Sua luta começou
ainda bem pequenino
perdurou por toda infância
chegando a jovem menino.
 
Lamentável é que essa luta
é como cicatriz na pele
e toda mágoa reluta
em uma dor que não fere.
 
É uma vida inteira
de conflito e de protesto
não se mede pela pele
quem é ou não é honesto.
 
Decidido em meio ao espanto
ergue a voz altaneira
colorindo em preto e branco
sua cor, sua trincheira.
 
Passou por sofrimentos
causados pelas chibatas,
destruíram sentimentos
antigos aristocratas.
 
Emergiu do preconceito
conseguiu o seu lugar
mostrou na marra e no peito,
que querer é conquistar.
 
Na cultura ou na ciência,
na dança, no afoxé,
denotou sua inteligência,
nos trouxe o candomblé.
 
Hoje o branco reconhece,
seu valor sua bandeira
percebeu que somos todos
raça afro-brasileira.
 
E aqui neste momento
relatamos a vida dura
mostramos um pouco de tudo,
mostramos a cor da cultura.
 
Cara branca, cara preta,
cara jovem ou senil,
cara de todas as cores
a cara do nosso Brasil.