A dor da alma é inexplicável, mesmo pessoas aparentemente felizes, com seus empregos bons, família e filhos a sentem. Como pode uma decepção doer tanto? É um erro pensar que podemos voltar atrás, refazer decisões, ou mudar o que já foi feito. A vida é como um rio que corre um uma única via, não tem volta. O que passou e foi bom, jamais voltará. Isso acontece porque mudamos nossos conceitos, passamos a pensar de forma diferente e quando nos damos conta perdemos nossa juventude. Este é o processo da vida, mas não precisa ser assim, manter os sonhos e a ingenuidade da juventude em certos aspectos da vida é o que nos impede de envelhcermos. E envelhecemos quando perdemos a capacidade de olhar o céu azul, olhar as nuvens formando desenhos, a capacidade de observar a chuva e ouvir o som do silêncio mentalmente. Envelhecemos quando nossos sonhos se acabam, quando não temos mais o desejo de andar de maõs dadas, de correr na chuva. Perder a capacidade de sonhar é o que nos torna amargos com a vida e infelizes, fazendo nossa alma adoecer.

A alma dói por vários motivos. As decepções amorosas, a perda de entes queridos, as situações estressantes duradouras entre outros conflitos da vida humana. A dor da alma nos faz perder também a alegria de viver. Alegria que não passa de momentos que perduram pela eternidade, afinal foram momentos que nos trouxeram sentimentos de prazer e paz. O mundo busca a paz, não a paz bélica, mas a paz interior, não a encontrando porque está focado na busca frenética de uma vida mais confortável, escrvizado pelas  novidades tecnológicas, se fastando cada vez mais do seu lado humano que quer ser inocente, brincar como uma criança, sorrir de sí mesmo, amar e ser amado.

Atualmente, a dor da alma está intimamente ligada a vivência e  a falta de afeto, não existe vivência sem afeto. Isso faz a diferença entre a vida e a biografia de uma pessoa; a vida é uma sucessão de vivências e a biografia, uma seqüência de fatos. pois se o homem não tem tempo para ele mesmo, que dirá para ter sentimentos afetivos, nossos filhos, amigos ou família. Enfim, a dor da Alma é o dilema do afeto e vivência versus indiferença. Se somos rejeitados de alguma forma, nossa alma irá se manifestar afetando o nosso estado de ânimo.

O estado de ânimo influi consideravelmente na direção de nossa condu­ta e no curso do pensamento. "A euforia faz o pensamento fácil, a tristeza torna-o arrastado e lânguido." As emoções influenciam e, algumas vezes, che­gam a dominar de modo completo o curso do pensamento e como consequência nossa alma responde.

__ Marco Aurélio Lima