Introdução. O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP acaba de realizar o primeiro enxerto de pele artificial do Brasil. A cirurgia aconteceu no último dia 21 em dois pacientes vítimas de queimaduras. A pele artificial era utilizada apenas nos Estados Unidos e Europa, em cirurgias plásticas e na recuperação de queimaduras. É composta por colágeno e glicosaminoglicans, duas substâncias encontradas na derme (segunda camada da pele). O método, desenvolvido por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), da NASA e do Massachusetts General Hospital, foi aprovado em 1999 pelo FDA (Food and Drug Administration), órgão norte-americano responsável pela qualidade e segurança de alimentos e medicamentos. De acordo com o médico Carlos Fontana, chefe do Serviço de Queimados do HC, a pele artificial representa uma verdadeira revolução no tratamento de pacientes que sofreram queimaduras de terceiro grau em grande extensão do corpo. "Não há rejeição ao material, que se integra ao organismo e não precisa ser retirado posteriormente, como acontece com os enxertos de pele natural obtida em bancos de tecido"(Agência USP,2006). Objetivo. A pesquisa objetiva apresentar as principais características relacionadas com as aplicações clínicas de pele artificial (Agência-USP,2006). Metodologia. A pesquisa é bibliográfica com a seleção de dados em bases ( PUBMED, SCIELO,MEDLINE e LILACS) dos anos de 1999 a 2006. Desenvolvimento. A pele artificial , trata-se de uma película de celulose pura microfibrilar biossintética, não oriunda de árvores ou plantas, obtida por biossíntese de bactérias do gênero Acetobacter. É utilizado na substituição de peles com lesão, e é o único curativo biossintético produzido no mundo. É um ideal substituto temporário de pele porque sua estrutura fisiológica é semelhante à pele humana( MA et al.,2001) O primeiro uso desenvolvido foi para a substituição temporária da pele, nas queimaduras de II e III graus, termo-abrasões, úlceras de pele, cobertura de incisões cirúrgicas, lesões traumáticas e escoriações. A inovação do produto está no tipo de substância substituta temporária da pele, que em comparação a outros produtos, apresenta eficiência maior, propiciando recuperação mais rápida e menos dolorosa ao paciente, além de reduzir substancialmente as cicatrizes provocadas por esses tipos de ferimentos (KIM et al.,1999). A pele artificial age com rapidez nos diversos tratamentos de lesões cutâneas como queimaduras, úlceras isquêmicas, áreas doadoras de enxertos, cortes profundos, entre outros. A película protege a região afetada como um verdadeiro substituto da pele, possibilitando a formação da pele natural do paciente. Os curativos tradicionais não são uma barreira bacteriana eficaz e necessitam de trocas diárias - quando arrancados acabam por remover a pele em formação. A pele artificial não precisa ser trocada, desde que não haja contaminação. Conclusão. Conclui-se, portanto, que o produto é uma eficiente barreira bacteriana, possibilitando a recuperação da área afetada sem interrupções criando um meio ambiente ideal para a regeneração da pele sendo que pesquisadores da Universidade de Tóquio, Japão afirmaram ter feito significativos avanços em seus circuitos sensores de pressão, construídos de polímeros orgânicos flexíveis. O material é visto como um dos mais promissores para servir como pele de robôs, dando-lhes sensibilidade ao toque (SOMEYA et al.,2004).Podemos concluir que este avanço tecnológico se traduz como foco de pesquisas para o próximo qüinqüênio.




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Home Page: http://www.usp.br/agen/agweb.html acessado em 16/11/2006


BM Kim, S Suzuki, Y Nishimura, SC Um, K Morota, T Cellular artificial skin substitute produced by short period simultaneous culture of fibroblasts. Br J Plast Surg. 1999 Oct;52(7):573-8.

J Ma, H Wang, B He, J Chen - Biomaterials, 2001 A preliminary in vitro study on the fabrication and tissue engineering applications of a novel
Biomaterials. 2001 Feb;22(4):331-6


SOMEYA,T.akao ; SEKITANI,Tsuyoshi ; IBA,Shingo ; KATO,Yusaku ;KAWAGUCHI,Hiroshi ; SAKURAI,Takayasu A large-area, flexible pressure sensor matrix with organic field-effect transistors for artificial skin applications. PNAS | July 6, 2004 | vol. 101 | no. 27 | 9966-9970