“Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos dêem legumes a comer e água a beber. Então se veja diante de ti a nossa aparência e a dos jovens que comem das finas iguarias do rei (...)” Dn 1:12,13

               O Senhor Deus escolheu para si um povo, especial, zeloso e de boas obras. Ele escolheu a Abraão[i] e exigiu dele separação, assim como também exigiu do seu povo quando os tirou da terra do Egito, o Senhor conclamava: (...) vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo[ii]·. Dessa forma, aqueles que desejavam ser chamados pelo nome do Senhor tinham de ter uma conduta moral diferenciada, conduta esta caracterizada pela santidade.

               A nação de Israel desobedeceu a Deus e escolheu conseqüentemente, a maldição pelo que Deus permitiu Nabucodonosor, rei da Babilônia sitiar Judá e levar alguns nobres para a nação dos caldeus para que aprendessem a sua língua e fossem úteis em Babilônia. Acontecia que Babilônia se tornou uma potência na época e não dispunha de pessoas capacitadas para assumirem postos importantes, por isso de maneira inteligente Nabucodonosor separou os melhores de Judá para está aos seus serviços.

               Entre os filhos de Israel estavam Daniel, Hananias, Mizael e Azarias que receberam nomes que faziam referência aos deuses pagãos. Daniel recebeu do chefe dos eunucos o nome de beltessazar, que significa bel proteja a sua vida; Hananias recebeu o nome de Sadraque, que é servo de Áku, ou deus da lua; Mizael recebeu o nome de Mesaque, que significa a sombra do príncipe e Azarias recebeu o nome de abede-nego, ou seja, servo de nego, deus da sabedoria ou estrela da manhã. Esses nomes foram dados contrariando os significados daqueles quatro jovens, pois Daniel significa Deus é Juiz, Hananias significa o Senhor é Graciosos, Mizael significa quem é igual a Deus, demonstrando que o Senhor é incomparável, jogando por terra toda equiparação de Deus com outro ser e Azarias significa: o Senhor ajuda demonstrando ação de um Deus que está vivo, tem boca e fala, suas mãos apalpam, seus pés andam, o nosso Deus trabalha por aqueles que neles esperam[iii].

               Juntamente com os cativos foram levados também alguns utensílios do templo e foram colocados na casa dos tesouros da Babilônia. Queriam fazer um banquete utilizando utensílios sagrados, mais tardem Nabucodonosor experimenta a ira de Deus sobre tal ousadia (Dn capítulo 5)

               Os quatro jovens foram desafiados a permanecerem fiéis, pois eles vestiriam roupas babilônicas, falaria suas línguas, conheceriam suas culturas e seriam desafiados a se prostrarem-se diante de seus deuses, até nomes que homenageavam deuses pagãos receberam agora lhes eram oferecidos comer do banquete dos caldeus, e essa comida era contaminada, estava por certo consagradas a deuses estranhos e Daniel resolveu firmemente não se contaminar. Comer daquela comida era prestar culto a deuses estranhos

Tiraram os servos de Deus da sua terra, de sua família, foram levados cativos para uma terra estranha, mas Deus continuou morando em seus corações. A bíblia diz que não somos daqui, pertencemos à pátria celestial, somos embaixadores de Cristo[iv], representamos o céu, e Deus exige que nos resplandeçamos como luzeiros no meio de uma geração corrupta e perversa[v]·. É possível viver num ambiente corrupto impuro e não se contaminar.

Daniel vai nos dar uma lição de que é possível viver nos padrões de Deus mesmo quando impera a maldade e o ódio, é possível viver a verdade em meio à falsidade, é possível estabelecer o reino de Deus e impor a sua constituição[vi] para que os homens vejam a luz de Deus brilhar em nós.

É possível influenciar e não se influenciado.

Foi determinado pelo rei que o chefe dos eunucos preparasse os jovens que eram sem defeito, de boa aparência, instruídos em toda sabedoria, doutos em ciência e versados no conhecimento e que eram competentes para assistirem no palácio do rei, que lhes fosse dado das iguarias do rei, e ao fim de três anos deveriam ser apresentados ao rei.

Daniel decidiu não se contaminar. Ele não queria comer da sua comida e não queria provar do vinho que o rei bebia. Deus concedeu misericórdia a Daniel, contudo o chefe dos eunucos temia pela sua vida, pois imaginava que se Daniel não se alimentasse da comida do rei iria ficar com a aparência comprometida, magro e assim o chefe dos eunucos seria sentenciado pelo rei. Mas sabiamente Daniel fez a proposta ao cozinheiro chefe dizendo que fizesse um experimento de dez dias dando-lhes legumes e água.

O que aos nossos olhos é uma dieta vegetariana, e que iria naturalmente deixá-los magros, porém ao fim dos dez dias tiveram uma surpresa: a aparência deles era melhor e estavam mais robustos do que os jovens que comiam da comida do rei, fazendo com que o cozinheiro chefe trocasse a comida dos jovens, dando-lhes legumes.

Observe como Deus trabalha. Quando nos mantemos fiéis Ele assume a nossa causa e faz o sobrenatural acontecer. Daniel influencia de maneira positiva, a ponto de sua conduta ser imitada. É possível influenciar em um mundo dominado pelo engano. A luz dissipa as trevas.

A Dieta de Daniel estava na obediência e na determinação de agradar a Deus. O resultado era que os quatro jovens eram mais sábios, dez vezes mais do que os outros e a Daniel Deus concedeu inteligência de todas as visões e sonhos.

O mundo tenta nos corromper, tenta nos impor regras e comportamentos que contrariam os mandamentos de [vii]Deus. Não devemos nos conformar com esse mundo, mas devemos transformar pela renovação do nosso entendimento par que experimentemos qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus.

É preciso ter determinação naquilo que se acredita, ou estamos com Deus ou não estamos, está na hora de influenciarmos essa geração, está na hora de marcarmos de maneira positiva, e pelo poder do Espírito Santo fazermos proezas para que todos vejam a glória de Deus sobre nós.

 

Essa separação espiritual que Deus exige de nós deve ser cumprida. Ele quer que sejamos santos, e ser santo pé ser separado, é não se inclinar ao pecado, é fazer força contra as armas da maldade e resolver viver para Cristo. Não precisamos copiar as manias e costumes mundanos, precisamos urgentemente de imitar a Cristo, andando como ele andou.

Podemos concluir que a atitude de Daniel atraiu para si inúmeras bênçãos, Deus o colocou em local de destaque. O seu nome apesar de ter sido trocado não prevaleceu, o que prevaleceu foi que Deus é Juiz. Babilônia executou o juízo contra Judá, mas quem julga retamente é o Deus de Israel, não há Deus como livra como o Deus de Daniel. O rei Dario teve que admitir:

Faço um decreto pelo qual, em todo domínio do meu reino, os homens tremam e tema perante o Deus de Daniel, porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim. Ele livra, e salva, e faz sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou a Daniel do poder dos leões. Dn 6.26,27.

Que a paz do Senhor Jesus guarde o seu coração!                                                       

Pr. Jezias Ferreira

 



[i] Gênesis, cap. 12.1

[ii] Lv 11.44

[iii] Is 64.4

[iv] 2Co 5.20

[v] Fl 2.15

[vi] Mt 5.1-11.(as bem aventuranças)

[vii] Rm 12.1