A CONCORDÂNCIA VERBAL COM A PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL E O USO DO “A GENTE”, EM DOURADOS MATO GROSSO DO SUL.

Resumo

 Nosso estudo fala sobre as varias mudanças morfossintática do português brasileiro, utilizamos as entrevistas realizadas pelos acadêmicos do curso de letras/espanhol da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul- campus Dourados.

 A cidade considerada foi Dourados, a amostra inclui 10 entrevistas, analisadas por gênero masculino e feminino. Contrastamos o uso do a gente da forma padrão de língua portuguesa –mos, e a forma não padrão –mo. A variante foi 40% a padrão, 25% para a variante inflexiva-mo, e 35% para a variante a gente.

 Foi possível compreender que mesmo com o crescente uso da variante a gente a forma padrão é utilizada nas instituições de ensino e por isso continua sendo a mais usada na comunidade de Dourados.

Palavras chaves: concordância verbal, variação e sociolinguística.

Resumén

 Nuestro estudio habla de varios cambios morfosintácticos del portugués de Brasil, utilizando las entrevistas realizados por académicos del curso de letras/Español de la Universidad del Estado de Mato Grosso do Sul, campus Dourados.

 La ciudad de Dourados, la muestra incluye 10 entrevistas, separados por sexo, hombres y mujeres, contrastando el uso de todo el mundo forma estándar de lengua portuguesa -mos  y el formulario no se mo estándar.La variante fue del 40% del estándar, 25% para la variante inflexiva -mo, y el 35% para la variante a gente.

 Es posible comprender que, con el aumento de la utilización de la variante a todos se utiliza el formulario normalizado en las instituciones de educación y por lo tanto sigue siendo la más consumida en la comunidad de Dourados.

Palabras claves: concordancia verbal;variación y sociolinguistica.

 

INTRODUÇÃO

 Após um estudo baseado em entrevistas linguísticas realizada pelos alunos do 3° ano do curso de Letras/Espanhol da UEMS/Dourados, vamos apresentar resultados parciais sobre a concordância verbal. Inicialmente faremos uma pequena revisão de literatura, mostrando que no português brasileiro a concordância verbal deve ser tratada como regra variável.  

 Um dos maiores choques culturais e linguísticos ocorrido em terras brasileira foi quando os portugueses se estabeleceram em nossas terras houve então o primeiro contato da língua lusitana e as línguas indígenas dos nativos. Com o convívio diário dessas duas línguas resultou no chamado línguas gerais que perpetuou durante 200 anos da colonização portuguesa.

 Com o crescimento da colônia brasileira e a chagada dos jesuítas para a catequização dos indígenas faltou mão de obra escrava para trabalhar na produção da cana de açúcar, devido a isso os portugueses começaram a trazer os negros africanos, de varias partes do continente, homens, mulheres e crianças das mais diversas culturas e línguas, todos vieram trabalhar na colônia. Os primeiros problemas foram relacionados à comunicação, então, os primeiros negros a chegarem utilizavam as maneiras simplificadas da língua dominante. Fazendo assim uma transformação gramatical que dura ate hoje o português falado no Brasil.

 Esse novo jeito de falar foi denominado de crioulo, pois, eram como os filhos dos negros se comunicavam, fazendo com que essa nova língua ganhasse a nomeação de língua materna. Devido a grande extensão territorial brasileira e do grande número de escravos africanos houve uma grande variação linguística e essas línguas “crioulas” distintas espalharam por toda a colônia, (THOMASON E KAUFMAN, 1988, p.148).

 Com a feitura do escravismo, desenvolveu-se um cenário evolutivo da transmissão da língua portuguesa, indígena e as africanas. Esse contato linguístico imposto pelos dominadores portugueses aos dominadores negros e índios conforme (LUCHESi 2001, p 123) é o jeito mais apropriado falar que houve uma crioulização do tipo leve, pois, todo esse choque linguístico não foi capaz de fazer uma reestruturação perspicaz na gramatica e sim uma drástica mudança nos arquétipos gramaticais. 

