Pastor George Emanuel

O fracasso teológico e espiritual da igreja esta justamente quando ela perde a perspectiva de que a Bíblia é a palavra autoritária, inerrante e infalível de Deus. O desvio desses princípios contribui para o surgimento e disseminação de heresias no meio da igreja. [Reverendo Hermisten Maia; A inspiração e inerrância das Escrituras: uma perspectiva reformada - Ed: Cultura Cristã].

I.Considerações Inicias:

A Bíblia é uma coleção de escritos detentores de autoridade infalível para a fé e vida da igreja. A Palavra "Cânon" é derivada semítica "Qanû; ugarítico", no hebraico a palavra é "Qâneh" é empregada no velho Testamento sempre no sentido literal. Significa "cana ou balança". No grego "Kanôn" é derivada da raiz hebraica. No português a palavra Cânon é derivada da palavra grega que sofre transformação no latim. Secularmente a palavra é usada desde Homero (Séc. IX aC.), e significa qualquer coisa que é segurada junta a uma outra que sirva para medi-la ou esticá-la. Na matemática, história e astronomia, tal palavra equivalia a tabelas, listas de datas e de números. Já na gramática também significa uma regra; na arte, significa pauta; na arquitetura haste, e na literatura uma lista de obras que pertenciam a um determinado autor. Mesmo a palavra sendo usado em vários sentidos em preservou o seu conceito de "regra, modelo".Sendo assim, a palavra cânon, m fundamentalmente, significa junco, de onde vem o sentido figurado de vara de medir ou régua. Daí deriva o sentido geral de norma ou padrão e, por fim, lista ou rol. Aplicado a Bíblia, cânon refere-se à lista de escritos reconhecidos pela igreja cristã como única regra de fé e prática.

A compreensão dos detalhes do processo de reconhecimento do cânon do Antigo Testamento é muito sutil. Os elementos miraculosos associados à recuperação das Escrituras por intervenção de Esdras não se fazem presentes na literatura judaica posterior, mas a sua participação na reunião e organização dos livros pode ser encontrada tanto nos relatos dos judeus como dos cristãos.

Apesar de as principais correntes da igreja cristã aceitarem a autoridade do cânon hebraico, existem divergências quanto ao grupo de escritos, chamados "apócrifos". Esses textos são considerados partes do Antigo Testamento por vários grupos de cristãos, como os católicos e os cristãos ortodoxos.

Mesmo dotados de autoridade desde o princípio, os documentos neotestamentários foram reunidos e distinguidos de outras literaturas da época somente num processo paulatino que durou vários séculos, processo esse natural e resultante das circunstâncias e da perspectiva dos primeiros anos da igreja.

1.O Critério Canônico

A igreja considerou a igreja no velho testamento como a guardiã do Cânon Judaico, sendo assim o cânon do Velho Testamento foi aceito conforme mantido pelos Judeus. A igreja não pode torna canônicas as Escrituras, assim como também não poderia estabelecer uma lista de livros como aceito simplesmente de acordo com seu gosto pessoal. A Igreja não tem domínio sobre o "Cânon", ela simplesmente é responsável por guardá-lo. Portanto dentro de um longo processo foi estabelecido o processo de aceitação dos livros.

2.A Apostolicidade.

Este foi o principal critério de aceitação dos livros como inspirados dependia de ter sido escrito pelos apóstolos ou por alguém que conviveu com eles.

3.Aceitação e utilização por parte da Igreja.

O uso que a igreja fazia dos livros em sua liturgia era evidencia da canonicidade de um livro. O motivo era simples, os livros que não era canônico a igreja não aceitava como litúrgico.

4.Coerência Doutrinária.

Qualquer livro que ensinasse doutrinas contrárias as dos apóstolos era rejeitado.

5.Inspiração.

O livro deveria mostrar que havia sido divinamente inspirado. Este era o teste final, que servia como demarcador da área de ação e o rumo a ser tomado.

6.Os antilegómena:

De acordo com o historiador Eusébio, houve sete livros cuja autenticidade foi questionada por alguns dos pais da igreja, e por isso ainda não haviam obtido reconhecimento universal por volta do século IV. Os livros objeto de controvérsia foram Hebreus, Tiago, 2Pedro, 2 e 3João, Judas e Apocalipse.

