A Difusão da Mentira

Não parece ser, mas é! Nem tudo que se vê ou, ouve-se falar pode-se afirmar. São regras, leis, pegadinhas, equívocos ou outra denominação que venha justificar o mal feito em se tratando de inverdades capazes de minar bases, ruindo com históricos recentes ou não. Quando a mentira se faz presente à verdade é vista com olhos da desconfiança. O que era deixa de ser. As raízes enfraquecem e até morrem diante da generalização de falácias mal contadas. O domínio que até então era gerador de energia mantenedora de bons princípios, já não domina tanto assim, permitindo uma subdivisão de poderes delegando com artimanhas o conjunto de interesses fomentados por meia dúzia. E porque não? Se ética – sinônimo de, ou, uma de suas diretrizes formadora de opiniões, - associada ao talento que nos é pertinente bate de frente com conveniências, o que nos resta são as possibilidades! Ainda que pertinentes, mas são! A real existência delas permeando in loco nos faz um pouco menos vulnerável. Ao nos darmos por conta do quanto somos capazes, é imediata a insanidade que de nós se apossa fazendo com que ecloda, de entranhas, projetos resgatados junto à reminiscência única e intransferível! Valores e raridades! O prato perfeito a frente de tudo e de todos. O momento da equiparação e do confronto. O sujeito e o verbo numa batalha de Gigantes tomados por uma única “verdade”. A que irá suplantar de vez resquícios de períodos onde a fragilidade tentou fazer de nós, cacos incontáveis de um fracassado. Neste front, o número de vitoriosos é inexpressivo diante dos derrotados. Por ser estreito o caminho a preferência da maioria é pelo que parece... Eis que prevalecerá a verdade! Com ela e de posse dela, dois caminhos: O da paz, onde deitar e dormir o sono dos justos é uma constante, e o da guerra em que conflitos serão gerados ininterruptamente num interior tomado pela corrosão implacável a nos vigiar apontando para cada uma das sementes da mentira que outrora jogamos ao léu sem medir as consequências. São elas, as sementes, que ao germinarem foram crescendo, dando frutos, e nos tornando escravos das nossas intransigências. Justo ou injusto? Caberá a quem o juízo final? Neste quadro de incertezas caberá espaço ao recomeço, ou não há perdão ao mentiroso autor de tragédias sem medidas? Se há possibilidade de perdão haverá de ter o pedido de perdão! Ou nem isso é fácil ao mentiroso. Talvez pedir perdão para ele é mais pesado que sua consciência. Se for assim, seu mundo será o de trevas e gemidos. É necessário rever conceitos para suprir lacunas. Da soberba  a humildade há um longo caminho o qual nem sempre será possível completar seu percurso sem que haja a presença de alguém que fará a diferença nessa retomada por verdades que nos fazem diferentes. Se esse ombro amigo for o de Jesus, o êxito será completo.

José C. Ramos Berton

Jornalista