RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo sobre a contação de histórias e a formação de leitores, realizado na Escola Municipal de Ensino infantil e fundamental Nossa Senhora da Paz. Trazendo como objetivo principal, analisar as possíveis contribuições que o ato da prática de contar histórias traz para a aprendizagem dos alunos-leitores na turma do 1º ano do ensino fundamental I na escola anteriormente citada. Para uma melhor compreensão do tema, buscamos o auxilio de alguns autores como Abramovich (1997), José (2007) Tahan (1957), dentre outros. Quanto à metodologia, optou-se pela pesquisa qualitativa com ênfase na aplicação de uma entrevista com cinco questões feita a professora e dois alunos e observações, registro de analise de dados, em uma perspectiva descritiva, procurando buscar possibilidade de manter uma correlação com os fatos e fenômenos sem que haja manipulação ou interferência por parte do pesquisador. O trabalho esta subdividido em três tópicos: no primeiro mostramos a importância de se contar e ouvir histórias; no segundo comentamos sobre a formação de leitores e, posteriormente, apresentamos a analise de dados coletado de acordo com os procedimentos metodológicos indicados. Segundo os dados coletados, constatamos que a contação de histórias pode desenvolver o habito pela leitura, desenvolvendo assim um crescimento intelectual na criança, proporcionando nela o seu lado critico, estimulando o seu imaginário e o poder de desenvolver habilidades, beneficiando o seu rendimento escolar. 

 Palavra chave: Contação de histórias. Formação de leitores. Metodologia de ensino.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A discussão aqui desenvolvida objetiva analisar a contação de histórias e suas possíveis contribuições para a formação de leitores, colocando-se assim, neste momento, como uma das grandes aliadas da educação.

Por conta de tais características, a contação de história é investigada como método indispensável para a formação de leitores, já que a mesma é utilizada com o intuito de auxiliar no melhor desempenho de aspectos ligados ao incentivo a leitura. 

Trabalhar a leitura nas escolas buscando diferentes métodos atrativos, como utilização do lúdico, proporcionando na criança momentos divertidos e agradáveis, certamente irá nós proporcionarmos com uma pratica transformadora e exemplar.

Abramovich (1997 p. 16) afirma que: “contar histórias lidas, ouvidas, imaginadas, histórias de contos de fada, de terror, de suspense, etc. Enfim, todas essas formas de comunicação sempre estiveram presentes na vida e na lembrança de qualquer pessoa”.

Os professores que adotam esse método de contar história para seus alunos no intuito de desenvolver o processo de ensino-aprendizagem deveriam passar por um processo de capacitação, para melhor compreender e trabalhar esse mecanismo.

Estudando esses mecanismos o modo de como tratá-lo em sala de aula, a figura do professor em relação ao aluno, que tipo de relação existe entre eles, será possível determinar algumas “liberdades” para que os mesmos se sintam mais familiarizado com o ambiente.

Desenvolver autonomia nas crianças, mostrar a elas a confiança que o professores depositam com as mesmas, transmitir confiança para que as mesmas se sintam confiantes para desenvolver a aprendizagem.

Quanto à metodologia, optou-se pela pesquisa qualitativa com ênfase na aplicação de uma entrevista com cinco questões feita a professora e dois aluno e observações, registro de analise de dados, em uma perspectiva descritiva, procurando buscar possibilidade de manter uma correlação com os fatos e fenômenos sem que haja manipulação ou interferência por parte do pesquisador.

Para melhor entendimento deste tema, dividimos a pesquisa em três tópicos, a saber: no primeiro mostramos a importância da contação de histórias; em seguida discorremos sobre a formação de leitores; em seguida, apresentarmos a análise dos dados coletados.

  1. 1.    A IMPORTÂNCIA DE SE CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS

O ato de contar histórias é algo que não vem de hoje, é uma arte adquirida desde nossos ancestrais, tido como uma “herança” advinda da oralidade e passada de pai para filho, geração a geração.

