INTRODUÇÃO

Uma forma de capitalização pessoal ou investimento já adotada a tempos na América do Norte e Europa tem se fortalecido no Brasil a partir da criação e desenvolvimento do Plano Real. O país tem ganhado destaque internacional no combate à inflação e no crescimento de sua economia.

O crescimento das empresas nacionais, as tem levado a abrir capital, sendo uma forma de capitalizar-se para a expansão. Esse crescimento tem atraído as pessoas físicas como pequenos investidores, sendo uma forma de ter um retorno mais rápido de seu capital aplicado.

Outra benécia do Plano Real, foi permitir o consumo, consumo este que pode ser observado no crescimento dos usuários digitais, todavia este desenvolveu um novo conceito de web, uma que permite a interação dos seus usuários de forma a compartilhar o conhecimento entre si e de qualquer lugar. Pelas definições apresentadas neste trabalho é possível afirmar que a viabilidade de Clube de Investimento ser criado e gerido através da WEB 2.0 é válida.

Um dos efeitos da globalização, que é umas das características da WEB 2.0 é a superação da distância entre os usuários, uma facilidade na comunicação, sendo ela instantânea e seu custo relativamente menor que telefones fixos e celulares.

A tarefa da WEB 2.0 no trabalho apresentado é auxiliar a criação e gestão de um Clube de Investimento, proporcionando ao usuário/investidor a não exposição de seus dados financeiros e uma comunicação eficiente e eficaz entre os mesmos, de forma oficializada entre os membros do grupo de investidores.

1.0  MERCADO FINANCEIRO

Mercado financeiro é o lugar que ocorre a comercialização de ativos financeiros onde se determina o seu preço.

Conforme Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.13) o mercado financeiro tem dois atores. Os agentes superavitários, ou seja, empresas que tem um excedente de renda em relação ao consumo e que dispõe de capital ou poupança como é chamado e os agentes deficitários, que são aquelesque  tem o seu consumo maior.

Para Luquet (2000, p.33) o mercado financeiro é subdividido em dois segmentos: o mercado de crédito e o de capitais. O mercado de capitais é dividido entre o mercado de ações e o de dívida. No mercado de dívida estão os títulos de renda fixa. Quem compra um título de renda fixa está se tornando credor de alguém. Quem compra ações está se tornando sócio de alguém.

O mercado financeiro existe para viabilizar a troca de recursos entre os diversos agentes econômicos. Luquet (2000, p.33)

1.1 MERCADO MONETÁRIO

Nesse mercado, supõe-se a existência de uma demanda de moeda e de uma oferta de moeda, determinada pelo Banco Central e pela atuação dos bancos comerciais. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros (Vasconcelos; Garcia, p.116)

O mercado monetário é responsável por suprir as necessidades do governo de fazer política monetária e dos agentes intermediários de caixa. São realizadas operações de curto prazo e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias. Fortuna (2000 apud Guimarães, 2005, p.14)

A essência deste mercado é aproximar a oferta final da demanda final, transferindo recursos e organizando fluxos. Destina-se a bancar, financiar, investir e administrar recursos, sendo todas essas atividades sinônimas de intermediar.

 Os títulos comercializados são: CDB-CDI (Certificados de Depósitos Bancários - Certificados de Depósitos Interfinanceiros) com o prazo definido de um ou 30 dias CDI longo, os públicos são as LTN com a rentabilidade definida no começo da compra (pré-fixada) e as NTN que possuem 14 séries com prazos e rendimentos diferenciados.

Qualquer pessoa residente no Brasil pode comprar títulos públicos, sendo necessário cadastrar-se num agente de custódia (bancos ou corretoras de valores). Pode-se comprar pela internet através do site o Tesouro Nacional ou nos sites dos principais bancos, desde que cadastrado num agente de custódia. A negociação é feita essencialmente pelo site do Tesouro Direto, por um sistema seguro que só dá acesso à área exclusiva mediante validação do CPF e senha. Fortuna (2000 apud Guimarães, 2005, p.15)

Os títulos do governo são colocados no mercado por meio de ofertas publicas, leilões realizados pelo Banco Central e das instituições autorizadas a operar no mercado aberto.

O risco, no caso brasileiro é muito baixo, mas dependendo do nível de endividamento, fica comprometida a capacidade de pagamento do governo. Relembrando o ano de 1900 quando o então presidente Fernando Collor bloqueou por 18 meses 80% dos depósitos ou aplicações, sob qualquer modalidade em instituições financeiras. Tecnicamente não foi calote, mas sim um alongamento compulsório de sua dívida com o setor privado.

1.2 MERCADO DE CRÉDITO

Supre as necessidades de credito e curto e médio prazo. São formas de captação de recursos das instituições financeiras.

É o lugar onde se realizam as operações de financiamento a curto e médio prazos, de consumo corrente dos bens duráveis, alem do capital de giro das empresas. Os principais atuantes deste mercado são bancos comerciais e múltiplos, além de companhias financeiras.

É também o segmento onde são negociadas as operações de empréstimos, arrendamento e financiamento (crédito rural, imobiliário, arrendamento mercantil).

Os títulos mais negociados são o Certificado de Depósito Bancário, Recibo de Depósito Bancário e as Letras de Câmbio.

O Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por bancos comerciais, bancos de investimentos, banco de desenvolvimento e bancos múltiplos com o objetivo de captar recursos em troca de um taxa de juros pré ou pós-fixada. Ou seja, é como se você estivesse emprestando dinheiro para o banco e este banco emprestasse o dinheiro para outras pessoas por um taxa de juros maior. Esta é uma das principais fontes de receita dos bancos, o “spread bancário”. Reis (2004 apud Guimarães, 2005, p.16)

O RDB possui as mesmas características do CDB, porém não é negociado no mercado. Outros títulos são as Letras de Cambio que são emitidas por sociedades de credito, financiamento e investimento, para a captação de recursos para financiamentos de compra de bens de consumo durável ou de capital de giro das empresas. Ela tem renda fixa e prazo de vencimento.

Letras Imobiliárias são títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de poupança destinada ao Sistema Financeiro de Habitação.

1.3 MERCADO DE CÂMBIO

Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira.

Neste mercado, a moeda estrangeira é considerada como uma mercadoria. Por conta disso está sujeita às variações de oferta e procura.

Quando é feito um negócio entre empresas de dois países diferentes, eles comparam os valores de suas moedas com o dólar para facilitar a negociação. No Brasil apenas o Banco Central do Brasil (Bacen) e alguns bancos autorizados como o Banco do Brasil (BB)  podem ter conta em dólar, mesmo assim, os dólares não podem ficar em conta de um dia para o outro.Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.17)

1.4 MERCADO DE CAPITAL

O mercado de capital propicia a redução do riso de liquidez e ajuda a fomentar projetos de longo prazo, embora existam correntes teóricas que defendam o contrario. Levine (1997 apud Afonso, 2001 apud Mattias 2005, p.8), demonstra a importância do mercado de capitais do mercado de capitais no financiamento dos investimentos durante a revolução industrial. O mercado de capitais permite que os investimentos de longo prazo tenham um mercado secundário.

