Sumário: 1. Introdução; 2. Comunicação Social; 3 Meios: a) Imprensa escrita; b) Rádio; c) Televisão; d) Internet; 4. Jornalismo; 5. A Televisão na Sociedade; 6.Recapitulação; 7. Bibliografia.

1. Introdução 

Não é nada fácil, ainda no limiar de uma nova era, falar-se em comunicação e, tratando-se da comunicação social, a delicadeza do tema assume proporções complexas que, naturalmente, não poderão ser enquadráveis no âmbito de um trabalho monográfico, com todas as dificuldades e responsabilidades que isso comporta. Pretende-se, apenas, suscitar a reflexão sobre esta temática.

É claro que, hoje em dia, é bem sabido que a comunicação social é considerada como um novo e fortíssimo poder de intervenção na sociedade, que os diversos meios existentes estão cada vez mais acutilantes, na medida em que a exploração, quantas vezes até à exaustão de determinadas situações, levam, paralelamente, a outros interesses, nomeadamente comerciais.

Atualmente sabe-se que há meios de comunicação mais penetrantes do que outros, até porque nem todos possibilitam a mesma facilidade de acesso, sendo que, por exemplo, no que à internet respeita, as dificuldades são um pouco maiores, principalmente para as gerações mais idosas.

Pretendendo-se abordar, eventualmente, mais em pormenor, a televisão, por se tratar de um meio de comunicação muito popularizado na sociedade, a par da rádio e, nem tanto a imprensa, embora, seguramente, considerando que todos são muito importantes no processo comunicativo.

Neste trabalho também se pensou numa abordagem prática que consistirá no direito à informação, desde logo por parte do jornalista, numa perspetiva das dificuldades no acesso às fontes, bem como no sigilo profissional e preservação dessas mesmas fontes.

Ter-se-á cuidado, na medida do possível, no alheamento de qualquer influência ideológica, procurando-se perspetivar o aproveitamento da comunicação social como função pedagógica, mas não de inaceitável apologética de atos, pessoas e situações que degradam as consciências, os valores e os sentimentos, porque, em boa verdade, só assim se pode dignificar a comunidade em que os cidadãos se integram e que desejam cada vez mais civilizada.

2. Comunicação Social

A concetualização do termo “comunicação” é extremamente difícil, como de resto ressalta da multiplicidade das definições existentes e se, etimologicamente, o seu significado vai no sentido de tornar comum, transmitir alguma coisa, ou ainda como comportamento de interação, outro tanto não se verifica quanto à definição.

Por exemplo: “A comunicação é a transferência de pensamentos e de mensagens”; (cf. Enciclopédia da Columbia) ou «A comunicação é o mecanismo pelo qual as relações humanas existem e se desenvolvem – todos os símbolos do espírito juntamente com os meios de os transportar através do espaço e de os manter no tempo.” (cf. C. Cooley) ou “Temos comunicação sempre que um sistema, uma fonte, influencia outra, o destinatário, por meio da manipulação de sinais alternativos que podem ser transmitidos sobre o canal que os liga.» (cf. C. OSGOOD).

Na prática, a comunicação entendida como princípio de relacionamento entre pessoas, através dos mais diversificados meios, envolve outros aspetos bem mais sofisticados e apoiados em poderosos equipamentos, para a sua circulação.

Qualquer comunicação comporta sempre e basicamente um emissor, um recetor, uma mensagem suportada num código entendido pela fonte e pelo destinatário, um canal. Portanto, conforme o estatuto pessoal dos intervenientes, assim também o maior ou menor volume de comunicações, a maior ou menor especificidade das mesmas e a utilização dos melhores ou mais modestos meios técnicos, para a sua difusão e receção.

Além disso, o código é outro elemento da comunicação cujo conhecimento é fundamental para a correta interpretação da mensagem. Certamente que uma comunicação em linguagem telegráfica, pelo sistema morse acústico, não será captada, nem tão pouco emitida, por quem não domine este código (embora hoje esteja, praticamente, em desuso). O alfabeto morse, tal como outros códigos internacionais, tem a vantagem de ser utilizado em qualquer parte do mundo, pelos respetivos especialistas, os quais se entendem perfeitamente.

