Introdução  

Pensar em falar de um assunto como o da sensualidade da mulher negra nos tempos escravistas, sobretudo no século XIX é algo realmente desafiador. Isto porque, as informações no que tange esta questão são notoriamente carregas por estereótipos negativos, como se elas tivessem a obrigação de sempre estarem prontamente dispostas a realizar os desejos de seus respectivos senhores, “em todos os sentidos”. É crível afirmarmos que o preconceito imposto às negras se deve principalmente ao rebaixamento da condição feminina à de “bestas ou mercadoria sexual”. Ou seja, comparada como burros de cargas e induzidas à prostituição, o século XIX, para elas, teria sido um misto de dor e aflição. Além disso, uma série de normas proibia o casamento entre as “duas raças”, entretanto, este impedimento não tinha valor algum quando o foco em questão envolvia a prática sexual. Como comenta Chiavenato (1993, p.136) essa “situação levou ‘naturalmente’ a entender-se como função da negra escrava o satisfazer as necessidades sexuais do senhor: nem sempre isentas de desvios sádicos, quase sempre orientados por um forte sentimento de depravação".

Enfim, para compreender o quanto a sexualidade da mulher negra foi admirada pelo indivíduo branco num período em que o nosso país ainda era império, é de suma importância atentar sobre esta temática. Sendo assim, boa leitura.