A CONQUISTA DOS ESPAÇOS FEMININOS VISTA NO CONTO “SEM ASAS, PORÉM” DE MARINA COLASANTI

 

SILVA, Antonio de Pádua Gomes da

MENESES Aurenívia Silva de

 

Resumo

 

Desde os tempos mais remotos observamos que a mulher era considerada como que tivesse menos capacidade do que os homens e se limitava aos serviços domésticos e nas divisões do trabalho os de menos esforço cabiam a ela.Assim retrata o conto Sem asas,porém,mas com o passar dos tempo e através de lutas e conquistas nos dias hodiernos ela consegue se  igualar aos homens.O objetivo do trabalho está em analisar a submissão e a conquista da liberdade da mulher na sociedade no decorrer dos séculos.Para tanto, a fundamentação teórica baseia-se em Henriques (2010), Coelho (1987), Castello Branco (1991),Pita(2005) e Vieira(2005).O trabalho caminha para a importância das conquistas feminina e sua inserção na sociedade igualando ao homem no mercado do trabalho.A análise nos mostrou em suma que a mulher ganhou asas e com elas liberdade e agora pode assumir espaços que outrora era exclusividade  masculina,além do domínio do corpo e o controle de natalidade e trocou a cozinha pelas salas das empresas. 

 

Palavras chaves:Mulher.Submissão.Liberdade.Feminino

 

1  Palavras iniciais

 

Este artigo tem como finalidade analisar o conto Sem asas,porém de Marina Colasanti com o intuito de observarmos as questões femininas no decorrer dos tempos.Sabemos que a mulher sempre foi considerada aquela que se submeteu ao machismo como sendo a que nascera para ser a rainha do lar e era visível as divisões dos trabalhos e cabia a ela os trabalhos domésticos.

O tema do conto grosso modo passeia pelas fases de conquistas das mulheres quando consegue voar simbolizado pelas asas da ave que um dia comera e alcançou asas para que pudesse galgar outros horizontes.Tentaremos responder a seguinte indagação:o conto Sem asas,porém de Marina Colasanti tenta mostrar as conquistas das mulheres no decorrer do tempo na sociedade?

Na primeira parte do trabalho trataremos de conceituar este gênero literário frequente em nossas vidas abordando as características deste texto narrativo.No segundo momento resumimos o conto para facilitar melhor sua analise e por último analisaremos o conto abordando as questões do gênero feminino desde a submissão da mulher aos deveres domésticos até a liberdade e a conquista de espaços na sociedade e a mudanças nos valores e a inserção no mercado de trabalho além da luta pela igualdade de gêneros.

Henriques (2010) com relação da autora comenta que  podemos dizer que sua produção é de extrema e única importância para a literatura. Ela usa sua sensibilidade e percepção, consegue atingir com satisfação seus  leitores. Costuma trabalhar temas sociais e humanos através dos seus escritos;conto ou poemas. Sua função e provocar a  imaginação  no inconsciente dos leitores, como a finalidade de  despertar a consciência, e através disso ser capaz de cambiar  seus paradigmas e adquirir novas visões do mundo.

 

2  O conto em si

 

 

O conto se caracteriza como sendo uma narrativa curta escrito em prosa que narra fatos de forma reduzida, com concisão e brevidade de conteúdo para que provoque um impacto no leitor imediatamente.Sua narrativa é unívoca,univalente,ou seja se constrói em uma única célula dramática,com um só conflito e uma só ação e todos os ingrediente se conduze para o mesmo ponto.Nele é observável a ação,o espaço e tempo restritos indo direto ao ponto sem que se detalhe os fatos em pormenores.As personagens pouco interferem no enredo.

A linguagem do conto se aproxima do informal, objetiva, plástica e pode-se utilizar figuras de linguagem como as metáforas, metonímias e prosopopeias, mesmo que apresente pouco espectro,facilitando a compreensão do leitor.O foco narrativo seja em primeira pessoa,narrador personagem,seja em terceira pessoa narrador observador,deve apresentar linguagem direta,objetiva,nada abstrata.

Este gênero literário se diversifica em vários tipos:conto de ação,conto de personagem,  e o com de emoção e o conto de ideia,dentre outros.

