A fotografia que a principio tinha uma função meramente comercial e depois foi aderindo outras funções como registro de monumentos históricos, personagens típicos de cada local e época, entre outros vários aspectos culturais e sociais, passou a permear a construção do imaginário pessoal.

Da mesma forma que o advento dos cartões postais permitiram um conhecimento estético do mundo, sem que fosse necessário sair de casa, também passaram a trabalhar o imaginário com figuras eróticas entre outras temáticas.

Não apenas a realidade ficcional, moldada através de recortes ideológicos do fotografo, e nem tão pouco seu compromisso com a preservação da memória de determinado momento: a fotografia assumi definitivamente nos dias atuais sua função de apropriação e moldagem do imaginário.

Para tanto, a fotografia aproxima-se do seu uso promocional. Neste a venda de estereótipos, produtos, ideologias, costumes e vários outros aspectos socioculturais são vendidos e propaganizados pela imagem fotográfica.

Essa vendagem de estilos de vida e de bens de consumo e ideológicos vão aflorar diretamente a apropriação e moldagem do imaginário pessoal ( e também coletivo ) que sentirá a necessidade de adquiri o "produto" (lê-se produto como qualquer que fora a construção simbólica da imagem fotográfica) perpassado pela fotografia.

A fotografia atualmente não só nos apresenta o mundo com todas suas características sociais, econômicas e culturais, como desperta em nós uma necessidade de consumi-lo. Esse consumo se dá de acordo com nossa identificação com o conteúdo contido implicitamente ou explicitamente na fotografia.

A fotografia tem trabalhado, dentro dessa relação de identificação e estranhamento do receptor com a imagem fotográfica, o surgimento de desejos, conceitos e apropriações ideológicas no psicológico das pessoas na sociedade

atual, que é considerada como uma sociedade imagética; onde suas bases estão fundamentadas na criação e apropriação de imagens e conhecimentos visuais.

Como Muniz Sodré afirma em seu livro "Máquina de Narciso", o olho é tido como uma espécie de algo possuidor e ao mesmo tempo fácil de ser possuído. Tem –se a necessidade de ser visto e de possuir o que se vê.essa teoria reafirma a função de construção do imaginário através da fotografia e suasidealizações que vão refletir e ser absorvida pelos seus receptores/leitores.