Pelo Brasil inteiro se falava quase a mesma coisa: "tem terra para sem-terra em Rondônia"
Era a propaganda do governo militar, durante os anos das décadas de 1970-1980, que pretendia atrair muita gente para o nosso estado, que na época ainda era um território.
Mas por que se fazia tanta propaganda sobre Rondônia?
Acontece que havia um serio problema se alastrando. Era a concentração fundiária (fazendeiros comprando mais terras), a mecanização da lavoura (máquinas e tratores no lugar dos trabalhadores) e isso provocava um grande e intenso Êxodo Rural (trabalhadores do campo indo para a cidade).
A concentração fundiária, a mecanização do campo e o êxodo rural foram os principais agentes da enfermidade que infectou a vida urbana dessas duas décadas. A cidade inchou e com isso aumentaram os problemas, que já eram grandes, nas cidades grandes: falta de moradia, falta de trabalho, falta de comida, falta de infraestrutura... e tudo isso fazia aumentar a criminalidade e os conflitos sociais, que era tudo que o governo militar não queria, naqueles anos de chumbo.
A doença exigia um remédio. O governo militar inventou um: Rondônia, a solução para os problemas dos grandes centros do sul-sudeste.
Como convencer os trabalhadores a se embrenhar pelas matas amazônicas, em Rondônia? Começou-se a fazer propagandas com a intenção de conduzir os "homens sem terra" para as "terras sem homens do norte". Dizia-se que era necessário "integrar para não entregar". Assim se fez e Rondônia foi feita como a grande válvula de escape para os problemas crescentes.
Cada colono que recebia um lote de terra, em geral 100 hectares, recebia também, do INCRA, uma incumbência: desmatar e plantar.
O problema foi que tudo isso que era uma terapia para os grandes centros urbanos produziram os atuais problemas da Amazônia.

Neri de Paula Carneiro ? Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador.
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