 

3  Resumo do conto

 

Em uma aldeia as mulheres eram proibidas de comer carne de aves. Certo dia o marido ao voltar de uma caça a tarde sem que abatesse nada lhe entrega uma ave para que ela a preparasse para ambos. Assim a mulher o fez, mas na hora da alimentação apenas ela se farta daquele cosido, pois o seu marido o repugnou, apenas molhava o pão no caldo se maldizendo da pouca sorte de caçador.

O tempo passou e aquela mulher esquecera-se daquele raro banquete. Mas uma inquietação começou a tomá-la de tal modo que a interrompia seus afazeres, coisa que nunca tivera feito antes.Tudo que ela estava fazendo parava,seu corpo começou a vibrar e sua cabeça se mexia com delicadeza.Ela começou então a olhar para as coisas diferentes, até para aquelas que não precisavam e olhou logo diante de si, diante do que tinha ao seu redor,passou a olhar os móveis da casa,nos objetos,e olhou para distância em linha reta.Não dizia o que via.Continuava com seus afazeres domésticos.

A mulher começou com um sacudir de cabeça, a olhar para os lados, para a esquerda, para a direita e ninguém perguntava o que olhava. O único olhar que nela parecia importar era o antigo, de quando só olhava o que era necessário.

Um dia aquela mulher, que ninguém a olhava, olhou para o céu sem nenhum motivo e seu pescoço se movia sem dificuldades, com altivez ergueu a cabeça que sempre vivia a olhar para o chão. Olhava para o alto quando um bando de aves passou sobre sua casa em direção ao sol, de pé a ela olhava e continuou a olhar até que na vastidão do espaço se perdeu ela além de acompanhá-lo com os olhos, saiu andando sempre para frente rumo ao sul, como se acompanhassem as aves.

 

4  Análise do conto: um olhar na conquista do espaço feminino

 

No conto “Sem asas, porém” de Marina Colasanti através do narrador observador e às vezes narrador câmara a autora faz uso de gênero Maravilhoso que é aquele que lança mão do universo dos temas da vida humana, do cotidiano caminhando dentro de uma linguagem que prende o leitor. A narrativa possui uma linguagem conotativa e denotativa cujo objetivo é impressionar o leitor sendo que a linguagem figurativa pode variar de leitor para leitor no que concerne ao entendimento.

 Coelho (1987, p.14) pondera que “os contos maravilhosos são narrativas que sem a presença de fadas ,via de regra se desenvolve no cotidiano mágico [...]e tem como eixo gerador uma problemática social(ou ligada a vida concreta)[...].Certamente é isso que  observamos  no conto Sem asa, porém.

 No que concerne ao tipo de conto, o tratado por nós aqui é do tipo conto de ideia, pois embora Colasanti se utilize de personagem, tudo gira em torno de um conflito que serve para mostrar uma visão de mundo, isto é, um instrumento da ideia que pretende transmitir e em Sem asas,porém transmite um conflito de gênero em uma aldeia, o conto possui emoção que transmite ao leitor e esta marcado por esta abstração.

No início a autora relata o ambiente em que o enredo se desenrola, uma aldeia em que as mulheres não eram permitida comer carne de aves. Tinha-se um pensamento que se a mulher comesse aves as asas subiam a cabeça,ao pensamento.Sobre asas, Pita (2005,p.27) nos dar a certeza simbólica desta parte do corpo das aves pois,ela nos diz que “[...] a asa é a vontade da transcendência,que se eleva para uma superioridade”.Por isso os homens daquela aldeia tinha razão,já que pareciam conservadores e até machistas. Percebemos com isso que havia uma ideia que as mulheres jamais poderiam pensar,possuir liberdade,sair daquele estado de penúria e transcender ou mesmo se igualar aos homens nas atividades,na divisão dos trabalhos.Elas não comendo aves continuariam submissa.O machismo,o egoísmo,o egocentrismo,a opressão e a solidão ficariam marcadas para sempre em suas vidas.Dessa forma mulher não teria espaço nenhum na sociedade,jamais poderiam sonhar  e sair deste estado de inércia seria quase impossível.

A história da mulher no cenário brasileiro e mundial nunca foi tão marcada significativamente como está sendo nos dias hodiernos. Sabemos que a cultura do machismo sempre imperou de forma que  mulher sempre foi rechaçada como sendo aquela que se submetem aos serviços domésticos,a cuidar de casa e de filhos e pejorativamente da cozinha.