Antigamente homens e mulheres se sentavam ao redor de fogueiras para contar e ouvir histórias, isso se dava devido à troca de experiências, ou seja, os contadores de histórias eram os que passavam para frente os ensinamentos obtidos ao longo dos tempos. Assim ensinavam aos seus antepassados, fazendo com que as crenças, os rituais, os costumes, valores e mitos, sejam passados para os mais jovens, conservando assim sua cultura, dos pais para os filhos, cultivando assim um laço de afetividade.

Atualmente nos dispomos de inúmeros recursos para contar uma história, mas nem sempre foi assim, é quase que impossível dizer ao certo quando se deu inicio a esse ato de contar história, é provável que tenha surgido através da linguagem oral, esta é uma hipótese, já que naquela época não existia a escrita.

Para Carvalho (1975), as histórias revelam-se uma arte antiga, que se confunde com a história da nossa própria cultura, a cultura humana geral. No que corrobora Gotilib (2000, P.6) quando nos diz que “Enumerar as fases da evolução do conto seria percorrer a nossa própria história, a história de nossa cultura, detectando os momentos da escrita que a representam”.

Afirma Samuel (1985):

A leitura oral é mais velha que a escrita. Entretanto uma cultura cristalizada pelos letrados tende a classificar o cordel, as expressões estéticas e da sabedoria do povo, como algo que faria parte de um mundo ingênuo “pitoresco” “típico”, “anônimo”, “folclórico” (p.172).

O ponta pé inicial para a aprendizagem da criança se da através da oralidade, do ouvir histórias, do acalanto materno, dos gracejos e cantigas que deixam marcas na vida de quem as ouviu. É o primeiro contato que a criança tem com o mundo real através da fantasia, da música, do imaginário.

Antes de nascer, ainda na barriga da mãe, a criança é capaz de memorizar a voz doce, suave e protetora da mãe, sendo de suma importância que a mãe já desenvolva na vida de seu filho o ato de contar história, ainda que a criança esteja no ventre materno.

“Feliz a criança que foi embalada pela mãe ao som de um acalanto. O corpinho miúdo bem junto ao corpo maior, mais forte e doce da mãe. O som da melodia e a beleza dos versos tão simples e grandiosos nos ouvidos, para todo o sempre”. (JOSÉ, 2007, p.27)

Muitas vezes, principalmente a mãe com a sua voz encantadora se torna o primeiro elo entre a criança o mundo. Neste momentos histórias contadas, passam para o filho exemplos de comportamento, ensinamentos, podendo fazer com que a criança se torne protagonista da história contada, mostrando desafios, buscando situações problemas, fazendo que no final a criança compreenda que certas travessuras não são adequadas. Enfim, são feitas “leituras” orais que sejam do agrado das crianças, caso contrário, se deixarem de ser algo prazeroso, deixa de ser literatura e passa a ser didática.

São contadas para as crianças histórias reais e não reais como contos de fadas, história surreais no intuito de despertar o imaginário da delas. Contar história para as crianças é poder despertar nelas os mais diversos dos sentimentos, de afeto, tristeza, alegria, raiva, irritação, tranqüilidade, esperança, paz, amor, enfim, fazer com que elas vivenciem tudo que se passa com os personagens, despertando seus interesses sobre eles.  

A maneira que a história é contada para as crianças influencia muito, o “intérprete“ deve passar entusiasmo ao contar uma história, usar tons diferenciados para cada fala, o narrador deve se sentir seguro, gostar de contar histórias, deve buscar também narrativas que desperte a curiosidade para que as crianças sintam-se a vontade de querer ouvir a história até o fim, e muitas vezes até querer explorar mais além o livro lido pela professora.  

Os adultos deveriam também no final da história, fazer rodas de conversa para estimular os pequenos ouvintes a elaborarem novos desfechos, provocando neles perguntas sobre o que eles acharam da história? Se o final foi satisfatório? Merecia-se alguma mudança? E que sim, quais essas mudanças? Provocar nas crianças novas idéias, sobre um novo final, despertando seu pensamento critico.  

Contando histórias, narrando lendas, sugerindo leitura de contos e tradições, está o professor proporcionando à criança uma atividade sadia, uma oportunidade para desenvolver a imaginação, enriquecer vocabulário, complementar experiências e atender à curiosidade da vida em suas estréias pelo mundo do encantamento. (TAHAN, 1957, p.8).

