A DEMOCRATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NA UAB – POLO SANTANA-AP

Carlos Alberto Ferreira Da Silva*

Renato Rodrigues Oliveira

Rúbia Brederodes de Vasconcelos Silva

Orientador: Prof. Esp. Mauro Sergio Soares Rabelo**

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo evidenciar a educação a distância (EAD) como forma de democratização do conhecimento. Para tanto, utilizamos a pesquisa bibliográfica e de campo que puderam nos auxiliar na elucidação do problema proposto. A pesquisa aponta que esta modalidade de ensino é um importante meio de democratização do conhecimento na atualidade e, descreve como experiência bem sucedida a Universidade Aberta do Brasil (UAB), polo Santana/AP. Esta democratização do conhecimento só se tornou possível graças à popularização da Internet que proporciona facilidade de acesso ao conhecimento.

Palavras-chave: Educação a distância. Democratização do conhecimento. UAB

INTRODUÇÃO

No mundo atual, a Educação à Distância vem despontando como o ensino do futuro, onde o aluno é o principal elemento do seu próprio processo de ensino, de criação e interação. Há não muito tempo, os meios de comunicação para grandes distâncias eram ainda bastante incipientes, processando-se quase que unicamente por correspondência. Hoje vivemos a era da comunicação derrubando fronteiras e limites de espaço e tempo entre as nações e os homens

A EAD no Brasil nasceu no século XX. Considera-se o marco inicial um curso de idiomas no Rio de janeiro, em 1904. Depois entre 1922 e 1925, com Roquete Pinto e a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a partir da inserção da radiofusão da cultura. Em seguida, temos algumas experiências feitas pela Marinha e pelo Exército Brasileiro, pelo Instituto Rádio Monitor, criado em 1939, assim como pelo Instituto Universal Brasileiro, fundado em 1941. A estes seguiram-se alternativas, como o Projeto Minerva, na década de 70, os canais de tv educativos, como a Fundação padre Anchieta de São Paulo, o Telecurso 1º grau e o Telecurso 2000, que contam com o apoio de redes educativas e, finalmente, o IOB – Informações Objetivas, órgão voltado para a área de serviços. Ícone representativo da modalidade EAD.

Alguns estudiosos acreditam que o surgimento da EAD representou uma alternativa encontrada pelo Governo para tentar diminuir o analfabetismo no país, enquanto outros acreditam que o governo foi levado a legalizar e regulamentar pelo fato de os meios de comunicação mostrarem-se favoráveis a prática do ensino.

Para sintetizar, é importante mencionarmos que há cerca de uma década tem surgido em nosso país os cursos superiores, coordenados principalmente por universidades públicas através de consórcios, o qual alunos da EAD acessam a plataforma do seu curso superior.  Através destes cursos, alunos que antes estavam impossibilitados de estudarem em virtude da distância ou da condição financeira, agora têm acesso a um ensino de qualidade, tal como o de outra modalidade.

Na última década do século XX tem início um processo de mudanças em relação à EAD no Brasil. Em 1996, ocorre a aprovação da nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que instituiu a educação a distância no seu artigo 80. Em 1992, o MEC cria a Coordenação Nacional de EAD. As instituições de ensino superior começam a dar mais atenção a educação a distância

Mas transformação definitiva veio nos primeiros anos do século XXI, dando um grande impulso a modalidade de educação a distância no Brasil. Em 2005, o Decretou 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamentou a EAD no Brasil. Em 2005, também foi criada a UAB – Universidade Aberta do Brasil, a primeira universidade pública destinada exclusivamente ao ensino a distância. Assim, o poder público passou a dar um maior apoio a modalidade, promovendo um crescimento extraordinário da EAD no Brasil.

Mediante toda esta trajetória, podemos ver mais uma vez evidenciada a fantástica capacidade que o brasileiro tem de se adaptar e transformar as aparentes dificuldades, como a distância, por exemplo, como meios de crescer e interagir. O objetivo é alcançado quando vencemos a distância em busca do diploma que tanto almejamos.