Mas a comunicação social é muito mais do que isso, pela simples razão de que, em princípio, deve cobrir uma diversidade imensa de comunidades, culturas, línguas, costumes, regiões e, nesse sentido, será aqui entendida como divulgação de um facto relevante (assim deveria ser) seja ele científico, político, religioso, económico, militar, cultural, lúdico ou de qualquer outra natureza importante.

Para a Comunicação Social desempenhar eficiente e rapidamente as funções que lhe cabem, são necessários meios, cada vez mais modernos, eficazes e também dispendiosos. As tecnologias, em permanente sofisticação, permitem, hoje, que se possa acompanhar, em tempo real, um acontecimento, em qualquer parte do mundo.

3. Meios

Quando se fala em meios de Comunicação Social, a expressão não é entre nós inédita, porque ela corresponde aos termos ingleses de “mass media” (meios de massa), querendo apontar os sistemas mecanizados e eletrónicos que possibilitam a difusão da mensagem por inúmeros públicos, dispersos e heterogéneos.

O avanço tecnológico e científico, no campo das telecomunicações, é hoje um dado adquirido e considera-se imprescindível o domínio mínimo destas tecnologias, como fundamental para a correta manipulação dos cada vez mais aprimorados equipamentos de comunicações.

Nesse sentido, a Comunicação Social deixa de ser unilateral, de ter, inclusivamente, uma conotação pejorativa de meios de massas, para poder ser entendida como uma intercomunicação entre o emissor e o recetor, entre a fonte e o destinatário, isto porque já é possível participar-se em direto ou através de videoconferências em debates, responder prontamente à estação emissora, intervir nos temas que melhor se domina ou se tem interesse.

Considerando que a língua é um meio de comunicação social, ela não pode ser integrada nos atuais meios, entendidos numa perspeciva englobante, havendo, por isso, quem defenda que se deveria utilizar a designação de “Meios de Difusão Coletiva”, porque estes termos identificam-se com as técnicas propriamente ditas e as instituições que as exploram.

Estes meios dependem, no seu conjunto, ou individualmente considerados, das caraterísticas próprias da sociedade e do contexto geral em que elas se inserem, nomeadamente, a situação política, a estrutura social e os aspetos culturais, como tudo o que nelas há de toda uma caraterização nacional: valores, religião, costumes e tradições, sendo certo que os Meios de Difusão Coletiva amplificam mais do que modificam ou transformam e os seus efeitos podem reconhecer-se no comportamento individual ou de grupo, assumindo especial relevo os programas de informação e distração que, afinal, constituem dimensões importantes na participação sociocultural, integrada numa política coletiva.

A comunicação de ideias, de projetos e de valores, pode veicular-se pelos Órgãos de Comunicação Social, genérica e inocuamente entendidos, daí a importância que para o cidadão comum tem o acesso aos atuais meios de comunicação, embora a preparação científica e técnica não seja a realidade constante e uniformemente considerada.

a) Imprensa Escrita – Na sua aceção mais lata, o vocábulo “imprensa” designa o conjunto dos meios impressos, falados e televisivos, que permitem a difusão periódica da informação, modernamente intitulados Órgãos de Comunicação Social, todavia, em linguagem técnica o termo designa, somente, as publicações gráficas emitidas com periodicidade regular: jornais e revistas.

Alguns historiadores defendem que a imprensa periódica portuguesa se teria iniciado em 1625 com a “Relação Universal do que Sucedeu a Portugal e mais Províncias do Ocidente e do Oriente”, de Manuel Severim Faria.

Por outro lado, divulga-se com mais insistência que o começo da imprensa nacional periódica teria ocorrido em 1641 com a publicação, em Lisboa, da “Gazeta” em que se “Relatam as Novas Todas que houve Nesta Corte e que Vieram de Várias Partes”.

