A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA NO COTIDIANO ESCOLAR DA 2ª FASE DO 2º CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL MIGUEL GONÇALVES BORGES[1]

Fábio Junior Paes de Morais[2]

Hildenê Guimarães de Sousa[3]

 

Resumo: Sabe-se que a dificuldade de aprendizagem tem sido um dos problemas mais freqüentes nas escolas, principalmente em determinadas disciplinas como, por exemplo, a Matemática. Porém nas ultimas décadas essa problemática vem sendo estudada e analisada por alguns estudiosos para que possam traçar metas que sane ou amenize esta questão. Nessa ótica abordou-se a temática Matemática: um desafio frente aos processos de aprendizagem: A Dificuldade de Aprendizagem em Matemática no Cotidiano Escolar da 2ª fase do 2º ciclo do Ensino Fundamental da Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges com objetivo Observar como os professores de matemática atuam frente à dificuldade de ensino aprendizagem e as estratégias por eles traçadas que valorize o conhecimento prévio e as experiências cotidianas dos alunos como forma de solucionar ou amenizar esse problema. Para a realização da pesquisa utilizou-se das seguintes formas metodológicas: descritiva, qualitativa e etnográfica com embasamento teórico, questionário direcionado a professora titular da sala, e aos alunos, observação e registros fotográficos. Nos últimos tempos, com os avanços científicos na área da educação, fez-se necessário uma revisão no campo de ensino aprendizagem em matemática. Essa revisão objetiva alargar os horizontes das propostas pedagógicas que envolvem a matemática partindo de um principio básico de analise e avaliação dos objetivos da disciplina, pois nossos alunos não são recipientes vazios que precisam ser preenchidos por informações repassadas pelos professores, mais sim, precisam aprimorar suas ideias, modificando-as, pela intervenção escolar. Mediante este contexto, fica explicito que o uso de alguns recursos didáticos na instituição é bastante restrito o que leva professores não o englobarem nos procedimentos didáticos. O projeto esta embasado em diversos autores como: Piaget, Vygotsky,Circe Mary Silva, Anjos, Paulo Freire, D’Ambrósio, Padisóra, Perrenoud, Almeida,PCNs, Macedo e outros. Sua forma organizacional se caracteriza da seguinte forma: Pré – textual e textual; que tem todos os modelos que prosseguiu a pesquisa até a pós – textual. Diante disso, o desafio a ser enfrentada pelo professores de Matemática em relação ao ensino aprendizagem e saber conciliar essa disciplina com o cotidiano do aluno aceitando as mudanças que vem ocorrendo constantemente na sociedade e no espaço escolar.  

 

Palavras-chave: Dificuldade de Aprendizagem; Ensino de Matemática; conhecimento prévio.         

 

1 -Introdução

Este artigo tem como objetivo observar como os professores de matemática atuam frente à dificuldade de ensino aprendizagem e as estratégias por eles traçadas que valorize o conhecimento prévio e as experiências cotidianas dos alunos como forma de solucionar ou amenizar esse problema.

A escola Estadual Miguel Gonçalves Borges situa-se em Primavera do Fontoura município de Canabrava do Norte-MT. Com aproximadamente 3.000 habitantes senso 2002. Á 28 km da sede, localizada entre as duas BR: 080 e 158 e fica próximo ao Rio Comandante Fontoura.

Criada desde 1982 atende a demanda ensino fundamental, médio, EJA e conta com um publico de 300 alunos distribuídos em três turnos: matutino, Vespertino e noturno, sendo que 60% dos alunos moram na zona rural, os quais são conduzidos até a escola em ônibus e microônibus. A mesma e composta por 33 profissionais da educação. A onde maior parte dos professores e um vigilante são graduados pela UNEMAT, Universidade Estadual de Mato Grosso em parceria com CEAD, Centro de Educação Aberta a Distância e Licenciatura Plenas Parceladas. É a minoria que ainda não tem um curso de especialização. e outros já estão ingressado no mestrado.

Ao trilharmos pelos caminhos percorridos pela escola em busca de melhorias na qualidade de ensino, nota-se que a mesma tem atuado de forma significativa no processo de transformação do ensino nessa instituição. Portanto a matemática ainda tem sido o foco de grandes debates em encontros pedagógicos da escola em relação à dificuldade de aprendizagem apresentada pelos alunos referentes à disciplina.

Com isso a escola vem acompanhando as discussões relacionadas às mudanças no ensino da matemática e sua aplicabilidade. Pois o universo que vivemos vem passando por transformações muito rápidas. Com isso faz se necessário á escola buscar uma nova forma de ensinar matemática para contribuir na formação do individuo capaz de acompanhar o ritmo das mudanças, isto è, proporcionar um ensino coerente com a vida moderna e suas constantes transformações.

Segundo a PPP (Projeto político pedagógico) da escola. O ensino dessa disciplina tem como meta ampliar a capacidade reflexiva do aluno conduzindo-o a integração com o meio cultural e social por meio de analise, soluções de problemas de acordo com materiais disponíveis que são dominó, damas, calculadora, material dourado, dentre outros. O estudo dessa disciplina busca o desenvolvimento das habilidades intelectuais do aluno e seu raciocínio de lógica para resolver os desafios cotidianos.

Nesse sentido sabe-se que o conhecimento se da por meio de uma relação de troca. Então ensinar não é repassar aos alunos aquilo que é sabido como se o professor fosse o único detentor do conhecimento e sim criar alternativas de aprendizagem que possibilite a integração dos alunos com os conceitos ensinados despertando suas capacidades de formular novos conceitos e buscar suas próprias respostas. Porém essa prática só é possível com a valorização do que o aluno já sabe e também estimulá-lo de forma motivadora para que possam criar condições que permitam a viabilidade e capacidade de lidar com as informações numéricas, rompendo os desafios sempre de forma critica e independente.

Diante disso tanto o aluno como o professor necessita de estímulos para ter animo de cria metas e fazer acontecer na pratica as orientações que rege o PPP (Plano Político Pedagógico) da escola, pois o mesmo tem por objetivo orientar o fazer pedagógico, mas são propostas que ainda não estão sendo totalmente desenvolvidas na integra e no interior da sala de aula.

A produção do conhecimento cientifico, lógico-matemático, dentro de um contexto histórico, vem passando por várias mudanças ao longo das diferentes épocas.

Neste contexto, em tempos de transformações pela qual esta passando a sociedade, com o do avanço globalização o desenvolvimento no aprendizado da matemática apresenta recurso em consonância com a proposta construtivista.

Em relação a esse caráter ativo de aprendizagem, cabe destacar este novo modelo que valoriza a (ré) elaboração pessoal e a importância do conhecimento prévios dos alunos. Diante disso é fundamental que o professor ao planejar suas aulas reflita sobre a sua prática, buscando o aprimoramento profissional e reformulando um novo plano de ensino, que estimule o aluno a aprender para vencer as resistências e atribuir significados ao que è ensinado.

Este trabalho tem como objetivo observar como os professore de matemática atuam frente á dificuldade de ensino aprendizagem e as estratégias por eles traçadas que valorize o conhecimento prévio e as experiências cotidianas dos alunos de forma solucionar ou amenizar esse problema. Assim, a referente pesquisa propõe em mostrar a transparência e objetividade de como a professora da 2ª fase do 2º ciclo da Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges vem trabalhando a dificuldade de aprendizagem na disciplina de Matemática. No entanto a pesquisa parte de um modelo preestabelecido, ou seja, busca na teoria de alguns estudiosos da educação tais como: Piaget, Vygotsky,Circe Mary Silva, Anjos, Paulo Freire, D’Ambrósio, Padisóra, Perrenoud, Almeida, PCNs, Macedo e outros que foram subsídios necessários para a realização da mesma.

No primeiro capitulo traz o mapeamento da pesquisa o qual tem como principio básico o tema, objetivos, problematização, justificativa, método e revisões bibliográficas. Assim o desenvolvimento do conhecimento cientifico metodológico fica firmado mediante aos autores que aparecem em destaque na pesquisa. No segundo momento trata-se da fundamentação teórica, fornecendo uma síntese sobre dificuldade de aprendizagem em matemática.

Neste contexto a ideia de apresentar novas propostas de educação matemática desdobrada em diferentes linhas metodológicas que tenha a construção do conhecimento pelo o aluno como principio básico é uma das principais funções de mediação do professor de matemática, pois o mesmo deve fazer com que esse conhecimento ajude na formação do aluno de forma que os tornem cidadãos críticos, criativos, e transformador de sua realidade.  

