A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO EDUCADOR E A ESCOLA INCLUSIVA

LEILA MARTINS DA SILVA

Palavras - chave: Escola inclusiva, curriculo, educador.

       O presente artigo aborda o tema A Capacitação profissional do Educador e a Escola inclusiva, tendo o objetivo de compreender a importância do educador no processo de inclusão e formação do educando portador de necessidades especiais e como a escola deve inserir esse perfil de aluno num processo acolhedor e de maneira inovadora. Sendo que a escola é um reflexo da vida social, se os estudantes vivem a experiência da diferença desde cedo, não terão muitas dificuldades de vencer os preconceitos, e o processo inclusivo possibilita que todos tenham seu lugar na sociedade. O modelo de escola inclusiva, precisa oferecer adaptações físicas, além de apoio pedagógico individualizado em paralelo as aulas regulares, as praticas de aprendizagem precisam ser reformuladas, para que todos os alunos aprendam ao seu modo, de acordo com o seu tempo. Apesar das crianças portadoras de necessidades especiais terem sua integração garantida no ensino regular, pela constituição federal, para que a mesma seja realmente inclusa a comunidade escolar deve de fato aceitar sendo o professor o mais indicado para estar incluindo esse perfil de aluno no processo escolar, pois os educadores que como líderes devem ser agentes de modificação da situação abordada, e assim, garantir para que os portadores de necessidades especiais tenham uma educação de qualidade e motivação para eles seguirem seus estudos e se tornarem cidadãos críticos seguros de seus direitos e deveres garantidos por lei. A Educação Especial deve ser vista no contexto da Educação Geral, ou seja, o portador de necessidades especiais deve ser atendido no mesmo ambiente que os demais alunos. A esta tendência contemporânea chamamos de Educação Inclusiva, uma vez que o portador de necessidades especiais é inserido em classes regulares de ensino, sendo tão digno e merecedor da educação como qualquer outra pessoa.

         Todos os portadores de necessidades especiais tem que ter os mesmos benefícios que os demais educandos, tendo o mesmo direito de acesso a escolarização, com o grupo de sua faixa etária, e que a escola contribua, exerça seu papel na dificuldade desse aluno, acolhendo-o e valorizando as diferenças que cada um apresenta e que necessita de um bom atendimento tanto da parte da escola quanto do professor que deverá ser capacitado para atender qual for a necessidade desse educando.

         A escola inclusiva e toda a comunidade precisam estar envolvidas ou seja a direção, a equipe de coordenação,os educadores e os pais, além do próprio aluno. Para que a inclusão seja de fato efetivada é necessário que os sistemas educacionais quebrem paradigmas. "Segundo Moreno (2009), os sistemas educacionais concentra a educação no aprendiz, na qual favorece parte desses alunos levando em consideração seu potencial”. Nesse sentido, o projeto pedagógico e as estratégias de sala de aula devem enfatizar o ensino, em vez de focalizar a deficiência do aluno preocupar-se com tipo de resposta educativa e proporcionar os recursos e apoios adequados, em vez de procurar, a origem do problema, ajustar-se para atender as diversidades, os padrões de "normalidade" para aprender, apoiar a experimentação, a reflexão (pensando no porquê daquilo que fazem, quais as influências disso e, como resultado, que outras possibilidades serão encaradas), formar equipes nas quais os membros concordem em ajudar uns aos outros e explorar aspectos da sua prática; estabelecer um clima encorajador de reconhecimento da individualidade, como algo que deve ser respeitado e valorizado.

        A concretização da escola inclusiva baseia-se na defesa de princípios e valores éticos, nos ideais de cidadania e justiça, para todos, em contraposição aos sistemas hierarquizados de inferioridade e desigualdade. 

           Para Sassaki (1997, p. 41) a inclusão é:

“Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. (... )  Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar contra exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para as pessoas. É oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da colaboração de pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da via.”

 

Partindo desse pressuposto de inclusão, as escolas se converteriam em espaços democráticos, atendendo a todos os alunos independentemente de suas diferenças.

          Conforme Minetto (2006, p. 67), para alguns profissionais pode haver uma grande distância entre teoria e prática. Entender teoricamente as concepções que embasam as adaptações curriculares, após algumas leituras e debates pode parecer simples, mas sair do papel para ação exige muito mais que boa vontade, requer, com certeza, persistência, ousadia, criatividade e fundamentalmente uma visão crítica sobre a diversidade.