               Dessa maneira ela é uma ferramenta primordial para a formação tanto educacional quanto cultural, a criança que tem a oportunidade de ouvir muitas histórias, ela desenvolve a capacidade de aprendizagem muito mais aguçada, as crianças que tem contato com a leitura desde cedo, principalmente acompanhada dos pais, é beneficiada em diversos sentidos, elas aprendem mais, pronuncia melhor as palavras, e tem facilidade de comunicar-se de forma geral.

Por meio da leitura as crianças desenvolvem algumas habilidades, tais como: atenção, enriquecimento da língua, socialização, estimulo a imaginação, diversas emoções, habito de escutar, adquirem cultura, interesse pela leitura, dentre outras.

 É importante também mostrar as crianças que elas também são contadoras de história, apesarem de não sabem ler, que esse dom é uma essência, e que estamos durante toda vida construindo histórias, sejam elas fatos importantes que nos ocorreu, sejam elas coisa simples do dia-a-dia, as narrativas faz parte de um olhar para dentro de cada ser, pode ser primordial em casa um de nós.

Segundo Elias José (2007), ler, contar e encantar crianças, ele fala sobre as crianças serem entregues as escolas cedo, só vendo os pais poucas horas por dia, em casa muitas vezes elas são jogadas nas mãos de pessoas revoltadas com o custo de vida e os salários humilhantes, pessoas essas que iram passar a maior parte do dia com essas crianças e que não terão a mesma preocupação de educar os pequenos corretamente como os pais de verdade, sofrendo assim um tipo de desapego, com perca de valores, atenção, carinho, de certa forma perdendo o direito de ser criança.

Adultos ocupados, pais trabalhando para da o sustento em casa, com o horário puxado, ao chegarem em casa já encontram seus filhos dormindo, perdendo a oportunidade de passar para eles os seus ensinamentos, a cultura, as brincadeiras e a cotação de história que obtiveram durante toda a vida, com a falta de atenção dos pais e a ausência deles, as crianças ficam espessas deixando as crianças alheias nas mãos de outras pessoas que iram tratá-las de forma meio que desfavorecida, sendo criadas do jeito que dá certo.

Muitas crianças por falta de companhia dos pais ou até mesmo a falta de outras crianças para brincar, muitas delas devido morar em grandes cidades e com a falta de segurança e as dificuldades econômicas, vemos cada vez mais crianças morando em apartamentos muito pequenos, onde as mesmas buscam recursos de diversão e as únicas atividades que encontram são jogar videogame, ou navegar na internet, buscam recursos de diversão nos brinquedos ultramodernos.

 Na TV que é mais uma fonte de estímulo ao consumismo desenfreado, que estar sempre impondo que a criança para ser felizes tem que ter uma boneca tal, um brinquedo tal, sem falar nos programas de violência que a mesma divulga, isso tudo causando um sério tipo de perca de valores, crenças, como as brincadeiras de roda tradicionais, como a dar valor a uma cotação de história.

Sabemos que não são todas as pessoas do mundo que gostam de ler, alguns acham um ato entediante, chato, outras lêem por obrigação, forçados, cada dia que passa as pessoas tendem a ter mais preguiça de ler, estão perdendo o gosto pela leitura, e isso é preocupante, pois a leitura é um instrumento para se manter atualizado, e é através da leitura que podemos viajar em um mundo sem fronteiras, onde podemos descobrir outros lugares, novas culturas, novos rumos, sem precisar sair do lugar.

Precisamos resgatar o gosto pela leitura, pois se isso não ocorrer teremos uma grande perca com a educação de nossas crianças, elas se tornarão, se não ficarmos atentos, jovens alienados, pois é isso que acontece, geralmente, com as pessoas que não tem o hábito de ler, nem realizam “leituras do mundo” tendem a ter dificuldades de aprendizagem, sem leitura o conhecimento se estreita, perdem sua visão mais ampla, mais critica, acerca dos problemas que poderá aparecer.

Como a literatura infantil prescinde do imaginário das crianças, sua importância se dá a partir do momento em que elas tomam contato oralmente com as histórias, e não somente quando se tornam leitores. Desde muito cedo, então, a literatura torna-se uma ponte entre histórias e imaginação, já que “é ouvindo histórias que se pode sentir... e enxergar com os olhos do imaginário... abrir as portas à compreensão do mundo”. (ABRAMOVICH, 1995, p.17).