  Ate o século XVII, dois séculos após o descobrimento houve um discorrimento processual de crioulização do português falado no Brasil. (GUY, 1981,2005), posteriormente após o século XVII iniciou ouro processo a descrioulização, em consequência de grande contato através das novas gerações que a cada dia adquiria os novos detalhes da língua dominante, reduzindo as dissemelhanças entre as línguas.

 Segundo Guy 2005, as línguas, crioulas são respaldadas pela história pela historia social brasileira, com a imposição portuguesa aos negros trazidos como escravos para plantações de cana e nas minas de ouro0, submetendo-os repentinamente ao contato com outras línguas que até então eram totalmente desconhecidas. Esse novo contexto os negros escravos baseados em suas línguas maternas para se comunicarem nessa nova língua.

 Outro grande fator indica esse longo processo de crioulização são os lineamentos do falar do português brasileiro, que difere de qualquer outra variedade linguística, inclusive do português de Portugal, país disseminador da língua pelo mundo e de sua própria forma padrão. Luchesi (2001: p100) o falar popular do português brasileiro é resultado do contato do português de Portugal com as línguas indígenas e africanas das camadas mais baixas da sociedade, enquanto o português brasileiro padrão é usado por uma pequena camada da sociedade alta e media que controla as instituições de ensino no país.

 Segundo Guy (2005: p 20) uma característica muito presente nas línguas crioulas é o aminguamento das dificuldades morfológicas, é frequente a eliminação de número, pessoa presente nos verbos de gênero e número nos substantivos. Nos substantivos percebe a eliminação do plural como em “as pessoa rica” percebemos que o substantivo “pessoa” não recebe a marcação de plural, e sim apenas o artigo. O autor traz outros exemplos muito claros na diminuição das formas verbais da segunda pessoa do singular, tu compras/compraste, que na fala cotidiana no português não padrão é substituída por tu compra/comprou. A segunda pessoa do plural vós já não se usa no português não padrão a muito tempo no Brasil, desde ao aparecimento do uso do você, no entanto a conjugação verbal fica flexionada em terceira pessoa do plural.

 A forma referente a primeira a primeira pessoa do plural também sobre alteração com o uso do “a gente”, que usa o verbo flexionado na terceira pessoa do singular “a gente come” reduzindo o sistema verbal, eliminando o uso desinência número pessoal –nós- “nós comemos” esse fenômeno linguístico presente na forma não padrão do português brasileiro provoca uma perda de concepção de concordância verbal e uma atenuação do sistema verbal, apresentando uma única forma verbal como podemos ver no exemplo comprova para as pessoas do discurso “eu, tu, ele/ela, a gente, nós, vocês e eles/elas”.

 As línguas africanas tem uma grande influência no campo lexical do português falado no Brasil, diferindo de outras línguas europeias presentes na América como o espanhol e o inglês, mesmo que essas línguas tenham tido contato com as línguas Africanas, (GUY (2005:30) essa influência africana está presente até nos atuais dias, através de palavras como: 

Acarajé – bolinho de feijão frito; Agogô – instrumento musical ; Batuque – dança com sapateados e palmas; Berimbau – instrumento de percussão; Cachaça – aguardente; Cachimbo – aparelho para fumar e muitas outras palavras no nosso vocabulário geral.

 Dentre as variadas formas do português falado no Brasil, pesquisamos a concordância verbal em entrevistas realizadas pelos alunos do 3° ano d curso de Letras/Espanhol da UEMS unidade de Dourados, que foram feitas com as pessoas moradoras de Dourados MS e cidades vizinhas com idade mínima de 30 anos e com escolaridade não superior ao terceiro ano do ensino médio. O nosso objetivo é saber qual a variante linguística falada em Dourados MS e região, em relação à concordância verbal. 

 Devido à percepção notada no português falado no Brasil, que devido ao contato com tantas outras línguas diferentes em tão pouco tempo atrás, com isso pretendemos investigar o jeito de falar dos membros da comunidade douradense e região vizinha no quesito ao emprego das desinências verbais do plural, os quais os fatores sócios e linguísticos favorecem a variação linguística pesquisada.