Tanto o professor como o aluno tem que enxergar a matemática no seu cotidiano e perceber que ela é de suma importância em suas atividades diárias, como por exemplo: medir uma área de plantação, vender os seus produtos (gado, porco, galinhas, leite, ovos e outros). Isso pode ser significativo para resolver o problema de dificuldade de aprendizagem nessa área de conhecimento.

O terceiro capítulo apresenta-se a metodologia utilizada no desenvolvimento da pesquisa.

Sabe-se que Metodologia, etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para fazer pesquisa científica, os quais respondem o como fazê-la de forma eficiente. A metodologia é uma disciplina normativa definida como o estudo sistemático e lógico dos princípios que dirigem a pesquisa científica, desde suposições básicas até técnicas de indagação.

Ela consiste numa explicação sobre toda a trajetória do trabalho de pesquisa. Descreve qual o tipo de pesquisa; o instrumento utilizado (questionário); o tempo previsto; o tratamento dos dados coletados; o local de realização da pesquisa. Neste item referenciam-se autores que trabalham a cerca do tipo de pesquisa escolhido. A Metodologia é as explicações minuciosas, detalhadas, rigorosas e exatas de toda ação desenvolvida no trabalho de pesquisa. Tem como finalidade captar e analisar as características dos vários métodos disponíveis, avaliar suas capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações de sua utilização. Assim, a metodologia, mais do que uma descrição formal de técnicas e métodos a serem utilizados na pesquisa científica, indica a opção que o pesquisador diz do quadro teórico para determinada situação prática do problema objeto da pesquisa (Demo, 1995).

O quarto capítulo traz o desenvolvimento da pesquisa por meio da analise dos dados obtidos, onde pode se perceber a real situação do problema de aprendizagem em matemática na 2ª fase do 2º ciclo da Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges.

O quinto momento relata as considerações finais e na sequência as referências bibliográficas e apêndices.

2. A Dificuldade de Aprendizagem no Ensino de Matemática

Os números sempre fizeram parte da vida cotidiana do homem e influenciando diretamente em sua cultura. Assim surge a necessidade de criar um conceito numérico intrínseco.

Portanto a história dos números é uma prática presente desde as civilizações primitivas, quando o homem realizava suas atividades de contagem, trocas comerciais e transações financeiras. De forma que esse processo dava-se por meio de representação numérica simples e simbólica.

Os povos primitivos também desenvolveram a técnica da contagem usando os dedos, desde então esse processo evoluiu e foi se expandido entre as diversas civilizações. Quando o homem começou a dominar a natureza criaram várias estratégias para a realização de cálculos matemáticos. Dentre eles as a contagem com pedrinhas, ossos, madeira, cordas e outros, para quantificar ou medir determinada área de cultivo. Segundo Boyer C. B. 1995 p.20

...Poucos desses registros existem hoje, mas na Checoslováquia foi achado um osso de lobo com profundas incisões em numero de cinquenta e cinco; estavam dispostas em duas séries, com vinte cinco numa e trinta na outra, com riscos em cada série dispostas em grupos de cinco. Tais descobertas arqueológicas fornecem provas de que a ideia de número é muito mais antiga do que os progresso;s tecnológicos como o uso dos metais ou veículos de rodas...

Com isso percebe-se que a escrita numérica esteve presente nas relações econômicas de determinados povos, como por exemplo, os sumérios e islamitas a cerca de 300 anos ac. para representar simbolicamente suas atividades comerciais fazendo desenhos na argila. Já os egípcios inovaram o processo tendo como base o número 60, a representação se dava em pedra, cerâmica e papiro.

Os gregos também tiveram um papel fundamental na conceituação numérica, os mesmos utilizavam os números através do alfabeto e os romanos um sistema repetitivo dos símbolos usando a subtração e a soma. No século VIII os povos árabes expandiram a representação numérica de 0 a 09 por todo ocidente.  Por isso os números estão em nossas vidas e os recursos tecnológicos do qual dispomos hoje não poderiam existir sem esta representação.

Com isso ensino de matemática, nos tempos atuais ainda é considerado um grande vilão do ensino aprendizagem levando os alunos a desenvolverem comportamentos atípicos, visto a dificuldade que apresentam em relação ao elo entre o fazer e o aprender matemática.

Entretanto a matemática é vista como uma das disciplinas mais importante na produção do conhecimento intelectual e que esta acessível somente às mentes superiores, os chamados alunos “inteligentes”.

Em face disso, o fazer pedagógico baseado na teoria tradicional em que valoriza somente os alunos considerados inteligentes, gera a desmotivação e consequentemente a não apreciação pela disciplina. Ao longo dos tempos o desenvolvimento da matemática, apresenta dificuldade e impasses que ainda não foram solucionados. Essa problemática influencia significativamente no processo de evasão escolar que cresce diariamente em virtude da falta de ações que possam transformar essa realidade. Fato este atribuído à dificuldade que tem alguns alunos em relação a certas disciplinas principalmente na área da matemática e também a falta de motivação por parte dos educadores e da instituição escolar.

Outro fator bastante desafiador são as propostas curriculares que se encontram defasadas e longe da realidade do aluno. Então os educadores por entenderem que as reformulações curriculares são decisões extraescolares em que a seleção do conhecimento impõe o que deve ser ensinado, abstém-se do papel de agente na construção do ensino devido o processo de escolarização ser algo construído fora da realidade e necessidade básicas, tanto dos alunos como dos professores.

Na busca de novas metodologias que atendam as necessidades básicas de aprendizagem, a escola tem criado praticas relevantes que interagem e dialogam com dinâmicas valiosas, para que o aluno aprenda tanto em sala de aula quanto nos trabalhos a serem executados fora dela.

Diante desse desafio, educadores e estudiosos da matemática, preocupados com os processos de ensino aprendizagem, buscam novos rumos para pratica pedagógica, avaliando e traçando novas metas, porém segundo D’Ambrósio (1989) diz que:

  ...A abordagem da matemática, em qualquer nível, ainda é tradicional, traçando um panorama no qual a aula é expositiva, o aluno passivo e a pratica se da pela aplicação de um modelo de solução apresentado pelo professor, o aluno acredita que a matemática é um corpo de conceitos verdadeiros e estáticos, dos quais não se duvida e sobre os quais não se devem fazer questionamentos. Os professores, por sua vez, repassam a ideia de uma matemática fechada, acabada preocupando-se muito mais com a quantidade de conteúdo a ser repassado ao aluno, que qualquer outro aspecto do processo ensino aprendizagem...

Baseando nessa citação e em novos conhecimentos adquiridos durante etapas de estudo, a problemática e repensar as praticas pedagógicas e a forma de readequar a disciplina a realidade da sala.

A educação matemática informal faz parte da prática de aprendizagem do cotidiano em que cada grupo social estabelece os seus saberes pela convivência, observação e a experiência repassada pelos os mais velhos sem qualquer plano local ou hora determinada.

Na educação formal exigem que as crianças passe pela escola onde recebam determinados legados culturais, conhecimentos e técnicas consideradas essenciais para sua vida em sociedade.

A educação matemática na lógica emancipadora tende a busca de conhecimento que possam resolver ou amenizar os problemas de ordem social, pois sendo a escola um espaço que exerce grande influencia na educação dos indivíduos deve se pensar em modelos que possibilitam a adaptação em sociedade e o desenvolvimento de suas potencialidades.

O ensino de matemática é bastante desafiador em virtude do processo de ensino aprendizagem ser pautadas nas propostas curriculares que se encontram bastante defasadas e longe da realidade do aluno.

Nesse sentido o ensino de matemática tem sido de suma importância nos currículos escolares por apresentar uma área de conhecimento importante para o desenvolvimento cientifico e tecnológico da sociedade atual.

Quando a escola não valoriza o conhecimento prévio do aluno e não procura trabalhar dentro de suas inquietações estará criando uma disparidade entre o ensino e aprendizagem, tornando então os conteúdos ensinados desinteressantes e inúteis por não ser significativo no seu cotidiano. Segundo alguns estudiosos a matemática faz parte da vida de todo cidadão. Em nosso dia a dia no deparamos constantemente com situações que envolvem a matemática como, por exemplo, olhar à hora no relógio, ao lermos um jornal, fazermos compras etc. Todas essas atividades estão permeadas de conceitos matemáticos que cada vez mais vem sendo solicitados para resolver problemas nas diversas áreas de atividades humanas.