A contação de histórias é uma atividade enriquecedora que junto com o lúdico proporciona a criança momentos de lazer e brincadeiras, e sabemos que onde à brincadeira a aprendizagem acontece de maneira prazerosa. Sem cobranças, sem regras a serem cumpridas, a criança no seu jeito mais inocente, consegue capita o desfecho da história, as historinhas contribuem para o desenvolvimento das crianças, mais cabe aos adultos responsáveis proporcionar situações que desperte o imaginário infantil de modo a desenvolver nelas o prazer e o habito da leitura.

 

  1. 2.    A FORMAÇÃO DE LEITORES.

 

A leitura é ferramenta fundamental para a formação humana, pois é ela que contribui significamente para o crescimento pessoal, mas para que isso aconteça o leitor deverá compreender o que esta sendo lido, ele além de codificar as letras, deverá entender o que as mesmas significam. 

Formar leitores no Brasil é certamente um enorme desafio, existem muitos casos que os pais não têm condições de comprar livros; em outros casos de pais que tem condições de disponibilizar recursos para a melhoria de ensino de seus filhos, mas, no entanto não tem o cuidado de cobrar responsabilidades de seus filhos, deixando-os livres para fazer o que bem entendem.

Para Ricardo Azevedo (2001), muitos pais recomendam a leitura para seus filhos, falam em livros e autores “clássicos”, mas na verdade, não são leitores e nem se interessam pela literatura.

A formação de leitores se inicia no ambiente familiar e se ganha proporções nas escolas e em diversos ambientes, tendo o auxilio de professores, bibliotecários e em especial a família.

 Sabemos que muitos filhos se baseiam nas atitudes de seus pais, buscando se espelhar naquilo que eles fazem, o comportamento dos pais serve de exemplo para os filhos, crianças que vêem os pais lendo, que percebem que os pais têm prazer ao ler, são crianças mais interessadas em leitura do que as filhas de pais que não lêem e não gostam de ler.

Vygotsky (1988, p.109) constatou em seus estudos que “a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar”. Ou seja, quando a criança entra na escola já existe um histórico de aprendizagem em seu “currículo”. A escola por sua vez, como explana o autor, irá ser uma orientadora e estimuladora desses processos mentais cujo embrião já está implantado. 

As crianças pequenas, até mesmo para se sentirem protegidas, tendem a admirar e imitarem seus pais, elas vêem como perfeitos, verdadeiros super-heróis. Os pais junto com os professores são os que mais influenciam no desenvolvimento do gosto pela leitura, proporcionar passeios a feiras de livros são encantadores para as crianças, lá encontram as mais diferentes opções de leitura e se entusiasmam com o ar de magia e mistério.

No entanto, Machado (1999, p.99) afirma que o melhor estímulo para a leitura é a curiosidade. Ela é despertada quando alguém nos fala com entusiasmo de um livro que está lendo ou leu, ou quando sabemos da existência de uma obra cujo autor já admirou ou que, de alguma forma, relacionamos a outra leitura [...] “Adultos que não lêem não dão exemplo de leitura nem despertam a curiosidade sobre livros”.

Quando se consegue avançar do não ler para o hábito de ler e deste para prazer, busca-se constantemente ler novos livros, outras leituras, que despertem a curiosidade de descobrir novas coisas que automaticamente buscamos nos informar sobre o mundo grandioso que é a leitura.

Professores e responsáveis pelas crianças devem tomar algumas precauções, pois no momento em que os professores levam até as crianças a leitura ele devem saber que estão sendo responsáveis pelo aprendizado dos mesmos, por isso antes de levar para os pequenos as leituras se certificarem que essa irá trazer benefícios ou até mesmo verificar se é apropriado para as crianças.

Ao desenvolver suas metodologias o professor deve levar em conta a situação real de seus alunos, não basta só aplicar seus métodos, ele deve ter conhecimento das dificuldades que os mesmos passa, dando oportunidade de desenvolver ambientes e situações favoráveis.