Conforme Afonso (2001 apud Mattias, 2005, p.9) um grande impacto do mercado de capitais é que ele pode substituir os intermediários financeiros na função da formação da poupança. O mercado de capitais reduz a importância da intermediação financeira na economia.

O mercado de capitais também estimula a utilização da poupança, uma variável importante na determinação dos custos de investimento. Ele incentiva a poupança, seja ela destinada às melhores alternativas de investimento, acelerando o crescimento econômico e gerando desenvolvimento social.

Também pode ser entendido como o lugar onde são negociadas operações de compra e venda de ações, títulos ou valores mobiliários, entre empresas, investidores e tal intermediação de instituições financeiras (bolsa de valores, corretoras, bancos de investimentos e demais instituições autorizadas).

Tem o propósito de gerar liquidez aos títulos de emissão das empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Onde a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é o principal mercado de ações da América Latina.

2.0 TIPOS DE INVESTIDORES

Segundo Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19) existem dois tipos de investidores no mercado, dos investidores individuais e os institucionais.

Os investidores individuais são aqueles que participam diretamente do mercado, sejam pessoas físicas ou jurídicas, comprando ou vendendo ações, fazendo suas próprias analises e assumindo todo o risco do investimento. Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19)

Os investidores institucionais são entidades jurídicas que movimentam considerável volume de recursos no mercado financeiro. São os participantes mais importantes do mercado. Por determinação governamental, obrigados a investir parte de seus capitais no mercado de ações, constituindo uma carteira de investimentos.

De acordo com Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19) os investidores institucionais podem ser identificados em seis grupos diferentes, Sociedades Seguradoras, Entidades de Previdência Privada, Sociedades de Capitalização, Fundos Externos de Investimentos, Fundos Mútuos de Investimento e Clubes de Investimento.

Este trabalho abordará somente os Clubes de Investimento.

2.1 MERCADO DE AÇÕES

Uma ação representa a menor parcela do capital social de uma companhia. Luquet; Assef (2007, p.61)

Por definição, é um valor mobiliário emitido por sociedades anônimas, que representa uma parcela do seu capital emitido. O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas. Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente.

Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, isto é, sua propriedade é comprovada por extratos e não mais por cautelas.

Segundo Luquet (2000, p.70) os investimentos no Longo Prazo superam a inflação e os investimentos em renda fixa.

Como ponto de referencia para o mercado de ações, usam-se os índices de ações, que podem dar noções mais específicas do comportamento de certos papéis. Elas são divididas em ordinárias (ON) e preferenciais (PN).

Os principais índices de ações do mercado brasileiro são: IBOVESPA, IBX, IEE e FGV-100.

2.2 AÇÕES ORDINÁRIAS

As ações ON dão ao seu detentor o direito a voto na assembléia da empresa, o acionista que possuir mais de 51% destes papéis se torna o controlador da empresa. Observa-se que as empresas que fazem parte do nível de governança do Novo Mercado, possuem somente ações ordinárias. Elas ainda no Brasil possuem pouca liquidez.

Os capitais dos controladores não ficam ociosos: saldos podem ser aplicados na compra de mais companhias.

 2.3 AÇÕES PREFERENCIAIS

A função das ações PN é captar mais recursos no mercado, por isso são de maior liquidez. O possuidor destes papéis tem preferência ao recebimento dos dividendos, quando a empresa gerar lucro.

De acordo com a Lei 9.457 de 05 de maio de 1997, que alterou a lei 6.404, atribuiu às preferenciais um dividendo no mínimo 10% maior que os atribuídos às ações ordinárias, salvo no caso de ações com direito a dividendos fixos ou mínimos.

Em países de mercados desenvolvidos, onde as ações preferenciais são de menor interesse, elas também são conhecidas com WIDOW STOCKS( ações viúvas), porque elas tem conotação e rendas, de garantia de distribuição de resultados econômicos oriundos da atividade da companhia. Para os investidores desses papéis o importante é o lucro.

Em caso de não-distribuição de resultados por três exercícios consecutivos as ações preferenciais adquirem poder de voto, capaz de comprometer a situação do acionista controlador. O estatuto da companhia pode conferir poder de voto às preferenciais.

Em mercados em desenvolvimento, não há disputa pelo controle acionário, as ordinárias são menos atraentes e quando o mercado evolui, a atratividade das preferenciais é menor e em alguns casos a garantia de dividendos cumulativos pode aumentar a atratividade.

3.0 ANÁLISES DE INVESTIMENTO

Existem três tipos de análises que ajudarão o investidor a avaliar as melhores perspectivas de mercado e o melhor momento para comprá-las.

3.1 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

A análise fundamentalista tenta antecipar duas ou três variáveis de uma empresa que ainda não tenham sido “precificadas” pelo mercado. A análise estuda entre outros fatores, o setor no qual a empresa atua e suas perspectivas de crescimento e lucro.

A primeira idéia para um investidor fundamentalista é investir em empresas que se conhece. Entender o conceito de preço e valor é fundamental. Preço é o que o mercado está disposto a oferecer pela ação de uma empresa.

Valor é o preço justo de uma ação. O preço justo de ma ação se fundamenta na expectativa de lucros futuros.

A cotação de Bolsa é um dado de mercado. O preço justo é uma avaliação individual.

Alguns indicadores da análise fundamentalista:

3.1.2 PREÇO JUSTO

Um dos indicadores mais utilizados para balizar o preço das ações é o indicador Preço/Lucro, ou P/L, onde:

P- preço-cotação das ações em Bolsa;

L- lucro por ação estimado para os próximos anos, em regime de perpetuidade.

COTAÇÃO EM 31/JAN/200X

R$ 100,00

LUCRO PROJETADO PARA 200X

R$ 250.000 no ano

QUANTIDADE DE AÇÕES

10.000

LUCRO PARA AÇÃO ESTIMADO

R$ 250.000/10.000 = 25 no ano

P/L

R$ 100,00/R$ 25 = 4 anos

                                                                                                                                                     TABELA 01                

3.1.2 MARGEM BRUTA (MB)

A Margem bruta relaciona o lucro bruto de uma empresa com suas vendas em determinado exercício. Demonstra quando de cada R$ 1,00 de venda permanece na empresa da forma de lucro bruto.

MB= (LB/VL) . 100

VL- venda líquida

LB- lucro bruto

O lucro bruto é a diferença entre as vendas e o custo de produção. Deve-se observar:

a)      Comparar a Margem Bruta de uma empresa em exercícios diferente;

b)      Comparar a Margem Bruta de duas empresas de um mesmo setor.

 

3.1.3 VALOR PATRIMONIAL POR AÇÃO (VPA)

Representa o valor contábil de cada ação, seu valor intrínseco.

VPA= PL/Q, onde:

PL- Patrimônio Líquido

Q- Quantidade de ações

3.1.4 PREÇO/ VALOR PATRIMONIAL (P/VP)

Indica a relação entre preço da ação e o seu VPA.

O P/VP fornece uma forma padronizada de enxergar a relação do preço de negociação das empresas com respectivos VPA’s, facilitando a análise comparativa pelo investidor.

