A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS MATEMÁTICOS ATRAVES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

                                                                    

Analídia de Castro Santos

Eliane Carvalho Viana de Mendonça

Marilda da Silva Rezende

 

RESUMO:

O presente artigo visa analisar os diferentes modos de resolução de problemas matemáticos das series iniciais do ensino fundamental, com o objetivo de analisar e compreender as dificuldades em definir a operação a ser utilizada e ao entendimento do enunciado apresentado, fazendo um comentário a respeitos das considerações de teóricos e estudiosos dos modos de resolução de problemas.

A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS MATEMATICOS ATRAVES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Dentro da escola, o ensino da matemática é um campo de saber em constante construção e reconstrução feita pelos homens no decorrer de sua historia. Hoje em nossas salas de aula percebemos a grande dificuldade de nossos alunos em resolver problemas, não só em identificar as operações a serem utilizadas, mas em compreender os enunciados e até mesmo em dar as respostas a cada indagação apresentada nos exercícios. A dificuldade em buscar soluções aos problemas apresentados em sala de aula e muitas vezes as frustrações encontradas nesse percurso deixa os alunos desestimulados e insatisfeitos com a disciplina e com as atividades da mesma. Porém o grande desafio que o professor de matemática enfrenta é fazer com que essa insatisfação demonstrada em pelos alunos, sejam substituídas por prazer em conseguir desvendar os mistérios e indagações propostos nos problemas, mas isso é também um desafio para o educador, que só terá algum sucesso se as aulas forem atrativas e interessantes, mudando seu modo arcaico de apresentar os problemas, desvendando certas palavras chaves que identificam a operação a ser utilizada e propondo problemas que desafiem o aluno a pensar relacionando seus acontecimentos diários com as atividades em sala de aula. 

Desde os anos 60 com a matemática moderna, o ensino vem priorizando a resolução de problemas com a própria razão do ensino da matemática. Registros de problemas matemáticos são encontrados na historia antiga egípcia, chinesa e grega e nos livros do século XIX E XX.

No inicio do século XX, o ensino era apoiado na repetição, a participação do aluno baseava em ouvir, escrever, memorizar e repetir. O professor explica o conteúdo e aluno repetia ao passo atreves dos exercícios “siga o modelo”, memorizando os passos. Com tudo existia aqueles que se destacavam por pensar nas explicações e conseguia compreender o processo, mas a maioria esquecia em pouco tempo e que pensava ter aprendido.

Já na década de 1950, começaram a querer alunos pensantes, capazes de adquirir seus próprios conceitos através de uma explicação, os alunos deveriam pensar em voz alta durante os  processos de resolução.

A importância dada a resolução de problemas é recente e somente nas ultimas décadas que os educadores começaram a aceitar de que o desenvolvimento da capacidade de se resolver problemas merecia mais atenção.

O ensino da resolução de problemas enquanto campo de pesquisa em Educação Matemática começou a ser investigado de forma sistemática sob a influência de POLYA, nos Estados Unidos, nos anos 60.

No fim dos anos 70, a Resolução de Problemas ganhou espaço no mundo inteiro, destacando que o desenvolvimento da habilidade em resolução deveria dirigir os esforços dos educadores matemáticos por toda essa década, e que o desempenho em saber resolver problemas mediria a eficiência de um domínio pessoal e nacional da competência matemática e também que é preciso preparar os indivíduos para tratar com problemas especiais como os que irão se deparar em suas próprias carreiras. Polya define a resolução de problemas como:

“Resolver um problema é um caminho a partir de uma dificuldade, encontrar um caminho que contorne um obstáculo, para alcançar um fim desejado, mas não alcançável imediatamente, por meios adequados”. (POLYA, 1995, p.02)

Entende-se como esses meios citado pelo a autor como as operações aritméticas que habitualmente usamos para chegar a um resultado, e o aluno deve conhece-las dominando e compreendendo que as operações são ferramentas para que ele consiga comprovar a sua resposta. Polya descreve como os professores deveriam classificar os problemas a serem estabelecidos a seus alunos e como agir diante deles:

“Não muito fáceis, nem fáceis demais, naturais e interessantes, que desafiem sua curiosidade a seu conhecimento...depois o professor deveria ajudar os seus alunos convenientemente; não muito pouco, senão não há progresso ; não demais, senão o aluno não terá o que fazer; não ostensivamente, senão os alunos adquirem aversão ao problema, entretanto se o professor auxilia seus alunos apenas o suficiente e discretamente, deixando-lhes alguma independência ou pelo menos alguma ilusão de independência eles podem se inflamar e desfrutar a satisfação da descoberta.”( POLYA, 1995, p.39)

A aquisição do conhecimento não acontece pela simples experiência, ou de forma espontânea, ela é uma relação em que o educador e o educando aprendem juntos, e cada um tem o seu papel. O professor enquanto mediador tem a função de intervir no processo pedagógico, deve ser orientador, coordenando o processo de construção do conhecimento.

Os alunos podem trazer para a sala de aula alguns problemas, onde ambos procuram formas para superar as dificuldades, modificando e transformando a sociedade em que vivem. Verifica-se que é a partir daí que o ensino da matemática passa a ter significado e importância para o aluno, fazendo-se presente e necessária para entender o contexto social. Segundo ao PCNs de matemática:

“O conhecimento da matemática formalizado precisa, necessariamente ser transformado para se tornar possível de ser ensinado/aprendido: ou seja, a obre e o pensamento do matemático teórico não são possíveis de comunicação direta aos alunos. Essa consideração implica em rever a idéia que persiste na escola, de ver nos objetivos de ensino, copias fieis dos objetivos da ciência.”( PCN, p. 36)

O professor deve rever e formular os objetivos, com objetivos prévio e diferenciado do educando na resolução dos problemas, não restringindo esse conhecimento e sim, ampliando o universo de condições ao aluno para o seu aprendizado, estabelecendo dessa maneira, um vinculo entre o que ele já conhece com o novo a ser construído.

BIBLIOGRAFIA

POLYA, George. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático, Rio de Janeiro: interciência, 1995.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação Fundamental.- Brasilia: MEC/SEF, 1997.