1. CONCEITO E CARACTERISTICAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1.1 CONCEITOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Conceituar Educação a Distância parece cada vez mais problemático, visto que as constantes mudanças e inovações tecnológicas e suas implicações na dinâmica dos processos educacionais nos fazem adquirir certa cautela na tentativa de definir tal modalidade de educação. No entanto, existem vários conceitos de EaD e todos apresentam alguns pontos em comum. Neste trabalho abordaremos a definição usada em nossa legislação, que de certa forma abrange de maneira sucinta e objetiva o que queremos nesse capitulo.

Desta forma, o conceito de Educação a Distância no Brasil é definido oficialmente no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005):

Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

Essa definição da Educação a Distância complementa-se com o primeiro parágrafo do mesmo artigo, onde é ressaltado que esta deve ter obrigatoriamente momentos presenciais, como se segue:

§ 1º A Educação a Distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para:

I – avaliações de estudantes;

II – estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente;

III – defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente e

       IV – atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso.

Por diversos autores é conceituada essa modalidade de ensino e cada um destes enfatiza alguma característica especial no seu conceito. A ênfase de cada autor e os diversos acontecimentos históricos, não será abordada com ênfase neste trabalho, tais definições mostram que a Educação a Distância oferece oportunidades que pelo método presencial seria inviável de atingir, pois possui uma ampla abrangência não somente no nosso país, mas em todo o mundo.

1.2 CARACTERISTICAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Na modalidade a distância, na qual a presencialidade e a relação de tempo é modificada e tecnologias adicionais são incorporadas ao processo, para que a aprendizagem aconteça, o estudante deve ter ou desenvolver características como organização, (auto) motivação, proação, determinação, autonomia e disciplina. O aluno passa a ser sujeito ativo em sua formação (construção do conhecimento), um sujeito autônomo (madeira, 2007).

As principais características da Educação a distância no Brasil são:

  • Alunos e professores não ocupam o mesmo ambiente/espaço físico e tempo.
    • Comunicam-se de várias formas, através de materiais impressos, e de recursos tecnológicos como a internet, os vídeos e as vídeo conferências. Fazem uso das chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
    • O aluno é o maior responsável pela aprendizagem.

A essência da EaD se dá pela relação educativa que é estabelecida entre o aluno e o professor, que não é direta, mas é medida e imediata (Preti, 1996).

Desde o surgimento da EaD até os dias atuais, diferentes meios e tecnologias de informação e comunicação foram incorporados como suporte às propostas pedagógicas, tais como impressos, rádio, televisão e internet, promovendo uma flexibilização do espaço e do tempo que oportuniza a formação adequada dos alunos.

2. BREVE HISTÓRICO DA EAD NO BRASIL

No Brasil, a EAD surge em 1904, quando as Escolas Internacionais (representação de uma organização norte-americana) lançaram alguns cursos por correspondência, mas a partir dos anos 1930 é que se deu maior ênfase, com enfoque no ensino profissionalizante, funcionando como alternativa especialmente na educação não formal. Passou então a ser utilizada para tornar o conhecimento acessível às pessoas que residiam em áreas isoladas ou não tinham condições de cursar o ensino regular no período normal.

A EAD passou a ser conhecida no Brasil a partir de projetos de ensino supletivo via televisão e fascículos. Porém, adquiriu popularmente o significado de “educação pela televisão”, tal como, para a maioria das pessoas, os telecursos eram (e são ainda) “cursos pela televisão”. Considerando Nunes (1993), no Brasil a EAD teve início com a implantação do Instituto Rádio Monitor, em 1929, e com o Instituto Universal Brasileiro, em 1941. As experiências brasileiras, governamentais ou não, têm sido caracterizadas pela descontinuidade dos projetos e por certo receio em se adotar procedimentos rigorosos e científicos de avaliação.