Papéis negociados com preço muito acima de seu VPA expõe o investidor a um risco maior.

3.1.5 RENTABILIDADE SOBRE PATRIMÔNIO (RPL)

O RPL representa a taxa de retorno do acionista. Mede a performance da empresa para gerar lucro a partir de seu próprio capital.

RPL= LL/PL

Quanto maior este índice melhor. Faz-se a comparação com o ano anterior, um acréscimo indica um aumento de performance da empresa.

3.1.6 TAXA DE RETORNO (TR)

É o inverso do P/L. O TR revela o quanto se obtém em um ano. O patrimônio líquido demonstra quantos anos para o retorno do investimento.

TR=(1/PL).100

Para exemplificar, se uma empresa possui PL de quatro anos, o indicador TR será de 25% em um ano.

3.1.7 DIVIDEND YIELD (DY)

O DividendYield indica ao investidor o quanto a empresa estuda está distribuindo de dividendos aos acionistas.

DY=(Valor Total de Dividendos/Cotação da ação).100

Este indicador é ideal para efetuar comparação entre os rendimentos da empresa estudada e os rendimentos de outros investimentos, não necessariamente ações. O DY revela o valor percentual sobre o valor de mercado por ação.

Segundo Buffet;Clark (2010, p.115), alguns gestores interrompem os pagamentos de dividendos . Isso permite que 100% do lucro líquido anual seja adicionado ao lucro acumulado, o que permite que a empresa invista em outras operações mais rentáveis.

EXEMPLO: Uma ação tem o preço de R$ 40,00, a empresa distribuiu no ultimo exercício R$ 4,00 por ação em dividendos, o valor do DY será de 10%.

3.2 ANÁLISE TÉCNICA

A análise técnica tem sua origem histórica nos japoneses que acompanhavam, o comportamento do preço do arroz e tentavam formular tendências. Este método é conhecido como Candlesticks. Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.28)

A análise técnica pode ser entendida como o estudo dos movimentos passados dos valores e das quantidades negociadas com o objetivo de fazer previsões sobre o comportamento futuros das negociações realizadas no passado.

Esta análise pode ser dividida em duas, a análise gráfica que se baseia no estudo das figuras formadas pelo preço e a análise técnica que utiliza cálculos para determinar e descobrir situações nas tendências dos preços.

3.2.1 TEORIA DE DOW

A teoria de Charles H. Dow conhecida como a teoria de Dow, diz que as ações tem tendências de alta ou baixa, em qualquer momento. Para estudar o mercado é necessário construir uma média evolutiva dos preços por meio de amostras representativas de ativos.

A teoria de Dow é hoje apenas a primeira semente de um conjunto de estudos de gráficos de preços e volumes. Ela determina o que o investidor: COMPRA; VENDE; NÃO COMPRA; NÃO VENDE.

Os dados para a teoria de Dow estão disponíveis a todos, a qualquer momento. Não é preciso saber o porque os preços sobem ou descem. O que importa é detectar o começo do movimento dos preços, e atuar de acordo com a indicação oferecida pelos gráficos.

Dow enuncia os princípios básicos da analise gráfica de ações. O mercado sempre apresenta uma dessas tendências: Primária,Secundária e Terciária.

Outros princípios da teoria de Dow:

VOLUME

Segue oscilação das cotações

ALTA

Acumulação, Mark up, alta acelerada

BAIXA

Distribuição, pânico, baixa desacelerada

MÉDIA

Identificam comportamentos

MEDIA

Tem que ser confirmada

MERCADO

Pode oscilar em frentes estreitas

NOVA TENDÊNCIA

Tem que confirmar antes

                                                                                                                                      TABELA 02

3.2.2 TEORIA DE ELLIOT

Outra análise importante é a de Ralf Nelson Elliot, sua teoria ficou conhecida como as ondas de Elliot, que observa as tendências e mudanças que seguem um determinado tipo de comportamento identificável em forma de padrões ou figuras. Nesta teoria há uma grande interferência entre decisões e informações no mercado de capitais. Guimarães (2005, p.29)

 

Ao aplicar a serie FIBONACCI aos estudos de Elliot conclui-se que uma tendência de alta ou baixa é composta por cindo ondas sendo que as três primeiras correspondem à tendência, ou seja, o contrário das três primeiras.

Os tipos de gráficos utilizados pela analise técnica são: Os de linha, volume, barras, ponto, velas, avanço e declínio, preço-quantidade, análise de torque.

Conforme Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005,p.30) os formatos de figuras que são identificados nas oscilações. Nas figuras formadas pode-se observar se as cotações sofrerão ou não modificações caracterizando uma tendência como continuação ou reversão. Formação como cabeça-ombro-cabeça, duplos e triplos, tetos e pisos são figuras que demonstram reversão de tendência, triângulos, cunhas, bandeiras e flâmulas demonstram a continuação de tendências.

A partir dos estudos destas técnicas o administrador do clube de investimento está apto para negociar no mercado de capitais de forma a proporcionar aos membros do clube.

 

                                              Fonte: advfn

3.3 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Esta análise tem o objetivo de avaliar os aspectos econômico-financeiro da empresa. Esta analise é muito importante para se chegar ao valor da empresa e fazer comparação com seu valor de mercado.

De acordo com Reis (2004 apud Guimarães, 2005, p.27) as fontes desta análise são o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucro ou Prejuízo Acumulado, Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos e a Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido.

Observa-se a liquidez, ou seja, a capacidade da empresa em honrar seus compromissos a curto prazo, a estrutura patrimonial e o ciclo operacional. Faz-se também a análise da situação econômica onde consegue-se medir a capacidade de cobertura, retorno e os demais índices de desenvolvimento específicos.

  4.0 CLUBE DE INVESTIMENTO

Surgiu nos EUA por volta do ano de 1800. É um grupo de pessoas, com algum tipo de afinidade, criado com o objetivo específico: investir no mercado de ações. Muitos definem um clube como sendo uma escola de investidores, tendo como diferencial a possibilidade do cotista participar ativamente da política de investimentos, decidindo quanto e em qual ação investir.

4.1 COMO CRIAR UM CLUBE DE INVESTIMENTO

Para criar um clube de investimento é necessário um administrador – que deve ser uma corretora de Valores, uma distribuidora de títulos ou um banco. A corretora escolhida cuidará de todos os documentos e dos registros legais vai zelar pelo bom funcionamento do clube.

Cada clube de investimento tem seu estatuto social, ou seja, o regulamento para sua criação. O regulamento é o conjunto de normas e leis que devem ser seguidas para o funcionamento do clube.

O administrador (corretora de valores) do clube poderá ser o responsável pela escolha das ações que compõem a carteira do clube. Carteira de ações é o nome dado ao conjunto de papéis que serão comprados para o clube com o dinheiro dos participantes.

O rendimento das aplicações, bem como outras informações sobre movimentações realizadas pelo clube, será feito pelo administrador.

4.2 REGRAS PARA CRIAR UM CLUBE DE INVESTIMENTO

O clube de investimento não tem data para acabar, mas pode ter um prazo predefinido para ser extinto, caso seja a vontade de seus participantes.