 Com os resultados das analises das entrevistas, será possível constatar se a concordância verbal e uma particularidade da variante falada na comunidade pesquisadora, se essa variação é recorrente ao processo de crioulização do nosso português falado.  

A CONCORDÂNCIA VERBAL COMO REGRA VARIÁVEL

 O português padrão para o português falado difere em vários pontos e um deles é a concordância verbal que na questão de desinência número pessoal é uma regra categórica. Os estudos linguísticos já realizados pelo mais variados estudiosos brasileiros demonstram que na variante não padrão da língua, concordância verbal pode ser caracterizada como uma regra variável.

  Os estudos já realizados são centrados inicialmente na ausência da marcação da terceira pessoa do plural, e essa variação está presente em todas as regiões brasileiras. (BORTONI (1984) 196).

 As variações da língua portuguesa falada no Brasil possuem marcas diferentes entre o falar urbano e o falar rural, ao qual os ruralistas tem o costume d marcar apenas a primeira pessoa do singular. Os grandes movimentos migratórios feitos no país formam os conhecidos dialetos resultantes, uma verdadeira mistura de cultura, (BORTONi –RICARDO,1985). As variações linguísticas afetam também os grandes centros urbanos, no dialeto culto falado em São Paulo a grande variação encontrada é no emprego das desinências (CAMACHO 1993).

 O “mal falar” do brasileiro está afetando a escrita, estudos demonstram que a falta de marcação da terceira pessoa do plural, ou o emprego incorreto estão chegando às redações dos alunos das mais variadas escolaridade, aproximando assim a língua falada com a língua escrita (MATOSO CÂMARA JR, 1972. P.35-46). Com esse artigo propomos uma discussão da possível extinção do plural, baseado nos dados coletados pelos alunos de Letras da UEMS-Dourados.

 Sabemos que as variações linguísticas estão ligadas ao convívio social, e que a língua se transformar a cada dia/época, em toda parte do mundo, e no Brasil não é diferente, as mudanças da fala acabam afetando a escrita e como é de costume da fala reduzir palavras, a escrita pode ter prejuízos, (MARIA CRISTINA FIGUEIREDOS SILVA (1998, p 190-91)), que estamos vivendo num momento extintivo da primeira pessoa do plural, segundo Silva as mudanças pronominais reduzem as desinências verbais. E essa renovação é percebida no nosso falar cotidiano, deixando em desuso as flexões verbais relacionadas à desinência número pessoal, com a forma solicitada da chegada do “você e a gente”, fazendo com que os verbos não sejam conjugados na segunda pessoa do singular “ tu – você” e “nós – a gente” (SILVA, 1998, p 40).

HIPÓTESES

 Baseados em nossa pesquisa literária é possível definir que a práxis da uma forma não padrão da língua é dividido em dois processos, um fonológico, que é redução do /s, seguido pelo morfossintático na aplicabilidade da regra gramatical da concordância verbal. Diversas pesquisas linguísticas comprovam o desuso do /s/, Guy(1981) e Scherre 1996, demonstrando uma enorme variação de concordância verbal no português falado no Brasil. E que alguns estudos apontam que os homens tendem a falar o português melhor que as mulheres, baseando nas regras gramaticais.

Metodologia

As analises das entrevistas estão fundamentadas na teoria sociolinguística Laboviana, com intuito de aprofundar as relações das estruturas sociais e as estruturas linguísticas.

Amostra

 Os dados analisados foram obtidos pelos alunos do terceiro ano do curso de letras/espanhol, na comunidade de Dourados/MS. Nessa etapa, são no total de dez entrevistas gravadas em áudios e transcritas pelos próprios alunos.

 Assim que realizamos as analises das respectivas entrevistas, foi feita uma busca minuciosa das ocorrências de desvio da norma padrão no tocante da concordância verbal. Nosso estudo analítico foi dividido em três etapas.

a)   Investigamos a partilha de três importantes variantes na primeira etapa.

b)   Em seguida na segunda etapa consideramos o uso do a gente da desinência numero pessoal –mos e a forma não padrão –mo.

c)    e para terminar investigamos a alternância das formas –mo e –mos, eliminamos os possíveis casos de esquecimento ou apagamento do /s/ presente na desinência numero-pessoa –mos.