6.1.Quanto à natureza dos antilegómena:

O fato de esses livros não terem obtido reconhecimento universal o início do século IV não significa que não haviam tido aceitação por parte das comunidades apostólicas e sub-apostólicas. Ao contrário, esses livros foram citados como inspirados por vários estudiosos primitivos. Tampouco o fato de terem sido questionados, em certa época, por alguns estudiosos, é indício de que sua presença no cânon atual seja menos firme do que a dos demais livros. Ao contrário, o problema básico a respeito da aceitação da maioria desses livros não era sua inspiração, ou falta de inspiração, mas a falta de comunicação entre o Oriente e o Ocidente a respeito de sua autoridade divina. A partir do momento em que os fatos se tornaram conhecidos por parte dos pais da igreja, a aceitação final, total, dos 27 livros do Novo Testamento foi imediata.

6.1.1.Epistola aos Hebreus que por causa da identificação de sua autoria. Foi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas na Igreja. Visto que o autor não se identifica e não afirma ter sido um dos apóstolos (Hb 2.3), o livro permaneceu sob suspeição entre os cristãos do Oriente, que não sabiam que os crentes do Ocidente o haviam aceitado como autorizado e dotado de inspiração. Além disso, o fato de os montanistas heréticos ter recorrido a Hebreus em apoio a algumas de suas concepções errôneas fez demorar sua aceitação nos círculos ortodoxos. Ao redor do século IV, no entanto, sob a influência de Jerônimo e de Agostinho, a carta aos Hebreus encontrou seu lugar permanente no cânon. O fato de o autor da carta aos Hebreus ser anônimo deixou aberta a questão de sua autoridade apostólica. Com o passar do tempo, a igreja ocidental veio a aceitar que Hebreus era oriundo da pena de Paulo, o que evidentemente resolveu a questão. Uma vez que o Ocidente estava convencido do cunho apostólico desse livro, nenhum obstáculo permaneceu no caminho de sua aceitação plena e irrevogável no cânon. O teor do livro é claramente confiável, tanto quanto sua reivindicação de deter autoridade divina (cf. 1.1; 2.3,4; 13.22).

6.1.2.Tiago foi rejeitado por quatros motivos;

·Poucos ensinamentos doutrinários e quase nenhuma alusão ao nome de Cristo;

·Dúvida quanto aos seus destinatários;

·A igreja desconhecia a epistola;

·Incerteza quanto a sua autoria, Tiago era um nome comum, por isso tinha algumas duvidas.

·Até Martinho Lutero chegou a chamar Tiago de "carta de palha", colocando-a no fim do Novo Testamento. No entanto, em decorrência dos esforços de Orígenes, de Eusébio (que pessoalmente recomendava a aceitação de Tiago), de Jerônimo e de Agostinho, a veracidade e a apostolicidade dessa carta vieram a ser reconhecidas pela igreja ocidental. Dessa época até o presente, Tiago vem ocupando sua posição canônica no cristianismo. É claro que sua aceitação baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os ensinos paulinos a respeito da justificação do crente pela fé.

6.1.3II Pedro, já a segunda carta de Pedro enfrentou as seguintes dificuldades 1) O estilo e vocabulário era diferente da primeira carta e também ocorreu o emprego de novas palavra não encontra em no Novo Testamento. 2) Diferença entre a primeira e a segunda carta. 3) A suposta dependência literária entre esta carta e a carta de Judas. 4) E o seu desconhecimento da igreja até o III Século.

6.1.4Judas mesmo sendo citada desde o segundo século a epístola de Judas também encontrou dificuldade para ser inclusa no cânon.1) Por ser uma carta pequena e por não ter conteúdo de interesse geral. 2) Incerteza quanto à identidade do autor. 3) Por utilizar literatura apócrifa. Apocalipse, apesar de ser aceita nos dois primeiro séculos da Era Cristã como autentico e citado como Escritura, no terceiro século tinha se duvidas por parte de alguns e rejeição de outros. Os motivos são os seguintes. Em primeiro lugar, o aparecimento de um movimento apocalíptico na Frigia, denominado Montanismo, que se apoiava no livro e pregava a volta imediata de Cristo, alguns pensavam que o fato do livro não fazer parte do "Cânon" evitaria este tipo de movimento. Em segundo lugar, por considerarem o estilo de Apocalipse diferente do estilo de outros escritos de João, conseqüentemente seria um autor desconhecido.Em terceiro lugar, Filemon apesar de não está enquadrada entre "antilegómena" ele teve sua inclusão tardia porque sua autoria não era reconhecida como Paulina.