Apesar de ser uma área de conhecimento de fundamental importância no processo de ensino aprendizagem, tem sido também foco de discussão por apresentar uma dicotomia entre o aprender e o fazer matemático.

Essa dificuldade de ensino aprendizagem em matemática não deve se relacionar somente à disciplina, pois atualmente verifica-se que o sistema educacional brasileiro esta passando por varias mudanças que tem contribuído para gerar imensas dificuldades na sistematização do conhecimento.

Com isso, os professores enfrentam realidades adversas em relação a sua formação e propostas curriculares e metodológicas do sistema que leva os profissionais a terem dificuldade em se adequar às mudanças pré-estabelecidas.

Tudo isso, faz com que a matemática seja mal ensinada em sua forma e conteúdo, o que constitui uma grande falha social.

Além de questões apresentadas, è relevante ressaltar que esta dificuldade pode estar associada a não valorização do contexto socioeconômico, cultural que se insere o aluno. Segundo D’ Ambrosio (2005).

...A matemática tem haver com a sociedade e grande parte da população e marginalizada, não só por razões econômicas, mas também pelas culturais. Em casa, na família e nos diferentes grupos culturais há um fazer matemático que a escola ignora...

Observando a citação acima se percebe que as condições sociais e culturais influenciam diretamente no processo de ensino aprendizagem. Assim o distanciamento da escola em relação ao conhecimento do aluno gera uma defasagem entre o que o docente tem para repassar e o que estudante espera receber, fato este que reportar a um desinteresse por parte do educando que interfere de forma fundamental no aprendizado.

Partindo do pressuposto que os educadores têm o papel central de desenvolver propostas e ações que torne o ensino de matemática eficaz e significativo para o aluno. Deve-se pensar em modelos que o saber matemático estudado na escola seja o mais próximo possível do saber matemático da vida real. Pasdiora e Bastos, p.04 afirma que:

...Não se trata de trabalhar apenas a matemática informal, do dia-a-dia, mas de dar significado aos conceitos trabalhados em sala de aula... Utilizar-se da bagagem de conhecimento que o aluno já tem, e que é importante que o professor saiba e verifique se ele realmente a tem, para a partir  dai estabelecer novas estruturas e levá-lo a apropriar-se criticamente dos conceitos estudados...

Nesse sentido nota-se, que os processos metodológicos devem se pautar no conhecimento prévio do educando e com isso criarem-se novas práticas pedagógicas que motive e integre o aluno ao real contexto matemático, tornando-o capaz de construir e organizar o seu conhecimento de forma autônoma e criativa.

Nesse contexto a escola desempenha um papel fundamental na formação do sujeito. Por isso deve trilhar caminho que amplie o campo do conhecimento matemático do aluno que o meio social exige auxiliando a estrutura do pensamento e o raciocínio lógico.

O campo numérico não serve apenas para atividades corriqueiras, mas para continuarmos nossa progressão em busca da compreensão dessa ciência. Logo que a matemática é o berço de todas as ciências puras e aplicadas e consequentemente o alimento do progresso técnico.

Diante disso, é importante que a escola abra espaços para as experiências do cotidiano, pois elas são à base de construção de novas perspectivas que abrangem conceitos de senso comum posto que seja prioridade que a escola exerça o papel de educar de acordo com as exigências da sociedade, enriquecendo e sistematizando as experiências vividas dentro e fora dela.

Portanto quando a escola não valoriza o conhecimento adquirido pelo aluno no contexto familiar onde os saberes são aprendidos a partir das convivências, observação e experiências repassadas pelos mais velhos, perde-se o sentido da aprendizagem, pois os conteúdos ministrados não têm uma relação, com o conhecimento que o aluno já possui, dai é impossível de ser significativo. Essas atitudes também brotam no aluno o sentimento de não serem capazes de aprender matemática e por si só se coibi desse conhecimento tão importante criando um pensamento negativo de si mesmo e da disciplina.

È importante salientar que os conteúdos não é o problema central, mais um entrave que ocorre na forma que eles são aplicados. A prática de ensinar precisa abrir espaço para os processos interativos já que todos nascem com a capacidade de aprender e desenvolver-se em qualquer disciplina.

Sabe-se que tudo evolui e sempre percorrendo caminho em busca de melhoras. Com ensino também não é diferente, precisa estar em constante transformação para atender a necessidade social. Foi nessa ideia de buscar um meio viável para consolidar o ensino da matemática e as mudanças sociais e os desafios que os alunos enfrentam, propõe-se verificar o que dificulta os alunos de usar esse conhecimento tornando então um problema de dificuldade de aprendizagem.

De acordo Almeida, um dos grandes problemas de aprender a matemática pode estar relacionado “a discalculia que é um dos transtornos de aprendizagem que causa a dificuldade na matemática”.

Dentre os transtornos de aprendizagem causados pela discalculia cabe destacar a verbal que dificulta a nomeação de quantidades, números, termos, símbolos, e as relações; a proctognóstica tem problemas em enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens, léxicos reportar a leitura dos símbolos, gráfica dificuldade em escrever os símbolos matemáticos; ideognóstica em realizar operações mentais e operacionais.

Segundo Johson e Myklebust. A discalculia pode trazer problemas no processo de visualização, quantificação, sequenciamento e classificação. Pois para eles essas dificuldades esta relacionada à memória, a soletração, problemas fonológicos e habilidades visuais- espaciais e psicomotoras.

Considerando essas dificuldades como sendo alguns dos fatores para o não aprendizado, deve-se pensar em experiências criativas e ações conscientes que estejam ligadas a relação de compreender, explicar uma problemática, buscando alternativas pertinentes para sua resolução e respeitando o espaço sociocultural do aluno.

A evolução de um fazer criativo e consciente, não se dá de uma hora para outra, exige importantes transformações dos programas, das didáticas, das avaliações, do funcionamento das classes e dos estabelecimentos, dos ofícios dos professores e do ofício do aluno (Perrenoud, p.33).

Nessa perspectiva, sabemos que tudo evolui e sempre percorrendo um caminho em busca de melhoras. Mas essas buscas às vezes causam inquietações e anseios para ambos os lados. Assim tanto o professor como o aluno precisa ser motivado e instigado a construir o conhecimento de forma coletiva e inovadora

 

3. Metodologia

Tratou-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa e do tipo etnográfica. Descritiva – a pesquisa descritiva objetiva descrever as características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário entrevistas e observação sistemática (Gil, 1996).

Esta pesquisa foi descritiva, com aplicação de questionários e entrevistas sendo um trabalho que tem por tema “A Dificuldade de Aprendizagem em Matemática na 2ª fase do 2º ciclo do Ensino Fundamental da Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges.”, pois procurou, assim, descrever sobre a importância do aprender e ensinar para o desenvolvimento e aprendizagem no ambiente escolar, especificamente na 2ª fase do 2ª ciclo do ensino fundamental, fazendo-se um levantamento sobre a utilização ou não de atividades que possam sanar ou amenizar a dificuldade de aprendizagem em matemática por parte dos alunos.

Qualitativa – na pesquisa qualitativa, há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, que não pode ser traduzido em números. A interpretação do objeto e a atribuição de significados são básicas na pesquisa qualitativa. O pesquisador tende a analisar os dados indutivamente, ou seja, vai identificar a causa e a consequência do fenômeno (Gil, 96).

Esta pesquisa foi qualitativa, porque se buscou conhecer e compreender qual a posição da escola frente à utilização de métodos no processo de aprendizagem dos alunos.

Etnográfica – a pesquisa etnográfica baseia-se na observação direta do comportamento e do desenvolvimento humanos – individual e grupal – e na produção de uma descrição escrita do resultado da observação, mantendo uma dimensão ampla e compreensiva dos fenômenos datados em seu enfoque cultura (Gil, 1996).

Esta pesquisa foi do tipo etnográfico, pois se tratou de um assunto relevante no cotidiano escolar, uma vez que as crianças não deixam de brincar e aprender porque estão na escola e uma vez que o brincar sempre esteve presente na história da humanidade e contribui fundamentalmente no processo de aprendizagem.

 

3.1 Amostra

Este trabalho teve uma amostra simples e intencional e utilizou-se de pesquisa de campo realizando entrevistas abertas, questionários, observação em loco, registros fotográficos, aplicação de atividade envolvendo professor e alunos da 2ª fase do 2º ciclo do ensino fundamental da Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges, sobre as dificuldades de aprendizagem em matemática e embasando-se nas validações bibliográficas.

