A CRISE BRASILEIRA É DE INFRAESTRUTURA

A economia brasileira é pujante, mais pelo espírito criativo e dinâmico do povo brasileiro do que por ações de governo.

Vê-se indicações de crescimento em vários setores da economia e uma enorme vontade dos agentes econômicos em criar novos negócios ou em ampliar os negócios já existentes.

Mas todos estes esforços, quase natos nos brasileiros, esbarram na burocracia que a administração pública impõe à iniciativa privada, quer seja no âmbito administrativo, tributário e fiscal, quer seja na mais completa falta de infraestrutura que impedem o crescimento da economia a passos mais largos.

Para não dizer que o governo não tem feito nada em termos de infraestrutura, vamos dizer que temos uma boa infraestrutura de crédito, o que, lamentavelmente não temos em outras frentes importantes para dinamizar a economia.

Falo da infraestrutura viária, portuária e aeroportuária e ainda da infraestrutura de apoio no que tange à formação de mão de obra especializada através de cursos técnicos que fazem com que as atividades econômicas acabem por ter um freio na sua alavancagem.

Na infraestrutura viária temos estradas precariamente asfaltadas e ansiamos por rodovias de pistas duplicadas que, além de favorecer o crescimento econômico nos livraria das tragédias que ceifam vidas humanas e mutilam pessoas, sobrecarregando o nosso já precário sistema de saúde.

Neste caso, a solução já é do conhecimento de todos, qual seja a privatização com a consequente duplicação de nossas rodovias e também na ampliação dos aeroportos e dos portos, tanto dos já existentes como na execução de novos projetos destes três importantes meios de transportes.

Com a adoção de uma política mais arrojada na questão da infraestrutura viária, portuária e aeroportuária, os agentes econômicos poderão desenvolver suas habilidades econômicas e empreendedoras, com mais facilidade no escoamento de matérias primas e produtos e maior facilidade na mobilidade dos agentes econômicos, que, por si só, impulsionam a economia.

Certamente outro investimento necessário está exatamente na formação de mão de obra técnica especializada para os setores existentes em cada região do Brasil, conforme as tendências naturais, típicas e peculiares de cada localidade ou região.

Hoje estamos assistindo as empresas formarem, na maioria das vezes de forma mais rudimentar possível, a mão de obra necessária às suas atividades.

Por fim precisamos discutir, de baixo para cima, as necessidades de tornar o Estado Brasileiro menos burocrático e menos intervencionista na iniciativa privada.

Precisamos discutir ainda, de baixo para cima, as alterações na legislação brasileira, seja ela tributaria ou administrativa, para que estas normas não criem entraves ao desenvolvimento econômico.

Como exemplo podemos citar a dificuldade do pequeno empresário em relação a um assunto simples, mas que se torna complexo quando tratamos do controle acionário de uma sociedade por ações onde o controle acionário é exercitado por quem detêm mais de 50% do capital da empresa, enquanto que nos demais tipos societários este mesmo controle societário se dá quando uma pessoa detém mais de 75% do capital da empresa, num verdadeiro paradoxo.

Este é apenas um exemplo e muitos outros problemas podem ser solucionados de forma simples, mas não há um interesse de nossas autoridades em conhecer e tentar resolver estes problemas, de baixo para cima.