Geisler resume dizendo:alguns pais da igreja haviam-se posicionado contra os antilegomena. Isso ocorrera por causa da falta de comunicação, ou por causa de más interpretações que se fizeram desses livros. A partir do momento em que a verdade passou a ser do conhecimento de todos, tais livros foram aceitos plena e definitivamente, passando para o cânon sagrado, da forma exata como haviam sido reconhecidos pelos cristãos primitivos desde o início. [Norman L. Geisler e William E. Nix; IntroduçãoBíblica; Como a Bíblia chegou até nós; CPDA; pág:121]

7.Os Reformadores e as Escrituras:

O reconhecimento oficial do Cânon se deu em 397 e a partir desta data a Igreja sempre aceitou os 66 livros contidos na Bíblia como temos hoje. Os livros extra que aprecem nas Bíblias Católicas e até mesmo em algumas versões protestantes da Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e outros Paises. Podem ser explicado através dos informes de um documento bastante impreciso, intitulado "A Carta de Aristéias", escrito entre 130-93 aC.Por volta de 250 aC. Demetrius Phalereus, que fora aluno de Teofrasto, chefe da Biblioteca de Alexandria, sugeriu a Ptolomeu II, que enviasse uma delegação ao sumo sacerdote em Jerusalém, solicitando um rolo da Torah e homens capazes de traduzi-lo para o grego. A comitiva foi a Jerusalém, sendo bem sucedida. O sumo sacerdote mandou 72 anciões, 6 de cada tribo. Encaminhados para a ilha de Faros eles conseguiram fazer a tradução do Antigo Testamento em 72 dias. Após este período ela foi lida para os Judeus os quais a acharam muito boa. Esta versão ficou conhecida como Septuaginta por causa dos seus setenta e dois tradutores e virou a base de tradução para outras versões do Antigo Testamento. Por causa da frouxidão moral e espiritual de Israel foi incluído nesta versão os livros apócrifos, por motivos literários apenas.

Os Reformadores foram teólogos da fé, utilizando apenas a razão em resposta e em obediência à revelação divina. Isto queria dizer que esses teólogos se comprometiam na fé a receber o testemunho da Palavra de Deus, mesmo no que se refere à sua existência e à sua natureza.

Os Reformadores acreditavam, pois, que a Bíblia fora outorgada por Deus, e nessas condições pelo mesmo Deus inspirada, tanto no conteúdo como na forma. Não que dessem qualquer passo fundamental, pois a Igreja da Idade Média seguia o mesmo ponto de vista; mas o certo é que em todas as suas obras, fácil é verificar uma aceitação total da inspiração e da autoridade da Bíblia. É o que se verifica, mesmo no caso de Lutero, assaz livre na utilização dos textos e na crítica de algumas seções individuais. Procura saber-se agora se Lutero era um crítico primitivo ou então o que aceitou, como inspirada, era não a redação da mensagem, mas apenas a mensagem, e nada mais. Diz-se que a opinião de Lutero era dos autênticos Reformadores, mas que pouco a pouco a adulteraram alguns sucessores legalistas. Contra este modo de ver, porém, é de notar que Lutero freqüentemente exaltava a letra da Escritura e que, na maioria dos casos, a liberdade de crítica se estendia aos livros de cuja canonicidade tivesse sérias dúvidas. Dum modo geral, Lutero não foi além dos seus colegas Reformadores em matéria de assuntos bíblicos.

Apesar da inspiração e da autoridade, a Bíblia era já por si só suficiente em matéria de fé e de conduta. Seria exagero afirmar-se que os Reformadores arvoraram a Bíblia em única autoridade da Igreja; mas pode dizer-se que a considerou suprema autoridade, da qual derivaram todas as outras autoridades, que por isso lhe estão sujeitas. Como outorgada por Deus, nada lhe é estranho no que respeita à salvação e à vida dos cristãos. Toda a base da doutrina e da crença da Igreja deve assentar num texto bíblico, ou em nítida dedução do mesmo.

