"A morte nos ensina a transitoriedade de todas as coisas."
(Leo Buscaglia)

De uma maneira grosseira, poderíamos definir a morte como "cessação da vida; parada dos processos vitais biológicos, químicos e físico-químicos no organismo" (Cardoso e Costa, 2006, p. 182). Essa definição passa longe do que profissionais de enfermagem vivenciam nas suas experiências hospitalares.
Os hospitais são instituições que têm priomordialmente o compromisso com a cura, não com o sucesso da pessoa (Clemente et al, 2007 ). Por esse motivo, os conceitos de humanidade, troca, contato pessoal e atenção integral para com os pacientes ali institucionalizados são menos considerados do que as ideias de eficiência, praticidade, impessoalidade e eficácia, que predominam.
Segundo Zorzo (2004),Quando o paciente que precisa ser cuidado é uma criança em iminência de morte, aparentemente os profissionais de enfermagem têm uma dificuldade maior, possivelmente devido à forma como os adultos concebem as crianças, associando-as a momentos alegres, cheias de vida e futuro. Existe a ideia paradoxal de que crianças não devem morrer, pois a morte é natural e aceita com facilidade quando se trata de um idoso.
O cuidar está presente desde o nascer até o morrer. A finalidade desta ação implica aliviar, ajudar, assistir, pois a cura não é o fim, devendo estar presente também no processo de morrer (Aguiar et al, 2006).
Na verdade, a morte não é entendida somente como um processo biológico. Trata-se da extinção física de um ser humano, que carrega angústias e esperanças e espera da equipe de enfermagem que compreenda seu momento de sofrimento e desconhecimento. Essa situação acaba por tornar-se um peso para a enfermagem e exige, além de todo o conhecimento técnico, sensibilidade e empatia.

Referências:
AGUIAR, IR et al. O envolvimento do enfermeiro no processo de morrer de bebês internados em Unidade Neonatal. Acta Paul Enferm, n. 19, v. 2, 2006.
CLEMENTE, APP et al. Tanatologia. Lavras: UFLA/FAEPE, 2007.
CARDOSO, EM; COSTA, M. Minidicionário de termos técnicos em saúde. Goiânia: ab, 2006.
ZORZO, JCC. O processo de morte e morrer da criança e do adolescente: vivências dos profissionais de enfermagem. Dissertação de mestrado. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2004.
SILVA, AS. A enfermagem frente à morte de crianças institucionalizadas de 3 a 6 anos de idade: uma análise dos artigos 15 a 17 do estatuto da criança e do Adolescente. Monografia. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2008.
SILVA, AS. A enfermagem frente à morte da criança: alternativa para lívio de tensões. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/5760/a-enfermagem-frente-a-morte-da-crianca-alternativa-para-alivio-das-tensoes>. Publicado em: 29/07/2008.