SANTOS, Boaventura de Sousa. Para um novo senso comum: a ciência e a política na transição paradigmática. São Paulo: Cortez, 2000.

Boaventura de Sousa Santos ao discorrer no primeiro capítulo a questão Da Ciência moderna ao novo senso comum comenta que a forma na qual a crise é identificada, move-se em direção a uma via epistemológica. É neste sentido que o autor coloca que “o conhecimento, sobretudo, o conhecimento crítico, move-se, assim, entre a ontologia (a interpretação da crise) e a epistemologia (a crise da interpretação) (SANTOS, 2000, p. 55). Para que o conhecimento crítico tenha uma melhor interpretação, o mesmo “trafega” em duas vias no qual se efetiva a partir do ponto de interpretação do ser ate chegar ao conhecimento verídico cientifico.

Em relação ao Paradigma Dominante, SANTOS (2000), coloca que o modelo de racionalidade que preside a Ciência Moderna constitui-se a partir da revolução científica do século XVI, e foi desenvolvido pelas Ciências Naturais. A partir do século XIX é que esse modelo se estende às Ciências Sociais ou Humana.
O método científico baseia-se na observação, descrição e sistematização das informações da Natureza, mediada pelo crivo da razão e da lógica, usando como instrumento a Matemática, pois quantificar se tornou sinônimo de conhecer.
A ordem era reduzir a fim de simplificar, dividir em partes a fim de classificar. Assim, o autor coloca que “a nova racionalidade cientifica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o caráter racional e todas as formas de conhecimento que se não pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas” (SANTOS, 2000, p. 61).

Em relação A Crise epistemológica do paradigma dominante, o autor diz que a mesma é resultado interactivo de uma pluralidade de condições, seja sociais ou condições teóricas.

Falando sobre o Conhecimento-Regulação ao Conhecimento-Emancipação, o primeiro esta pautado num estado de ignorância no qual o autor denominou de solidariedade. Já o Conhecimento-Emancipação se reduz a uma trajetória entre o estado de ignorância, denominado por Santos (2000) de ordem.

Em síntese, SANTOS (2000) para melhor exemplificar o conceito de senso comum discorre na p. 108 ressaltando que o mesmo “[...] é prático e pragmático; reproduz-se colado às trajectórias e às experiências de vida de um dado grupo social e, nessa correspondência, inspira confiança e confere segurança. O senso comum é transparente e evidente [...], O senso comum é superficial [...], o senso comum é indisciplinar e não-metódico [...].