 

4. Apresentação e Discussão de Dados

Sabe-se que o ensino da matemática proporciona ao aluno um conhecimento importante para a formação cidadã, pois ela esta presente no dia-dia em todas as situações, da educação e nas atividades rotineiras e outras, sendo então uma disciplina considerada de construção e não como um processo de transmissão.

Partindo desse pressuposto percebe-se que o ato de aprender uma ação que provoca modificação no aprendiz. Dessa forma a aprendizagem caracteriza-se por meio do processo de interação direto com o objeto de aprendizagem ou por meio da mediação de outro sujeito que se utiliza diversos instrumentos simbólicos, capazes de proporcionar o conhecimento.

È sabido que ensinar não é transmitir conhecimento o professor não é o dono do saber. Ao contrario deve exercer o papel de orientador da aprendizagem, que auxiliam os alunos a formular conceitos, a despertar suas capacidades e a buscar caminhos para as suas próprias respostas.

Dessa forma o ato de ensinar e aprender permite que valorize as experiências pela as quais a escola possa desenvolvê-la de forma organizada e sistematizada.

Por isso precisa-se repensar a prática pedagógica inclusive quando se trata da aprendizagem, não devemos trabalhar propostas mirabolantes e desorganizadas apenas para cumprir as atividades planejadas, esperando que o aluno se responsabilize por todas as relações e conexões possíveis do aprendizado. Assim a sistematização do ensino não é somente oferecer diversas dinâmicas e experiências em ter uma mesma relação com o conceito estudado e o meio social que vive o educando.

Nessa concepção, acredita-se que a sistematização não pode matar o encanto e o fascínio que envolve a ação de aprender.

Diante disso, fez-se necessário buscar respostas que fundamente este trabalho. Então direcionou a pesquisa a professora titular da sala de unidocência 2ª fase do 2º ciclo da escola Estadual Miguel Gonçalves Borges com um quesito de 09 questionamentos que oferecem alternativas que contempla o objeto da pesquisa. As perguntas direcionadas a professora foram:

1. Para você, o que é dificuldade de aprendizagem?

2. O que você tem a dizer da disciplina de matemática atualmente?

3. Como você correlaciona o ensino aprendizagem de matemática e o conhecimento prévio do aluno?

4. Como os alunos estão enfrentando os desafios matemáticos e a tecnologia?

5. Quais as dificuldades ou facilidades quanto à inserção do lúdico na sua pratica como motivação para o processo de ensino aprendizagem?

6. A escola dispõe de recursos lúdicos para serem oferecidos aos seus alunos? Quais?

7. Como você correlaciona os conhecimentos históricos matemáticos com sua pratica docente?

8. Você concorda com as propostas curriculares na escola?(justifique)? 

9. Será que o conhecimento prévio é realmente essencial para concretizar a aprendizagem dos alunos nessa disciplina?

Quanto à primeira pergunta a professora respondeu que:

...A dificuldade de aprendizagem possui vários conceitos que podem estar relacionados às áreas sócio afetivas, autoestima, estrutura familiar, alimentação inadequada, a forma como o educador ministra suas aulas e interagem com seus alunos...

Partindo dessa afirmação, nota-se que o conceito de dificuldade de aprendizagem em matemática, destacado pela professora estar relacionado a vários fatores importantes para a formação intelectual e social do individuo. Com isso, quando se trata de afetividade, auto-estima tem se a necessidade de trazer para o contexto educacional as singularidades e trajetórias pessoais de conquista e desenvolvimento de cada individuo.

No esforço de romper paradigmas pré-estabelecidos, que venha justificar a dificuldade de aprendizagem, associadas aos déficits cognitivos e a sentimentos de incapacidade e baixa auto-estima, educadores e teóricos buscam respostas e alternativas em diagnósticos, métodos ou mapeamentos que às vezes são autoritários, inflexíveis, elitista, etnocêntrico e discriminatório.

Com isso, acredita-se que a dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada à falta de estimulo e afetividade do professor para com os alunos.

Para Paulo Freire, ensinar dentre tantas coisa mais...”Exige querer bem os educando...”

Compreende-se então que ensinar não é meramente uma proposta pedagógica, mas construir pratica que interagem com a realidade sócio afetiva do aluno e até mesmo da família.

Outro fator relevante a ser citado é a questão socioeconômica, onde a depoente relata a falta de uma boa alimentação e o apoio familiar como característica que influencia na aprendizagem. Quadros (2008)

... È do conhecimento da maioria que as crianças de nível socioeconômico baixo apresentam condições precárias, ou seja: alimentações deficientes, faltas da presença dos pais e de estímulos de contatos com a língua escrita. Conhecer a realidade deve ser o básico para adequar a prática pedagógica e psicológica das crianças que nela estão inseridas...

Mediante o relato e a citação acima mencionada a acentuada desigualdade principalmente no campo financeiro tem gerado situação problema que às vezes estigmatiza o aluno, rotulando-a de preguiçosos, lento ou de ter dificuldade para aprender.

Nesse contexto pode-se observar que a professora tem uma boa fundamentação teórica referente a esta questão, mas sabe-se que a escola ainda tem dificuldade de propor soluções adequadas a sua realidade, por isso muitas vezes buscam na teoria informações que possibilite traçar metas para amenizar ou sanar o problema.

Diante dos questionamentos a professora aponta que essa disciplina antes era voltada para o processo de ensino aprendizagem centrada na concepção numérica, mais atualmente têm ocorrido mudanças significativas que amplie a função da mesma enquanto ensino aprendizagem e o meio social próprio do aluno.

De forma implícita a professora deixa claro que a matemática enquanto construção do conhecimento deve-se pautar em conceitos matemáticos que valorize as práticas cotidianas e busque soluções para os problemas... Pessoais e sociais do ser humano... Para Circe Mary Silva da Silva (org.)

...trazer a matemática para mais próximo do aluno significa mostrar que ela e aplicável em sua vida, que aquilo que ele aprende na escola tem relação com seu dia-a-dia...

Outro fator interessante citado pela professora diz respeito à prática de ensino aprendizagem na sala de aula. Para ela ensinar matemática que de sentido ao aprendizado do aluno não tem sido uma tarefa fácil mesmo buscando suporte no conhecimento da criança ainda se tem dificuldade de adequar e valorizar aquilo que já é aprendido com o que será ensinado. Também destaca que as políticas publicas de educação não contempla em suas propostas pedagógicas ações que efetive uma integração entre a educação assistemática e a sistemática. Para Quadros (2008).

     ... O aluno está inserido em dois sistemas distintos o da família e da escola. É importante enfatizar, aqui, a relação que ele estabelece com cada sistema. A escola não deve-se distanciar das ações educativas dos pais dos alunos...

 Neste caso, a falta de investimentos que possa fortalecer o sistema ainda é muito longe da necessidade que se tem de valorizar todo espaço social do aluno, como mecanismos possíveis para construir e ampliar conhecimentos.

Em uma de suas fala a professora demonstra a sua “frustração” e até mesmo “angustia” em relação à forma que esta sendo desenvolvida as sua pratica de ensino na área de matemática. A falta de estrutura pedagógica e mecanismos ou até mesmo modelos que permite adequar o conhecimento empírico com o concreto, tem favorecido para confrontarmos a necessidade de recolocarmos o problema do sentido da vida, do projeto de sociedade que queremos construir, e do modelo de alunos que iremos ajudar a formar como cidadão.

Neste sentido a novidade é que a matemática traz para a nossa vida, não somente contextos numéricos, mas produz melhorias na qualidade de vida e nos confronta com a própria existência, com valores, com capacidade de lidar com a frustração e o sofrimento e com a distância de tolerar o que não é imediato.

Na quarta questão, quando perguntamos sobre a matemática e os recursos tecnológicos a entrevistada responde:

...No que tange a este aspecto, a minha instituição escolar é praticamente desprovida de recursos tecnológicos o que temos restringe apenas a trabalhos administrativos. Vale ressaltar nesta questão que o instrumento tecnológico utilizado pelos alunos é a calculadora, em dias alternados, pois o educando não tem a sua própria ferramenta, trazem a calculadora de seus familiares...

Analisando este fragmento podemos notar que embora tenha tido um grande avanço tecnológico nas ultimas décadas, onde o computador tem sido um dos instrumentos essencial nas investigações cientificas no dia-a-dia das pessoas e no campo de ensino aprendizagem, ainda temos dificuldade de acesso a esse recurso nessa instituição, mesmo que estando garantido pelo PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola.

