A Economia Criativa como dispositivo no combate a violência nas periferias dos grandes centros.

Em 1990 na Austrália, ouviu-se pela primeira vez o termo economia criativa, desde então diversos países fomentaram políticas, para o fenômeno que se tornaria uma classificação para um conjunto de atividades que focava na capacidade individual e coletiva de gerar sustentabilidade a grupos, que não detinham capacidade econômica para investimento com grandes capitais. A vocação individual e coletiva de criar interagir com o tradicional e o novo, com a cultura e a tecnologia, com o sofisticado e o popular, tem suporte em diversas camadas das sociedades modernas, o que trouxe a economia global novas formas de negócios e empreendimentos locais. Esse eixo da economia debruça-se primariamente em 3 pilares: 1 - indústrias criativas – Intercessão entre indústrias de mídia e informação e o setor cultural e das artes; 2 - Economia da cultura – tentativa de monetização de produtos, bens e serviços culturais; 3 – Intervenção cultural da economia – quando a cultura remete valor a determinado área da  economia, trazendo resultados positivos como é no turismo cultural. Está área da economia pode ser subdivididas em: Gastronomia, Arquitetura, Publicidade, Design, Artes, Antiguidades, Artesanato, Moda, Cinema e VídeoTelevisão,Editoração e Publicações, Artes Cênicas, Rádio, Softwares de lazer, Música,Fotografia,Ciência e Medicina,  Inovação no Varejo

 “O talento individual é o principal componente organizacional e provoca diferenciação competitiva, notadamente na fase de criação, estabelecendo um genuíno padrão de flexibilidade nas redes de produção. Os relacionamentos informais são intensos e, muitas vezes, provocam desequilíbrio entre as funções de criação e gestão.” Eliana Marinho - Gerente de Desenvolvimento da Economia Criativa do SEBRAE/RJ.

É reconhecido o baixo investimento, de recursos públicos em áreas dos grandes centros e rurais, onde percebe uma concentração, marcada por índices negativos de desenvolvimento, por consequência, nota-se o aumento considerado, da criminalidade, geralmente entre jovens, seja nas periferias das grandes metrópoles, ou agora também nas zonas de produção agrícola.

Segundo o Relatório Anual das desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010,  a mortalidade de membros destas comunidades concentradas nos grandes centros,  é crescente, e este índice de agravamento social, não sofreu descontinuidade. (Relatório Anual das desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 Ed. Garamound Universitária, pág. 253). Evidentemente estes dados, traz ao observador, a interpretação, que existe a ausência do Estado como patrocinador de políticas que possam intervir em bolsões de pobreza, em comunidades rurais, em grupos capacitados ou não, vivendo em vulnerabilidades.

A economia criativa com incentivo financeiro público, com apoio e capacitação, qualificando e criando alternativas para promover a capacidade local, confrontando a violência com alternativa de geração renda, trará resultados rápidos e satisfatórios para este país de desiguais.

Daniel Peixoto é Professor e Pesquisado em História Social, Blogueiro e crítico de Cinema.

Referências

 REIS, A.C. “ECONOMIA CRIATIVA: COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO: UMA VISÃO DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO”. São Paulo: Itaú Cultural, 2008.

UNCTAD (2010). “Creative Economy Report 2010“. UNCTAD/DTIC/TAB/December 2010. Disponível em: http://www.unctad.org/en/docs/ditctab20103_en.pdf. Acessado em: 22/08/2015

SEBRAE. O Que é Economia Criativa. Disponível em: (http://www.sebrae.com.br/setor/ cultura-e-entretenimento/o-setor/economia-criativa). Acessado em16/08/2015.