Nos princípios do século XVII, começaram a circular em Portugal as primeiras “Folhas Volantes”, umas sem qualquer recato, outras mais ocultamente, que tinham por objetivo atacar o governo dos chamados “Reis Intrusos”, ou seja, durante o domínio filipino, sendo umas folhas impressas e outras, apenas, manuscritas, cópias das primeiras, havendo, inclusivamente, quem admita que a partir desta origem tão remota, quanto artesanal da imprensa, tenha nascido, também, a censura.

Os autores da publicação da “Gazeta” de 1641, procuravam, por este meio, levar ao conhecimento nacional, o que de facto se tinha passado com o movimento do “Primeiro de Dezembro de 1640” e assim incentivar os portugueses a prosseguirem a luta de libertação do domínio espanhol.

Segundo José Tengarrinha, no Dicionário da História de Portugal, «a imprensa teria nascido da conjugação de 3 fatores: 1) Os progressos da tipografia desde a sua invenção em 1440; 2) A melhoria das comunicações e das relações postais; 3) O interesse crescente do público pela notícia»

A história da imprensa periódica portuguesa pode dividir-se em três épocas, cada qual com as suas caraterísticas próprias: 1) A da Gazeta, de 1641 à Revolução de 1820; 2) A da imprensa romântica ou de opinião, de 1820 aos fins do século XIX; 3) A da organização industrial da imprensa, dos fins do século XIX aos nossos dias.

b) Rádio – O princípio das radiocomunicações, descoberto em 1896 por Marconi, não é, atualmente, mais o mesmo, porquanto o desenvolvimento e expansão da radiodifusão têm sido muito rápidos, principalmente a partir da primeira Guerra Mundial, datando de 1914 a primeira tentativa em Portugal da instalação e funcionamento de um posto emissor.

A Rádio começou por ser designada TSF – Telegrafia sem fios – e os primeiros inventos foram da autoria de Galvani em 1780, Faraday e Hertz em 1887, embora as primeiras radiocomunicações à distância se tivessem iniciado com Marconi. Em Portugal, as primeiras emissões radiofónicas tiveram lugar em 1925, mas só em 1935 é que foi criada a primeira empresa de rádio, então denominada por Emissora Nacional.

A evolução da rádio está intimamente ligada ao desenvolvimento dos últimos conflitos mundiais, sendo a rádio utilizada como uma poderosa arma de persuasão, quer por parte dos nazis, quer pelo lado dos aliados. O poder de penetração, a rapidez da informação, praticamente em cima do acontecimento, em algumas situações, mesmo em direto, acompanhando os factos que vão sendo noticiados, tornam a rádio um instrumento precioso.

A própria linguagem radiofónica tem vindo a evoluir, acompanhando as mudanças ambientais e técnicas. Atualmente, utiliza-se muito o estilo coloquial, intimista e espontâneo, os programas adaptam-se à natureza e afazeres do auditório, e ao longo do dia eles são difundidos de acordo com objetivos de captar maior audiência, verificando-se, por isso, uma diversidade imensa de temas, tratados, normalmente, por especialistas, com realce para os programas informativos, música clássica ou ligeira, culturais e desportivos, recreativos e políticos.

Assim, todos os temas podem ser tratados na rádio e na Bélgica, por exemplo, é muito frequente que assuntos relacionados com a libertação da mulher, moral sexual, homossexualidade, entre outros, tenham o seu espaço radiofónico.

É compreensível que cada vez mais se fale numa escrita especializada radiofónica, na medida em que ao ser ditada a notícia se deve evitar frases muito grandes, formas gramaticais complicadas, emprego de negativas, abuso de números e palavras longas sendo, por isso, conveniente, repetir-se o sujeito e o tema, daí que era um lugar-comum afirmar-se que o bom jornalista da rádio, normalmente, escrevia mal, pelo facto de a linguagem falada ser muito diferente da escrita.

c) Televisão – Como tem vindo a ser referido, os Meios de Comunicação Social, desempenham um papel importantíssimo na sociedade, quaisquer que eles sejam, porque na verdade, ao longo do dia, inúmeras pessoas ouvem rádio, mesmo durante os seus percursos de automóvel; quantos leitores, apesar da “crise” ainda compram jornais, revistas e livros; quantos cidadãos acompanham, pela televisão, tudo o que de mais diversificado se possa imaginar, programas informativos, culturais, políticos, recreativos, debates, jogos, tornando-se popular entre nós o fenómeno das telenovelas, em que por vezes tudo para, as ruas esvaziam-se, nos cafés os ruídos diminuem.