Variável

 Definimos por ser muito presente nas entrevistas estudar a variável de desinência numero-pessoa com a primeira pessoa do plural, utilizando as variantes padrão da língua portuguesa brasileira –mos, e a variante não padrão –mo com o apagamento do uso do /s/. E o crescente uso do a gente uma variável muito usada no cotidiano dos brasileiros.

 Nossas analises linguísticas e social inclui dez entrevistas, sendo cinco realizadas com mulheres com idade mínima de 35 anos e não tendo mais que o 3º ano do ensino médio e com cinco homens nas mesmas proporções.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

a)   olhamos a conjugação  do verbo- na primeira, segunda e terceira conjugação.

b)   Tempo e modo verbal- levando em consideração as formas do imperativo, infinitivo, subjuntivo e indicativo.

c)    O destacamento do sujeito- no caso o pronome de primeira pessoa do plural –nós, se está implícito, explicito ou nulo.

d)   Estrutura verbal- simples ou composta.

 

A VARIÁVEL SOCIAL

a)   Sexo- masculino e feminino

b)   Comunidade- Dourados-MS-

RESULTADOS 

 Na seguinte figura apresentamos a percentagem das três variantes discutidas: a desinência padrão–mos, a desinência não padrão–mo, e o constante uso do–a gente.

Divisão percentual das variantes de primeira pessoa do plural na comunidade de Dourados, Mato Grosso do Sul.

 

0

 

5

 

10

 

15

 

20

 

25

 

30

 

35

 

40

 

variável

 

forma não

 

padrão

 

forma

 

padrão

 

a gente

mo

mos

 

 

 Levando em consideração a afirmação de Silva (1998, p.191), em que ele diz que com o crescente uso do “a gente” extinguiria a primeira pessoa do plural da forma padrão –mos. A princípio nossos resultados concordam com o autor, sabendo que o uso do à gente sobrepôs o uso do pronome de primeira pessoa do plural - nós.

 Pensando em quantidade de uso do “a gente” na analise parcial da dez entrevistas realizadas pelos alunos do curso de letras/espanhol da Universidade Estadual de Mato Grosso Sul, da unidade de Dourados que, chega a 35% das referencias a primeira pessoa do plural  –nós, no entanto o verbo está sempre no presente na terceira pessoa do singular, baseados nos dados colhidos podemos levar em consideração a uma progressiva redução do uso na língua falada e possivelmente uma extinção muito em breve.

 A variação entre o uso do - nós e o uso do - a gente poderá reduzir continuamente o uso da desinência de numero pessoa - mos, e a forma não padrão sem o /s/ -mo, no entanto devido a norma padrão ser exigida nas instituições de ensino em todo o território nacional esse desuso poderá demorar muito pelo menos na escrita, que é imposto o uso do pronome de primeira pessoa do plural –nós, as redações escolares e textos formais ainda vedam o uso do –a gente

 

Na figura a seguir mostraremos que a mulher usa mais a variável - a gente.

 

46

 

48

 

50

 

52

 

54

 

56

 

58

 

60

 

62

 

 

 

                                          homem                                 mulher

 

Percebemos também que o uso na nossa literatura contemporânea ficcional sempre o pronome de primeira pessoa do plural - nós, no tocante momento narrativo da historia e que o uso da variável - a gente, é utilizado apenas nos diálogos.

 Se percebermos os textos dos principais jornais do país, o – a gente só vai aparecer nos quadrinhos, nas entrevistas e nas charges, ou seja, nos textos informais. Porem nos textos jornalísticos que retrata assuntos diretos da redação ainda se usa e muito a forma padrão - nós. Alicerçados nessas informações sabemos que é possível não uma eliminação total e sim uma convivência paralela das formas –nós e – a gente, com suas determinadas pragmáticas funções. A concordância verbal é mais precisa quando o verbo é o termo anexado à esquerda, quanto maior a distancia entre o verbo e o sujeito da frase maior a supressão da desinência numero pessoa –mos, com a posposição da sujeito, a exclusão da desinência é praticamente categórica. Em nosso estudo percebemos que o “a gente”, é mais utilizado pelas mulheres, as mulheres são mais acessíveis às mudanças linguísticas.

