A dominação das empresas sobre a vida e mentalidade dos trabalhadores Brasileiros.
Gimenes, Thiago
Resumo:

Durante décadas travaram-se lutas contra a dominação exploratória do sistema capitalista sobre a vida dos trabalhadores. Capitalismo este que torna-se figurado nas empresas contemporâneas, que se utilizam da Mão de obra humana para gerar a mais valia. O que se percebe é que este sistema exploratório encontra-se no seu auge, e se concretiza a custa de uma submissão incondicional das classes menos favorecidas socialmente.
Palavras ? chave: mais-valia, pauperismo, assistencialismo.

1.O capitalismo

Como uma forma evoluída do mercantilismo, o capitalismo surge em principio enfrentando diversas manifestações partidas da classe trabalhadora, que não admitira as condições de vida a que estavam sendo submetidos. No contexto brasileiro, a consolidação deste sistema se dá ainda na republica velha, e maioria da população ainda se encontra vivendo na área rural. A situação em que se encontram os trabalhadores é preocupante, já que se reuniam em torno das unidades fabris vivendo em uma completa situação de falta de água, esgoto, energia e total insalubridade. A exploração chegara a tal ponto, que uma pessoa trabalha 14 horas, no inicio do século (1920), em1911, será em média 11 horas e, por volta de 1920, de 10 horas. Para suprir as necessidades destas famílias, eram necessários que todas as pessoas da família cumprissem a missão do trabalho, não eximindo criança, idoso e nem mulheres.
A exploração desencadeia a revolta, Trabalhadores outrora livres iniciam uma revolta contra as maquinas. Acreditando que estas eram seus dominadores, destroem-nas juntamente com a indústria. São recebidos pelo poder coercitivo da policia, é com esta coação física que o governo vai tratar a classe trabalhadora até o fim da republica velha. Segundo Karl Marx e Frederick Engels (1988), "O governo do estado moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda classe burguesa", mostrando que, o estado estuda o que é melhor para a classe no poder, relegando ao resto o assistencialismo preventivo. Em casos de revolta a coação militar.

2.Pobreza produzida pelo capitalismo

A concretização dos objetivos capitalistas das empresas fez surgir grandes problemas sociais. Segundo estudos:
O Brasil é um campeão de concentração de renda e riqueza. O salário mínimo é dos mais baixos do mundo. Segundo dados do IBGE ? indicadores sociais 1999 ? um rico ganha o mesmo que 50 pobres; 1% da população brasileira detém 13,8 % da renda total do país, e os 50% mais pobres com 13,5%. Conforme o IPEA 60 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza (80 reais por mês) e dentre estes 24 milhões vivem abaixo da linha da indigência, isto é, com 40,00 reais por mês. (MARTINS, 1991).

Outros problemas que surge com esta pobreza seriam a criminalidade, a adentrada no mundo das drogas pelos jovens, a falta de cultura, falta de intelectualidade critica, pouco acesso a oportunidades, exclusão social e demais formas pauperização. Tiramos dai a idéia de que a estrutura capitalista que nos submete as empresas contemporâneas, não somente causam a pobreza material, mas retira do ser humano o direito á intelectualidade, a cultura e a liberdade de bem estar, já que uma pessoa pobre certamente passa a vida se preocupando com o dia seguinte, não restando tempo para serem feliz.

3.A falsa idéia de liberdade do trabalhador

O trabalhador nos dias atuais é levado a crer em uma utópica idéia de liberdade. Esse homem se encontra totalmente alienado, recebendo mensagens de submissão e conformismo, frente a este sistema de produção. O homem se tornará livre para vender sua força de trabalho para quem bem entenda. Mas na realidade, o que se percebe é um exército sobrante de pessoas que são obrigadas a trabalhar para possuir e manter seu estado de bem estar. Quem se nega a aceitar a forma de dominação das empresas, se transforma em um ser marginal, que se mantêm as beiras da sociedade e, é visto como um diferente.
As próprias empresas mantêm regras, a que os "colaboradores" modernos estão submetidos. A lei trabalhista conquistada com muito sangue e lutas pela classe, transforma-se em simples papéis inúteis. Hoje, se um funcionário que não se submete as horas extras estabelecidas pela empresa, poderá certamente receber uma demissão sem justa causa por se negar a cumprilás. Uma pessoa que se negue a trabalhar aos finais de semana e feriados, mesmo cumprindo sua carga horária durante esta, também se submete ao desemprego. Por isso é que podemos dizer que existe normas internas que são escravizantes, e que senão cumpridas, colocam a pessoa numa situação de conflito com a empresa.
Os recursos humanos que controlam todo o pessoal são uma ferramenta de triagem, que trabalha em prol desta dominação. Ao contratar fazem uma análise sobre o passado do candidato, visando o integração física o intelectual do trabalhador. Se percebem uma capacidade critica e intelectual em relação às condições de trabalho e direitos, descartam sem exitar. Ou seja, não existe liberdade. Ou se vende, respeitando as normas exploratórias, ou se torna mais um na massa de reserva, mais conhecido como desempregado.

Conclusão

Podemos afirmar que, vivemos em um momento em que a submissão se torna obrigatório dentro das empresas sejam elas grandes ou pequenas. Visando os seus objetivos o ser humano trabalhador já não é mais visto como tal passa a ser apenas mais uma engrenagem nesta maquina econômica. A escravidão novamente se renova com nova mascara, a diferença é que retornamos agora para nossa senzala particular ao final do dia. Somos privados de inteligência, de cultura e felicidade, pois ser pobre é padecer no paraíso de outros. Chegamos em um momento em que os trabalhadores alienados, tornaram-se individualistas e não mais se reúnem em prol de seus objetivos. A classe esta totalmente desestruturada, propiciando uma fácil dominação. Necessitasse uma visão mais humana por parte dos empresários, uma reunificação dos trabalhadores, para que a luta que ainda encontra um imenso horizonte não morra, e para que não retornemos a receber chibatadas, quando contrariarmos os abusos do capitalismo moderno.