Em algum momento da vida, o homem reflete em si mesmo perguntando qual é o sentido da vida. Pergunta esta que, para Bergginni (2008), é muito vaga e possibilita uma serie de outras questões a respeito da vida, como por exemplo: Por que estamos aqui? Para que serve a vida? Ser feliz é suficiente? Minha vida serve a um propósito maior? Estamos aqui para ajudar os outros ou a nós mesmo?

Para o autor Bergginni (2008) as respostas a essa pergunta está na necessidade de fazer uma investigação racional e secular. Sendo que, não se deve buscar as respostas em verdades predeterminadas como as argumentações doutrinárias de religiões, que se contradizem e impossibilita a veracidade absoluta da origem da vida. Estas devem surgir de evidencias e pensamentos compreensíveis ao homem. Desta forma, não é desconsiderando a religião, pois mesmo que se tenha fé é possível questionar os ensinamentos religiosos. O que é preciso ser feito é saber discernir se o conhecimento oferecido é valido de sentido ou não.

Outro ponto que viabiliza uma discussão é como são feita as perguntas, pois, estas bem direcionadas possibilitam uma aproximação do que é desejado. Nesse sentido, Bergginni (2008) diz que é tão importante fazer as perguntas certas quanto responder corretamente.

Por um lado, considerando que mesmo as perguntas sendo plausíveis e claras, ele acredita que, nunca vai haver uma explicação definitiva para o sentido da vida, por que todo individuo tem que está satisfeitos tanto com as perguntas como com as respostas, sendo que a busca pelo sentido da vida é essencialmente pessoal, ou seja, cada um tem a responsabilidade de determinar um sentido para suas vidas.

Contudo, delegar ao ser humano a responsabilidade de dar sentido a suas vidas, não, necessariamente, responde às dúvidas do homem, ao contrário, essa possibilidade oferece uma serie de outros questionamentos, que, de acordo com Bergginni (2008) dá margem a duas respostas bastante diferente. Uma dela está relacionada ao passado, as origens, enquanto a outra está relacionada ao futuro e tenta explicar o propósito da existência do ser humano. Que, segundo Aristóteles, a primeira é sobre causas eficientes e a segunda sobre causas finais.

A primeira, que fala sobre a origem da vida humana, é a teoria naturalista, historia que

começa com o Big Bang, há 15 bilhões de anos, teoria da grande explosão que originou o universo, até o surgimento dos seres unicelulares, que através da evolução fez culminar o aparecimento dos homo sapiens, há apenas 600 mil anos. O que intriga é a questão de que se o naturalismo estiver certo, então a vida é apenas um acidente natural sem qualquer sentido. Se houver algum sentido, esta relacionada ao universo e não aos seres humanos.

Considerando, assim, a evolução das espécies, a vida humana não tem muita importância, o que importante é a proliferação, multiplicação e sobrevivência dos genes que estes carregam, neste caso, serie a propósito da existência do ser humano, a perpetuação dos genes, conforme Dawkins (apud BERGGINI, 2008).

A segunda fala que quem deu origem a vida humana foi uma força sobrenatural que possuía algum propósito em mente, teoria criacionista. De acordo com Bergginni (2008) a vida está como um produto de uma inteligência, chamada de Deus.

Crença, esta que está expressa nas inúmeras narrativas de criação. Estas crêem que Deus é causa primordial da criação do universo, com um propósito, uma intenção e um motivo. Sendo assim, a criação do ser humano esta inserida na concepção de Sartre, um ser em si, ou seja, a vida é um propósito que serve a vontade de Deus. (BERGGINNI 2008).

Nesse caso, é observável também em alguns textos da bíblia que diz que Deus deu o livre arbítrio, para o homem poder escolher como viver da melhor forma possível.