Alguns programas de EAD marcaram sua história. Dentre estes pode-se destacar, na década de 30 a 40: a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro Roquette-Pinto (1930); a Rádio-Escola Municipal Rio de Janeiro (1934); o Instituto Rádio Técnico Monitor, em São Paulo, instituição privada que oferecia cursos profissionalizantes (1939); a Universidade do Ar, da Rádio Nacional voltada para o professor leigo/ Instituto Universal Brasileiro (1941); Na década de 50 destacaram-se: em 1954, a Universidade do Ar - criada para treinar comerciantes e empregados em técnicas comerciais no Serviço Social do Comércio (SESC) e no Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAC); o Sistema Rádio Educativo Nacional (SIRENA) passa a produzir programas transmitidos por diversas emissoras (1957); a Arquidiocese de Natal no Rio grande do Norte lançou um sistema de radiodifusão, cujo sucesso inspirou a criação do Movimento Nacional de Educação Básica (MEB), em 1958;

Nos anos 60 foram destaque: o Movimento Nacional de Educação de Base, concebido pela Igreja e patrocinado pelo Governo Federal (1961); a solicitação do Ministério da Educação de reserva de canais VHF e UHF para a TV Educativa; a criação da Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa na UFRJ/ Fundação Padre Landell de Moura - FEPLAM - RGS/ TV Universitária de Recife – Pernambuco (1967); a Fundação Maranhense de Televisão Educativa (1969) e o Decreto n.º 65.239, de 1969, que criou o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais – SATE, em âmbito Federal.

Na década de 70 destacam-se: a Associação Brasileira de Teleducação (ABT) ou Tecnologia Educacional/ Projeto Minerva, em Cadeia Nacional; a fundação Roberto Marinho inicia Educação supletiva à distância para primeiro grau e segundo graus; o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL); o Projeto Sistema avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI); a Emissora de Televisão Educativa (TVE) Ceará; o Projeto de Piloto de Teledidática da TVE; Projeto Logos - MEC; Telecurso do 2º grau; Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/ MEC; Projeto Conquista; Programas de alfabetização – (Movimento Brasileiro de Alfabetização, MOBRAL).

Nos anos 80 a Universidade de Brasília cria os primeiros cursos de extensão à distância; Curso de Pós-Graduação Tutorial à distância; TV Educativa do Mato Grosso do Sul; Projeto Ipê; TV Cultura de São Paulo; Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos.

Na década de 90: Telecurso 2000 e Telecurso Profissionalizante – Fundação Roberto Marinho e SENAI; TV Escola – Um Salto para o Futuro; Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO); Canal Futura – canal do conhecimento; Criação do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa – SINRED; Sistema Nacional de Educação à Distância SINEAD; PROFORMAÇÃO – Programa de Formação de Professores em Exercício.

Nas últimas duas décadas, diante da enorme evolução das TIC, gerando uma grande diversidade em relação aos programas de formação a distância, principalmente aqueles monitorados por computadores ou satélites, constatou-se um grande alargamento na EaD. Observou-se a possibilidade de acesso a todos os tipos de informação digitalizada, tais como, texto, sons, gráficos, imagens fixas e sintéticas, além da autogestão do acesso ao conhecimento pelo educando, no qual por algum motivo, não pode ou não quer participar de programas de ensino presencial (LONGO, 2007).

Uma das formas de inserção da educação profissionalizante através das TIC são as Universidades Abertas a Distância. A Universidade Aberta a distância, permite a extensão do ensino superior a segmentos cada vez maiores da população. Vale destacar que o Brasil foi o último país com população acima de cem mil habitantes a estabelecer uma Universidade aberta (LITTO, 2009).

3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNICIPIO DE SANTANA – POLO UAB

3.1 DEFINIÇÃO DE UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB

A Universidade Aberta do Brasil é um sistema integrado por universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do uso da metodologia da educação a distância.

O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800 de 8 de junho de 2006, para o desenvolvimento da modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País. Fomenta a modalidade de educação a distância nas instituições públicas de ensino superior, bem como apoiar pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União e os entes federativos e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos de apoio presencial em localidades estratégicas.

