A CONTRIBUIÇÃO DE OFICINAS LÚDICAS PARA A SOCIALIZAÇÃO DE CRIANÇAS DE 07 A 10 ANOS NA ESCOLA E.E. LIZETE PAULINO TEIXEIRA.

 

INTRODUÇÃO

 

O brincar é um direito da criança, este direito é reconhecido pelas seguintes legislações: Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional de 1996 e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil de 1998. Entendendo o “brincar” enquanto um direito da criança é necessário que compreendamos o significado, a função e a importância do brinquedo/jogo e brincadeiras para o desenvolvimento integral da criança para que possamos proporcioná-las situações e vivências lúdicas. (Estatuto da Criança e do Adolescente, 2008, p.19).

O ato de brincar é uma forma de cultura universal, que faz parte do desenvolvimento infantil, estimulando e capacitando-o a criança a ter uma compreensão de realidade através de representações prazerosas das atividades lúdicas. O brinquedo é um mediador e facilitador para as relações sociais entre as crianças.

O aspecto lúdico torna-se importante instrumento na mediação do processo de aprendizagem, pois faz com que as crianças vivam num universo de encantamento, fantasias e sonhos onde o faz de conta e realidade se misturam favorecendo o uso do pensamento, a concentração, o desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando o processo de construção do pensamento.

Entendemos que, as atividades lúdicas contribuem e dão oportunidades as crianças, pois existe uma grande troca de informação de uma criança para outra.

 

REFERÊNCIAL TEORICO

Para Piaget (1971), através do lúdico a criança vai se desenvolvendo, e brincando ela aprende a crescer. Por meio do universo lúdico que a criança se satisfaz, realiza seus desejos e explora o mundo ao seu redor, tornando importante proporcionar às crianças atividades que promovam e estimulem seu desenvolvimento global, considerando os aspectos da linguagem, do cognitivo, afetivo, social e motor. Deste modo o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento global do ser humano, auxiliando na aprendizagem e facilitando no processo de socialização, comunicação e expressão.

           O lúdico contribui para a melhora do ensino

“O brincar é uma das formas privilegiadas de as crianças se expressarem, se relacionarem, descobrirem, explorarem, conhecerem e darem significado ao mundo, bem como de construírem sua própria subjetividade, constituindo-se como sujeitos humanos em determinada cultura. É, portanto, uma das linguagens da criança e, como as demais, aprendida social e culturalmente.” (FARIA; SALLES, 2007, p. 70)

Segundo Haslinger, et al (2012, p.1): “A formação de vínculos sociais, são constituintes da subjetividade do individuo e também da construção particular do mundo pelo qual a criança vive, cria e significa. Por meio do contato com o social, a criança fortalece o seu desenvolvimento e começa a construir sua identidade social”.

           Um desenvolvimento saudável de uma criança esta inicialmente ligada ao vinculo que a criança cria com a mãe desde o momento do seu nascimento, dando inicio assim ao desenvolvimento de suas competências físicas, emocionais, sociais e cognitivas.

Segundo Mollo-Bouvier (2005, p. 393), “A palavra "socialização" costuma designar de modo aproximado a capacidade de cada um a integrar-se na vida coletiva”. Atualmente os modos de socialização das crianças ficam em constante transformação, devido ao modo de vida dos pais, criando estruturasfrágeis em seus relacionamentos, podendo causar sérios prejuízos na vida do sujeito.

Entendemos que, as atividades lúdicas contribuem e dão oportunidades as crianças, pois existe uma grande troca de informação de uma criança para outra.

“A zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com outros. Atividades interdisciplinares que permitem a troca e a parceria”. (Vygotsky, 1984, p.116).

As crianças que apresentam problemas de socialização, na maioria das vezes provêm de uma necessidade de vínculos familiares, essa carência de afeto limita a criança a interagir com o meio, em casos que não tem intervenções para alterar esse quadro podem-se ter consequências no desenvolvimento da criança, desde a propensão a ser um adulto introspectivo, quanto aos mais grave como desenvolver patologias sociais, uma das atividades usadas para que haja interação e a criação de vínculos sociais, são as atividades lúdicas.