O DESAPARECIMENTO DO /S/ NA DESINÊNCIA NÚMERO PESSOA

 Em analises estatísticas e comparativa entre o uso de  –mo versus a desinência padrão da língua –mos, seguimos a determinada ordem, tempo verbal, sexo, a principio mostraremos as resultâncias da variação linguísticas e posteriormente as sociais. Quanto ao fator linguístico começaremos pelo tempo verbal, observando que a extinção do /s/ frente à terminação na terceira conjugação + infinitivo, a forma imperativo, verbos no futuro do subjuntivo combinado com infinitivo flexionado, e o pretérito perfeito e o imperfeito desajudam o uso da forma não padrão  -mo

 Percebemos que devido à baixa escolaridade dos nossos entrevistados, que varia de analfabeto ao que estudou até o terceiro ano do ensino médio, baseado nessas informações é fácil perceber que referente à fala o uso dos verbos no modo subjuntivo e o infinitivo flexionado são poucos utilizados, justo eles que da um maior favorecimento ao uso da desinência padrão “mos”.  Porem a extinção do /s/ é mais frequente nos tempos verbais presente e pretérito perfeito, que são os mais presentes na fala dos brasileiros. O tempo verbal imperfeito impossibilita o uso da forma não padrão ‘mo’, dificilmente encontraremos um falante do português brasileiro falando “falávamo, andávamo, cantávamo”, devido às aspectos fonológicos.

 Constatamos também que quando o verbo está na terceira conjugação o apagamento do /s/ fica mais propicio na fala, o que não acontece muito na primeira e na segunda conjugação, é bem provável que a grande incidência em cima da terceira conjugação é devido ao verbo ir, foram encontradas varias ocorrências dele e a maioria das vezes no caso - vamo.

 Prosseguindo nossos estudos falaremos da variável social sexo, os resultados nos apontam que o apagamento do /s/ está mais presente na fala das mulheres em contraste da fala masculina. Os resultados referentes ao sexo ampara nossa hipótese de que as incidências do - mo, forma não padrão da língua portuguesa tem mais incidência na fala feminina Labov (1990), que afirma que as mulheres aceitam com mais facilidade as inovadoras formas da língua. Segundo Bortoni-Ricardo (1985) e Rodrigues (1992), os homens utilizam as formas padrão mais que as mulheres, porem sabemos que seus estudos não estão focados no contraste –mos versus –mo, por isso não deve ser uma relação conclusiva. 

 Sabemos que se não fosse a escola que tem a missão de preservar o uso da forma padrão da língua, aplicação das normas não padrão seria muito mais intensos. Como a cada ano a escola fica mais acessível aos brasileiros é bem provável que a forma padrão e as variáveis vivam em paralelo por muito tempo. Esses resultados não são decisivos para afirmarmos que a desinência número pessoa - mos, vai ser extinta na fala, porque se olharmos com cautela a forma não padrão que estamos comparando o - mo, é visivelmente marcado pela desinência numero-pessoa, todavia existe outro processo linguístico contrapondo: a troca do pronome - nós, pela variante – a gente. 

Considerações finais

 Nesse trabalho mostramos as resultantes parciais dos estudos realizados com as entrevistas feitas pelos acadêmicos do terceiro ano do curso de letras/espanhol da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, executado na cidade de Dourados. Nosso objetivo era testar nossa hipótese do uso da desinência número-pessoa - mos, e da forma não padrão - mo e a variável – a gente. Nosso intuito é contribuir para os estudos acerca da extinção de desinência numero-pessoa - mos.

 Baseado         nos      estudos           Labovianos     da        sociolinguística quantitativa nos estudos sobre a forma portuguesa no Brasil, que a concordância verbal é uma regra variável através dessas informações foi-se possível constatar que a desinência numero-pessoa - mos, é bastante produtiva na nossa pequena amostra. Uma coisa ficou clara a concordância fica mais explicita quando há um elemento junto ao verbo pela esquerda.

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