  3.2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNICIPIO DE SANTANA – POLO UAB

Em 02 de Dezembro de 2007 foi inaugurado o polo UAB – Santana e tem como mantenedora a Prefeitura Municipal e mesmo possui 15 profissionais capacitados para atender às necessidades específicas e a demanda dos alunos que o frequentam, e também disponibiliza de um espaço físico com recursos tecnológicos durante os três turnos, com acesso à internet em rede e wi-fi que abrange todos os ambientes do polo (sala de tutoria, biblioteca, laboratório de informática e sala de aula).

O referido espaço contém somente uma sala de aula onde também funciona um laboratório de matemática e outro de física; uma biblioteca com acervo relativamente adequado, porém, com espaço físico reduzido para atender a demanda de alunos; dois banheiros para atender alunos e funcionários, sendo um adaptado para pessoas com necessidades especiais; um laboratório de informática com 50 computadores ligados a Internet e softwares de alguns cursos instalados como Geogebra, Máxima e Winplot; uma pequena recepção; a sala da coordenação; sala para os tutores; uma secretaria administrativa e cozinha.

Abaixo segue o quadro de cursos já oferecido pela UAB/Polo Santana em Parceria com as Universidades.

 

Curso

Universidades parceiras

 

Ano/Início

Nº de vagas ofertadas

Matemática - Licenciatura

UFPA

2008

50

Pedagogia - Licenciatura

IFPA

2009

50

Gestão de Saúde Pública - Tecnólogo

IFPA

2009

50

Matemática - Licenciatura

UNIFAP

2010

50

Administração Pública - Bacharelado

UNIFAP

2013

75

Mídias na Educação - Especialização

UNIFAP

2013

50

Gestão e Saúde - Especialização

UNIFAP

2013

75

Mídias na Educação - Extensão

UNIFAP

2013

50

Hoje, somente os cursos Bacharelado em Administração Pública e Licenciatura Plena em Matemática, ofertados pela Universidade Federal do Amapá estão em atividade, já que os outros foram concluídos. A Implantação de um Polo da UAB no Município de Santana trouxe vários benefícios para a comunidade, pois alcançou aquelas pessoas que a princípio nem imaginavam fazer um curso de nível superior ou uma especialização, por diversos motivos, uns dos motivos mais comuns nessa clientela da Ead é que muitos trabalham, com isso seria impossível acompanhar um curso presencial, pela questão do tempo, como nos relata o aluno entrevistado 1 do Curso de Licenciatura em Matemática – UNIFAP:

“Antes da implantação do polo aqui em Santana, era bem mais difícil, pois trabalhava e não tinha como ir para Macapá fazer um curso superior gratuito”.

Além do curso EaD possibilitar autonomia de espaço/tempo ao acadêmico, como vimos acima, o mesmo é mais acessível, tanto financeiramente como estruturalmente, onde nos afirma o aluno entrevistado 2 do Curso de Licenciatura Plena em Matemática – UNIFAP:

“É bem mais acessível pois quase não tenho gastos com transportes, materiais, inclusive a internet que é de graça no polo”.

 Apesar das facilidades, essa modalidade de ensino exige bem mais empenho e foco do aluno, pelo fato de não terem sempre um contato direto com o Professor Formador, com isso o aluno busca sua própria autonomia nos estudos, planejando seus horários e lugares, como nos relata a aluna entrevistada 3 do Curso de Licenciatura Plena em Matemática – UNIFAP:

“Como eu trabalho e quase não tenho tempo de me direcionar ao polo, acompanho as aulas de casa, organizando meus horários de estudos”.

Com isso, não é à toa que todos defendem ser a EaD a mais democrática das modalidades educacionais, uma vez que acaba, por meio das TIC’s a maioria das tradicionais dificuldades à conquista do conhecimento, como isolamento ou distanciamento geográfico dos grandes centros de ensino e aprendizagem, existência de áreas desprovidas de boas oportunidades educacionais, alguns custos adicionais, insuficiente número de vagas, incompatibilidade de horários e impossibilidade de conciliar trabalho e estudo.

No entanto, a EaD não é milagrosa, logo os acadêmicos devem desempenhar um papel ativo na construção de seu próprio conhecimento, entrando em contato com seus potenciais são estimulados a desenvolvê-los e, ao mesmo tempo, superar dificuldades e deficiências.