O clube de investimento possui critérios para a escolha de dos papéis que serão adquiridos para a composição de sua carteira. Esses critérios são conhecidos como política de investimento. O administrador deverá escolher a ação que fará parte do clube, de acordo com esta política.

A compra e a venda das ações, o prazo mínimo para sair do clube de investimento e as regras para a entrada de um novo participante também serão relacionados no estatuto social do clube, também estarão relacionados no estatuto as regras para os casos de invalidez ou morte dos participantes. No estatuto deve estar registrado a taxa de administração e a porcentagem, que é cobrada de cada um dos participantes para cobrir despesas do clube.

4.3 ASSEMBLÉIA GERAL

Os participantes têm o direito de opinar sobre qualquer mudança no estatuto do Clube e para tal realiza-se uma reunião chamada de Assembléia Geral, onde tudo o que é decidido é por votação.

A Assembléia Geral serve para fazer apresentação anual do balanço, para mostrar como anda os investimentos do Clube. Pode ser feita uma reunião anual ou mensal, de acordo com a necessidade dos participantes do Clube. Esta reunião será feita a comunicação por e-mail, jornal ou correspondência.

4.4 REGISTRO E FISCALIZAÇÃO DE UM CLUBE DE INVESTIMENTO

Cabe à BM&FBOVESPA em parceira com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fiscalização e o registro dos clubes.

Os registros e documentos para a legalização dos Clubes de Investimento são de responsabilidade da Corretora de Valores.

É importante salientar que num Clube de Investimento pode conter no máximo 150 pessoas participantes, caso porem o clube reúna funcionários, empregados de uma mesma entidade, o número de participantes poderá ser maior de 150.

Mas, um único participante não poderá obter mais que 40% do total das cotas; novos membros deverão ser aceitos no Clube.

4.5 COTAS

São mantidas em depósito, pelo Clube em nome dos seus compradores, o que é feito pelo administrador. O clube poderá determinar o número mínimo de cotas que são compradas por membro. Cada cota representa a divisão do valor do dinheiro do Clube pelo total de cotas. Todos os participantes possuem direito de comprar novas cotas durante o funcionamento do Clube.

  4.6 TAXA DE ADMINISTRAÇÃO

É definida conforme tamanho do Clube, tarefa do administrador e das despesas com correspondências, folhetos e relatórios utilizados para a informação dos participantes do Clube.

4.7 TIPOS DE OPERAÇÕES

O Clube poderá comprar títulos e ações negociadas na BM&FBOVESPA, títulos do mercado sofrem algumas restrições.

4.8 TIPOS DE TÍTULOS

Todo o Clube deve ter no mínimo 51% do seu dinheiro aplicado em ações e os 49% poderão ser investidos em renda fixa.

5.0 WEB 2.0

No fim da década de 1990 houve uma explosão de empresas ligadas às áreas tecnológicas, principalmente de sites, logo em seguida houve a crise das chamadas “empresas.com”, uma supervalorização das ações das empresas de tecnologias.

O termo WEB 2.0 foi primeiramente mencionado por Tim O’Reilly, no ano de 2005 em uma conferência entre a O’Reilly e a MedialiveInternational.

Ela pode ser definida como a geração de serviços, que compartilham a informação online (Primo 2006, p.01).

As ferramentas da WEB 2.0 não são programas instalados em máquinas e sim softwares em nuvem (cloudcomputing) que em qualquer lugar podem ser acessados pelo usuários/consumidores.

No ambiente virtual o grande diferencial entre WEB1.0 e WEB 2.0 é a interação de seus usuários, pois esta última permite a participação de dois agentes, o transmissor da informação e o receptor. A troca de informação é de suma importância para a sobrevivência da nova web, pois a participação de grupos aumenta e incentiva a produção intelectual.

  Kerres (2006 apud Voigt, 2007, p.02) resume as seguintes comparações entre WEB1.0 e WEB 2.0.

WEB1.0 vs WEB 2.0.

Usuários

Autor

Local

Remoto

Privado

Público

                                                                                      TABELA 03

As falhas deste tipo de web são muitas vezes usadas de forma negativa podendo deturpar comentários, o que não leva ao crescimento intelectual.

Alguns exemplos de WEB 2.0 mais comumente acessados e conhecidos: You Tube, Facebook, Wikipédia, Blogs, Orkut, Twiter, Google Docs e Microsoft Skydrive.

Com a grande exigência do mercado e a evolução tecnológica no fim dos anos de 1990 e início de 2000, é observado um grande crescimento no número de pessoas que procuram o ensino EaD, o que contribui para a expansão e a interação da nova web.

As informações sobre Clube de Investimento devem por serem tratados de formas seguras, não expondo a integridade financeira e social seus participantes. Este trabalho apresentará três ferramentas da WEB 2.0 que são seguras e eficazes.

5.1 MICROSOFT SKY DRIVE

A partir de uma conta de e-mail a ferramenta Sky Drive da Microsoft permite compartilhar e interagir com segurança os arquivos online. O Sky Drive possui o Office Web Apps,nas extensões docx, xlsx, pptx e txt.

5.2 GOOGLE DOCS

A partir de uma conta no Gmail o usuário pode ter acesso à ferramenta Docs do Google, onde contará com um editor de texto, editor de planilhas, apresentador de slide e um formulário.

Permite ao usuário compartilhar documentos e armazená-los de forma fácil e segura, nos seguintes formatos: Docx, doc, xls, ods, pdf, rtf e html.

Os documentos podem ser publicados como páginas da web e enviados para um blog caso queira o usuário.

5.3 BLOG

A palavra deriva o termo weblog, ou seja, diário online. É um site pessoal, dedicado às pessoas que possuem interesse incomum. Foi criado antes da crise da empresas “.com”,  sua popularidade é grande entra os usuários digitais.

Segundo Voigt (2007, p.03) afirma que os blogs são espaços para debate, construção e criação de conhecimento.

Por serem informais eles encorajam seus usuários a expressarem suas opiniões sobre o que pensam e a manifestarem seus interesses incomuns.

Eles são utilizados por empresas para a exposição de suas idéias e instruções de uso de produtos e serviços, é também utilizado como ferramenta do marketing, como um medidor de qualidade onde o cliente expõe sua opinião sobre determinado produto.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou demonstrar a possibilidade de criação e gestão de um clube de investimento com o auxílio da WEB 2.0. Tendo em vista que o crescimento da economia brasileira e as formas de investimentos pós Plano Real e o nascimento desta nova web com sua popularidade no início do séc.XXI. Espera-se que a proposta apresentada possa cooperar e subsidiar estudos futuros a respeito da WEB 2.0 e Clubes de Investimentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LUQUET, Mara. Guia valor econômico de finanças pessoais. São Paulo: Globo, 2000.

LUQUET, Mara; ASSEF, Andrea. Meninas normais vão ao shopping meninas iradas vão à bolsa. São Paulo: Saraiva, 2007.

GRAHAM, Benjamin. O investidor inteligente. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

REVISTA CAPITAL ABERTO. Guia de fundos de renda variável para investidores. São Paulo, ano 2 , nº 10, 09 de setembro de 2009.