Para o autor, uma resposta mais plausível, e que relaciona à existência humana a vida após a morte, é as palavras de Jesus nos evangelhos em João (10:10) ele diz que sua vinda foi para que tenhamos vida e em abundância. O que pode expressar vida após a morte e que possibilita a idéia que o propósito de Deus é que vivamos em abundância. Este também está, além disso, mostra que as nossas vidas têm uma razão de ser. O que é possível fazer é confiar em Deus o que pressupõe a fé.

Entretanto, para Bergginni (2008) essas argumentações não explicam o sentido da vida, pois, somente faz reafirmar a vida. Desta forma, a tentativa de entender o sentindo de existir não esta explicada nas origens.

Relacionando ao fato de que a humanidade busca sentido nos pensamentos criacionistas e que o existencialismo rompe com essa teoria dizendo que a vida não passa de um acidente insignificante, segundo Bergginni (2008) praticamente todos os filósofos naturalistas ateus ou não concordariam que a descoberta que Deus não existe gerou uma crise de sentido para a vida humana.

Desta forma, Sartre explica dizendo que quando algo é criado por alguém para exercer uma função, este passa a ter uma essência, quando o ocorre o contrario, apenas acontece, por acaso, esses objetos simplesmente são, a ele pode até ser atribuída alguma função, porém, não pode ser retirada de sua essência natural. O mesmo ocorre aos seres humanos, se caso as teorias naturalistas estiverem corretas.

Acreditar que o sentido da vida não fora dado pelo Criador, inicia a crise e possibilita a conclusão de que o sentido da vida não tem origem onde se imaginava. Desta forma, Sartre diz que a vida não tem um sentido predeterminado, mas que são os próprios seres humanos, os responsáveis por determiná-lo.

Contudo, essa responsabilidade, para alguns pode soar liberatória, porém, para outro isso trás vazio. Nesse sentido, Bargginni (2008) afirma que é preferível viver de má-fé, delegando a responsabilidade do sentido da vida ao destino ou fruto de um plano sobrenatural.

Bergginni acredita que os propósitos predeterminados podem fazer com que a vida tenha menos sentido. Sendo que, Sartre afirma que seu existencialismo era otimista, uma vez que o ser humano tem a capacidade de determinar seus próprios objetivos, capacidade esta que possibilita a distinção entre ser para si, que pode assumir o controle de sua própria vida e ser em si, inconsciente só pode ser o que já é e servir ao propósito dos outros.

Essa teoria conclui que o propósito da vida não necessariamente necessita vim embutida nela própria, e sim, em ultima circunstância, a vida humana é fonte do seu próprio sentido.

Até o momento para Bergginni (2008), não foi possível obter resposta a aparte da origem da vida pelas teorias antagônicas, muito pelo contrário, nesse caso o erro foi presumir uma compreensão do objetivo final e dos propósitos atuais da vida. Sendo que, um propósito inicial ou a falta dele, não determina a razão de ser para sempre. Estes podem ser perdidos, recebidos, ou modificados.

Desta forma, a vida seguida com um olhar para o futuro pode possibilitar um sentido as nossas vidas. Esta visão clássica da teologia e do bem humano está na ética a nicômaco, de Aristóteles. Explica que as argumentações teológicas devem terminar em um fim em si.

Nesse sentido, com base nas analises sobre a origem da vida, foi possível observar uma serie de por quês e porquês que iam do presente para o passado. A parte da concepção de Aristóteles com um olhar para o futuro é possível direcionar essas questões ao futuro que podem dar sentido a nossa existência.

O autor Bergginni (2008) afirma que problemas aparecem quando é considerado que o objetivo da vida está em realizar metas furas, considerando que o ser humano é mortal e que, este pode morrer antes de completar suas metas. Por outro lado, se existir a possibilidade da imortalidade, para ele isso tornaria a vida ainda mais fútil. O homem estaria condenado a viver eternamente tentado buscar a resposta do por que de se faze qualquer coisa.

