Conclui-se que a educação ambiental, apesar de ter ganhado um grande espaço na sociedade, precisa crescer, de modo a tornar os cidadãos mais consciente de seus atos, e de que a natureza é um bem finito que precisa ser preservado para as presentes e futuras gerações.

 

 

 

 

 

 

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

1. Acserlrad, H.; Vieira, L.; Guarany. R. Ecologia: Direito do Cidadão. Rio de Janeiro: Gráfica JB, 1993.

 

2. IBAMA. Desenvolvimento e Educação Ambiental. Ministério da Educação Ambiental. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais: Seminário de Desenvolvimento e Educação Ambiental. Brasília: Edições Ibama, 1992.

 

3. OLIVEIRA, E.M. Educação Ambiental: Uma possível Abordagem. 2 ed. Brasília: UnB, 2000.

 

4. BRANCO, S.M. Ecologia da Cidade. São Paulo: Moderna, 1991.

 

 

5. SENE, E.; MOREIRA, C.M. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização. São Paulo: Scipione, 1999.

 

6. VESENTINI, J.W. Geografia Geral e do Brasil: Sociedade e Espaço. 41 ed. São Paulo: Ática, 1999.

 

7. IBAMA. Como o IBAMA Exerce a Educação Ambiental. Coordenação Geral de Educação Ambiental. Brasília:Edições Ibama, 2002.

 

 

8. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental. Centros de Educação Ambiental: Manual de Orientação do Meio Ambiente. Brasília: MMA, 2004.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7 – ANEXO

 

Questionário:

 

1) A preservação ambiental é dever de quem?

() Dos governantes.

() Da população.

() De todos

 

2) Qual o destino do seu lixo doméstico?

() É queimado.

() É jogado em rios ou terrenos.

() É coletado pelo serviço de limpeza urbana.

 

3) Quando você come algo na rua, como procede para descartar a embalagem?

() Joga o papel no chão, pois não encontra lixeira.

() Leva o papel até encontrar uma lixeira.

 

4) Você lava a calçada e/ou a rua?

() Sim() Não

 

5) Você utiliza produtos de limpeza biodegradáveis?

() Sim() Não

 

6) Economizando energia eu preservo o ambiente?

() Sim() Não

 

7) Quando vejo meu próximo destruindo o meio ambiente:

() Não faço nada, pois cada um deve fazer a sua parte.

() Converso com ele, explicando como deve agir.