Sabe-se que a unidade escolar Miguel Gonçalves Borges, recebeu no decorrer do ano de 2010, laboratório Proinfo com um servidor e cinco monitores segundo (Ana Lúcia p.25 26).

...Mediante o relato dos alunos, onde 100% deles disseram que gostariam de contar com uma escola digna onde os cidadões tivessem todo o apoio tecnológico para administração das aulas, porém a escola conta-se com apenas um computador em funcionamento para uso exclusivo da secretaria que são insuficiente para atender a demanda dos professores...

Observa-se então que isso tem acarretado uma perda significativa no aprendizado, Pois os mesmos não atende a demanda dos educadores e alunos, porque na maioria das vezes encontra-se com problemas por falta de manutenção e acompanhamento de um técnico no momento do manuseio e reparo do aparelho. Além de ser em certo período de uso exclusivo da secretaria.

Considerando o relato da professora percebe-se a importância da valorização dos meios tecnológicos para a produção do conhecimento, onde a aprendizagem consiste em colocar o aluno em contato direto com situações que possam aplicar na prática o que foi aprendido como: resoluções de problemas, demonstração, raciocínio lógico e outros. Por isso, a aplicação prática dos conteúdos e a introdução da tecnologia atualmente têm possibilitado a efetivação do ato de aprender no âmbito escolar e social.

Nessa ótica a escola propõe desenvolver as habilidades dos alunos quanto os fatores aliados ao ensino e a tecnologia. Porém depara-se com uma grande defasagem no que diz respeito a esses equipamentos necessários para atender a demanda da comunidade escolar.

Em seu relato a professora do 2ª fase do 2º ciclo comenta que para realizar algumas atividades que envolvam o uso de tecnologias tem que recorrer à família do aluno para emprestá-lo, como no caso da calculadora citada no depoimento.

Em virtude desse problema, as novas propostas metodológicas contempladas pelo Ciclo de Formação Humana não tem atendido os anseios dos alunos e professores referentes à inclusão digital.  Todas essas inovações tecnológicas causam mudanças no modo de pensar e agir das pessoas, mas ao mesmo tempo esses instrumentos tem mudado bastante a forma de relacionarmos com o conhecimento. O professor deixou de ser visto como centro do saber para ser aquele que articula saberes.

Não há como deter o progresso tecnológico. O risco maior e as escolas não saberem e até mesmo não oferecer os mais simples desses materiais como o caso da calculadora, considerada pela educadora como uma ferramenta fundamental para desenvolver habilidades no campo matemático.

Para Almeida (2003) o processo educativo, professor e aluno, conhecimento e o meio deve estar relacionados. Assim aliar um recurso tecnológico como a calculadora, por exemplo, é vislumbrar a construção do conhecimento em diferentes níveis educacionais, sendo, portanto indispensável o uso destes em sala de aula.

Contudo o bom uso desse instrumento deve-se levar em conta os objetivos que se pretende atingir na concepção de ensino e aprendizagem. (ANJOS, 2006 p.04).

... No mundo globalizado, já não é possível à sociedade caminhar sem o uso das novas tecnologias de informação e comunicação (NTICO). A comunidade escolar já percebe a importância das tecnologias como uma ferramenta didática pedagógica na educação, e como instrumento de mudança no ensino e aprendizagem...

Diante disso é importante que o ensino de matemática problematize as relações entre matemática, tecnologia e sociedade para que ocorra o desenvolvimento da aprendizagem por diversos meios.

A presença de novas tecnologias na escola não é por si só garantia de qualidade em educação. Pois pode mascarar aquilo que estar posto como produção do conhecimento baseado na recepção, memorização ou a tão conhecida decoreba. Na qual o aluno decora formulas e mais formulas sem ter um nexo real com o objetivo da atividade.

Um dos segundos maiores problemas enfrentados pela a instituição é a capacitação dos professores na área de ciências tecnológicas. A maior parte não tem ainda o curso básico de digitação. Com isso, o corpo docente em alguns momentos oferece resistência ou exigi um esforço maior de si mesmo para inserir em suas aulas uma tarefa que busque suporte nos meios tecnológicos disponíveis. Isso também tem afetado o corpo discente desta unidade de ensino, uma vez que eles não são preparados para manusear essas maquinas (computadores e outros) e não contam com o auxilio de um profissional capacitado.

Ver-se então que algumas propostas didáticas e pedagógicas garantidas no PPP não estão sendo cumpridas na prática, pois segundo ele a escola precisa dispor de um laboratório e profissionais capacitados para atender a comunidade escolar. Segundo os PCNs (Brasil 2000 p.25) ”A formação de um cidadão critico exige sua inserção numa sociedade em que o conhecimento cientifico e tecnológico é cada vez mais valorizado...”.

Por outro lado, o domínio tecnológico só tem sentido quando faz parte da relação entre o homem e o meio social. Por isso a evolução das tecnologias não significa praticamente a democratização do acesso à informação. Vai, além disso, busca romper com modelos de formação tradicionais, tendo a relevância de aproximar o aluno da interação com a tecnologia em todas as dimensões possíveis.

Partindo de observações e analise do PPP. Observa-se que a escola conta com outros recursos tecnológicos como televisão, data show, telefone, som copiadora que são usados de forma restrita tanto pelos alunos como educadores devidos ser apenas um objeto de cada e na maioria das vezes fica a disposição de atividades internas deixando de lado a sua real função como material pedagógico.

A inclusão digital tem sido uma das prioridades do poder público que vem investindo em aparelho digitais como suporte em sala de aula que torne o conhecimento uma das condições indispensáveis para o ser humano.

...A incorporação de novas tecnologias só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade de ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é por si só, garantia de maior qualidade na educação (PCNs Brasil 1998 p. 138-139)...

Mediante essa citação e o relato da entrevistada verifica-se um desconhecimento por parte da educadora dos outros aparelhos existente na escola que podem ser utilizados no modelo de formação voltado para a inclusão digital.

Na quinta questão tratamos da inserção do lúdico como forma de motivação para o aprendizado do aluno.

Diante do questionamento a professora comenta que:

...A ludicidade vem acontecendo gradativamente em minha prática pedagógica na sala de aula. Através das dinâmicas os alunos desenvolvem o seu raciocínio e constroem o seu ensino aprendizagem de forma significativa...

...Ainda neste aspecto lúdico proporciona a criança o trabalho em parceria, onde procura estratégias para vencer o colega e constrói parte do seu conhecimento, comunica-se e estabelece relações sociais. No entanto não tenho dificuldades para inserir a ludicidade em meu fazer pedagógico...

O comentário feito pela a professora aborda mudanças que vem ocorrendo em sua prática pedagógica. A mesma aponta a importância de se trabalhar nova estratégias que sejam dinâmicas e prazerosas no processo de ensino e aprendizagem.

Diante disso é necessário perceber que o papel da escola é de ensinar. No entanto, é fundamental que a escola torne-se um lugar atrativo, alegre, sem sacrificar as crianças com intermináveis exercícios e atividades pouco criativas; e proporcionar aos professores a compreensão de como a utilização do lúdico pode contribuir para a aprendizagem. Nesse sentido a escola que centra-se apenas na transmissão do conhecimento, deixando de lado a principal atividade da criança, que é o brincar, torna-se um lugar maçante, onde a criança só frequenta porque é obrigada.

Dando continuidade a analise do depoimento da educadora é possível perceber que o lúdico em suas aulas tem desenvolvido habilidades importantes para se aprender matemática a qual cita o raciocínio e a construção de estratégias por parte dos alunos a partir do conhecimento adquirido em sala e no meio em que vive para vencer determinadas competições estipuladas tanto pela a professora como pelos colegas. Isso também tem contribuído para enfrentar os desafios do dia-a-dia.

Entretanto o aprendizado só se concretiza quando habilidades são internalizadas e praticadas. Com isso o brincar é capaz de produzir reflexo no comportamento do individuo de forma adversa.

As relações interpessoais desenvolvidas pelo educando através de brincadeiras influenciam a capacidade de entender as emoções, ouvir os outros e auto se conhecer para compreender o outro e o mundo que os cerca. Segundo FIORENTINI e MIORIM (p.04):

...Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um “aprender” mecânico, repetitivo, de brincadeiras. Mas um aprender significativo do qual o aluno participa raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido e superando, assim, sua visão ingênua, fragmentada e parcial da realidade...