De facto, a televisão vem desempenhando uma tarefa complexa e, simultaneamente, também aumenta o número de telespetadores, porque este meio de comunicação entra pelas casas e vai até à mais recôndita intimidade que é o quarto conjugal, naturalmente, que telecomandado mas, ainda assim, nem sempre a vontade é mais forte do que o programa que está a passar.

Historicamente, não é fácil apontar-se com rigor uma data a que corresponda a invenção da televisão, muito embora a sua utilidade prática tenha estado desde sempre dependente da assimilação de várias novidades técnicas e de numerosas tentativas parciais e limitadas.

O primeiro aparelho de recção de imagens teria sido construído em França, em 1929 (por sinal no ano da grande crise económica mundial), com base em experiências que remontam ao século XIX. Em Novembro de 1936, efetuou-se a primeira emissão televisiva pública em Inglaterra, verificando-se, a partir de então, uma vertiginosa expansão, apenas travada pela segunda guerra mundial, recomeçando depois, cada vez mais aperfeiçoada, técnica e esteticamente analisada.

Em Portugal as emissões regulares da radiotelevisão iniciaram-se a sete de março de mil novecentos e cinquenta e sete, com fraca cobertura a nível nacional. Apesar disso as maravilhas operadas por este meio de comunicação, depressa o tornou popular e desejado em todos os lares.

Com todas as vantagens e, seguramente, algumas desvantagens, o certo é que a televisão tem vindo a expandir-se de forma constante, envolvendo tecnologias de ponta e pessoal altamente especializado. O seu contributo na formação da opinião pública dos cidadãos é muito forte e, quantas vezes, irrefutável. A atualidade da informação ocorre, frequentemente, em simultâneo com o acontecimento.

Obviamente que cabe aos técnicos a explicação pormenorizada do funcionamento de uma estação de televisão, todavia e numa base simplificada, poder-se-ia dizer que a emissão televisiva é uma combinação de luz, som e movimento, numa associação da rádio e do cinema, introduzindo em casa de cada um o espetáculo completo.

Assim, em televisão, uma reportagem do exterior envolve uma grande quantidade de pessoas e material, indiscutivelmente muito superior a uma reportagem de imprensa falada ou escrito. Esta exigência em pessoal e equipamentos, talvez explique, em parte, a dificuldade que os responsáveis pelos diversos serviços oficiais e privados sentem quando pretendem levar ao conhecimento público acontecimentos de interesse social, por exemplo.

Não obstante as diversas dificuldades, os progressos técnicos neste campo têm vindo a facilitar um pouco as coisas, porque ainda não há muitos anos que para assegurar a transmissão de um determinado facto, por exemplo, um noticiário, era necessário que este fosse transmitido em direto.

Com a técnica avançada que, atualmente, se dispõe, já não é necessário os filmes serem submetidos ao tratamento laboratorial, podem ser preparados no trajeto entre o local da gravação e o estúdio, porque as bandas magnéticas já estão tratadas para a imediata transmissão e isto graças ao recurso a aparelhagem altamente sofisticada.

Entretanto, as estações de televisão estão perante um desafio importantíssimo que consiste: por um lado, dotarem-se dos melhores profissionais; por outro, equiparem-se com a aparelhagem eletrónica cada vez mais complexa, a caminho da infalibilidade, quer na produção, quer na gravação, quer ainda no seu manuseamento.