Outra questão importante a ser discutida é sobre o cumprimento dos objetivos finais. Muitas pessoas passam a vida tentando alcançar seus objetivos e quando conseguem se sentem entusiasmada no inicio, mas depois se sentem vazias, pois, não há mais nada que dê sentido a suas vidas.

Em contrapartida, existe a possibilidade de se buscar objetivos e mesmo alcançando, permanecer lutando, persistindo em determinar novos objetivos. Isso, para Kierkegaard, pode ser refletido com uma tensão para condição humana, expressada pela esfera estética, que experimenta o mundo através dos sentidos, e esfera ética, que justifica a natureza de seres que persistem no tempo, que tem planos.

Nesse sentido, o filosofo enxergava a união do ético e do estético em Jesus Cristo, um homem finito e um filho de Deus finito existindo de forma simultânea. Dessa forma, ele faz uma relação com os homens e com a questão de viver esteticamente sem a necessidade de dar um salto de fé, a não ser que já se tenha a fé. Bergginni (2008) faz uma ressalva dizendo que, se esse é o modo enraizado de vida, então, é necessário almejar a realização de estados de coisa e não somente acontecimentos pontuais.

Contudo, uma vez assumindo esta posição é preciso saber que este estilo de vida demanda muito esforço, trabalho e sacrifício, e corre o risco de se chegar ao final e sentir-se fracassado se isso for tudo em que dê sentido à vida, o que pode acontecer também é que o ser humano é mortal e pode não conseguir alcançar o que está sendo almejado.

Essa característica do homem de buscar estabilidade financeira está relacionada à felicidade, sendo que, as restrições têm um impacto negativo na vida das pessoas. Entretanto, Bergginni (2008) acredita que o modo como é encarado a posição social depende de como se ver as coisas. Desta maneira, é possível dizer que o sentimento de fracasso surge da comparação feita aos semelhantes que estão em melhores condições.

Seguindo esta linha de raciocínio, é possível que exista um estilo de vida que valha a pena por si só, bastando para a vida ter sentido. Isto está relacionada à possibilidade deque exista uma realidade transcendental, pode mudar a forma como se enxerga o sentido da vida.

Esta possibilidade dar margem ao fato de que deve haver algo a mais que não torne o sofrimento e desamparo de muitos sem sentido.

Bergginni (2008) diz que pode haver uma realidade transcendental em que Deus existe, mas não existe a vida após a morte, ou que ela existe sem uma e entidade única e transcendental. Nesse caso, as pessoas se asseguram nas crenças para lhes valer e um propósito. Para o autor, pode existir risco em depositar fé sem a certeza de exista ou não um sentido para a vida.

Essa relação é feita com a questão de que a fé é não racional, por que sua essência não é contrariar a razão, no entanto, ignora provas e evidencias. Esses últimos aspectos demonstram fé verdadeira, ao contrario significa fracasso. Confiar e acreditar em Deus faz o homem desistir da busca pelo sentido da vida.

Por um lado, relacionando ao sofrimento da humanidade, acreditar que não existe vida após a morte, discrebiliza qualquer sentido a vida. Essa crença precisa ter base na fé, pois, não há evidencias para que exista.

Bergginni (2008) diz que se isso existisse então, poderia ser formas de vida não humanas em que a alma deixa o corpo ou somente seria uma continuação temporária da vida, o que só faria tentar descobrir qual é o sentido dessa segunda vida.A discussão sobre a existência do propósito da vida teve base somente em sua estrutura, origem, objetivos futuros, plano transcendental, vida após a morte, do que no seu conteúdo propriamente dito. Isso só é possível se cada um oferecer estrutura que tenha valor em si mesmo e não apenas serem meios para fins futuros.

 Agora é possível falar de outras com ajudar aos outros, servir a humanidade, ser feliz, ser bem sucedido, aproveitar cada dia como se fosse o ultimo e liberar a mente.