É no bojo dessa nova concepção de aprendizagem que surge a necessidade de se repensar a prática pedagógica aplicada em sala de aula e considerar a educação como um processo natural de desenvolvimento da criança. Portanto não a duvida que a motivação dos alunos por meio de brincadeiras lúdicas que possibilite compreender a relação da mesma com o meio social em que vive seja fundamental para determinar as atitudes e habilidades de cada um. No entanto reconhecer que as brincadeiras são capazes de ensinar é trazer para o contexto escolar, meios que supere qualquer obstáculo e aumente o incentivo, a confiança e o prazer no ato de aprender.

Quando as atividades propostas pela professora não despertam o interesse e a curiosidade do aluno, torna-se uma tarefa maçante, mecânica e desmotivadora. Isso tem trazido sérios problemas para as escolas, pois os alunos ficam ansiosos, angustiados e com auto-estima baixa que reflete diretamente no seu aprendizado.

...O ambiente pedagógico tem de ser lugar de fascinação e inventividade. [...] a experiência de aprendizagem implica, além da instrução informativa, a reinvenção e construção personalizada do conhecimento. E nisso o prazer representa uma dimensão-chave...

Mesmo não sendo uma exclusividade dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula por alguns professores, percebe-se no relato que apesar de todos os entraves a professora procura trabalhar o lúdico com os seus alunos da melhor forma possível.

Essa ação com certeza pode se configurar como uma arrancada para o bom relacionamento entre o aluno e a matemática, os quais podem propor novas ações que tenha uma relação entre teoria e prática intermediada por situações em que se utiliza do concreto e do imaginário na construção do conhecimento.

Ao abordarmos sobre os recursos lúdicos disponíveis pela a escola para serem trabalhados com os alunos, ela refere-se “apenas o Material Dourado”.

È nesta situação que se vê o real distanciamento da escola de atividades lúdicas que envolva a utilização de materiais concretos como suporte na aprendizagem inovadora e criativa.

Sabe-se que estes recursos quando bem usados são suportes fundamentais para o ensino aprendizagem de Matemática.

No entanto o Projeto Político Pedagógico da escola da ênfase a importância do uso desses recursos para incentivar o aprendizado dos alunos nessa área de conhecimento. Mas sabemos que o professor muitas vezes se apega a concepção que a chave do saber estar em modelos prontos e acabados, como por exemplo, os materiais concretos. Isso precisa estar a situações se analise e reflexão como base.

Dentre uns dos instrumentos que instiga o aprendizado de forma lúdica os jogos tem sido fundamental para estimular os alunos a ter um alto interesse pela aprendizagem, pois pelo jogo, desenvolve-se a criatividade, a espontaneidade, a inteligência, a linguagem, a coordenação, o controle sobre si mesma, o prazer de realizar algo, o autocontrole e a autoconfiança. Por isso, as brincadeiras que envolvam jogos propiciam uma melhor assimilação do conteúdo pelo aluno enquanto as tradicionais lições e atividade mimeografadas preferidas não desenvolvem e nem estimulam o aprendizado.

Segundo uma visão frobiana, o jogo e capaz de conduzir ao aluno a atividade, a auto- expressão e socialização. Pois para FROEBEL (Apud kishimto, 2002p. 68).

...A criança que brinca sempre, com determinação, auto ativa, perseverando (...) pode torna-se um homem determinado (...). O brincar em qualquer tempo não e trivial, e altamente serio e de profunda significação...

Sabe-se que atualmente o lúdico tem favorecido no processo de maturação do aprendiz porque compreende a relação com outro e consegue lidar com suas próprias frustrações decorrentes de vitorias ou derrotas.

Diante disso, o uso do lúdico, como estratégia de aprendizagem tende a incrementar e melhorar a visão mecanicista de se ensinar matemática.

Nesse contexto os jogos pedagógicos devem vir com a finalidade de despertar o interesse dos alunos, fixarem a aprendizagem, e reforçar o desenvolvimento de atitudes e habilidade. Montessori afirma (P.26,27).

...Não haver aprendizado sem ação, que nada deve ser dado à criança, no campo de matemática, sem primeiro apresentar a ela uma situação concreta que leve a agir, a pensar, a experimentar a descobrir e, dai mergulhar na abstração...

O jogo faz parte da vida humana, mesmo na fase adulta que procuramos reprimir nossa ludicidade ele se faz presente em certos momentos de lazer e interação. Portanto e interessante trabalhá-lo no âmbito escolar, para facilitar a aprendizagem matemática considerada ainda como a grande vilã do século XXI.

Sabendo então que a Escola Estadual Miguel Gonçalves Borges caracteriza-se o seu currículo como escola de campo da ao professor uma gama de recursos que esta ligada diretamente ao cotidiano do aluno que facilitara a aprendizagem sistematizada do conhecimento matemático.

Por meio dessa diversidade de recursos que já fazem parte da vida do aluno o professor deve se lançar ao “desconhecido” incentivando os mesmos a observa, criar e experimentar para conhecer.

Com isso pode-se criar estratégias de aprendizagem que esteja ligada diretamente as atividades realizadas pelos alunos em suas casas como, por exemplo, medir uma área, quantificar determinados objetos e animais etc.

O resultado disso pode ser verificado no cotidiano da sala de aula, pois aprender matemática e uma tarefa árdua que exige esforço e dedicação. Talvez o maior problema dessa área de conhecimento não tem a sua raiz na dificuldade de aprender, mas no fato dessa aprendizagem não estar sendo efetivada no âmbito escolar.

O destaque para o uso de jogos e brincadeiras como estratégia de ensino podem levar os alunos a elaborarem hipótese e ao mesmo tempo convalidar esquema de conhecimento além de avançarem cognitivamente.

Os conflitos que se apresentam durante uma atividade lúdica como jogos, são fundamentais para que eles compreendam as regras e constituam autonomia própria de conquistas individuais e coletivas.

Os parâmetros curriculares nacionais de matemática afirmam que os jogos geram interesse e prazer e por isso deve fazer parte da cultura escolar assim se trabalhamos com uma perspectiva de ensino aprendizagem voltada para investigação, interpretação que envolva noções e as relações como desafio essenciais para enfrentar uma situação nova está ensinando nosso aluno a criar, e elabora o raciocínio logico dentro dos atos seus padrões de conhecimento princípios e valores pré-estabelecidos.

Conclui-se, então, que se pode e se deve utilizar a ludicidade na aprendizagem, no cotidiano escolar, mas mediante jogos e situações lúdicas que proporcionem não apenas a reflexão sobre conceitos matemáticos, linguísticos ou científicos, mas também a formação integral do indivíduo. Para isso, é preciso colocar o lúdico no real espaço que ocupa no mundo infantil. Ao se incorporarem atividades lúdicas na prática educativa, estar proporcionando novas e interessantes relações e interações entre as crianças e destas com os conhecimentos.

Mediante ao questionamento feito a professora sobre correlacionar os conhecimentos históricos matemáticos em sua pratica docente ela afirma que:

...Se for conhecimentos relacionados a historicidade da matemática foi discutido com os alunos somente a história que relata a origem dos números. Agora se esta questão estiver focada no processo de como trabalhar histórias matemáticas, inicialmente os alunos realizam atividades coletivas explorando alguns materiais concretos contido na sala de aula, elaboração da história oral matemática seguida de registro no caderno...

Percebesse que a professora tem buscado no contexto histórico argumentos para conceituar a origem da matemática e sua importância no meio social. Também enfoca que em sua metodologia utiliza-se de alguns objetos para despertar os alunos na construção da historia oral voltada para a matemática que reforça ainda mais o ensino e a aprendizagem nessa disciplina. Porem nota-se uma lacuna na aplicação no conhecimento da historia da matemática.

Nas duas ultimas perguntas abordamos sobre as propostas curriculares de matemática da instituição e se o conhecimento prévio e essencial para concretizar a aprendizagem?

Diante dos questionamentos a professora comenta que:

     ... No momento não tenho conhecimento das propostas curriculares de Matemática oferecida pela escola. Uma vez que o PPP está em fase de construção devido o processo de estadualização da mesma...

     ... O estudo das ciências exatas deve se iniciar por meio de situações familiares, pois desde pequeno ás crianças vivenciam situações cotidianas com multiplicidade de materiais concretos o que leva-á, pois sue familiares as estimulam. Então faz-se necessária   uma política educacional embasada nesta questão para associar o conhecimento prévio do aprendiz aos conhecimentos matemáticos utilizados na escola...

Considerando o relato da professora vê-se que informações fundamentais para se criar meios de proceder à aprendizagem não e do seu domínio. Apesar de sabermos que ao longo dos tempos o currículo tem sido um instrumento de poder capaz de disciplinar, regular o individuo através do conhecimento.

