INTRODUÇÃO

A temática deste artigo é "A concepção de educação, a gestão da IES e sua influência na ação docente", trouxe primeiramente a indagação sobre o que é educação?

A etimologia da palavra educação tem origem no latim Educação [do latim educatione] ? 1. Ato ou efeito de educar-se, ou seja de alterar hábitos e atitudes, a partir dos conhecimentos e aptidões adquiridos. 2. Conjunto de processos e métodos que orientam o desenvolvimento natural, progressivo e sistemático de todas as forças do educando, desenvolvimento esse subordinado a um ideal de perfeição.e transporta diferentes significados. Educar [do latim. educare] ? Promover a educação; transmitir conhecimentos; ensejar condições para o educando modificar para melhor seu comportamento.

Segundo o dicionário Aurélio, educação é o "processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social". Após várias definições percebesse que a educação é uma temática de várias significações, os pensadores gregos defendiam que a transmissão de conhecimento teórico deveria contemplar o desenvolvimento integral do ser humano demonstrando preocupação com ensino. Conceituando a palavra EDUCAÇÃO, é um processo intencional e continuo da sociedade para o desenvolvimento de um individuo para sua formação global (capacidade física, intelectual e moral) em direção ao futuro.
Agora que conceituei Educação, por meio da Declaração Universal dos Diretos Humanos o artigo XXVI apresenta dimensões do direito a educação:

1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Apreender a educação como um direito fundamental, expressa os direitos que o ser humano possui para integrá-lo aos contextos sociais, econômicos e culturais, direitos reconhecidos judicialmente com o objetivo indispensável da preservação do ser humano e sua dignidade, vejamos o que assegura Constituição Federal no artigo 205 (Capítulo III ? Da Educação, da Cultura e do Desporto),

a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

No contexto da sociedade da informação e da globalização, o objetivo idealizado pelo estado é construir uma sociedade livre, justa, solidária e a promoção do bem comum para reduzir as desigualdades sociais através da mediação da escola para uma Educação de qualidade.
Romanowski (2009) considera que:

A escola constitui o espaço privilegiado para a concretização da ação educativa, portanto necessita de condições físicas, materiais, equipamentos adequados e suficientes para o desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas expressas no projeto da escola, bem como de profissionais formados e valorizados. Refletir sobre a formação dos professores e dos profissionais da educação é da maior importância e urgência. Igualmente, o enfrentamento concreto dos problemas existentes é necessário para construir novas alternativas capazes de ao mesmo tempo continuar a luta dos professores, profissionais de ensino e da sociedade em geral, por uma escola de melhor qualidade. Entre os desafios para uma política de formação de professores, insere-se a formação inicial realizada nos cursos de graduação em nível educação superior, a formação continuada desenvolvida durante o exercício profissional, a valorização, o conhecimento social e a constituição da pesquisa na área.

A autora procura abordar desafios que devemos superar para obter uma educação de qualidade, destacando a própria formação do docente nas IES, como também inovações pedagógicas e uma reforma na administração escolar, ressalvo que estamos em tempos de comportamentos novos, pois, a sociedade atual denominada como sociedade da informação ou conhecimento, adquirem vários saberes fora da escola pelos meios de comunicação (rádio, internet, cd, televisão etc.), esse novo paradigma tecnológico não descaracteriza a importância do professor, mas exige uma reflexão na formação acadêmica e continuada desse profissional para serem mediadores desses conhecimentos em sala de aula de forma significativa, crítica, criativa e duradoura.
Nóvoa (1992) afirma, "Não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica sem uma adequada formação de professores", nessa perspectiva segundo Zainko e Pinto (2010), verá como a gestão das instituições de ensino vive um momento importante de descentralização do poder, característica da gestão democrática, que é o novo paradigma da administração educacional com implicações para a ação docente.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

GESTÃO DA IES E A AÇÃO DOCENTE

Sobre Gestão Italiani (1992), afirma que:

A Gestão de Pessoas vem passando por um amplo processo de transformação, na medida em que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial - centrados em cargos - vem demonstrando fragilidades diante do ambiente turbulento e mutável pelo qual vem passando as organizações. No contexto em que mudanças ocorrem a todo o momento, a organização precisa estar alinhada em torno de definições estratégicas claras, sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação.Uma organização que pretende ter de si mesma uma visão estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhecimentos que afeta a produção como um todo. É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho, baseado em respeito mútuo em uma comunicação aberta, ou seja, com o envolvimento dos clientes internos e externos. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Gestao%20de%20pessoas.htm>