CONCLUSÃO

A modalidade do ensino a distância não é meramente uma estratégia pedagógico ou uma simples opção educativa, é acima de tudo uma alternativa de inclusão social, contribuindo para a construção da cidadania, difusão do conhecimento e multiplicação das oportunidades da educação.

AS dimensões continentais existentes, aliadas as dispersões populacionais e distancias indomável, principalmente na região amazônica, torna o uso dessa modalidade peça indispensável a todos os cidadãos que desejam acessar as oportunidades de qualificação, de crescimento profissional, entre outros, principalmente a demanda por educação superior, que tende a crescer, tendo essa ferramenta o grande desafio de adaptar um sistema tradicionalista elitista e excludente as demandas populares, sem o desmantelamento do padrão de qualidade já alcançado a muito custo. Dessa forma, uma política pública voltada a nossa região, cortada por densas florestas e rios volumosos, de transporte difícil e caro e com uma demanda populacional excluída das oportunidades de educação formal.

Mesmo com todas as dificuldades encontradas, a maior vantagem no ensino a distância sobre os métodos tradicionais é a maior extensão da ação, visto que as tecnologias a distância carregam maior flexibilidade de oferta, intensivos de aprendizagem, tudo em conformidade com os tempos de cada um, adaptando as necessidades regionais, microrregionais e locais, considerando os seus diversificados níveis de carências e aspirações. O que não é diferente do nosso Estado do Amapá, em especifico a Universidade Aberta Brasil no município de Santana com seu polo fixo, assim como em outros lugares do nosso Estado com a utilização da internet.

A EAD é uma tendência e uma realidade, a educação fica mais democrática, com a possibilidade de chegar a pessoas que não teriam chance de outra maneira. Dessa forma, pode ser encarada como uma solução para os brasileiros que se viam excluídos do sonho de conseguir concluir o ensino superior. Para outros, é uma opção, uma escolha entre as diversas formas de ensino, por preferirem a comodidade e as facilidades oferecidas pela EAD, aos sacrifícios e obstáculos a transpor para se chegar às salas de aula presenciais. Uma modalidade híbrida e bem estruturada como ideal para o ensino a distância, já se encontram, espalhadas pelo Brasil inteiro, inúmeras IES nessa modalidade híbrida de ensino.

Solução ou opção, a EAD ainda vem sendo alvo de muitas críticas devido às discussões que ainda gera, a EAD não deve ser tão elogiada nem criticada demais. Depende de muito conhecimento, muito estudo, muita técnica e muita sensibilidade. Por isso, não se pode satanizar, nem simplificá-la e louvá-la demais.

O fato é que a EAD sozinha, não conseguirá extrair do aluno, ou permitir que ele descubra, o seu máximo potencial, mesmo com o uso de todas as tecnologias disponíveis. É necessário o desenvolvimento de uma pedagogia motivacional. O aluno motivado rende mais, otimiza a aprendizagem, conta com maior foco e, claro, alcança mais sucesso. E esse é um dos objetivos da educação - formar cidadãos responsáveis socialmente e capacitados para o mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria Nacional de Educação Básica. Educação à Distância: integração nacional pela qualidade do ensino. Brasília: 1992.

______. Resolução CNE/CES n.1 de 03 de abril de 2001. Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação. Diário Oficial da União. Brasília, 9 de abril de 2001, seção 1, p.12

______. Lei no. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União. Brasília. 23 de dezembro de 1996

MADEIRA , L.L. Políticas públicas de formação docente face à inserção das TICs no espaço pedagógico , in Educação a Distância e formação de professores: relatos e experiências. CCEAD PUC - Rio, 2007.

NUNES, Ivônio Barros. Noções de educação à distância. Revista educação à distância. Vols. 3, 4 e 5. Brasília: INED, dez/1993 a abril/1994.

LITTO, F.M. O atual cenário internacional da EaD. LITTO, F.M. e FORMIGA, M. (Orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009, p.14-20

PRETI, O. Educação a Distância: inícios e indícios de um Percurso. NEAD/IE –

UFMT. Cuiabá: UFMT, 1996.