A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS MATEMÁTICOS ATRAVES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Analídia de Castro Santos Eliane Carvalho Viana de Mendonça Marilda da Silva Rezende
Publicado em 11 de novembro de 2014 por analidia de castro santos
A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS MATEMÁTICOS ATRAVES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Analídia de Castro Santos
Eliane Carvalho Viana de Mendonça
Marilda da Silva Rezende
RESUMO:
O presente artigo visa analisar os diferentes modos de resolução de problemas matemáticos das series iniciais do ensino fundamental, com o objetivo de analisar e compreender as dificuldades em definir a operação a ser utilizada e ao entendimento do enunciado apresentado, fazendo um comentário a respeitos das considerações de teóricos e estudiosos dos modos de resolução de problemas.
A CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS MATEMATICOS ATRAVES DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Dentro da escola, o ensino da matemática é um campo de saber em constante construção e reconstrução feita pelos homens no decorrer de sua historia. Hoje em nossas salas de aula percebemos a grande dificuldade de nossos alunos em resolver problemas, não só em identificar as operações a serem utilizadas, mas em compreender os enunciados e até mesmo em dar as respostas a cada indagação apresentada nos exercícios. A dificuldade em buscar soluções aos problemas apresentados em sala de aula e muitas vezes as frustrações encontradas nesse percurso deixa os alunos desestimulados e insatisfeitos com a disciplina e com as atividades da mesma. Porém o grande desafio que o professor de matemática enfrenta é fazer com que essa insatisfação demonstrada em pelos alunos, sejam substituídas por prazer em conseguir desvendar os mistérios e indagações propostos nos problemas, mas isso é também um desafio para o educador, que só terá algum sucesso se as aulas forem atrativas e interessantes, mudando seu modo arcaico de apresentar os problemas, desvendando certas palavras chaves que identificam a operação a ser utilizada e propondo problemas que desafiem o aluno a pensar relacionando seus acontecimentos diários com as atividades em sala de aula.
Desde os anos 60 com a matemática moderna, o ensino vem priorizando a resolução de problemas com a própria razão do ensino da matemática. Registros de problemas matemáticos são encontrados na historia antiga egípcia, chinesa e grega e nos livros do século XIX E XX.
No inicio do século XX, o ensino era apoiado na repetição, a participação do aluno baseava em ouvir, escrever, memorizar e repetir. O professor explica o conteúdo e aluno repetia ao passo atreves dos exercícios “siga o modelo”, memorizando os passos. Com tudo existia aqueles que se destacavam por pensar nas explicações e conseguia compreender o processo, mas a maioria esquecia em pouco tempo e que pensava ter aprendido.
Já na década de 1950, começaram a querer alunos pensantes, capazes de adquirir seus próprios conceitos através de uma explicação, os alunos deveriam pensar em voz alta durante os processos de resolução.
A importância dada a resolução de problemas é recente e somente nas ultimas décadas que os educadores começaram a aceitar de que o desenvolvimento da capacidade de se resolver problemas merecia mais atenção.
O ensino da resolução de problemas enquanto campo de pesquisa em Educação Matemática começou a ser investigado de forma sistemática sob a influência de POLYA, nos Estados Unidos, nos anos 60.
No fim dos anos 70, a Resolução de Problemas ganhou espaço no mundo inteiro, destacando que o desenvolvimento da habilidade em resolução deveria dirigir os esforços dos educadores matemáticos por toda essa década, e que o desempenho em saber resolver problemas mediria a eficiência de um domínio pessoal e nacional da competência matemática e também que é preciso preparar os indivíduos para tratar com problemas especiais como os que irão se deparar em suas próprias carreiras. Polya define a resolução de problemas como:
“Resolver um problema é um caminho a partir de uma dificuldade, encontrar um caminho que contorne um obstáculo, para alcançar um fim desejado, mas não alcançável imediatamente, por meios adequados”. (POLYA, 1995, p.02)
Entende-se como esses meios citado pelo a autor como as operações aritméticas que habitualmente usamos para chegar a um resultado, e o aluno deve conhece-las dominando e compreendendo que as operações são ferramentas para que ele consiga comprovar a sua resposta. Polya descreve como os professores deveriam classificar os problemas a serem estabelecidos a seus alunos e como agir diante deles:
“Não muito fáceis, nem fáceis demais, naturais e interessantes, que desafiem sua curiosidade a seu conhecimento...depois o professor deveria ajudar os seus alunos convenientemente; não muito pouco, senão não há progresso ; não demais, senão o aluno não terá o que fazer; não ostensivamente, senão os alunos adquirem aversão ao problema, entretanto se o professor auxilia seus alunos apenas o suficiente e discretamente, deixando-lhes alguma independência ou pelo menos alguma ilusão de independência eles podem se inflamar e desfrutar a satisfação da descoberta.”( POLYA, 1995, p.39)
A aquisição do conhecimento não acontece pela simples experiência, ou de forma espontânea, ela é uma relação em que o educador e o educando aprendem juntos, e cada um tem o seu papel. O professor enquanto mediador tem a função de intervir no processo pedagógico, deve ser orientador, coordenando o processo de construção do conhecimento.
Os alunos podem trazer para a sala de aula alguns problemas, onde ambos procuram formas para superar as dificuldades, modificando e transformando a sociedade em que vivem. Verifica-se que é a partir daí que o ensino da matemática passa a ter significado e importância para o aluno, fazendo-se presente e necessária para entender o contexto social. Segundo ao PCNs de matemática:
“O conhecimento da matemática formalizado precisa, necessariamente ser transformado para se tornar possível de ser ensinado/aprendido: ou seja, a obre e o pensamento do matemático teórico não são possíveis de comunicação direta aos alunos. Essa consideração implica em rever a idéia que persiste na escola, de ver nos objetivos de ensino, copias fieis dos objetivos da ciência.”( PCN, p. 36)
O professor deve rever e formular os objetivos, com objetivos prévio e diferenciado do educando na resolução dos problemas, não restringindo esse conhecimento e sim, ampliando o universo de condições ao aluno para o seu aprendizado, estabelecendo dessa maneira, um vinculo entre o que ele já conhece com o novo a ser construído.
BIBLIOGRAFIA
POLYA, George. A arte de resolver problemas: um novo aspecto do método matemático, Rio de Janeiro: interciência, 1995.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação Fundamental.- Brasilia: MEC/SEF, 1997.