Para manter uma organização didático-pedagógica as IES, define algumas estratégias operacionais Zainko e Pinto (2010) esclare que,

os modos de dispor recursos, tempos, tecnologias, divisão de trabalho, estruturação de condução e hierarquia. Logo, a organização está relacionada à dimensão operacional, às formas de gestão e de funcionamento, ao campo do concreto: organograma, descrição objetiva, quantificação de dados e informações. O regimento (ou estatuto, no caso das universidades) é elaborada ao se constituir a instituição, fixando a organização administrativa, didático-pedagógica e disciplinar do estabelecimento e regulando as suas relações com os públicos interno e externo.

A comunidade interna de uma IES é constituída pelos corpos docente, discente e técnico ? administrativo todos são fundamentais pra o desenvolvimento de todas as funções da IES.
Os docentes no cumprimento das finalidades de uma IES dependem de vários fatores, entre os quais se destaca a presença de um corpo docente qualificado e comprometido. Veja a descrição desse perfil conforme as autoras Zainko e Pinto (2010):

A descrição do perfil do docente dá a dimensão da consecução dos objetivos pretendidos no que concerne às funções de ensino, pesquisa e extensão. Os principais elementos definidores desse perfil, conforme as disposições do Decreto nº 5.773/06, são: titulação requerida, experiência no magistério superior e experiência profissional não acadêmica, critérios de seleção e contratação, regime de trabalho, política de qualificação e existência de plano de carreira. A implantação do plano de carreira na IES valoriza o trabalho do professor e representa a garantia de permanência, dedicação e aperfeiçoamento contínuo de um quando de profissionais.

Assim como a organização didático-pedagógica, a administrativa deve estar prevista no regimento da IES e ser explicitada no PDI mediante a descrição.
O grau de gestão democrática está contido nessas informações na medida em que se evidenciar a maior ou menor participação da comunidade acadêmica nas instâncias administrativas de natureza colegiada.
A avaliação, na sua versão institucional, tal como proposto pelo Sinaes, é a organizadora da coerência do processo avaliativo que se desenvolve nas IES. Envolvendo objeto, sujeitos e processos, a avaliação proposta tem: como objeto a análise das dimensões, das estruturas, das relações, das atividades, das funções e das finalidades de uma IES: como sujeitos os conjuntos de professores, estudantes, funcionários e membros da comunidade externa especialmente convidados ou designados: como processos avaliativos o auto-diagnósticos e a avaliação externa resultantes de procedimentos institucionais que se utilizam da infra-estrutura da própria instituição.
No Sinaes a avaliação institucional desenvolve-se como processo e tem como embasamento as análises internas e externas, Zainko e Pinto (2010) define:

A auto-avaliação é o processo por meio do qual um curso ou uma instituição se autoconhece, analisando o que é e o que deseja ser. Conforme as diretrizes do Sinaes, é "um processo cíclico, criativo e renovador de análise, interpretação e síntese das dimensões que definem a Instituição. Isso porque é por meio dela que se torna possível uma reflexão sobre a instituição como um todo, o seu passado, o seu presente e as suas perspectivas de futuro.
A avaliação externa aprofunda as análises inter-relacionando informações sistematizadas e organizadas de dados quantitativos e promovendo os cruzamentos com análises qualitativas e com juízos de valor emitidos sobre a qualidade das práticas e da produção teórica de toda a instituição que está sendo avaliada.
Por isso, as avaliações interna e e externa são processos interligados, elementos de um mesmo continnum, pois ambos permitem importantes reflexões sobre os grandes temas de políticas pedagógica, científica e tecnológica.