A tudo isto acresce, também, a necessidade de salvaguardar importantes interesses ao nível das experiências associativas entre estações de televisão, relativamente aos respetivos filiados e público em geral. A televisão suscita, portanto, uma grande apetência pelo seu controlo e domínio por parte de alguns poderes instituídos e também a partir de grandes grupos económicos, políticos e ideológicos, na medida em que ela interfere, profundamente, na vida quotidiana de cada pessoa.

d) Internet

Trata-se de um poderoso meio de comunicação social neste século XXI. Através desta tecnologia da informação e da comunicação, é possível a quem domine razoavelmente este meio, comunicar com todo o mundo, em direto, participar em quaisquer debates, frequentar cursos praticamente a todos os níveis, assistir a eventos de diversa natureza, publicar artigos, enfim, saber o que se passa em qualquer parte do mundo e, investigar um assunto técnico, científico, religioso, cultural, biografias de grandes vultos. Hoje, tudo está na internet.

Pela internet a vida dos cidadãos fica cada vez mais simplificada porque não é necessário sair de casa para que se tenha acesso a múltiplos serviços, desde fazer compras, pagar contas, reservar viagens, hotéis, visitar quaisquer partes do mundo, viajar para onde se desejar, conhecendo-se, virtualmente, o que na realidade nem sempre se tem possibilidades financeiras para o fazer no âmbito real.

Claro que este moderno e poderoso meio de comunicação, tal como qualquer outro, não oferece apenas vantagens e, certamente, existem também, muitas desvantagens que é necessário ter em atenção, quer em relação aos utentes adultos, quer no que respeita e muito em especial às crianças, adolescentes e jovens.

«O acesso a um grande número de informações disponível às pessoas, com ideias e culturas diferentes, pode influenciar o desenvolvimento moral e social das pessoas. A criação dessa rede beneficia em muito a globalização, mas também cria a interferência de informações entre culturas distintas, mudando assim a forma de pensar das pessoas. Isso pode acarretar tanto uma melhoria quanto um declínio dos conceitos da sociedade, tudo dependendo das informações existentes na Internet.

Essa praticidade em disseminar informações na Internet contribui para que as pessoas tenham o acesso a elas, sobre diversos assuntos e diferentes pontos de vista. Mas nem todas as informações encontradas na Internet podem ser verídicas. Existe uma grande força no termo "liberdade de expressão" quando se fala de Internet, e isso possibilita a qualquer indivíduo publicar informações ilusórias sobre algum assunto, prejudicando, assim, a consistência dos dados disponíveis na rede.

Um outro facto relevante sobre a Internet é o plágio, já que é muito comum as pessoas copiarem o material disponível. "O plagiador raramente melhora algo e, pior, não atualiza o material que copiou. O plagiador é um ente daninho que não colabora para deixar a Internet mais rica; ao contrário, gera cópias degradadas e desatualizadas de material que já existe, tornando mais difícil encontrar a informação completa e atual. Ao fazer uma cópia de um material da Internet, deve-se ter em vista um possível melhoramento do material, e, melhor, fazer citações sobre o verdadeiro autor, tentando-se, assim, ao máximo, transformar a Internet num meio seguro de informações.

Nesse consenso, o usuário da Internet deve ter um mínimo de ética, e tentar, sempre que possível, colaborar para o desenvolvimento da mesma. O usuário pode colaborar, tanto publicando informações úteis ou melhorando informações já existentes, quanto preservando a integridade desse conjunto. Ele deve ter em mente que algum dia precisará de informações e será lesado se essas informações forem ilusórias.» (http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet#.C3.89tica_na_Internet, consultado em 03.10.2012)

4. Jornalismo

 

É ponto assente, entre os estudiosos da filosofia da imprensa, que o direito à informação é fundamental numa sociedade plural e, com tal pressuposto, numa imprensa nacional é indispensável a existência de uma rede de delegados ou correspondentes em todo o pais e no estrangeiro, para que se possa ampliar a informação, não devendo nunca o jornalista impor a sua opinião na medida em que: se por um lado, presumivelmente, poderá desagradar ao leitor, quantas vezes tão bem ou melhor preparado que o jornalista; por outro lado, é necessário salvaguardar o direito do leitor à boa qualidade e rigor da informação.

Não é fácil para um jornalista obter informações, tantas vezes ocultadas por razões de vária ordem, mas é fundamental não ignorar que a informação é, em determinadas circunstâncias, mais importante do que as suas próprias opiniões.