Os calvinistas foram mais longe, aproveitando-se da Bíblia para a organização do culto da Igreja, coisas que não fizeram os luteranos e os anglicanos, negando autoridade aos livros sagrados em tal matéria, ou seja, admitindo apenas o que não repugnasse às Escrituras. A razão da insistência em tal supremacia da Bíblia, residia na preocupação em eliminar a doutrina medieval da autoridade da tradição e da Igreja em pé de igualdade com a Sagrada Escritura. Deu-se um outro passo em frente e na mesma direção, ao afirmar-se que a Bíblia tem de ser interpretada somente no sentido literal e não em conformidade com o quádruplo esquema da exegese medieval. Isto não quer dizer que seja impossível introduzir um outro sentido metafórico ou simbólico naquilo que, na realidade, não passa duma metáfora ou dum símbolo. Apenas se pretendia evitar um sentido literal exagerado nas afirmações vulgares da Escritura, a não ser que a própria Bíblia o determinasse expressamente, como por exemplo, interpretando a passagem do Mar Vermelho como uma figura do batismo, ou referindo a Cristo o sacerdócio do Velho Testamento. Permitiam-se comparações e imagens para edificação do espírito, mas não lhes era reconhecida qualquer autoridade em matéria de fé e de prática. Se, porventura, surgissem dificuldades de interpretação, buscar-se-ia uma solução adequada dentro das próprias Escrituras, de maneira que os textos mais obscuros pudessem ser compreendidos à luz de outros de mais fácil interpretação. Por duas razões era de certo relevo esta exegese: primeiro, porque se evitavam muitas confusões originadas pelo esquema medieval, de maneira a tornar possível a criação duma teologia genuinamente bíblica; em segundo lugar, porque eliminavam os intérpretes oficiais da Bíblia, os únicos que sabiam manejar a complicadíssima máquina do esquema quádruplo.

Os Reformadores aceitaram a inspiração e a autoridade de todas as partes da Bíblia canônica, embora a cada uma delas não fosse atribuído o mesmo grau de importância. O fato de se insistir na inspiração de toda a Bíblia canônica, tinha em vista alguns anabatistas, que não admitiam a inspiração de alguns livros do Velho Testamento. Mas os Reformadores depressa compreenderam que o Velho Testamento é uma parte essencial e importantíssima que dá testemunho de Jesus Cristo e da Verdade que nos salva. Daí o lembrarem que a doutrina moral do Velho Testamento é eternamente válida como expressão da vontade de Deus ao Seu Povo. Os princípios teológicos em que se assentam as relações de Deus com Israel são as mesmas em que se baseiam as Suas relações com os cristãos e com a Igreja Cristã. O Velho e Novo Testamento completam-se: um é a preparação, o outro a realização.

8.Livros apócrifos do Novo Testamento[1]

Trata-se de Evangelhos, Atos de Apóstolos e Epistolas, todos lendários e espúrios, que começaram a aparecer no 2o Século. Foram forjados, na maior parte, e assim reconhecidos desde o princípios. São tão cheios de estória ridículas e indignas a respeito de Jesus e dos apóstolos ou outros seguidores de Jesus, que nunca foram reconhecidos como divinos, nem incorporados à Bíblia. São tentativas deliberadas de preencher lacunas na história de Jesus, como é apresentada no NT.

Sabe-se que uns 50 "Evangelhos" espúrios, além de muitos "Atos" e "Epístolas". A grande quantidade desses escritos forjados fez a Igreja Primitiva ver quanto era importante distinguir entre os falsos e os verdadeiros.

Vai, aqui, uma lista de alguns desses livros apócrifos, mais conhecidos:

Evangelho de Nicodemos – Inclui os "Atos de Pilatos", pretenso relatório oficial do julgamento de Jesus ao imperador Tibério. Foi produzidono 2o ou 5o Século. ;

O Pensamento de Maria _ Repleto de milagres ridículos, culmina com a remoção do "seu corpo imaculado e precioso" ao Paraíso. Escrito no 4o Século, com o aparecimento do culto da Virgem; Natividade de Maria – Obra de ficção do 6o século, premeditada, para fomentar o culto da virgem. Conta histórias de visita de anjos a Maria;

Evangelho segundo os hebreus – é um evangelho de forte tom judaico, que usa Mateus como fonte principal de informações. (aceito na Transjordania e Egito por cristãos ebionitas[2] ). É adições aos Evangelhos canônicos, com algumas frases atribuídas a Jesus, escrito por volta do ano 100 d.C.;

Evangelho dos Egípcios – É uma espécie de dialogo ascéticos entre Cristo e Salomé. Conversa imaginárias, sendo uma óbvia fabricação. Escrito entre 130 e 150 d.C.. foi usado por alguns gnósticos para repudiar as relações sexuais. Também é usados pelos sabelianos[3];

Evangelhos da Infância de Jesus – Escritos entre os séculos II a V. O mais conhecido deles é