Sobre a questão das atividades nas sociedades humanas dependiam do contexto cultural,não interferido as questões sexuais. Mulheres e homens diferenciam-se pelas condições físicas,biológicas e também pelas funções desempenhadas socialmente.Há diferenças sim,mas sexo não se relacionam com o trabalho por eles desenvolvidos.

A mulher precisava adquirir uma identidade feminina e construí-la diante das transformações da sexualidade,buscar uma libertação e sair deste estado “prisional” a começas por suas forças feminina.Castello Branco (1991,p.16) dá sua opinião que “as diferenças precisam ser negadas para que pudesse reivindicar igualdade de condições sociais para homes e mulheres.”

Um dia a mulher,personagem do conto, quebrou a regra quando o marido ao chegar de uma caça lamentando sua sorte de caçador, lhe entrega uma ave para que despenasse e cosesse para ambos.O marido se nega a comer e só molha seu pão no caldo do cosido,a mulher não, começa deleitar-se no banquete com prazer,parece até que o homem previa algo “não fosse as asas subir-lhes ao pensamento”.O medo machista é perder seus espaços para as mulheres e ela pode deixar  de ser  a coitadinha,submissa, dona-de-casa, mãe, cujas funções na sociedade eram o bem estar dos filhos, do marido e os cuidados na administração da casa e isso  já tem deixado de fazer  parte da realidade do mundo atual em alguns contextos sociais.

As mulheres não tinham regalias senão cuidar do lar e isso Colasanti representou muito bem na sua narrativa que pode ser retratadas em todo mundo.Basta olhar para as mulheres do oriente,pois elas não possuem liberdade e há uma grande diferença tanto nas divisões dos trabalhos como no cotidiano cultural e social e o preconceito,a submissão é visível desde as vestes a obediência as leis do país e dos maridos.”Mas a mulher só olhava para as coisas quando precisava olhá-las. E não precisando olhar o céu, não ergueu a cabeça.”Assim se comportavam as mulheres daquela aldeia.Tinham um olhar direcionado de tal forma que seu pescoço tinha dificuldades de mover-se.

A luta da mulher foi constante para sair do estado de inércia,de submissão total e romper com o tradicional,certamente causou um grande impacto elas fazendo as coisa que os homens fazem,pensando da mesma forma,igualando-se nas atividades e abandonando o status maternal.Isso foi a custa de esforços,movimentos feministas,reivindicações políticas,passeatas ,perseguições e a resistência do homem seja por preconceito seja por medo de perder espaços.A mulher teria que fazer alguma coisa e ela fez.

[...] uma inquietação nova começou a tomá-la. Interrompia seus afazeres de repente, como nunca havia feito.[...]Resposta do corpo a algum chamado que ela sequer ouvia.E a cabeça, cabeça agora que se movia com a delicadeza que só um pescoço mais longo poderia lhe dar, espetava o ar.[...] A mulher olhava então para aquilo de que não precisava. E olhava como se precisasse.

                 As mulheres despertaram para a vida, viam outra realidade, outros horizontes lhe aguardavam elas só precisavam de asas para voar,porém os homens das sociedades lhe negavam esse direito.A inquietação fez com que elas percebessem que suas cabeças podiam se mexer para os lados,que podiam olhar outras coisa,pois viviam um limite e agora um vasto mundo de coisa diferentes estava a sua espera.Seus corpos não só eram para seus maridos,para procriar,mas para ser,admirados e da mesma forma sua beleza, não teria que ficar obscura,e sua autoestima ganha notoriedade.Ela ganha forças,entusiasmos para seguir se movendo buscando seu espaço  que ora fora usurpados por uma sociedade machista que lhe negara esses direitos.

O mundo se transforma e com ele a economia, a cultura,os fenômenos sociais , mercado de trabalho e se tudo se transformam certamente os sujeitos que fazem parte deste contexto também sofre transformações e muitos buscam qualificações para se adequarem a essa nova ordem mundial. Implicam mudança de cunho político, cultural e tecnológico sobre tudo a influencia das comunicações (VIEIRA,2005).As relações sociais cambiam  e nesse contexto a mulher sente os reflexos das transformações e busca uma identidade para seu gênero  se adequando as mudanças enfrentando as diferenças mas a passos largos conquistando suas vitórias e sonhos.