Diante dos argumentos apresentado pela professora, buscamos compreender como os alunos vêem a disciplina em relação à aprendizagem e sua influencia no meio social.

Fizemos alguns questionamentos básicos para entendermos como eles reconhecem as concepções de ensino aprendizagem em matemática.

Para alguns deles a ideia de aprender e ruim, já para outros e boa e tem aqueles que afirmam que não sabe.

Baseando nessas afirmações podemos perceber que o significado de ensinar e aprender não tem se internalizado de forma significativa e uniforme entre todos. Mas sabe-se que aprendizagem não acontece de maneira única mais diversa e depende de vários instrumentos para concretizá-la.

Quando perguntamos sobre as dificuldades que encontra em relação ao ato de aprender na disciplina eles dão ênfase as continhas como sendo o grande entrave nessa tarefa de aprender matemática.

Nessa concepção vê-se que o desafio vai além do âmbito intelectual, por que apesar da professora tentar criar uma metodologia inovadora, ainda se pauta em modelos que estigmatizam e não incentiva o aluno o gosto pela a matemática.

As aplicações dos conteúdos não podem ter um único critério deve-se levar em conta o espaço, a vivencia, o tempo e a cultura de cada um.

Desse modo o conhecimento matemático deve ser apresentado aos alunos em contextos históricos que esta em constante evolução. Por isso que os recursos didáticos precisam estar integrados a situações vividas e aprendidas pelos alunos. Segundo os PCNS (p.24):

...partes dos problemas referentes ao ensino de matemática estão relacionadas ao processo de formação de professores, as praticas na sala de aula tomam por base os livros didáticos que, infelizmente, são muitas vezes de qualidade insatisfatória. A implantação de propostas inovadoras se esbarra na falta de uma formação profissional qualificada, na existência de concepções pedagógicas inadequadas e, ainda nas restrições ligadas às condições de trabalho...

Essa vem reforça as dificuldades que enfrentam os professores para desenvolver habilidades voltadas para o campo matemático ao mesmo tempo atribui essa deficiência a formação e ao espaço de trabalho que se inserem cada um desses atores sociais.

Cabe então questionar por que uma simples continha tem se tronado ‘o bicho papão’ para esses alunos? Pois quando todos afirmam serem elas as responsáveis por não aprender, torna claro que a um distanciamento da escola com vida real do aluno. Pois no dia-a-dia quando realizam atividades corriqueiras como ir ao supermercado fazer compras, fizer uma ligação e outras tarefas que envolva números eles não apresentam dificuldades. Então será que este medo ou esse transtorno não esta ligado diretamente ao interior da sala de aula? Cabe então verificar se realmente os mecanismos que esta sendo utilizados tem trazidos efeitos positivos ou negativos no ato de aprender e ensinar.

Para tanto o ensino de matemática tem sua contribuição no exercício da cidadania onde é necessário saber, calcular, medir, raciocinar, argumentar e entender todos os elementos da disciplina que estão voltados para a formação intelectual e humana.

De acordo os PCNs (p.38).

...A reprodução de procedimentos e a acumulação de informações; nem mesmo a exploração de materiais didáticos tem contribuído para uma aprendizagem mais eficaz, por serem realizados em contextos poucos significativos e de forma muitas vezes artificial...

 É claro que é importante dispormos de todos os recursos possíveis de aprendizagem mais cabe ao professor, selecionar aquilo que é posto como instrumento que oferecem diferentes e variados caminhos que os ajude a pensar por se mesmo sem esfera que seja dado um modelo pronto que os impossibilitar de desenvolver a sua criatividade.

Muita das vezes a forma na qual a professora trabalha inibem os alunos de criarem e estabelecerem os seus próprios netos de aprendizagem com isso, o aluno deixa de mostra que e capaz de resolver problemas e romper com modelos convencionais que não os despertam para aprendê-lo como fato citado acima no depoimento do aluno.

Essa tendência tem sido verificada por pesquisadores de varias partes do mundo e embora parecer estranho para alguns professores e alunos e ate mesmo país, à pratica de valorização de habilidade desenvolvida pelos alunos na sala de aula ou no espaço cotidiano é o que tem provocado mudança na forma de ensinar matemática nas instituições escolares como, por exemplo, a inserção do lúdico nas aulas dessa professora.

A relação que se estabelece entre a matemática e o aluno não deve ser fruto de troca ou premiação, mas de integração do conhecimento que estimule o interesse do aluno e amplie suas ideias.

A cerca disso Starepravo cometa que o ensino não pode se pautar em regras prontas que faz-se o uso de premiações como forma de punição para aqueles que apresenta melhor desenvolvimento sobre o conteúdo proposto e os que tem um baixo rendimento na maioria das vezes esse premio convalida em forma de notas .

Essas estratégias muitas das vezes não podem ser consideradas como ponto de partida para desencadear a aprendizagem, pois há varias crianças que freqüenta a escola e não se utiliza do saber instituído em sala de aula para solucionar os problemas da vida cotidiana, por que em uma simples compra pode recorrer a formulas aprendidas pela sua experiência de vida.

...Na aula de matemática, as crianças fazem conta para acertar, para ganhar boas notas, para agradar a professora, para passar de ano.

Na vida cotidiana, fazem as mesmas contas para pagar, para dar o troco, convencer o freguês de que seu preço e razoável. Estarão usando a mesma matemática? O desempenho nas diferentes situações será o mesmo? Qual papel exerce a motivação da venda? Que explicação existe para que alguém seja capaz de resolver um problema em uma situação e não em outra (CARRAHER, CARRAHER E SHLIEMANN1995, P.19)...

Vimos nesse fragmento que a situação de trabalho em determinados momentos traz a tona a necessidade da elaboração de meios que contemple uma lógica própria para operar dentro e fora do mercado de trabalho e que atenda a demanda do espaço que se encontra inserido.

Essa consideração nos reporta a refletir sobre o ensino de matemática nas escolas equiparando-os com conceitos e práticas cotidianas do individuo.

Em outro momento, o aluno demonstra que o trabalho realizado pela a professora em sala de aula, mesmo com alguma lacuna tem os ajudado em operações matemáticas de atividades que faz no meio em que vive.

È relevante citarmos que a escola Miguel Gonçalves Borges desde 2007 tem trabalhado com a pedagogia do projeto para estimular e consolidar a aprendizagem em todas as áreas de conhecimento de maneira que levem alunos e educadores sentirem prazer em ensinar e aprender.

Nos questionamentos feitos aos alunos da turma onde foi realizada a pesquisa, verifica-se que essa ação tem surtido efeito tanto em Matemática como em outras disciplinas.

...A professora e muito boa, ela trabalha com projeto, onde a gente ajuda o meio ambiente, sabe a quantidade de alguns animais em extinção, as árvores, peixes. Ela também ensina a gente a medir e fazer contas quando vamos cuidar do viveiro, jardim e da horta da escola...

Ao buscar uma estratégia para os alunos aprenderem a professora lança-se a novos desafios que proporcione uma nova dinâmica de aprendizagem pautada em uma metodologia diferenciada daquela que já é aplicada Conforme os PCNs (p.31). Os projetos proporcionam contextos que geram a necessidade e a possibilidade de organizar os conteúdos de forma a lhes conferir significados.

Por outro lado não é somente a organização de conteúdos que é importante para os alunos aprenderem. Sabe-se que para acontecer uma boa aula o professor (a) deve utilizar de recursos que possibilitam aos alunos o entendimento e o desejo de pesquisar, de descobrir novos horizontes sobre tudo, um maior saber das coisas que vemos e para que isto aconteça, o professor deve analisar a sua maneira de proceder como mediadora, apontando caminhos através de aulas criativas e ricas em materiais de estudo. Em vez de apenas mudar sua pratica em sala tem que enriquecê-la com a valorização do universo cultural do aluno, incorporando no contexto do projeto elementos que são flexível para despertar a curiosidade, criar hipótese e investigar. Assim a professora pode desenvolver no aluno a capacidade de observação, interpretação, estabelecendo uma relação entre os objetos de estudo e os conteúdos trabalhados. O seja entre a teoria e a pratica, pois tudo aquilo que é tocado, sentido, experimentado é aprendido.

Segundo os alunos entrevistados, a professora é bastante criativa, pois mesmo com tantas dificuldades cria metodologias que agradam e os motivam para melhor entender o conteúdo trabalhado, como por exemplo, as atividades que envolvem jogos brincadeiras e outras pertinentes ao campo da aprendizagem.