A Escola deve conscientizar a família que a dedicação de seus filhos se inicia em casa, junto a família e ganhar proporções na escola. Compreender que o gosto pela leitura se da na idade certa, que isso pode até acontecer antes, através das atividades lúdicas adequada a idades.

3. A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E A FORMAÇÃO DE LEITORES, NA TURMA DE 1° ANO DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL NOSSA SENHORA DA PAZ.

 

3.1 A ESCOLA

 

A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Ensino Infantil e Fundamental Nossa Senhora da Paz, localizada no Bairro Centro, à Rua São Miguel, s/n, no município de Coreaú- CE. Foi construída no ano de 1985, na gestão do Prefeito Francisco Vilar Fontenele de Menezes, preparada pra funcionar apenas com a Educação Infantil.

A partir de 1986 no dia 1º de fevereiro, a escola começou a funcionar nos horários de manhã e tarde, assim permanecendo até os dias atuais. Contudo a escola foi se desenvolvendo, o número de alunos foi crescendo e na gestão do prefeito Luiz Carneiro de Albuquerque ela recebeu uma ampliação de salas de aulas, onde começou a funcionar também, o Ensino Fundamental, o EJA, o trabalho com idosos e brinquedoteca.

É uma escola pública, onde atende 45 crianças na Educação Infantil,141 crianças no Ensino Fundamental I, nos turnos manhã e tarde ,no total têm 186 alunos com 18 professores, incluindo os de reforço que funciona no contra turno do horário dos alunos.

 A escola possui ainda em sua estrutura, 4 salas de aula, uma sala de leitura, uma de informática, uma sala de direção da escola, um  almoxarifado, 3 banheiros ( um feminino, um masculino e um na secretaria ), uma secretaria e uma cantina. Núcleo gestor é composto por: 01 Diretora; 05 Secretarias Escolares; 18 Professores, 05 Auxiliares de serviço, 01 merendeira, 02 Vigias e 01 porteiro.

 

 

 

3.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DA PESQUISA

 

Para melhor compreensão dos resultados obtidos, foi realizado uma analise abordando as temáticas a partir das observações e das entrevistas feita na escola, com uma professora e dois alunos.

Tendo como finalidade, conhecer com mais clareza a pratica da contação de histórias desenvolvida em sala de aula, se ela é realmente um recurso, e se através dela há um beneficio na aprendizagem e averiguar se a um acompanhamento por parte da família e / ou da escola.

Podemos perceber ao longo das observações que a professora desenvolve uma boa didática, quanto ao domínio de sala, a mesma fala que já tem experiência em sala e que a escolha da didática se deu por saber que a sua metodologia sempre dá bons resultados e que sempre é aceita por parte dos alunos.

Ao longo das observações, quando chegamos a tão esperada hora da contação de histórias, a professora se destaca pelo seu entusiasmo e carisma., a forma que a mesma conta as historinhas desperta nas crianças a vontade de ouvi-las até o final.

A professora possui uma interpretação, o que facilita mais ainda o entendimento da história, e assim fazendo com que as crianças se sintam cada vez mais fascinadas.

A professora demonstra ser criativa, sua sala é decorada, enfeitada com cartazes, desenhos expostos, tendo também uma estante com livros de historinhas, passando um ambiente bem alegre.

No decorrer das observações, tivemos a oportunidade de perceber que a professora reserva três dias da semana, sempre por volta do segundo tempo, para a contação de histórias, onde a mesma costuma busca inserir, dentro deste momento também são desenvolvidas algumas ações que se relacionam ao conteúdo estudado.

A forma que ela realiza a contação é sempre a mesma. Primeiro reúne todos os alunos formando uma roda, neste momento ficam todos sentados no chão e, antes de começar a ler a historinha, a mesma mostra os desenhos que contem no livro, fazendo assim uma predição, visando com isso estimular as crianças a formar um conceito do que venha ser a história que será lida e só assim, depois de perguntar aos pequenos o que os mesmos acharam que a história fala é que ela inicia a leitura.

Em outro momento ela não ler o livrinho, só mostra as figuras e desenvolve junto com as crianças a sua própria história, estimulando assim a criatividade dos seus alunos, desenvolvendo seu imaginário.