Marina Colasanti neste conto aponta para as possibilidades da construção da identidade feminina e coloca a mulher no tema central do conto e dessa forma ela a generalizam todas que sofrem as privações de sua liberdade de expressão e de ser mulher verdadeiramente. Por esse motivo Castelo Branco (1991, p.30) diz que “As mulheres costumam preferir as escritas autobiográficas porque, historicamente confinadas ao universo do lar,ao interior da casa,elas teriam encontrado nesse tipo de escrita o veículo para expressão de sua vida íntima seus desejos,suas fantasias.”

No dizer dessa autora as mulheres sempre caminham por uma escrita vinculada ao feminino como se elas próprias vivenciassem o que escrevem. Essa escrita se relaciona ao “caráter nostálgico” em que elas buscam regatar suas “vivências e experiências” ou a “própria origem”.

Parece que Colasanti ao se expressar dessa forma no conto busca preencher a “própria lacuna, enquanto  perda,rasura e decomposição da imagem”(op.cit.,1991,p.32). Para a autora esse tipo de narrativa ela chama memorialística, pois pretendem revelar ao leitor seu caráter rasurado, suas inquietações, as decepções de seus projetos de vida. Se isso for verdade, a autora acima citada tem razão pois ela afirma que

 

[...] o real que de certa forma se situa antes do símbolo (aquém da linguagem), só pode ser vislumbrado (construído) a partir do símbolo (a partir da linguagem)[...]Ora a escrita feminina é justamente essa modalidade de escrita que pretende fazer falar real,dizer o real.Mas se o real é o indizível,como dizê-lo?(CASTELO  BRANCO 1991,p.62)

 

 

Talvez tenha demorado muito para que mulher perceber que ela também foi dotada de capacidades semelhantes ao homem, mas como saber lhe tinha tirado o direito de pensar, lhe rotularam de dama do lar.Mas um dia a percepção tomou conta de seu ser e ela não se conteve em ficar do mesmo jeito,era como se vivesse presa a uma masmorra e de repente ganhasse a liberdade,asas para voar,ir além do pensamento.Primeiro olha ao seu redor,diante de si e vai se percebendo,passa a se  sentido,vai se tocando,vai se percebendo e esse fenômeno vai aumentando gradativamente até ela não mais se sente nela mesma,na terra mas no ar.

 

 Demorando-se, olhou primeiro adiante. Adiante de si. E adiante daquilo que tinha diante de si. Por uns tempos pousando o olhar nos móveis, nos poucos móveis daquela casa e nos objetos em cima deles. Depois os varando, varando as paredes, olhou para a distância em linha reta. O que via, não dizia.

 

Quando a mulher se sente firme na sociedade como aquela que pode fazer as mesmas coisa que  os homem,que possuem capacidade para exercer qualquer função, viu-se aí um equilíbrio,então ela passou a se politizar,estudar,conscientizar-se de seu valor,de seu trabalho e das contribuições que podia dar para a sociedade elas já não aceitavam as imposições de braços cruzados.Daí surge um paralelismo com seu opositor.

As conquistas foram muitas que refletem até hoje. Primeiro foi a igualdade social,evidente que marcada por lutas e movimentos.Com o surgimento da Independência Feminina na década de 60 abre-se as portas pois esse movimento causou mudanças importantes que beneficiou a mulher garantindo o direito ao voto,que até então era coisa dos homens,o crescimento de oportunidades no campo trabalhista,direito ao divórcio,o controle do próprio corpo em questões de saúde, houve mudança sensivelmente na relação homem e mulher,e ao se casarem as mulheres exigiam um contrato caso viessem a separar-se a partilha dos bens temendo a perca da identidade e também da autoestima.Em suma ela adquiriu esperteza (HENRIQUES 2010).

