MARTIN HEIDEGGER
Sobre o humanismo


A critica de Heideggrer intenciona sobrepujar a metafisica moderna denominada por ele de matafisica da subjetividade, e o positivismo lógico do Circulo de Viena. Contudo, Heidegger não ficou simplismente na crítica da matafisica e do positivismo. Ele queria fornecer uma saída plausível para o impasse a que chegaram essas duas tendências do pensamento moderno. Era necessário acabar com o pensamento dualista da filosofia ocidental, onde o objeto se mostra como em um pauco que é em fim o sujeito.
Para Heidegger, na modernidade, essa ideia de sujeito - essa forma de relação de sujeito e objeto - teriam se acoplado ao Humanismo. Assim, o sujeito foi assumido como o homem, e o objeto como o mundo, ou seja, o que existe não existiria por si, mas, como objeto que é, existiria para o homem e no homem. O sujeito é o legitimador do que existe. A cultura foi reduzida a humanismo.
O que fazer para sair dessa condição? Como fazer uma filosofia autentica? Heidegger vai fazer a dinstinção de ser e ente. O homem não seria mais o dono do ente, e sim o pastor do ser. "Ele atinge assim a total pobreza do pastor, cuja dignidade consiste no ser chamado pelo próprio ser para guardar a sua verdade". É o ser quem pensa e que o pensamento só pode pensar o ser, ou seja, o pensamento é sempre pensamento do ser, objetivamente e subjetivamente simutâneamente, isto é, no sentido de que ele não conduz portanto a qualquer saber, como acontece com as ciências, não oferce à ação qualquer impulso ou sabedoria e tão pouco resolve enigmas. Pertence ao ser, não ao homem; e o homem, enquanto pensa, só pode "deixar que o ser seja". O abandono ao ser é a única atitude a que o pensamento pode conduzir. E para Heidegger é justamente esta atitude que devemos assumir diante do mundo da técnica, cujo as nocividades, nenhum poder humano pode aliviar. "Nós permitimos, afirma, que os objetos da técnica existam dentro do nosso mundo cotidiano e, simultaneamente, deixamo-los fora dele, isto é, deixamo-los repousar em si mesmos como coisas que nada têm de absoluto mas que, pelo contrário, reenviam a qualquer coisa mais elevada. Poderemos indicar a atitude contemporânea diante do mundo da técnica com uma única expressão: a resignação às coisas".
Esta postura passiva de abandono às coisas é a única forma de manter o sentido do ser oculto do mundo da técnica, e é uma autêntica "abertura ao mistério".
Segundo Heidegger, a linguagem é a única manifestação autêntica e direta do ser. Heidegger reconhecia na linguagem, sobretudo na linguagem poética o "fundamento do ser". Entendia a poesia como uma língua primitiva que, nomeando às coisas, fundamenta o ser. Este fundamento não é uma criação humana, mas tão somente uma dadiva: é um dom livre, que obedece a uma necessidade superior que os poetas julgam ser oriundo dos deuses, mas que na realidade, provem do ser.
Para Heidegger, no entanto, o que conta não é a obra humana. Não é o homem quem fala, mas a própria linguagem, e na linguagem, o ser se manifesta. Enquanto escuta o homem pode falar: aqui se configura a essência do homem em Heidegger, que consiste precisamente em escutar a linguagem do ser. O homem deve obedecer e confiar no ser. Heidegger crê num advento do ser, um novo fenomeno, que se prepara através do que agora se está se deteriorando e é caracterizada pela metafísica moderna. Esta nova manifestação, ocorrerá através da obra da linguagem, e por sua obra, dado que "na essência e no âmbito da linguagem se decide sempre o destino" . O destino é o fato, a palavra do ser. Ao homem só lhe resta esperá-la e escutá-la.