INTRODUÇÃO
Estado é a organização política de um país, ou seja, a estrutura de poder instituída sobre determinado território ou população. Poder, território e povo são, conseqüentemente, os elementos componentes do conceito de Estado, que com eles deve estar identificado. Mas com o passar do tempo, as crises periódicas fazem aumentar o desemprego, proletarizam as classes intermediárias e empobrecem a classe operária. A ação revolucionária dos oprimidos, ou seja, da classe operária, deve incidir sobre o sistema capitalista. A tomada do poder por essa classe implicaria a instauração de um Estado socialista transitório, a ditadura do proletariado, que se dissolveria após cumprir sua missão de organizar o sistema coletivista e liquidar as antigas classes sociais. Depois dessa fase se chegaria finalmente ao comunismo, sociedade sem classes e sem exploração do homem pelo homem.
Expondo o assunto em termos mais atuais, pode-se dizer, que no pensamento marxista, o Estado, não passa de uma representação lobista em função do Capitalismo e da propriedade privada, que tem como função assegurar a reprodução e acúmulo de capital, bem como, conservar a dominação e a exploração de classe, onde o "rico" cada vês fica mais "rico" e o "pobre" cada vês mais "pobre.
Esse pensamento, contradiz trabalhos recentes, que vêem a preocupação do Estado em explorar e explicar sua "autonomia relativa" e as complexidades que envolvem suas relações com a sociedade.
Marx diz que o Estado não representa interesse geral, que ao contrário, antes defende o interesse da propriedade. E complementa, concluindo posteriormente, que somente a "emancipação política, não provocaria a "emancipação humana" e acrescenta, que a reorganização muito maior, mais completa, da sociedade, era exigida, cujo principal aspecto era a abolição da propriedade.
O Estado é em geral, o Estado da classe mais poderosa, economicamente dominada, que, por meio dele, torna-se igualmente a classe politicamente dominante, adquirindo com isso novos meios de dominar e explorar a classe oprimida.
1 Graduanda do Curso de Engenharia Civil pela ISEIB – PROMINAS de Montes Claros-MG.
Isso, porém, deixa em aberto, a questão do porque e como o Estado, enquanto instituição distinta da classe ou das classes economicamente dominante, desempenha esse papel. E essa questão é particularmente relevante na sociedade capitalista, onde a distância entre o Estado e as forças econômicas é, em geral, bem acentuada. Como se ve.
O PENSAMENTO DE KARL MARX
O pensamento de Karl Marx mudou radicalmente a historia política da humanidade. Inspirada em suas idéias, metade da população do mundo empreendeu a revolução socialista, na intenção de coletivizar as riquezas e distribuir justiça social.
Para Marx, política = Estado = Liberdade = Racionalidade = Universalidade. Em 1843, ele acreditava que a política podia resolver todos os problemas da sociedade. Se exilou de vários países por onde passou. Para ele, a sociedade tem basicamente duas classes. Os proprietários dos meios de produção e os não proprietários.
"O estado é violência concentrada a serviço da classe dominante. Essa era a sua definição sobre o estado. Ele odiava a igreja. Para ele, a religião é o ópio do povo. Um ser totalmente materialista, assim o podemos definir".
"Enquanto para Hegel a realidade se faz filosofia, para Marx a Filosofia precisa incidir sobre a realidade. O núcleo do pensamento de Marx é sua interpretação do homem, que começa com a necessidade humana. A história se inicia com o próprio homem que, na busca da satisfação de necessidades, luta conta a natureza. À medida que luta, o homem se descobre como ser produtivo e passa a ter consciência de si mesmo e do mundo. Percebe então que, a história é o progresso de criação do homem pelo trabalho humano" 2.
Infelizmente em nosso país, os trabalhadores não têm informações sobre os seus direitos e nem a sua garantia. É uma afronta ver milhares de famílias sem moradia, enquanto os deputados recebem auxílio moradia de três mil reais, auxílio para compra de gravatas de cento e cinqüenta reais, sendo este o mesmo salário bruto de um trabalhador por 240 horas de trabalho. O nível de alienação dessas classes é muito grande, conforme vemos em citação abaixo:
Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade, base do liberalismo, criou a idéia de estado como órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la através do poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou, entretanto, que na sociedade burguesa, esse Estado representa apenas a classe dominante e age conforme o interesse desta 3.
2 Citação: conforme NOVA ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1997, p.342. V.09
3 Sociologia: Introdução à Ciência da Sociedade, COSTA, Maria Cristina Castilho, p.73.
Capaz de ameaçar o trabalho e a consciência humana desde seus primórdios, a alienação afeta principalmente o homem do mundo moderno, em que as relações sociais se tornam cada vez mais determinadas por seu aspecto mercantil, ou econômico-financeiro. Para Marx, a alienação é provocada pela divisão do trabalho e pela separação entre o trabalho e o produto dele resultante.
Atualmente, o que se entende como trabalho humano abstrato nada mais é do que o princípio real do processo efetivo da produção e quaisquer mercadorias.
Nenhuma teoria pode modificar ou negar a situação básica produtora de alienação inerente ao modo capitalista de produção, sobretudo no sistema capitalista, em que o trabalho humano se processa de modo a produzir coisas que imediatamente serão separadas dos interesses e do alcance de quem a produziu.