Após o resultado do processo de avaliação institucional, o gestor deve promover uma reflexão critica, para implantar políticas educacionais adequadas para atender as exigências necessárias do Sinaes (MEC) para a regulação do sistema de educação superior e diretrizes pedagógicas. Cabe ao gestor, encontrar no planejamento estratégico um instrumento capaz de promover a participação de todos na busca de uma educação de qualidade, objetivando a formação de um cidadão crítico, empreendedor e autônomo intelectualmente. O desenvolvimento das atividades propostas implica sempre uma reflexão e colocação da criatividade e da imaginação a serviço de uma gestão democrática, tem como principal inovação o trabalho coletivo.
Neste sentido, Dias Sobrinho (1995, p. 61)

"enfatiza que: A avaliação institucional deve ser promovida como um processo de caráter essencialmente pedagógico. Não se trata apenas de conhecer o estado da arte, mas também de construir [...] reconhecer as formas e a qualidade das relações na instituição, constituir as articulações, integrar as ações em malhas mais amplas de sentido, relacionar as estruturas internas aos sistemas alargados das comunidades acadêmicas e da sociedade." Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-40772007000200008&script=sci_arttext>

Então, quais são os limites e as possibilidades do processo de avaliação institucional nas IES? Para um melhor entendimento da autonomia das universidades, é necessário recorrermos à Lei nº 9394/1996 em que art. 52 estabelece:

Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão;
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
II - ampliação e diminuição de vagas;
III - elaboração da programação dos cursos;
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;
V - contratação e dispensa de professores;
VI - planos de carreira docente.

Cabe a responsabilidade da construção do trinômio PDI, PPI e PPC a todos os participantes da comunidade educacional: gestores, professores, alunos e funcionários, pois o projeto pedagógico possui uma dimensão política voltada a formação do cidadão, firmando o pensamento como ato intencional de uma instituição social e sua autonômia. Para Zoccoli, "um dos fatores principais, talvez o principal, para avaliação é a coerência na construção do PDI, do PPI, do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e no currículo. Da mesma forma, é prudente que a IES construa os documentos mencionados com base em gestão democrática e participativa, possibilitando a todos, docente, discente e direção, a estreita relação entre a missão e os propósitos institucionais firmados no PPI".
Freire (2008) aborda "que ensinar é compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo". A realidade é o ponto de partida para construção do projeto pedagógico, e a participação dos professores, é fundamental para que haja melhoria na educação atual, pois ele quem esta na sala de aula, conhece o perfil do aluno, sua realidade e dificuldades. Vale ressaltar que o maior desafio do trinômio PDI, PPI e PPC, não é planejá-lo é colocá-lo em prática.
Segundo Zainko e Pinto (2010),
o desafio está também na sua operacionalização, uma vez que o habitus de atuação tradicional, isolada, individualizada do currículo grade continuará presente na ação do professor que irá atura no novo projeto proposto". Razão pela qual a participação do docente é essencial e primordial para reflexão, concretização e avaliação das propostas.

GESTÃO DA IES E A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO

Estar atento significa estar disponível ao espanto. Sem espanto não há ciência, não há criação artística. O espanto é um momento do processo de pesquisa, de busca. Essa postura de abertura ao espanto é uma exigência fundamental ao educador e à educadora. [...] O espanto não é o medo que ele tem nem é coisa de ignorante. O espanto revela a busca do saber. (Paulo Freire) Disponivel em: http://www.infoeducativa.com.br/index.asp?page=artigo&id=13

Paulo Freire afirma a importância da pesquisa como princípio educativo, assim, o ato de pesquisar faz sentindo para o discente na sua formação acadêmica, entendo melhor a forma social vigente para construir reflexões criticas sobre a sociedade em qual esta inserido. A pesquisa é uma ferramenta que tem a finalidade de libertar o individuo para a prática, reorganizando as teorias rompendo com os limites do conhecimento. O modo como a IES se organiza facilita a opção pela pesquisa como princípio educativo, o que deve ser evitado e o reducionismo da lógica formal clássica, Silva e Grezzana (2010) segundo,

Marques, a pesquisa na universidade não se pode restringir à pós-graduação, muito menos reduzir-se a processo de galgar posições na carreira universitária, de elitizá-la. Faz-se mister [sic] se estabeleça na universidade, para todos ? professores, alunos e corpo funcional ? uma clara e abrangente política de pesquisa que se acompanhe o tempo todo das práticas do escrever. Importa enfrentar corajosamente, para superá-la, aos dualismo de ensino e pesquisa, cursos e graduação e pós-graduação.