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FILHO, Francisco Silva Cavalcante; MISUMI, Jorge Yoshio. Mercado de Capitais.4 ed.Rev. e Aum. Belo Horizonte: CNBV, 1998.

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Uma forma de capitalização pessoal ou investimento já adotada a tempos na América do Norte e Europa tem se fortalecido no Brasil a partir da criação e desenvolvimento do Plano Real. O país tem ganhado destaque internacional no combate à inflação e no crescimento de sua economia.

O crescimento das empresas nacionais, as tem levado a abrir capital, sendo uma forma de capitalizar-se para a expansão. Esse crescimento tem atraído as pessoas físicas como pequenos investidores, sendo uma forma de ter um retorno mais rápido de seu capital aplicado.

Outra benécia do Plano Real, foi permitir o consumo, consumo este que pode ser observado no crescimento dos usuários digitais, todavia este desenvolveu um novo conceito de web, uma que permite a interação dos seus usuários de forma a compartilhar o conhecimento entre si e de qualquer lugar. Pelas definições apresentadas neste trabalho é possível afirmar que a viabilidade de Clube de Investimento ser criado e gerido através da WEB 2.0 é válida.

Um dos efeitos da globalização, que é umas das características da WEB 2.0 é a superação da distância entre os usuários, uma facilidade na comunicação, sendo ela instantânea e seu custo relativamente menor que telefones fixos e celulares.

A tarefa da WEB 2.0 no trabalho apresentado é auxiliar a criação e gestão de um Clube de Investimento, proporcionando ao usuário/investidor a não exposição de seus dados financeiros e uma comunicação eficiente e eficaz entre os mesmos, de forma oficializada entre os membros do grupo de investidores. 

1.0  MERCADO FINANCEIRO

Mercado financeiro é o lugar que ocorre a comercialização de ativos financeiros onde se determina o seu preço.

Conforme Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.13) o mercado financeiro tem dois atores. Os agentes superavitários, ou seja, empresas que tem um excedente de renda em relação ao consumo e que dispõe de capital ou poupança como é chamado e os agentes deficitários, que são aquelesque  tem o seu consumo maior.

Para Luquet (2000, p.33) o mercado financeiro é subdividido em dois segmentos: o mercado de crédito e o de capitais. O mercado de capitais é dividido entre o mercado de ações e o de dívida. No mercado de dívida estão os títulos de renda fixa. Quem compra um título de renda fixa está se tornando credor de alguém. Quem compra ações está se tornando sócio de alguém.

O mercado financeiro existe para viabilizar a troca de recursos entre os diversos agentes econômicos. Luquet (2000, p.33)

1.1 MERCADO MONETÁRIO

Nesse mercado, supõe-se a existência de uma demanda de moeda e de uma oferta de moeda, determinada pelo Banco Central e pela atuação dos bancos comerciais. A demanda e a oferta de moeda determinam a taxa de juros (Vasconcelos; Garcia, p.116)

O mercado monetário é responsável por suprir as necessidades do governo de fazer política monetária e dos agentes intermediários de caixa. São realizadas operações de curto prazo e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias. Fortuna (2000 apud Guimarães, 2005, p.14)

A essência deste mercado é aproximar a oferta final da demanda final, transferindo recursos e organizando fluxos. Destina-se a bancar, financiar, investir e administrar recursos, sendo todas essas atividades sinônimas de intermediar.

  Os títulos comercializados são: CDB-CDI (Certificados de Depósitos Bancários - Certificados de Depósitos Interfinanceiros) com o prazo definido de um ou 30 dias CDI longo, os públicos são as LTN com a rentabilidade definida no começo da compra (pré-fixada) e as NTN que possuem 14 séries com prazos e rendimentos diferenciados.

Qualquer pessoa residente no Brasil pode comprar títulos públicos, sendo necessário cadastrar-se num agente de custódia (bancos ou corretoras de valores). Pode-se comprar pela internet através do site o Tesouro Nacional ou nos sites dos principais bancos, desde que cadastrado num agente de custódia. A negociação é feita essencialmente pelo site do Tesouro Direto, por um sistema seguro que só dá acesso à área exclusiva mediante validação do CPF e senha. Fortuna (2000 apud Guimarães, 2005, p.15)

Os títulos do governo são colocados no mercado por meio de ofertas publicas, leilões realizados pelo Banco Central e das instituições autorizadas a operar no mercado aberto.

O risco, no caso brasileiro é muito baixo, mas dependendo do nível de endividamento, fica comprometida a capacidade de pagamento do governo. Relembrando o ano de 1900 quando o então presidente Fernando Collor bloqueou por 18 meses 80% dos depósitos ou aplicações, sob qualquer modalidade em instituições financeiras. Tecnicamente não foi calote, mas sim um alongamento compulsório de sua dívida com o setor privado.

1.2 MERCADO DE CRÉDITO

Supre as necessidades de credito e curto e médio prazo. São formas de captação de recursos das instituições financeiras.

É o lugar onde se realizam as operações de financiamento a curto e médio prazos, de consumo corrente dos bens duráveis, alem do capital de giro das empresas. Os principais atuantes deste mercado são bancos comerciais e múltiplos, além de companhias financeiras.

É também o segmento onde são negociadas as operações de empréstimos, arrendamento e financiamento (crédito rural, imobiliário, arrendamento mercantil).

Os títulos mais negociados são o Certificado de Depósito Bancário, Recibo de Depósito Bancário e as Letras de Câmbio.

O Certificado de Depósito Bancário são títulos emitidos por bancos comerciais, bancos de investimentos, banco de desenvolvimento e bancos múltiplos com o objetivo de captar recursos em troca de um taxa de juros pré ou pós-fixada. Ou seja, é como se você estivesse emprestando dinheiro para o banco e este banco emprestasse o dinheiro para outras pessoas por um taxa de juros maior. Esta é uma das principais fontes de receita dos bancos, o “spread bancário”. Reis (2004 apud Guimarães, 2005, p.16)

O RDB possui as mesmas características do CDB, porém não é negociado no mercado. Outros títulos são as Letras de Cambio que são emitidas por sociedades de credito, financiamento e investimento, para a captação de recursos para financiamentos de compra de bens de consumo durável ou de capital de giro das empresas. Ela tem renda fixa e prazo de vencimento.

Letras Imobiliárias são títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com garantia da Caixa Econômica Federal, para a captação de poupança destinada ao Sistema Financeiro de Habitação.

1.3 MERCADO DE CÂMBIO

Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira.

Neste mercado, a moeda estrangeira é considerada como uma mercadoria. Por conta disso está sujeita às variações de oferta e procura.

Quando é feito um negócio entre empresas de dois países diferentes, eles comparam os valores de suas moedas com o dólar para facilitar a negociação. No Brasil apenas o Banco Central do Brasil (Bacen) e alguns bancos autorizados como o Banco do Brasil (BB)  podem ter conta em dólar, mesmo assim, os dólares não podem ficar em conta de um dia para o outro.Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.17)

1.4 MERCADO DE CAPITAL

O mercado de capital propicia a redução do riso de liquidez e ajuda a fomentar projetos de longo prazo, embora existam correntes teóricas que defendam o contrario. Levine (1997 apud Afonso, 2001 apud Mattias 2005, p.8), demonstra a importância do mercado de capitais do mercado de capitais no financiamento dos investimentos durante a revolução industrial. O mercado de capitais permite que os investimentos de longo prazo tenham um mercado secundário.