Ao fazer menção ao termo lúdico estamos relacionando-o aos termos “jogos” e “brincar” Segundo Maurício. (2008 p.2 e 3), a ludicidade vai além do brincar ela também é uma ferramenta de desenvolvimento, com o intuído de que a criança possa interagir umas com as outras, e participar do meio social de forma prazerosa, e significativa.

A atividade Lúdica proporciona um desenvolvimento harmonioso e sadio, sendo uma tendência instintiva da criança, pois ao brincar, ela aumenta a sua independência, desenvolve habilidades motoras, escritas e a imaginação e a criatividade, aumenta a integração, estimula a sensibilidade auditiva e visual, diminui a agressividade, aprimora a inteligência emocional, aumenta a integração, promovendo assim, o desenvolvimento sadio, a adaptação social e o crescimento mental.

Sendo assim, nossa pesquisa foi observar a autonomia das crianças através das atividades lúdicas, como facilitador para o desenvolvimento psicomotor validando diversos fatores dentre eles o principal objetivo a interação e construção de vínculos entre as crianças.

METODOLOGIA

Lakatos e Marconi (2003) definem o método científico como o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permitem alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros - traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

O método empregado para o projeto do presente trabalho foi o método descritivo exploratório. Segundo Lakatos e Marconi (2003), o método descritivo exploratório visa compreender e descrever as características de um determinado contexto ou situação exatamente da forma que ele ocorre, fazendo então com que o pesquisador se familiarize com o que está sendo estudado.

Neste projeto foi realizada a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Quanto aos procedimentos técnicos foi feito o uso de duas formas, A primeira delas, a pesquisa bibliográfica que foi definida segundo Lakatos e Marconi (2003),com a bibliografia já publicada em relação ao tema do estudo, desde publicações cientificas, ate mesmo colocar o pesquisador a par de tudo que foi publicado do assunto no universo.

O segundo procedimento foi à pesquisa de campo, que de acordo com os autores Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa de campo é aquela que tem como objetivo conseguir informações e/ou conhecimentos de um problema, para o qual se procura uma resposta, ela também consiste na observação de fatos e fenômenos e como ocorreram.

A pesquisa de campo do presente trabalho foi realizada na instituição E.E. Lizete Paulino Teixeira, localizada no município de Franca-São Paulo.

Para a execução do presente trabalho foram feitos dois tipos de coleta de dados, sendo elas observação e questionário que foi analisado para a obtenção dos resultados.

Lakatos e Marconi (2010) define o método de observação como uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Para registrar as observações, com o objetivo de analisá-las posteriormente.

E quanto ao questionário Lakatos e Marconi (2003): “Refere-se ao procedimento de questionar como um instrumento de coleta de dados, feito através de uma série ordenada de perguntas por escrito sem a presença do pesquisador. A elaboração de um questionário requer a observância de normas precisas, a fim de aumentar sua eficácia e validade”. Formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social ondeo processo de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado, perguntas escritas pelo entrevistador com respostas do entrevistado.

A pesquisa foi realizada com aproximadamente dezesseis alunos da escola E.E Lizete Paulino Teixeira de 7 a 10 anos de ambos os sexos, independente de condições socioeconômicas. E foi aplicado questionário para a vice-diretora da instituição e para dois estagiários.

O projeto não envolve nenhum risco a integridade física dos participantes pôr se tratar de uma pesquisa com seres humanos que envolvem questionário, o tipo de risco mais provável é a possibilidade de exposição de informações pessoais que possam gerar constrangimento em respondê-las e assim optarem por não colaborar na pesquisa.

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES.

A pesquisa foi realizada com dezesseis alunos da escola E.E. Lizete Paulino Teixeira que participa do programa escola da família. A análise de dados foi feita a partir de questionários aplicados a coordenadora do projeto e mais dois estagiários que evidenciaram todo o processo durante a pesquisa. Os dados obtidos foram convertidos em gráficos, permitindo a verificação das hipóteses levantadas para a realização da pesquisa.

Os gráficos foram feitos a partir de cada questão que levantou os resultados. Estes dados foram codificados, analisados e interpretados a partir da metodologia proposta. As respostas obtidas foram sobre a visão particular de cada entrevistado.

A questão numero um foi referente se as atividades lúdicas podem ser vistas como uma ferramenta facilitadora no processo de socialização das crianças.