O altruísmo no sentido da vida pode ser uma fonte de liberdade das limitações de preocupações pessoais. Contudo, é preciso saber a quem o ato está ajudando, se é ao altruísta ou ao receptor, serie então, apenas um vinculo de auto-ajuda, que tanto, um lado como o outro se beneficia.

Ajudar aos outros pode ser considerado um ato de moralidade, contudo, é necessário, para que o ato possa vim a melhorar a vida do outro, pesar as conseqüências das ações. O que é uma contradição para a moral que visa cometer o ato sem pensar nas conseqüências, com base na ética e na lei da sociedade, isso implica, dizer que mesmo que prejudique a vida do próximo é preciso fazer o certo, o que nesse caso, é diferente do que é pregado no altruísmo.

Dada essa discussão sobre a quem o altruísmo ajuda, colocam em questão três problemas, o primeiro está relacionado ao fato de que se ajudar ao outros é o sentido da vida, então, somente quem tem um propósito é o altruísta. O segundo problema indica que se funcionar como o sentido da vida, ele se torna inútil, visto que, chegará um momento m que toas às necessidades serão satisfeitas. E a terceira surge quando a motivação deveria ser uma combinação entre o reconhecimento de que todas as pessoas têm valor e a crença de que é bom dar qualidade de vida a elas. Desta forma, até a própria vida do altruísta deveria ser inclusa nisso, o ideal seria que todos tivessem qualidade de vida. Então, nesse sentido, ajudar aos outros não pode ser o objetivo ultimo da vida.

Agora que está concluído que não se pode colocar o altruísmo com ponto central do sentido da vida, é possível falar se existem outras possibilidades que indicam o caminho para encontrar um objetivo final.

Deste modo, Bergginni (2008) nos remete ao fato de ações que visem um bem maior, a espécie e a humanidade.  Relacionando ao altruísta, que tem como objetivo o bem do individuo, enquanto, do ponto de vista do bem da espécie, o que é priorizado é a espécie, uma entidade diferente do ser humano. Fato que é justificado na teoria da evolução, em que, o importante é perpetuar os genes, unidade básica de hereditariedade.

A partir desse ponto de vista, é entendido que agora o propósito é bem diferente do que é no altruísmo, a perspectiva é fazer o bem pela espécie como um todo, mesmo sem ajudar ao indivíduo específico. Bergginni (2008) diz que o problema de pensarmos na plenitude da humanidade com esperança em um futuro utópico é praticamente o mesmo pensamento do paraíso. Essa situação remete ao fato de que as pessoas estão colocando em principio a vida plena como objetivo válido e algo bom em si. Contudo, como não há a certeza se dará certo ou não, um propósito de vida agora faz mais sentido, por que, é possível viver uma vida plena no presente.

Sartre diz que as pessoas preferem pensar que não tem o controle sobre a situação, em vez de aceitar que tem a responsabilidade de fazer com que as coisas dêem certo, mas que pode está sujeito a facticidade do mundo, por que, nada é perfeito e tudo pode dar errado.

Então, voltando à questão de ajudar a espécie como um objetivo último, tomar essa posição seria um erro, pois, o valor real é encontrado no nível do individuo, é preciso cuidar dos seres humanos e não de uma abstração da humanidade.

Seguindo esse raciocínio, é importante pesar cada ato, pois toda ação causa reação, que podem ser positivas ou negativas, contribuindo tanto para a ruína como para a ascensão da humanidade, o que faz nos lembrar do fato de que devemos sempre pensar no próximo.

O fato de ajudar ao outros, possibilita agora outra discussão a respeito de encontra o sentido da vida em um bem maior e assim ser beneficiado individualmente. Nesse caso, este deve saber reconhecer o que dar sentido a sua vida, ou ponto é que se deve aceitar ou não. De alguma forma, é importante que esse sentido satisfaça o individuo, o contrario, não servirá como propósito final.

Outro ponto, é que parece que a vida não trás satisfação se diz respeito à existência humana. Existe uma necessidade de transcender, de buscar algo além do presente.