A especificidade do jornalista não reside no facto de escrever nos jornais; como não está, também, no facto de ter opiniões, nem de as exprimir, nem de modificar a sociedade mas, bem pelo contrário, a sua função social própria é transmitir comunicações úteis, é uma tarefa universalista, porquanto ele deve, desde logo, captar os rumores da sociedade, dar sentido a esses rumores, transformá-los objetiva e isentamente em informação, em notícia, porque ele deixou de ser como que um “mago que sabe tudo” para assumir o papel de especialista em comunicação, por isso, detentor de uma competência técnica nesta matéria.

Um aspeto importante é o que se prende com as facilidades que são concedidas, ou não, ao jornalista para chegar à fonte de informação. Tal obstáculo está diretamente relacionado com a natureza da notícia que pretende divulgar, o seu impacto social, económico, estratégico ou militar e, ainda, com a credibilidade informativa do Órgão de Comunicação que representa e, até ao reconhecimento público da sua própria idoneidade moral e deontológica.

Naturalmente que hoje em dia o jornalista deve ter acesso às fontes de informação, todavia, devem ser sempre acautelados os factos que pelo seu melindre venham a contribuir para desinformação. O jornalista tem o direito e a obrigação de saber, contudo: saber é uma coisa; publicar é outra.

É correto pensar-se que o Poder necessita ao mesmo tempo: do segredo e da propaganda, pelo que se torna legítimo que não só os jornalistas, mas também o público, se esforcem pelo direito à informação e exijam do Órgão respetivo, transparência, rigor, oportunidade, isenção e, acima de tudo, a salvaguarda da identidade nacional.

5. A Televisão na Sociedade

 

É bem sabido que os portugueses vêm sendo cada vez mais solicitados à participação mais consciente e ativa na vida social, pretendendo-se com a sua intervenção clarividente, uma maior perceção dos problemas que a todos preocupam, designadamente: os desníveis abismais nos planos material, cultural e social, não sendo conveniente nenhuma atitude passiva, ou de acomodação a um qualquer estatuto adquirido, por um também qualquer processo.

Em princípio, toda a pessoa deseja, efetivamente, uma sociedade mais justa, edificada sobre os valores primordiais que a regem, desde logo: saúde, solidariedade, amor, lealdade, justiça, liberdade, paz, felicidade e a Graça Divina, de resto, os valores que fundamentam os direitos inalienáveis de toda a Pessoa Humana.

O Homem não vive isolado, não consegue autonomizar-se, carece de companhia, necessita de constituir-se em família, por laços indissolúveis. A família é uma instituição a preservar, a proteger, a apoiar na sua formação e dignificação, ela é a célula primordial da sociedade.

Os meios para a sua formação são variados, mais ou menos acessíveis, mais ou menos eficazes, no entanto qualquer processo, qualquer meio, servem para a consciencialização dos valores familiares, desde que se queira e desde que tais processos, ou meios, se revistam da moral necessária.

O problema reside, uma vez mais, no acesso a esses meios, todavia, um existe que, não sendo perfeito é, indiscutivelmente, prático, de grande penetração na sociedade em geral, e em cada pessoa em particular. Neste enquadramento, a televisão é hoje um potente meio para o bem e para o mal, defendendo-se aqui, em todo o caso, desejavelmente, para o bem.

Este meio de comunicação, tão penetrante, quanto moderno, permite, desde já, percecionar uma ideia que consiste no papel da televisão na família e, se se meditar melhor, concluir-se-á que a televisão pode, de facto, favorecer a unidade do lar, na medida em que à volta do pequeno ecrã se consegue congregar todos os membros da família, na visualização de um programa do agrado geral, sendo, porém, fundamental que os responsáveis pelo programa se preocupem com o conteúdo moral, estético, espiritual, artístico e pedagógico do mesmo.

É evidente que a televisão não pode substituir outros meios indispensáveis de natureza espiritual e moral, suscetíveis de criar e fortificar a coesão e os laços de amor e de felicidade entre os membros da família.