A partir de observações e conversando com a professora, percebi que ao final de suas histórias ela desenvolve diversas atividades com seus alunos, tais como: ditado de palavras retiradas do livro que foi lido, descrever figurinhas das historinhas, bingo entre outras atividades.

Contudo, notamos a professora bem engajada com os alunos, e que a mesma tem uma preocupação maior relacionada a alfabetização, também notamos que ela por estar ensinando a algum tempo e por entender que a mesma já estar cansada, em alguns momentos deixa a desejar, perdendo um pouco as suas motivações.

Mas ao todo a pesquisa foi bastante satisfatória, a professora uma excelente profissional, em relação à turma existe alguns alunos, mais agitados, talvez por eu estar presente e assim quererem chamar atenção.

Quanto a aplicação da entrevista se deu ao decorrer das observações, escolhendo o tempo apropriado para não atrapalhar as aulas. As entrevistas contem cinco questões, tanto para a professora quanto para os alunos.

Ao perguntar para a professora o que a mesma acha a respeito da importância da contação de história, ela respondeu:

A contação de história tem a capacidade de deixar a turma mais atenciosa, assim melhorar a aprendizagem dos alunos. (Professora)

Pode-se perceber que a professora tem consciência da importância da contação de história, ao perceber que a criança adquire conhecimentos aparte delas.

Tendo em vista as observações feitas em sala e a resposta da professora, podemos concordar que a contação tem sim um papel relevante e grandioso para a aprendizagem dos alunos.

Quando perguntamos, se é possível formar alunos leitores através de contações de historias e por que, temos como resposta:

Sim. As contações despertam nas crianças curiosidade de aprender novas coisas, além de deixar as aulas mais divertidas, e com as atividades após as leituras, ajudam a alfabetizar as crianças. (Professora)

Quando perguntado se ela concorda que as histórias provocam nos alunos sentimentos positivos, obtivemos a seguinte resposta:

Sim. Percebo que as crianças sempre aprendem algo com as histórias que abordam algumas condutas de comportamento e com elas os alunos tem a oportunidade de resgatar suas culturas e crenças. (Professora)

Percebemos que as crianças se desenvolvem bastante com as histórias, trazendo sempre pontos positivos ao despertar alegria e vários outros sentimentos. Notamos que a maioria das historias esta relacionada a forma de comportamento e com isso a professora resgata algumas atitudes dos alunos com o ensinamentos dos personagens, atitude sabia da professora.

Quando perguntado, Se quando há participação da família, o desenvolvimento relacionado à aprendizagem e o desempenho dos alunos de certa forma evoluem, tivemos como reposta:

Certamente. Quando há participação e cobranças dos pais, percebo que os alunos se dedicam mais, se tornam mais participativos e atenciosos. (Professora)

Ao perguntar, se acha importante utilizar recursos nas contações de histórias. Por que, a resposta foi a seguinte:

Sim. Nunca é demais utilizar de novas ferramentas para garantir e direcionar mais ainda a atenção dos alunos, além de torna mais fácil o entendimento das histórias. (Professora)

Ao contar uma história, aonde a mesma vem acompanhada com diversos recursos, podemos perceber que elas ganham vida, melhora o entendimento das crianças, desperta nelas emoções ao construir em seu imaginário cenas de acordo com o que esta sendo contado e com os recursos utilizados.

No decorrer da entrevista era fácil notar na professora a preocupação que a mesma tem com a contação de histórias, pois ela sabe da importância que elas tem na formação das crianças.

Quanto às respostas das duas crianças ao decorrer da entrevista, foram bastante parecidas. As perguntas que foram feitas a elas, tiveram como foco o ato de ler e ouvir historia.

Quando ao perguntar se eles gostam de ouvir e de ler histórias e o porquê, as respostas foram:

Sim. Gosto é muito divertido. (Aluno 1)

Gosto muito. Por que gosto de ver as figurinhas do livro. (Aluno 2).

É notável que os alunos tenham entusiasmo ao ouvir as histórias em sala, tornando a aprendizagem divertida, fugindo um pouco das regras.