Conforme Afonso (2001 apud Mattias, 2005, p.9) um grande impacto do mercado de capitais é que ele pode substituir os intermediários financeiros na função da formação da poupança. O mercado de capitais reduz a importância da intermediação financeira na economia.

O mercado de capitais também estimula a utilização da poupança, uma variável importante na determinação dos custos de investimento. Ele incentiva a poupança, seja ela destinada às melhores alternativas de investimento, acelerando o crescimento econômico e gerando desenvolvimento social.

Também pode ser entendido como o lugar onde são negociadas operações de compra e venda de ações, títulos ou valores mobiliários, entre empresas, investidores e tal intermediação de instituições financeiras (bolsa de valores, corretoras, bancos de investimentos e demais instituições autorizadas).

Tem o propósito de gerar liquidez aos títulos de emissão das empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Onde a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) é o principal mercado de ações da América Latina.

2.0 TIPOS DE INVESTIDORES

Segundo Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19) existem dois tipos de investidores no mercado, dos investidores individuais e os institucionais.

Os investidores individuais são aqueles que participam diretamente do mercado, sejam pessoas físicas ou jurídicas, comprando ou vendendo ações, fazendo suas próprias analises e assumindo todo o risco do investimento. Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19)

Os investidores institucionais são entidades jurídicas que movimentam considerável volume de recursos no mercado financeiro. São os participantes mais importantes do mercado. Por determinação governamental, obrigados a investir parte de seus capitais no mercado de ações, constituindo uma carteira de investimentos.

De acordo com Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.19) os investidores institucionais podem ser identificados em seis grupos diferentes, Sociedades Seguradoras, Entidades de Previdência Privada, Sociedades de Capitalização, Fundos Externos de Investimentos, Fundos Mútuos de Investimento e Clubes de Investimento.

Este trabalho abordará somente os Clubes de Investimento.

2.1 MERCADO DE AÇÕES

Uma ação representa a menor parcela do capital social de uma companhia. Luquet; Assef (2007, p.61)

Por definição, é um valor mobiliário emitido por sociedades anônimas, que representa uma parcela do seu capital emitido. O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas. Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, as quais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente.

Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, isto é, sua propriedade é comprovada por extratos e não mais por cautelas.

Segundo Luquet (2000, p.70) os investimentos no Longo Prazo superam a inflação e os investimentos em renda fixa.

Como ponto de referencia para o mercado de ações, usam-se os índices de ações, que podem dar noções mais específicas do comportamento de certos papéis. Elas são divididas em ordinárias (ON) e preferenciais (PN).

Os principais índices de ações do mercado brasileiro são: IBOVESPA, IBX, IEE e FGV-100.

2.2 AÇÕES ORDINÁRIAS

As ações ON dão ao seu detentor o direito a voto na assembléia da empresa, o acionista que possuir mais de 51% destes papéis se torna o controlador da empresa. Observa-se que as empresas que fazem parte do nível de governança do Novo Mercado, possuem somente ações ordinárias. Elas ainda no Brasil possuem pouca liquidez.

Os capitais dos controladores não ficam ociosos: saldos podem ser aplicados na compra de mais companhias.

  2.3 AÇÕES PREFERENCIAIS

A função das ações PN é captar mais recursos no mercado, por isso são de maior liquidez. O possuidor destes papéis tem preferência ao recebimento dos dividendos, quando a empresa gerar lucro.

De acordo com a Lei 9.457 de 05 de maio de 1997, que alterou a lei 6.404, atribuiu às preferenciais um dividendo no mínimo 10% maior que os atribuídos às ações ordinárias, salvo no caso de ações com direito a dividendos fixos ou mínimos.

Em países de mercados desenvolvidos, onde as ações preferenciais são de menor interesse, elas também são conhecidas com WIDOW STOCKS( ações viúvas), porque elas tem conotação e rendas, de garantia de distribuição de resultados econômicos oriundos da atividade da companhia. Para os investidores desses papéis o importante é o lucro.

Em caso de não-distribuição de resultados por três exercícios consecutivos as ações preferenciais adquirem poder de voto, capaz de comprometer a situação do acionista controlador. O estatuto da companhia pode conferir poder de voto às preferenciais.

Em mercados em desenvolvimento, não há disputa pelo controle acionário, as ordinárias são menos atraentes e quando o mercado evolui, a atratividade das preferenciais é menor e em alguns casos a garantia de dividendos cumulativos pode aumentar a atratividade.

3.0 ANÁLISES DE INVESTIMENTO

Existem três tipos de análises que ajudarão o investidor a avaliar as melhores perspectivas de mercado e o melhor momento para comprá-las.

3.1 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA

A análise fundamentalista tenta antecipar duas ou três variáveis de uma empresa que ainda não tenham sido “precificadas” pelo mercado. A análise estuda entre outros fatores, o setor no qual a empresa atua e suas perspectivas de crescimento e lucro.

A primeira idéia para um investidor fundamentalista é investir em empresas que se conhece. Entender o conceito de preço e valor é fundamental. Preço é o que o mercado está disposto a oferecer pela ação de uma empresa.

Valor é o preço justo de uma ação. O preço justo de ma ação se fundamenta na expectativa de lucros futuros.

A cotação de Bolsa é um dado de mercado. O preço justo é uma avaliação individual.

Alguns indicadores da análise fundamentalista:

3.1.2 PREÇO JUSTO

Um dos indicadores mais utilizados para balizar o preço das ações é o indicador Preço/Lucro, ou P/L, onde:

P- preço-cotação das ações em Bolsa;

L- lucro por ação estimado para os próximos anos, em regime de perpetuidade.

COTAÇÃO EM 31/JAN/200X

R$ 100,00

LUCRO PROJETADO PARA 200X

R$ 250.000 no ano

QUANTIDADE DE AÇÕES

10.000

LUCRO PARA AÇÃO ESTIMADO

R$ 250.000/10.000 = 25 no ano

P/L

R$ 100,00/R$ 25 = 4 anos

                                                                                                                                                     TABELA 01                

3.1.2 MARGEM BRUTA (MB)

A Margem bruta relaciona o lucro bruto de uma empresa com suas vendas em determinado exercício. Demonstra quando de cada R$ 1,00 de venda permanece na empresa da forma de lucro bruto.

MB= (LB/VL) . 100

VL- venda líquida

LB- lucro bruto

O lucro bruto é a diferença entre as vendas e o custo de produção. Deve-se observar:

a)      Comparar a Margem Bruta de uma empresa em exercícios diferente;

b)      Comparar a Margem Bruta de duas empresas de um mesmo setor.

 

3.1.3 VALOR PATRIMONIAL POR AÇÃO (VPA)

Representa o valor contábil de cada ação, seu valor intrínseco.