No futuro, vai depender muito da programação televisiva, da formação dos seus autores e será sempre discutível qual dos aspetos positivos ou negativos prevalece mas, se se quiser aproveitar este poderoso meio da Comunicação Social popular, no sentido da formação de uma consciência nacional, fundada nos valores da família, então a televisão será, efetivamente, um instrumento positivo.

Na perspetiva positiva, pode-se, ainda assim, enumerar alguns benefícios que a televisão permite desfrutar, sendo vulgar apontar-se a possibilidade que ela concede para se fugir da solidão, porquanto traz o som e a imagem, quebrando, desta forma, o silêncio do isolamento; ela torna as pessoas solidárias, contestatárias, consensuais, tolerantes, diante de uma determina situação.

Faz vibrar as pessoas perante acontecimentos longínquos ou próximos; provoca emoção, alegria, tristeza, indiferença relativamente a factos que de outra forma não haveria a possibilidade de viver; incute a ideia de que efetivamente há, apenas, uma humanidade, independentemente das raças, ideologias e credos religiosos e, neste aspeto, todas as pessoas são suscetíveis de envolvimento na desgraça e na fortuna e, irremediavelmente, sujeitas à morte.

A televisão favorece (se os responsáveis assim o desejarem) a cultura, o progresso, a ciência, porque ela permite levar ao conhecimento dos interessados, tudo aquilo que de mais recente se vai criando, experimentando e consolidando.

Finalmente, a televisão pode contribuir, poderosamente, para a efetivação do direito à informação por parte do indivíduo comum, porque aquele direito justifica a necessidade de defender a coletividade, os cidadãos, os grupos e os interesses gerais.

A defesa da coletividade, num Estado de direito democrático, é a defesa do próprio Estado e até do próprio regime, já que existe a necessidade de uma estrutura estatal, sendo, por isso, natural que a coletividade tome um certo número de preocupações para se defender das mais variadas agressões e aqui entra, de facto, o rigor, a isenção, a educação, em suma, a informação que objetiva e positivamente a televisão deve fornecer à sociedade, à família, à pessoa individualmente considerada, qualquer que seja o seu estatuto social.

Pretende-se, portanto, ficar com a ideia dos benefícios que a televisão potencialmente pode dar, sem se descurar, no entanto,  o perigo que sempre espreita, que os malefícios existem, tanto mais acutilantes quanto maior for o jogo de interesses em confronto e o domínio da televisão se acentuar desequilibradamente para um ou outro lado.

A televisão como Órgão de Comunicação Social é, portanto, um poderoso meio de formação, de união, de bem-estar. Esta ideia basta, por agora, porque efetivamente há que destacar as virtualidades, aperfeiçoar o lado positivo das coisas. Precaver contra os malefícios significa, afinal, melhorar os benefícios que a televisão pode dar no dia-a-dia de cada pessoa.

A título de ideia principal poder-se-á referir que: «Um espetáculo, o visual, arrasta consigo uma aderência do significante ao significado que torna impossível a sua separação em qualquer momento» porque, em contrapartida: «a imagem não precisa de ser traduzida, é imediatamente universal» (cf. FAGES, 1976:111-120)

6. Recapitulação

 

Hoje em dia, é bem sabido que a comunicação social é considerada como um novo e fortíssimo poder de intervenção na sociedade, que os diversos meios existentes estão cada vez mais acutilantes, na medida em que a exploração, quantas vezes até à exaustão de determinadas situações, levam, paralelamente, a outros interesses, nomeadamente comerciais. (Cap. 1).

Mas a comunicação social é muito mais do que isso, pela simples razão de que, em princípio, deve cobrir uma diversidade imensa de comunidades, culturas, línguas, costumes, regiões e, nesse sentido, será aqui entendida como divulgação de um facto relevante (assim deveria ser) seja ele científico, político, religioso, económico, militar, cultural, lúdico ou de qualquer outra natureza importante. (Cap. 2)

A comunicação de ideias, de projetos e de valores, pode veicular-se pelos Órgãos de Comunicação Social, genérica e inocuamente entendidos, daí a importância que para o cidadão comum tem o acesso aos atuais meios de comunicação, embora a preparação científica e técnica não seja a realidade constante e uniformemente considerada. (Cap. 3)