Como demonstrou o gráfico se torna notável que entre os profissionais entrevistados 100% disseram que SIM, que o lúdico é também um agente facilitador no processo de socialização das crianças, durante a resposta foi possível observar que os profissionais veem a utilização do lúdico como um aliado nas salas de aula contribuindo não só para um processo de socialização como também como uma estruturação do desenvolvimento cognitivo e apropriação de valores.

Aprofundandomais em resultados buscamos compreender como as crianças  se mostraram diante dessa pesquisa com as estagiarias do curso de psicologia da Universidade de Franca

As atividades lúdicas às vezes possuem uma distorção da sua função, tendo em sala de aula o modo mais tradicional, vindo dessa premissa foi questionado como foi o comportamento emitido pelas crianças em relação às oficinas lúdicas propostas pelas estagiarias.

A questão de numero dois mostra a relação entre os números de alunos participantes e seus comportamentos em relação às oficinas propostas pelas estagiarias.

Essa questão foi apresentada aos entrevistados que por meio de observação, fez um levantamento com 16 crianças que frequenta o programa escola da família e possuem a compatibilidade com a idade para a participação da pesquisa, 14 crianças teve participação ativa nas oficinas participando de todas as atividades propostas, 2 crianças se mostraram resistente a participação, porém participaram esporadicamente em algumas atividades e 3 dos alunos se negaram a participar se mostrando completamente desinteressados.

Uma terceira questão levantada pelo grupo de estágiarias se refere, ao o objetivo proposto á pesquisa ligado diretamente aos resultados finais, foi se as oficinas lúdicasprovocaram uma algum aprendizado nas crianças sobre a importância de se socializar.

A questão número três mostra a relação de compreensão das crianças sobre as atividades realizadas.

70% das crianças demonstraram uma total compreensão da proposta de cada atividade da oficina (que somos seres sociais e precisamos aprender conviver, respeitar e compreender que o outro pode nos ajudar) e ainda teve pontuações sobre em continuar com as oficinas. 25%não teve uma compreensão completa, apenas achou que era brincadeiras sem sentidose estavam ali por pura diversão, e 5%  estava ali apenas para ganhar prêmios nas brincadeiras.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

  No decorrer dos estudos, buscamos destacar a importância de trabalhar com o lúdico em prol a socialização das crianças.

O Lúdico e o brincar facilitaram a socialização das crianças de 7 a 10 anos, que por meio das brincadeiras aplicadas, puderam perceber diversos papeis sociais e diferentes formas de pensamentos..Conflitos surgiram durante algumas brincadeiras, nas quais a participação dos aplicadores foi fundamental para fazer com que as crianças pensassem e refletissem no entendimento individual do outro em que as necessidades de encontrar soluções para resolver os problemas durante as atividades fizessem com que as crianças aprendessem a ouvir e a respeitar as opiniões alheias, conseguindo desenvolver o papel em grupo e pensar juntos.

Ao percurso desse estágio, concluímos que tivemos resultados inesperados e que foram bons, tanto para as crianças, quanto a nós estudantes que pudemos ampliar o conhecimento sobre o assunto.

Percebemos que ao aplicarmos as atividades com as crianças, houve algumas dentre elas que apenas participavam por associarem que iriam ganhar um prêmio ao final da brincadeira, e por este motivo participavam. Outras mostravam interesse nas atividades para poder aprender e ter um novo conhecimento do que não conheciam.

Obteve também um grande aumento nas participações das crianças, em que todos os domingos elas traziam outras crianças para participarem das atividades aplicadas, e com isso foram melhorando o desenvolvimento, a convivência em grupo e o relacionamento entre elas, por verem que precisavam conviver uns com os outros para que tornassem um grupo de total confiança. Algumas crianças sempre perguntavam se iriam ter mais atividades para desenvolver naquele dia e pudemos perceber o amadurecimento delas.

              Sendo assim concluímos que o desenvolvimento é um processo vital a todas as crianças, porem pode ocorrer de forma individual e peculiar a cada um, onde se necessita de estímulos que capacite o desenvolvimento de uma forma saudável. É necessário a criança brincar para crescer, se desenvolver e se socializar e ao tabular os dados observamos que a nossa proposta foi aceita pela maioria das crianças e não somente por elas mais sim pelo coordenador e os estagiários.

 

 

 

 

 

 

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