VPA= PL/Q, onde:

PL- Patrimônio Líquido

Q- Quantidade de ações

3.1.4 PREÇO/ VALOR PATRIMONIAL (P/VP)

Indica a relação entre preço da ação e o seu VPA.

O P/VP fornece uma forma padronizada de enxergar a relação do preço de negociação das empresas com respectivos VPA’s, facilitando a análise comparativa pelo investidor.

Papéis negociados com preço muito acima de seu VPA expõe o investidor a um risco maior.

3.1.5 RENTABILIDADE SOBRE PATRIMÔNIO (RPL)

O RPL representa a taxa de retorno do acionista. Mede a performance da empresa para gerar lucro a partir de seu próprio capital.

RPL= LL/PL

Quanto maior este índice melhor. Faz-se a comparação com o ano anterior, um acréscimo indica um aumento de performance da empresa.

3.1.6 TAXA DE RETORNO (TR)

É o inverso do P/L. O TR revela o quanto se obtém em um ano. O patrimônio líquido demonstra quantos anos para o retorno do investimento.

TR=(1/PL).100

Para exemplificar, se uma empresa possui PL de quatro anos, o indicador TR será de 25% em um ano.

3.1.7 DIVIDEND YIELD (DY)

O DividendYield indica ao investidor o quanto a empresa estuda está distribuindo de dividendos aos acionistas.

DY=(Valor Total de Dividendos/Cotação da ação).100

Este indicador é ideal para efetuar comparação entre os rendimentos da empresa estudada e os rendimentos de outros investimentos, não necessariamente ações. O DY revela o valor percentual sobre o valor de mercado por ação.

Segundo Buffet;Clark (2010, p.115), alguns gestores interrompem os pagamentos de dividendos . Isso permite que 100% do lucro líquido anual seja adicionado ao lucro acumulado, o que permite que a empresa invista em outras operações mais rentáveis.

EXEMPLO: Uma ação tem o preço de R$ 40,00, a empresa distribuiu no ultimo exercício R$ 4,00 por ação em dividendos, o valor do DY será de 10%.

3.2 ANÁLISE TÉCNICA

A análise técnica tem sua origem histórica nos japoneses que acompanhavam, o comportamento do preço do arroz e tentavam formular tendências. Este método é conhecido como Candlesticks. Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005, p.28)

A análise técnica pode ser entendida como o estudo dos movimentos passados dos valores e das quantidades negociadas com o objetivo de fazer previsões sobre o comportamento futuros das negociações realizadas no passado.

Esta análise pode ser dividida em duas, a análise gráfica que se baseia no estudo das figuras formadas pelo preço e a análise técnica que utiliza cálculos para determinar e descobrir situações nas tendências dos preços.

3.2.1 TEORIA DE DOW

A teoria de Charles H. Dow conhecida como a teoria de Dow, diz que as ações tem tendências de alta ou baixa, em qualquer momento. Para estudar o mercado é necessário construir uma média evolutiva dos preços por meio de amostras representativas de ativos.

A teoria de Dow é hoje apenas a primeira semente de um conjunto de estudos de gráficos de preços e volumes. Ela determina o que o investidor: COMPRA; VENDE; NÃO COMPRA; NÃO VENDE.

Os dados para a teoria de Dow estão disponíveis a todos, a qualquer momento. Não é preciso saber o porque os preços sobem ou descem. O que importa é detectar o começo do movimento dos preços, e atuar de acordo com a indicação oferecida pelos gráficos.

Dow enuncia os princípios básicos da analise gráfica de ações. O mercado sempre apresenta uma dessas tendências: Primária,Secundária e Terciária.

Outros princípios da teoria de Dow:

VOLUME

Segue oscilação das cotações

ALTA

Acumulação, Mark up, alta acelerada

BAIXA

Distribuição, pânico, baixa desacelerada

MÉDIA

Identificam comportamentos

MEDIA

Tem que ser confirmada

MERCADO

Pode oscilar em frentes estreitas

NOVA TENDÊNCIA

Tem que confirmar antes

                                                                                                                                      TABELA 02

3.2.2 TEORIA DE ELLIOT

Outra análise importante é a de Ralf Nelson Elliot, sua teoria ficou conhecida como as ondas de Elliot, que observa as tendências e mudanças que seguem um determinado tipo de comportamento identificável em forma de padrões ou figuras. Nesta teoria há uma grande interferência entre decisões e informações no mercado de capitais. Guimarães (2005, p.29)

Ao aplicar a serie FIBONACCI aos estudos de Elliot conclui-se que uma tendência de alta ou baixa é composta por cindo ondas sendo que as três primeiras correspondem à tendência, ou seja, o contrário das três primeiras.

Os tipos de gráficos utilizados pela analise técnica são: Os de linha, volume, barras, ponto, velas, avanço e declínio, preço-quantidade, análise de torque.

Conforme Pinheiro (2001 apud Guimarães, 2005,p.30) os formatos de figuras que são identificados nas oscilações. Nas figuras formadas pode-se observar se as cotações sofrerão ou não modificações caracterizando uma tendência como continuação ou reversão. Formação como cabeça-ombro-cabeça, duplos e triplos, tetos e pisos são figuras que demonstram reversão de tendência, triângulos, cunhas, bandeiras e flâmulas demonstram a continuação de tendências.

A partir dos estudos destas técnicas o administrador do clube de investimento está apto para negociar no mercado de capitais de forma a proporcionar aos membros do clube.

 

                                              Fonte: advfn

3.3 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Esta análise tem o objetivo de avaliar os aspectos econômico-financeiro da empresa. Esta analise é muito importante para se chegar ao valor da empresa e fazer comparação com seu valor de mercado.

De acordo com Reis (2004 apud Guimarães, 2005, p.27) as fontes desta análise são o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucro ou Prejuízo Acumulado, Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos e a Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido.

Observa-se a liquidez, ou seja, a capacidade da empresa em honrar seus compromissos a curto prazo, a estrutura patrimonial e o ciclo operacional. Faz-se também a análise da situação econômica onde consegue-se medir a capacidade de cobertura, retorno e os demais índices de desenvolvimento específicos.

 4.0 CLUBE DE INVESTIMENTO

Surgiu nos EUA por volta do ano de 1800. É um grupo de pessoas, com algum tipo de afinidade, criado com o objetivo específico: investir no mercado de ações. Muitos definem um clube como sendo uma escola de investidores, tendo como diferencial a possibilidade do cotista participar ativamente da política de investimentos, decidindo quanto e em qual ação investir.

4.1 COMO CRIAR UM CLUBE DE INVESTIMENTO

Para criar um clube de investimento é necessário um administrador – que deve ser uma corretora de Valores, uma distribuidora de títulos ou um banco. A corretora escolhida cuidará de todos os documentos e dos registros legais vai zelar pelo bom funcionamento do clube.

Cada clube de investimento tem seu estatuto social, ou seja, o regulamento para sua criação. O regulamento é o conjunto de normas e leis que devem ser seguidas para o funcionamento do clube.