          O currículo aberto que prevê a flexibilização curricular promove a inclusão de todos os sujeitos contemplando as suas diferenças, suas singularidades e ainda suas necessidades não buscando melhorar as dificuldades dos alunos e sim enfatizando as capacidades, habilidades e potencialidades dos educandos, pois  uma sala de aula inclusiva deve se adequar e criar condições para que todos possam evoluir, moldando o conteúdo para o nível adequado de cada aluno, mas para isso é necessário que o professor tenha o conhecimento prévio da turma, levando em conta as particularidades de cada individuo, aceitando suas diferenças. O educador precisa estar em busca de uma boa capacitação sendo ela ofertada pelo governo ou não, pois quando se é um bom profissional ele busca melhorar seu conhecimento seja ele ofertado gratuitamente ou não, sendo asssim, os educandos portadores de necessidades especiais  ou não estaram sendo incluidos num processo de inclusão escolar.

 

A escola inclusiva irá criando pouco a pouco uma rede de suporte para superação das suas dificuldades.

Cabe então ao professor seguir os passos de seus alunos no sentido de fazer por seus próprios meios a resposta ou conhecimento a que ele tem condições de acesso, tendo plena responsabilidade na perspectiva educacional, influindo nos alunos a segurança necessária para fazer com que se sintam motivados a enfrenta as dificuldades escolares, buscando eles próprios as soluções para os seus problemas, tendo autonomia para resolvê-la.

Neste enfoque o professor precisa antes de qualquer coisa conhecer o seu aluno, sua realidade e assim traçar dele um perfil servindo de base para as elaborações de suas atividades.

           

   

   

   

   

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação é um direito de todos os indivíduos, entretanto e importante ressaltar o novo papel da Pedagogia, voltada para 'educar as diferenças'. Segundo Mantoan (2003, p.5) 'educar é empenhar-se por fazer o outro crescer, desenvolver-se, evoluir'.

Precisamos trabalhar a educação, para que a escola construa um mundo melhor para todos e que inclua no seu convívio todos, independentemente de padrões de normalidade. Para que a escola seja base para uma verdadeira cultura de paz.

A presença do portador de necessidades educativas especiais na escola regular, inclusive nas classes comuns é um verdadeiro desafio para a escola brasileira em relação à qualificação de recursos humanos, que atendam as necessidades educacionais desses alunos, em qualidade e acesso.

Os avanços da Inclusão transformam a concepção tradicional, alterando as idéias de ensino especializado e exigindo mudanças na formação de professores e gestores, buscando novas formas de planejamento e organização pedagógica de recursos e propondo uma nova idéia do direito a educação. A inclusão hoje está caminhando lentamente, mas essa transformação do sistema educacional brasileiro é necessária para que todos tenham acesso à educação.

Conclui-se então que o direito da criança/adolescente com deficiência deve ser analisado, avaliado e unificado e a partir disso repensar e efetivar a inclusão plena, significativa, justa, participativa, sem restrições impostas e sem a obsessão curativa da medicina, evitando assim toda a generalização que pretenda discutir uma educação só para classes consideradas normais.

O processo inclusivo desses alunos deve ser de maneira dinâmica e inovadora onde sua diferença seja valorizada e que esses aprendam dentro de suas limitações sendo o professor mediador desse processo, viabilizando também recursos pedagógicos, financeiros e humanos para o mesmo.

A inclusão ainda enfrenta muitas barreiras e tem caminhos para ser percorrido, o importante é que isso já se iniciou e, a escola precisa ser um dos lugares que não haja discriminação e preconceitos onde as diferenças e o tempo de aprendizagem de cada um sejam valorizados.

Assim, o processo de inclusão de alunos portadores de necessidades especiais só será verdadeiramente um ato inclusivo e de cunho pedagógico se existir a ativa participação de todos os envolvidos no processo de formação integral da criança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar- o que e? Por quê? Como fazer?. Campinas.2003.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Ser ou estar, eis a questão: explicando o 'deficit' intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997.

MAZOTTA, Marcos Jose Silveira. Educação especial no Brasil: História e Políticas Públicas. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2008.

MEC, Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. [2.ed.]/ coordenação geral SEESP/ MEC.- Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial,2006.

MENDES, E.G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: PALHARES, M. & MARINS, S. (orgs.) Escola Inclusiva. São Carlos: EdUFSCar, p. 61-85, 2002 ª

MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na Educação Inclusiva: entendendo esse desafio. Curitiba: IBPEX, 2006.ira; Educação inclusiva: análise e intervenção em uma sala de recursos. Disponível em http://www.scielo.br, acesso 12/07/12.

 

OLIVEIRA, Marileide Antunes de; LEITE, Lucia PereMENDES, Eniceia Gonçalves, et al; Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Disponível em http://www.scielo.br, acesso 10/05/13.