Nas palavras do próprio conto “Olhava, pois para o alto, quando um bando das aves passou sobre a casa rumo ao Sul”.O norte para aquela mulher era seu estado de submissão,de escravidão,de prisão,enquanto que o Sul representa  liberdade.Ela ganhou asas quando comera a carne da ave e agora ela podia voar como as aves e foi isso que ela fez. “E as aves de carne escura seguiam no céu em direção ao sol”.O sol que aqui caracteriza poder,opulência,brilho e era para onde a mulher marchava ,o sol certamente brilhava seu rosto,e as aves lhe davam direção e nesse momento de conquista e liberdade ela deixa a aldeia,já não se importa com nada e sim com o voar.Sabe o que isso significa?Liberdade sexual, o uso da pílula anticoncepcional, o uso da minissaia,da calças comprida,o opção de ter ou não filho e a inserção no mercado de trabalho.

Como diz o próprio conto, ela não voou,não poderia,mas conotativamente ela voou. “Saiu andando, apenas. Escura como à tarde, acompanhando o seu próprio olhar, saiu andando para a frente, sempre para a frente[...]”.Nesta perspectiva a mulher vai galgando mais espaços,mais conquista e ampliando sua liberdade e aquelas obrigações domesticas como:lavar,passar,cuidar da casa ,dos filhos,dar prazer,educar,e outras obrigações que foram impostas pelos homens fora trocadas por outros status:Empresarias,políticos,engenheiras,arquitetas,militar,gerente entre outras que até pouco tempo eram privilégios de homens.

As conquistas e os espaços  conseguidos nesta modernidade pelas mulheres formaram uma nova identidade feminina,ganharam outras dimensões e liberdade de tal modo que estão sendo extinguindo as responsabilidades de dona de casa,das tarefas domesticas.Paradigmas foram quebrados e hoje se ver as mulheres mais preocupadas com o trabalho do que com o cuidado com a família,com os filhos.

Assim como aquela mulher da aldeia conquistou asas para voar e com elas liberdades, isto está retratado na mulher da atualidade,pelo menos no ocidente,pois é visível sua  pujança principalmente na política.No nosso país a governante maior é uma mulher e a sociedade já aceita de bom grado sem questionar por que é ou não mulher,basta competência,e assim elas conquistam o mundo.

 

5  Palavras finais

 

As palavras finais deste trabalho são bastante significantes para aqueles que amam a literatura com sua diversidade de gêneros. O objetivo foi conseguido quando exploramos o caminho trilhado pela a mulher no decorrer dos séculos para conseguir se superar diante de uma sociedade machista que rechaça a mulher diminuindo sua capacidade lhe reduzindo a condição de dona de casa. O trabalho mostrou que primeiro ela sentiu que possuía asas e que podia voar e adquirir liberdade e com ela  podia ocupar diversos espaços e foi isso que aconteceu.

Analisar o conto Sem asas,porém  de Colasanti é primordial para observarmos as condições sociais do gênero feminino e chegarmos a conclusões a respeito da figura feminina ao longo do tempo.Na leitura do conto foi possível observar através de uma linguagem literária cheia de palavras de efeito de modo a fazer o leitor sair do seu pensamento e viajar  por outros caminhos percebendo as nuanças intencionais da autora.A mulher é sempre o tema de Colasanti,como se ela escrevesse uma literatura memorística como falou Castelo Branco (1991).Essa investigação certamente contribuirá para a literatura infanto-juvenil  através do conto ora em estudo que busca elucidar os conflitos interiores na mente dos leitores com a finalidade de superá-lo  e ver o mundo de forma diferente.

6  Referencias

 

CASTELO BRANCO,Lúcia.O que é escrita feminina.São Paulo:Brasiliense,1991.

 

COELHO,Nelly  Novaes.O conto de fadas.São Paulo:Ática,1987.

 

HENRIQUES,Raphaela Magalhães Portella. A figura feminina em contos maravilhosos de marina Colasanti.In: RevistaFACEVVVilaVelha.n.5,Jul./Dez.2010,p.94106. Disponível em http://www.facevv.edu.

br/Revista/05/raphaela%20magalhaes.pdf.Acesso dia 07 de Jun. 2012.

 

PITTA, Danielle P.R. Iniciação à teoria do imaginário de Gilbert Durand. Rio de Janeiro:

Atlântica Editora, 2005. - Coleção Filosofia

 

VIEIRA, Josênia Antunes. A identidade da mulher na modernidade.In: Revista Delta v.21, n.spe, 2005, pp. 207-238.Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S0102-44502005000300012.Acesso dia 09 Jun.2012.