O administrador (corretora de valores) do clube poderá ser o responsável pela escolha das ações que compõem a carteira do clube. Carteira de ações é o nome dado ao conjunto de papéis que serão comprados para o clube com o dinheiro dos participantes.

O rendimento das aplicações, bem como outras informações sobre movimentações realizadas pelo clube, será feito pelo administrador.

4.2 REGRAS PARA CRIAR UM CLUBE DE INVESTIMENTO

O clube de investimento não tem data para acabar, mas pode ter um prazo predefinido para ser extinto, caso seja a vontade de seus participantes.

O clube de investimento possui critérios para a escolha de dos papéis que serão adquiridos para a composição de sua carteira. Esses critérios são conhecidos como política de investimento. O administrador deverá escolher a ação que fará parte do clube, de acordo com esta política.

A compra e a venda das ações, o prazo mínimo para sair do clube de investimento e as regras para a entrada de um novo participante também serão relacionados no estatuto social do clube, também estarão relacionados no estatuto as regras para os casos de invalidez ou morte dos participantes. No estatuto deve estar registrado a taxa de administração e a porcentagem, que é cobrada de cada um dos participantes para cobrir despesas do clube.

4.3 ASSEMBLÉIA GERAL

Os participantes têm o direito de opinar sobre qualquer mudança no estatuto do Clube e para tal realiza-se uma reunião chamada de Assembléia Geral, onde tudo o que é decidido é por votação.

A Assembléia Geral serve para fazer apresentação anual do balanço, para mostrar como anda os investimentos do Clube. Pode ser feita uma reunião anual ou mensal, de acordo com a necessidade dos participantes do Clube. Esta reunião será feita a comunicação por e-mail, jornal ou correspondência.

4.4 REGISTRO E FISCALIZAÇÃO DE UM CLUBE DE INVESTIMENTO

Cabe à BM&FBOVESPA em parceira com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fiscalização e o registro dos clubes.

Os registros e documentos para a legalização dos Clubes de Investimento são de responsabilidade da Corretora de Valores.

É importante salientar que num Clube de Investimento pode conter no máximo 150 pessoas participantes, caso porem o clube reúna funcionários, empregados de uma mesma entidade, o número de participantes poderá ser maior de 150.

Mas, um único participante não poderá obter mais que 40% do total das cotas; novos membros deverão ser aceitos no Clube.

4.5 COTAS

São mantidas em depósito, pelo Clube em nome dos seus compradores, o que é feito pelo administrador. O clube poderá determinar o número mínimo de cotas que são compradas por membro. Cada cota representa a divisão do valor do dinheiro do Clube pelo total de cotas. Todos os participantes possuem direito de comprar novas cotas durante o funcionamento do Clube.

  4.6 TAXA DE ADMINISTRAÇÃO

É definida conforme tamanho do Clube, tarefa do administrador e das despesas com correspondências, folhetos e relatórios utilizados para a informação dos participantes do Clube.

4.7 TIPOS DE OPERAÇÕES

O Clube poderá comprar títulos e ações negociadas na BM&FBOVESPA, títulos do mercado sofrem algumas restrições.

4.8 TIPOS DE TÍTULOS

Todo o Clube deve ter no mínimo 51% do seu dinheiro aplicado em ações e os 49% poderão ser investidos em renda fixa.

5.0 WEB 2.0

No fim da década de 1990 houve uma explosão de empresas ligadas às áreas tecnológicas, principalmente de sites, logo em seguida houve a crise das chamadas “empresas.com”, uma supervalorização das ações das empresas de tecnologias.

O termo WEB 2.0 foi primeiramente mencionado por Tim O’Reilly, no ano de 2005 em uma conferência entre a O’Reilly e a MedialiveInternational.

Ela pode ser definida como a geração de serviços, que compartilham a informação online (Primo 2006, p.01).

As ferramentas da WEB 2.0 não são programas instalados em máquinas e sim softwares em nuvem (cloudcomputing) que em qualquer lugar podem ser acessados pelo usuários/consumidores.

No ambiente virtual o grande diferencial entre WEB1.0 e WEB 2.0 é a interação de seus usuários, pois esta última permite a participação de dois agentes, o transmissor da informação e o receptor. A troca de informação é de suma importância para a sobrevivência da nova web, pois a participação de grupos aumenta e incentiva a produção intelectual.

Kerres (2006 apud Voigt, 2007, p.02) resume as seguintes comparações entre WEB1.0 e WEB 2.0.

WEB1.0 vs WEB 2.0.

Usuários

Autor

Local

Remoto

Privado

Público

                             TABELA 03

As falhas deste tipo de web são muitas vezes usadas de forma negativa podendo deturpar comentários, o que não leva ao crescimento intelectual.

Alguns exemplos de WEB 2.0 mais comumente acessados e conhecidos: You Tube, Facebook, Wikipédia, Blogs, Orkut, Twiter, Google Docs e Microsoft Skydrive.

Com a grande exigência do mercado e a evolução tecnológica no fim dos anos de 1990 e início de 2000, é observado um grande crescimento no número de pessoas que procuram o ensino EaD, o que contribui para a expansão e a interação da nova web.

As informações sobre Clube de Investimento devem por serem tratados de formas seguras, não expondo a integridade financeira e social seus participantes. Este trabalho apresentará três ferramentas da WEB 2.0 que são seguras e eficazes.

5.1 MICROSOFT SKY DRIVE

A partir de uma conta de e-mail a ferramenta Sky Drive da Microsoft permite compartilhar e interagir com segurança os arquivos online. O Sky Drive possui o Office Web Apps,nas extensões docx, xlsx, pptx e txt.

5.2 GOOGLE DOCS

A partir de uma conta no Gmail o usuário pode ter acesso à ferramenta Docs do Google, onde contará com um editor de texto, editor de planilhas, apresentador de slide e um formulário.

Permite ao usuário compartilhar documentos e armazená-los de forma fácil e segura, nos seguintes formatos: Docx, doc, xls, ods, pdf, rtf e html.

Os documentos podem ser publicados como páginas da web e enviados para um blog caso queira o usuário.

5.3 BLOG

A palavra deriva o termo weblog, ou seja, diário online. É um site pessoal, dedicado às pessoas que possuem interesse incomum. Foi criado antes da crise da empresas “.com”,  sua popularidade é grande entra os usuários digitais.

Segundo Voigt (2007, p.03) afirma que os blogs são espaços para debate, construção e criação de conhecimento.

Por serem informais eles encorajam seus usuários a expressarem suas opiniões sobre o que pensam e a manifestarem seus interesses incomuns.

Eles são utilizados por empresas para a exposição de suas idéias e instruções de uso de produtos e serviços, é também utilizado como ferramenta do marketing, como um medidor de qualidade onde o cliente expõe sua opinião sobre determinado produto.

 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou demonstrar a possibilidade de criação e gestão de um clube de investimento com o auxílio da WEB 2.0. Tendo em vista que o crescimento da economia brasileira e as formas de investimentos pós Plano Real e o nascimento desta nova web com sua popularidade no início do séc.XXI. Espera-se que a proposta apresentada possa cooperar e subsidiar estudos futuros a respeito da WEB 2.0 e Clubes de Investimentos.

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