RESUMO

A relação entre cultura e renda é intrínseca uma vez que o homem como ser cultural é consumidor da mesma. No século XXI, era dos grandes blocos econômicos é impossível dissociar cultura de renda uma vez em que se vende tudo e tudo tem um valor monetário. Não existe gratuidade sem um fim específico de lucro mesmo que indiretamente. A simples manifestação cultural afro-brasileira, seja ela capoeira, dança, musica ou mítica tem introjetado a possibilidade de ganhos monetários. Porém, questiona-se a validade desses processos de comercialização da cultura e em qual o momento ocorre a perda das características culturais e se transforma em um mero produto comercializável e sem significado. Questiona-se se os interpretes de músicas tipo axé, possuem conhecimento da origem do ritmo e sua similaridade com os tiros do candomblé e também se as cozinheiras do acarajé sabem que se trata de uma comida destinada aos orixás ou é apenas um bolinho de feijão. Entre as diversas questões existentes sobre o tema,  acreditamos que a principal seja se quando transformado em produto industrializado perde-se o valor de cultura. Identificar também quem é o consumidor e quanto ele está disposto à pagar é uma das indagações respondidas no presente trabalho acadêmico. Embora, Acreditemos que a cultura pode ser uma poderosa fonte de renda para o afro-descente no município de Ipatinga capaz de reduzir a pobreza e a discriminação, porém, concordamos que esse processo deve ser consciente, provido de cultura e arte e não apenas uma ação manufatureira de cultura e vulgarização de costumes sagrados.

Palavras-chave: Cultura, afro-brasileiro, renda, identidade, sagrado e profano.

Área de conhecimento: Antropologia - Antropologia das populações afro-brasileiras – 7.03.05.00-5.