A Construção do Espaço Medievo: a História Teológica

Isac Ferreira

Resumo

O presente artigo analisará aspectos do espaço medievo que possibilitaram a construção da História teológica baseado na teoria de Maria Amélia Garcia de Alencar do livro História da História publicado em 2005. Tratará de dois pensadores ilustres e de suas contribuições ao desenvolvimento da História Medieval: Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino.

Palavras-chaves: teológica, plano divino, platonismo e aristotelismo.

Com a dissolução do Império Romano não ocorreu o surgimento de valores adequados à nova ordem feudal nascente, quando emergia outro tipo de cultura, teológica e subordinada à Igreja Cristã. Surgiu o fenômeno conhecido como teocentrismo cultural, que se desenvolve de acordo com um plano divino, sendo a vinda de Cristo a Terra o centro desse processo. A Igreja foi à única instituição estável, a principal e quase exclusiva responsável pela educação e pela cultura. Ela também se organizou politicamente, adquiriu inúmeros feudos e ganhou prestígio perante os reis e a nobreza, além de comandar a mentalidade popular religiosa. Mas a Idade Média não foi somente um período de dominação teológica, teve a originalidade de muitos filósofos com, por exemplo, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Podemos dividir o período medieval em duas fases totalmente distintas do ponto de vista cultural: a primeira corresponde ao período que se segue a queda do Império Romano e a segunda refere-se ao desenvolvimento da escolástica medieval e a criação das universidades até a crise do pensamento escolástico e o surgimento do humanismo renascentista. Pág: 21-23.

SANTO AGOSTINHO E O PLATONISMO CRISTÃO

Foi um grande teólogo; responsável pela síntese entre a filosofia clássica e a doutrina cristã; autor mais lido; nasceu em 354 em Tagaste, na Numidia; foi mestre de retórica em Cartago; e foi influenciado por Santo Ambrósio. Em sua obra Cidade de Deus, Santo Agostinho interpreta a história da humanidade. Segundo a teologia agostiniana, a natureza humana é, por essência, corrompida, estando na fé em Deus à remissão eterna. Através desta doutrina a Igreja pôde se consolidar nesse período e durante toda a Idade Média. Na concepção agostiniana, a Igreja guarda na Terra as chaves da cidade de Deus. Pág: 24-25.

SANTO TOMÁS DE AQUINO E O ARISTOTELISMO CRISTÃO

As cidades passaram a ter importância como centros irradiadores de novos valores culturais, desvinculando-se pouco a pouco do dogmatismo religioso. Houve também fatores que levaram a essa consolidação como, por exemplo, o surgimento das universidades e a criação das ordens religiosas dos franciscanos e dominicanos. A criação das universidades reflete bem as grandes transformações pelas quais passava o mundo europeu nesse período que, visava à formação de uma elite para combater os hereges, quanto no leigo e civil, relacionando as necessidades do governo e da administração pública. As universidades criadas até então passam a se interessar pelas obras de Aristóteles, que não buscavam somente ensino, mas pesquisa e produção do saber, de discussão e de polêmica. O pensamento de Santo Tomás de Aquino teve imensa influência em sua época, quando é representado pelo neotomismo. Foi extremamente criativo e original. Em torno dos séculos XI-XII surge assim à chamada "escolástica", termo que designava todos aqueles que pertenciam e se vinculavam a uma determinada escola de pensamento de ensino. Santo Tomás de Aquino abre caminho para o interesse pela investigação científica do mundo natural que suscitava grande curiosidade no homem medieval, bem como correspondia à necessidade de desenvolvimento de um mundo em rápido crescimento econômico e social. Com tudo, esses dois pensadores contribuíram de forma significativa para a edificação do conhecimento e influenciaram de forma decisiva o pensamento que se estende até mesmo à contemporaneidade.

Referências Bibliográficas

ALENCAR, Maria Amélia Garcia de. A Construção do Espaço Medievo: a História Teológica. In. História da História. Goiânia-GO.: Ed. UCG, 2005, pp. 21-28.