O importante é destacar o papel da pesquisa na educação superior em suas funções científicas, políticas, éticas e filosóficas, sendo ela, ao mesmo tempo, uma metodologia de ensino e uma finalidade social requerida pelos novos tempos.
Silva e Grezzana (2010), discutindo a construção do espírito científico na universidade, Severino afirma que:

Com efeito, surge inicialmente a própria questão da competência, entendida como domínio dos conteúdos, dos métodos, das técnicas das várias ciências, enfim o domínio das habilidades específicas de cada área de formação e de cada forma de saber e de cultura. Este é o objetivo mais explicitado da formação universitária. E é uma exigência plenamente justificável do ensino superior, não havendo como compactuar com a mediocridade, com o supercialismo, em matéria de ensino aprendizagem. Continuam sendo metas a serem encaradas com seriedade, no âmbito da tarefa educacional brasileira, a qualificação do ensino, o rigor da aprendizagem, a iniciação à pesquisa e a superação de todas as falhas decorrentes da falta de rigor científico no processo de ensino superior. O esforço pedagógico da universidade não pode deixar de lado, em nenhum momento, esta preocupação e as decorrentes tarefas. Por isso, fica claro, deste ponto de vista, que o objetivo é aprender, é obter conhecimentos, é dominar produtos da ciência e, até mesmo, dominando seus métodos, criar ciência.

Silva e Grezzana (2010), Antônio explicita a "nova" natureza dos processos educativos escolares/universitários, destacando a importância e a imprescindibilidade da ação do educador no processo de mediação e orientação a partir da lógica da pesquisa. A informação, segundo ele, precisa ser elaborada, vivida, pensada, relacionada, selecionada. Para Antônio,

Excesso de informação destrói o raciocínio, destrói a capacidade imaginativa e criadora, esse é um dos nossos paradoxos. Exatamente nesse mundo saturado de informações, em que agentes pedagógicos e antipedagógicos se multiplicam no cotidiano, principalmente nas telas trêmulas dos computadores, (sic) e das televisões, mais do que nunca o educador é vital.

Segundo Silva e Grezzana (2010),

o educador torna-se responsável por este processo de mediação, interlocução e organização de toda informação sob forma de conhecimento. A sua atuação no processo de constituir e ensinar o aluno a pensar e, mais do que isso, a gostar de pensar, de dialogar, de pesquisar e aprender a construir conhecimento, num processo coletivo de interação, torna-se mais do que nunca indispensável. Essa é uma necessidade vital quando se pensa em educadores, em escola, em sociedade e no ser humano e profissional que sonhamos e desejamos e com os quais sonhos.

Em relação à tarefa fundamental da escola e da universidade, Marques compreende que a escola/universidade não pode permanecer inerte à problemática da informação. Tornar as aprendizagens mais significativas, rompendo com a dicotomia entre o mundo escolar e o mundo cotidiano, tornou-se um imperativo numa sociedade permeada por um imenso oceano de informações. A mudança social possibilita pelas novas tecnologias modifica o cotidiano vivido, sentido e percebido. A velha tarefa da escola/universidade de apenas transmitir conteúdo e lidar com informações escassas, sem se preocupar com as aprendizagens significativas, precisa ser repensada, com vista uma nova inserção e um novo papel social. Silva e Grezzana (2010) para Marques, a construção do sentido torna-se uma das tarefas fundamentais da escola/universidade.

Se a escola, até pouco tempo, trabalhava com informações escassas, buscando ampliá-las, preocupada com transmitir conteúdos e descuidada de fazer significativas as aprendizagens, essa escola atualmente se defronta com o desafio de se constituir em lugar social e tempo reservado para a emergência do significante na constituição do sujeito inserido na ordem simbólica desde o imenso oceano de informações em que se acha imenso. Tarefa fundamental da escola é a gora trabalhar a informação, já que meramente passiva, na atribuição a ela de significados pelos quis se fazem a comunicação, a constituição de saberes e a interlocução deles na educação.

Para Silva e Grezzana (2010), Morin declara que,

O profissional está consciente que o saber que a pesquisa lhe trará responde a uma visão cientifica ampliada e é incompatível com a percepção simplificadora da ciência. O saber emergirá da reflexão sobre sua prática. Como ator e pesquisador, ele está inserido em um campo, faz parte dele, e deve caminhar com múltiplos componentes de seu meio porque não sabe a priori o que é pertinente e o que não o é em seu projeto de pesquisa. Para evitar uma simplificação apressada, ele aprenderá a observar e a descrever o que Geertz (1973) chama, segundo expressão tomada emprestada a Ryle, de "aventura de uma descrição enriquecida pela lógica informal da vida atual".