- Proto-Evangelho de Tiago – Narrativa que vai do nascimento de Maria ao massacre dos inocentes. Contos que começaram a circular no 2o Século e foi completado no 5o Século; e O Evangelho de Tomé sobre a infância de Jesus. Contém muitas narrativas fabulosas sobre o princípio da vida terrena de Jesus. Por vária ocasiões ele teria matado miraculosamente a outras crianças, que tê-lo-iam ofendido, e sem arrepender-se. O Evangelho de Tomé é o único evangelho apócrifo completo descoberto até o momento. O evangelho fala da vida de Jesus dos 5 aos 12 anos e apresenta-o operando milagres para satisfação de Seus caprichos infantis; Evangelho de um Pseudo- Mateus- falsa tradução de Mateus, do 5o século, repleta de milagres da infância de Jesus; Evangelho Arábico da Infância. Este é do 7o século e conta histórias de milagres operados durante a estrada no Egito

Evangelho de Pedro – Meados do 2o Século. Baseados em evangelhos canônicos. Escrito no interesse de doutrinas docéticas, anti-judaica. Está marcado de elementos miraculosos, reduz a culpa de Pilatos, aumenta a culpa de Herodes e dos judeus;

Atos de João – escrito no fim do século 2o e narra história de uma visita a Roma. Contém milagres, e sermões e contém um quadro revoltante de sensualismo;

Atos de Paulo – escrito no meado de 2o Século (160) é um romance que aconselha a continência[4] e contém a suposta epístola aos Coríntios, que se perdeu; e outra seção fala do martírio de Paulo;

Atos de André – Fala da história de André, onde o mesmo persuade Maxila a evitar relações com seu marido; o que resulta no martírio dele;

Atos de Tomé – Escrito nos fins do 2o século. Descreve Tomé, missionário na Índia e sua aventuras. É um romance de viagem, no interesse da abstinência de relações sexuais;

Atos de Pedro – Escrito no fim do 2o século. supostos incidentes do ministério de Pedro, queda da igreja de Roma devido o conflitos com Simão, o mago, sua fuga de Roma, sua volta e crucificação de cabeça para baixo;

Apocalipses de Pedro – Pretensas visões do céu e do inferno concedidas a Pedro. Contém visões do Senhor transfigurado, detalhes chocantes da punição dos condenados. Eusébio chamou de "espúrio";

Por que Não aceitamos os Apócrifos em geral (VT)?

1) Não foram incluídos pelos Judeus. Rm. 3:2 diz que a eles foram confiados os oráculos (sentença de, palavra de) de Deus;

2) 2 historiadores Judeus que queriam conciliar a Filosofia com a Bíblia não os citaram (Josefo e Filo);

3) Não foram citados por Jesus e nem pelos apóstolos;

4) A matéria dos livros não está de acordo com a fé cristã - Purgatório é tirado de II Macabeus 12:39 - 46 - A Bíblia diz que os crentes logo que morrem entram no descanso [Lc.23:43; Ap.14:13). Não existe punição para o crente após a morte [ o purgatório constitui uma das falsidades mais rendosa para o romanismo, pois ninguém sai do purgatório sem missa e não se reza missa sem dinheiro];

5) Não tem cunho de autoridade divina - comparar 2 Mac.15:38 - 39 com Jo. 21:24

6) Só em 1546 (o concílio aconteceu entre 1545-1563, o mais longo da história) numa atitude polêmica tomada no concílio de Trento (contra Reforma) é que estes livros foram recebidos como canônico pela Igreja católica romana.



[1] V.T.: 3º e 4º * Esdras, * Tobias * Judite, Restante (apêndice) de Ester e acréscimos de Daniel, Sab. de Salomão ou de Jesus, * Eclesiástico, * Baruque, Carta de Jeremias Oração de Manasses * 1º e 2ºMacabeus

[2] O termo grego ebionaioi significa pobre. Esse termo era usado para indicar uma seita judaica - cristã que houve no começo do cristianismo. Os ebionistas aceitavam o caráter messiânico de Jesus, mas não acreditavam que ele tivesse sido o Filho de Deus em qualquer sentido especial - rejeitavam a divindade de Jesus.

[3] O temo vem de sabélio, que era um teólogo cristão que viveu no século III, nasceu na Líbia, e dali mudou-se para Roma. Foi líder do partido modalista. Segundo o sabelianismo Deus não se comporia de três pessoas, mas Deus assumiu três face ou manifestações. De acordo com esta doutrina, não haveria tal coisa como três pessoas separadas, formando uma trindade divina. Para eles falar de três pessoas em Deus é politeísmo.

[4] É a história de uma jovem de Icônio, convertida sob Paulo, e que rompeu seu noivado por causa de sua prédica. Seu alvo principal é exaltar a virgindade perpétua (Vê p.877 Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, vol.C, Candeia, 1995)