A modificação da postura da professora em sala de aula requer um esforço e uma reflexão a respeito de conceitos de trabalhos com Matemática. Ao mesmo tempo fazer descobertas que auxiliam a cerca de confecção de materiais pedagógicos torna-se uma tarefa árdua por não ter acesso direto com cursos de formação que os capacitem, mas que tem dado resultados importantes no seu trabalho como cita o aluno... Tem cubinho de papelão para o bingo...

A afirmação do aluno reforça o quanto chega o esforço da professora para avançar em suas experiências metodológicas que traga algo diferente e inovador para o seu espaço de trabalho. Além disso, ela procura valorizar tudo que esta ao seu alcance através de ações que envolvem tanto a matemática como reciclagem em tempo real. Isso foi e continua sendo um dos grandes desafios enfrentados por uma parcela de professoras (os) que confeccionam os seus materiais de trabalho com sucatas e outros que podem ser reaproveitados e transformados em suporte para mediar o conhecimento, não deixando também de ser uma boa lição de cidadania e respeito ao meio ambiente.

Ainda è interessante citarmos que na maioria das vezes os alunos reproduzem esses jogos em casa para brincar com os colegas e familiares, isso reforça as chances de se efetivar de maneira mais precisa as informações que lhe foram repassadas em sala de aula.

5. Considerações finais

É considerável que quase todas as propostas de ensino nos dias atuais estão comprometidas com projeto de formação de um cidadão critico e atuante sujeito no processo de ensino aprendizagem.

Nos últimos tempos, com os avanços científicos na área da educação, fez-se necessário uma revisão no campo de ensino aprendizagem em matemática.

Essa revisão objetiva alargar os horizontes das propostas pedagógicas que envolvem a matemática partindo de um principio básico de analise e avaliação dos objetivos da disciplina, pois nossos alunos não são recipientes vazios que precisam ser preenchidos por informações repassadas pelos professores, mais sim, precisam aprimorar suas ideias, modificando-as, pela intervenção escolar.

A construção do conhecimento, parte da elaboração de uma representação pessoal em relação ao objetivo de estudo.

Diante disso a valorização do conhecimento prévio do aluno implica na modificação de postura do professor em sala de aula frente às intervenções a serem realizadas que traga para o contexto matemático o cotidiano do aluno.

A mudança de postura em relação ao ensino matemático requer uma transformação na elaboração de currículos que posam incluir novos conteúdos, a reavaliação do peso do mesmo tradicionalmente super valorizado, como por exemplo, memorização, desenvolvimento de conteúdo na lógica e o ensino de problemas que era e ainda são usados como aplicação de noções básicas, já adquiridas pelos alunos com um fim em si mesmo. Para Edgar Morin “O conhecimento e uma tradução seguida de uma reconstrução”.

Em contrapartida, apontar rumos a serem seguidos e problemas existentes que precisam ser resolvidos é necessários que estejamos preparados para os desafios que virão, mas para que isso venha se concretizar com sucesso é importante dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação que vai dar conta sozinha de um conhecimento pertinente em matemática. Às vezes o professor porque esta ensinando de um modo que privilegia o cálculo esquece-se todos os outros fatores voltados para os aspectos humanos sentimento, desejo, paixão, temor, medo, que são fundamentais para desenvolver o aprendizado.

Portanto quando o professor trabalha de forma interdisciplinar possibilita ao aluno interpretar e convergir o conhecimento com as outras áreas.

Se não houver essa integração fica mais difícil para o aluno compreender o real significado do conteúdo aplicado, pois essa conexão abre um leque de descobertas e hipótese que aguça a curiosidade e a vontade de conhecer do aluno.

È compreensível que a escola também enfrenta desafios relacionados à nova proposta de educação matemática tanto do conteúdo como no processo de ensino em se, que pauta no ciclo de formação humana. Apesar do esforço dos educadores para inserir em sua prática pedagógica métodos que incentivem a aprendizagem nessa área de conhecimento, ainda se depara com obstáculos que estão atrelados a uma situação pedagógica de problemas relacionados aos recursos que a escola disponibiliza para esses profissionais utilizarem como instrumentos de trabalho.

Mediante este contexto, fica explicito que o uso de alguns recursos didáticos na instituição é bastante restrito o que leva professores a ficarem atrelados ao habito do uso do livro didático, mas em outros momentos procuram inovar buscando outras fontes de trabalho como jornais, revistas, panfletos, aula de campo, televisão, DVD, calculadora e outros que na maioria das vezes são emprestados pelos alunos e pais, pois a escola não tem o suficiente para atender a demanda tanto da parte administrativa como pedagógica.

Assim tornar uma aula de matemática atrativa e prazerosa que saia da rotina tem sido uma tarefa difícil para os professores dessa disciplina.

Vale salientar que cada um dos recursos mencionados oferece um grau diferente de contextualização dos conteúdos veiculados. Onde os alunos dependem muito mais da mediação do professor para garanti-lhe uma aprendizagem significativa com a participação ativa de todos.

Sabendo que a incorporação de novas tecnologias no âmbito escolar tem contribuído para aumentar as potencialidades das habilidades desenvolvidas pelos alunos. Observa-se neste trabalho que ainda é limitada a inserção de atividades que envolva as tecnologias e o processo da inclusão digital esta sendo mascarado porque o aluno esta deixando de ser inserido ao meio digital.

Dessa forma, fica claro que a um descaso por parte das autoridades competentes no que tange o acesso aos meios tecnológicos e por falta de interesses administrativos, uma vez que a escola fica na zona rural e os maiores investimentos são feitos nas escolas da zona urbana, por exemplo a Escola Estadual Elias Bento em Canabrava do Norte-Mt, dispõe de um excelente laboratório de informática que não deixa a desejar o atendimento a sua clientela.

Além disso, e observado que a escola enfrenta também problema na aplicação da proposta defendida para o ensino de matemática, a qual ressalta ampliar a capacidade reflexiva do aluno, conduzindo-o a integração com o meio social e cultural através de analise, soluções de problemas de acordo com o material disponível bem como desenvolver habilidades intelectuais do aluno e o raciocínio lógico para desenvolver situações lógicas.

As propostas colocadas são excelentes mais precisa acontecer na pratica no interior da sala de aula. Contudo percebe-se que ainda a falta aos profissionais essa habilidade até porque esse trabalho depende de uma ação coletiva, tanto por parte dos professores como gestores e coordenadores, alunos e pais.

É importante e termos a Capacidade de tomar decisões, pensar globalmente, compreender linguagens variadas, raciocinar de forma criativa, ou seja, fazermos aquilo que a maquina não é capaz de fazer. 

Outro ponto relevante a ser citado diz respeito à inserção do lúdico como estratégia para motivar os alunos em relação ao ensino de matemática. Prática esta que se utilizou de diversos recursos como materiais concretos mencionados pelos alunos, ex: o bingo feito com papelão e dominó, damas disponibilizado pela escola. Alem das dinâmicas que estimularam a aprendizagem e que ao mesmo tempo valorizou a relação sócio-afetiva do aluno como ponto de partida para a construção do conhecimento.

Dessa forma conclui-se que ao usarmos o conhecimento prévio do aluno junto a instrumentos de aprendizagem que estimule a vontade do mesmo de conhecer estaremos tornando o ato de aprender mais atraente e significativo e consequentemente mais produtivo.

Então sanar ou amenizar a dificuldade de aprendizagem trás consigo uma ambigüidade no seu processo de integração da real situação da escola com as propostas pedagógicas pré-estabelecidas pelo sistema. Muitas das vezes essas ações são construídas por uma gama muito pequena de educadores que na maioria das vezes não faz um diagnóstico da situação das escolas sem respeitar o contexto cultural e social de cada uma delas. Assim elaboram seus projetos mirabolantes e querem que as escolas os executem independentemente de ter ou não uma relação direta com o publico a ser atendido.

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FIORENTINI, Dário; MIORIM, Maria Angela; matemática. Hoje é feita assim. Publicado no Boletim SBEM – SP.ano 4 – nº 7 texto retirado da internet. 18/09/2010.

 


[1] Artigo apresentado ao curso de especialização Stritu sensu – Mestrado em Ciências da Educação. UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PARAGUAY – UEP.  

[2] Mestrando em Ciências da Educação. UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PARAGUAY – UEP. Email: [email protected].  

[3] Mestranda em Ciências da Educação. UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL PARAGUAY – UEP. Email: [email protected].