Romanowski (2009) explicita que, a pesquisa como perspectiva de formação de professores, podem ser realizados, por grupos de professores ou individualmente. Entre os temas a serem investigados pelos professores podem ser considerados os objetivos da escola, os procedimentos de ensino, a avaliação da aprendizagem, a relação do professor com os alunos. Mas, a escolha de problemas da realidade escolar é fundamental para o avanço do processo.

A realização de pesquisa favorece a socialização de forma sistemática do conhecimento cientifico, integrando as gerações no ideário da sociedade moderna para uma nova cultura. Esse conhecimento permite o desenvolvimento de habilidades de investigação e de análise, superando uma interpretação baseada somente no conhecimento empírico, pois ao sistematizar os dados e explicitá-los, o professor amplia seus conhecimentos, revê suas crenças e encontra novas alternativas pra a prática do ensino.

A formação continuada mediado pelo método pesquisa como principio educativo é elemento chave para profissionalização de um cidadão crítico, Romanowski (2009) destaca,

Para Cochram-Smith e Lytle, citados por André, o movimento do professor pesquisador não é uma onda passageira, pois a pesquisa para o seu desenvolvimento profissional é fundamental. Segundo os autores, a pesquisa favorece o desenvolvimento do professor como agente de mudança e de produção da teoria crítica em educação. A pesquisa ajuda a encontrar soluções e a lidar com pressupostos e representações, tornando o professor um produtor do conhecimento e não apenas consumidor. As principais críticas reconhecem esses autores e giram em torno do tipo de conhecimento produzido, ou seja, é necessário gerar um produção de conhecimento teórico a partir do conhecimento prático.

A ciência e a tecnologia, oferece abertura para várias linguagens de comunicação e o professor pesquisador precisa fundamentalizar de forma reflexiva seus conhecimentos, interagindo os conhecimento históricos aplicado pelos conteúdos para interpretação do mundo real, desenvolvendo o cognitivo do aluno para ser um cidadão critico e preparado para a sociedade moderna. Romanowski (2009) destaca que,
o professor pesquisador opta por lutar pela formação continuada, faz da pesquisa a base do ensino, amplia as capacidades e aperfeiçoamento autogestionado de sua prática. Entende as possibilidades do desenvolvimento do currículo como o meio de pesquisa e em contraposição a uma postura técnica limitada à execução e introduz na ação cotidiana numa postura autocrítica. A investigação poderá resultar na percepção do tempo como um espaço de produção, ou seja, à medida que o professor pesquisa sua prática, reconhece a importância e o valor das atividades em relação aos propósitos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese a temática "A concepção de educação, a gestão da IES e sua influência na ação docente", configura as transformação da sociedade moderna exigindo novo perfil de professor e dos paradigmas educacionais. Com base em um novo paradigma, a gestão democrática requer uma nova visão por parte de gestores e professores, representando um desafio na sua formação e no seu exercício profissional. Formação e desempenho profissionais que devem conduzir à reflexão teórica e ao compromisso de apresentar respostas às questões que emergem da pratica da gestão escolar, integrando, dessa forma, a teoria e a prática.
A avaliação institucional, configurada pelo Sinaes, representa ao lado do planejamento um papel relevante na política educacional do ensino superior. Pois, concebe a identidade e a diversidade institucionais, possibilitando o desenvolvimento de ações avaliativas em que se destacam as características, que contribui para o processo de gestão democrática de qualidade.
A Pesquisa como principio educativo é um norte com finalidades de libertar o individuo para construção do conhecimento. O docente não deve abandonar outras metodologias, apenas acrescentar a pesquisa como alternativa relevante para o processo de formação humana. A pesquisa poderá contribuir para a passagem de uma atitude de submissão à ordem, do cumprimento burocrático do ensino para uma postura política, superando a alienação, para uma participação social mais efetiva. Inclui a ampliação de suas expectativas e a elevação da prática como ponto para o saber.
Com essa pesquisa conclui que educação, gestão e pesquisa como principio educativo são paradigmas interligados para o desenvolvimento e sucesso na qualidade educacional, formando cidadãos críticos, coletivos e sociáveis.


REFERÊNCIAS

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