Quando é perguntado como elas gostam que as histórias sejam contadas, tivemos como resposta:

Gosto quando a tia usa os bonecos. (Aluno 1)

Gosto quando a tia conta mostrando as figurinhas do livro. (Aluno 2).

Através das respostas notamos a importância de utilizar de outras ferramentas para despertar o interesse da criança pelas histórias, vimos que quanto mais usamos a criatividade, mais atenções iremos conseguir.

Ao conversar com elas, perguntamos se alguém da família conta historias para elas e se as mesmas gostam, tivemos como resposta.

Sim. Gosto quando minha mãe conta história de fadas para mim. (Aluno 1).

Sim. Quando minha irmã traz os livros dela e ler para mim dormir. (Aluno 2).

Respostas muito satisfatória, é bom saber que os responsáveis pelas crianças ainda tenham esse cuidado de contar história para os pequenos, e o quanto é importante a figura dos pais na participação educacional de seus filhos.

No decorrer da entrevista, perguntamos se a professora empresta os livros para levarem para casa, a resposta obtida foi uma só, disseram que sim - e que ao devolver o livro no outro dia eles contam a historia para a professora e para a turma.

Quando é perguntado se quando eles leem e/ou escutam histórias, ficam com vontade de ler outras, as respostas foram:

Sim. Por que conheço outros livros. (Aluno 1)

Sim. Gosto de ler outras. (Aluno 2).

Baseado na entrevista feita, foi notado que a professora conhece a importância da leitura, por isso se preocupa em fazer uma boa narração, fazendo da leitura uma ocasião agradável, buscando o envolvimento dos alunos com a história.

Na fala dos alunos, baseada nas respostas dos mesmos, sempre ao falar que há um desejo de procurar ler ou ouvir outras histórias acompanhadas pelo lúdico.

A narração apesar de ser um momento divertido é algo muito sério, pois o que esta sendo lido irá mexer especialmente naqueles que estão ouvindo, por isso a importância de tomar cuidado e ter responsabilidade no que irá dizer as crianças.

Foi notado que o hábito de ler pode ser iniciado através do ouvir histórias, e que esse hábito vai desenvolver diversos benefícios intelectuais nos indivíduos, estimulando a imaginação, o lado critico, desenvolvendo habilidades, melhorando o rendimento escolar.

Ao passar conhecimentos para as crianças, isso deve acontecer de maneira dinâmica, para que não haja uma recusa por parte delas.

Os professores devem trabalhar e despertar para os alunos o gosto pela leitura, e não de modo mecanizado, com regras e obrigações a serem cumpridas.

Devem desenvolver habilidades em que os alunos tenham prazer ao pegar um livro e querer sempre ler mais.

  

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Segundo os dados coletados, constatamos que a contação de histórias pode desenvolver o habito pela leitura, desenvolvendo assim um crescimento intelectual na criança, proporcionando nela o seu lado critico, estimulando o seu imaginário e o poder de desenvolver habilidades, beneficiando o seu rendimento escolar. 

Percebemos o quanto é importante a formação de leitores na idade certa, pois os mesmos precisaram dessa formação, o mundo em que estamos exigem cada vez mais que estejamos atualizados e por dentro do que corre.

Por tanto acreditamos que a contação de história e a formação de leitores contribui significantemente no intelecto dos alunos. A contação de historia na sala de aula é algo inovador e prazeroso para a criança, pois de certa forma é um refugio da rotina das aulas, tornando-se um momento interessante que desperta nelas entusiasmo de aprender.

É importante lembrar que o processo de aprendizagem da criança não se limita apenas na Escola, ele inicia primeiramente em casa, com o acompanhamento dos pais, e os mesmos não devem colocar toda responsabilidade na escola.

Escola e família devem caminhar juntos para despertar na criança a curiosidade de aprender, fazer com que elas entenda que isso é importante para elas.

A pesquisa pode-se de fato constatar que as crianças observadas desenvolvem habilidades de escrita através de leituras. Notamos que contar historinhas na sala do primeiro ano é algo importante, tanto na visão da professora quanto dos alunos.

Este trabalho nós proporcionou a entender que a contação de historias é a metodologia mais eficaz para tornar alunos leitores e escritores com autonomia.