Na sua aceção mais lata, o vocábulo “imprensa” designa o conjunto dos meios impressos, falados e televisivos, que permitem a difusão periódica da informação, modernamente intitulados Órgãos de Comunicação Social, todavia, em linguagem técnica o termo designa, somente, as publicações gráficas emitidas com periodicidade regular: jornais e revistas. (Cap. 3)

A evolução da rádio está intimamente ligada ao desenvolvimento dos últimos conflitos mundiais, sendo a rádio utilizada como uma poderosa arma de persuasão, quer por parte dos nazis, quer pelo lado dos aliados. O poder de penetração, a rapidez da informação, praticamente em cima do acontecimento, em algumas situações, mesmo em direto, acompanhando os factos que vão sendo noticiados, tornam a rádio um instrumento precioso. (Cap. 3)

A televisão vem desempenhando uma tarefa complexa e, simultaneamente, também aumenta o número de telespetadores, porque este meio de comunicação entra pelas casas e vai até à mais recôndita intimidade que é o quarto conjugal, naturalmente, que telecomandado mas, ainda assim, nem sempre a vontade é mais forte do que o programa que está a passar. (Cap. 3).

A internet é um poderoso meio de comunicação social neste século XXI. Através desta tecnologia da informação e da comunicação, é possível a quem domine razoavelmente este meio, comunicar com todo o mundo, em direto, participar em quaisquer debates, frequentar cursos praticamente a todos os níveis, assistir a eventos de diversa natureza, publicar artigos, enfim, saber o que se passa em qualquer parte do mundo e, investigar um assunto técnico, científico, religioso, cultural, biografias de grandes vultos. Hoje, tudo está na internet. (Cap. 3).

Por outro lado, a especificidade do jornalista não reside no facto de escrever nos jornais; como não está, também, no facto de ter opiniões, nem de as exprimir, nem de modificar a sociedade mas, bem pelo contrário, a sua função social própria é transmitir comunicações úteis, é uma tarefa universalista, porquanto ele deve, desde logo, captar os rumores da sociedade, dar sentido a esses rumores, transformá-los objetiva e isentamente em informação, em notícia, porque ele deixou de ser como que um “mago que sabe tudo” para assumir o papel de especialista em comunicação, por isso, detentor de uma competência técnica nesta matéria. (Cap. 4).

A televisão favorece (se os responsáveis assim o desejarem) a cultura, o progresso, a ciência, porque ela permite levar ao conhecimento dos interessados, tudo aquilo que de mais recente se vai criando, experimentando e consolidando.

Finalmente, a televisão pode contribuir, poderosamente, para a efetivação do direito à informação por parte do indivíduo comum, porque aquele direito justifica a necessidade de defender a coletividade, os cidadãos, os grupos e os interesses gerais. (Cap. 5)

7. Bibliografia.

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO KOOGAN LAROUSSE SELEÇÕES, (1981). Cinema, Televisão e Rádio. Lisboa: Seleções do Reader’s Digest, SARL. Vol. 3, Págs. 308-319

FAGES, J.B., (1976). Para Entender o Estruturalismo. Trad. M. C. Henriques. Lisboa: Moraes Editores

POLIS, ENCICLOPÉDIA VERBO (s.d.). Comunicação Social (Meios). 1ª Edição. Lisboa: Editorial Verbo. Vol. I, Col. 1033.

POLIS, ENCICLOPÉDIA VERBO (s.d.). Radiodifusão e Televisão. 1ª Edição. Lisboa: Editorial Verbo. Vol. 5, Col. 24 e Col. 1144, respetivamente.

RODRIGUES, Adriano Duarte, (s.d.). A Comunicação Social, Lisboa: Edições Conhecer, Coleção Hoje e Amanhã – Temas Sociais, (12), Págs. 3-28

TENGARRINHA, José (1985). Dicionário Ilustrado da História de Portugal. Imprensa Periódica. Lisboa: Publicações Alfa, SARL. Vol I, Pág. 327

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

 

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