Segundo Vasconcelos (2006) a transcendência pode se explicada como uma dimensão de abertura e força do ser humano de romper barreiras, superar proibições e ir além de todos os limites.

A busca incessante pelo sentido da vida nos redireciona ao fato de entender qual é o interesse do homem em percorrer por esse caminho. Com base nessa problemática o autor Bergginni (2008) fala sobre a felicidade, como objetivo final para um propósito na vida.

Enquanto Schopenhauer (apud BERGGINNI, 2008) afirma que a felicidade é a repetição do prazer. Contudo, outros filósofos fazem uma distinção entre os dois. Desta forma, Desta forma, com base no pensamento do filosofo Aristóteles, a felicidade esta como o fim ultimo das ações humanas, (BERGGINNI, 2008), consiste em um caminho ou conduta em que o homem busca o bem evitando o mal através do domínio de seus desejos e vontades. Para ele a alma humana é constituída de tendências opostas que é a paixão, ou vicio da alma. Nesse sentido, o homem tem o poder de distinguir vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação, o vício uma conduta excessiva e a virtude uma conduta moderada. (MARCONDES, 2009).

Por outro lado, para Kant, formulador da filosofia crítica, não se deve buscar a felicidade e se o dever, pois, a felicidade é uma conseqüência, é preciso ser digno de recebê-la. Nesse sentido, o dever vem como o principio do ato moral. Desta forma, o valor moral permeia na intenção e na motivação e na boa vontade.

Entretanto a felicidade que é apresentada hoje representa uma crise da modernidade, as pessoas costumam se deixar levar pelas paixões exageradas, pelos vícios e acreditam que isso lhes trará felicidade. São por vezes influenciadas por propagandas que oferecem situações que parecem poder satisfazer desejos e vontades. No final, em que passa a sensação de satisfação, a pessoa é tomada por um vazio e retoma aos desejos, como um círculo vicioso que não acaba.

O autor Bergginni (2008) diz que existem formas e intensidades diferentes de felicidade que propõe tomar uma posição de como é possível viver. Mas, se nesse caso a felicidade for escolhida como algo bom em si mesmo, deve se considerar a existência de outras coisas tão boas ou melhores que ela e que também sejam bons em si mesmo.

Mesmo assim, a felicidade continua a ter um papel muito importante na vida das pessoas, elas querem vive-la de forma autônoma, verdadeira e desejável, então pode ser algo que vale apena ser vivida.

Contudo, existem filósofos, como Kant que foi citado em parágrafos anteriores, que dizem que a felicidade não deve ser buscada, pois, ela é conseqüência de como se é vivido. Então sua busca pode aniquilá-la.

Um ponto importante a ser exposto que também está relacionado à felicidade, ou mais especificamente ao prazer, é a busca pelo sucesso como objetivo ultimo das vidas das pessoas.

Segundo Bergginni (2008) existem dois tipos de sucesso que podem viabilizar certo nível de realização, estes podem ser absoluto ou relativo. O sucesso é definido pela expectativa das pessoas em relação ao que podem fazer. Por um lado, para quem busca o sucesso absoluto, qualquer forma relacionada ao relativo não é considerado uma conquista verdadeira. A distinção entre esses dois tipos está relacionada ao nível a que se quer chegar ou tentar ser o melhor no que quer seja. Ser reconhecida pelos méritos é o primeiro passo para descobrir se obteve sucesso.

Esses aspectos do sucesso, da margem a outro problema, o fato de o homem não satisfazer com nenhum dos dois tipos. O que pode caracterizar o fracasso bem-sucedido, onde a pessoa conquista uma meta que não desejava ou que é inferior a outro que obteve o mesmo sucesso.

Enfatizando a comparação, esse tipo de comportamento alimenta a insatisfação, não importando a posição que se está em relação à população, somente quem estará se sentido bem sucedido é quem está no topo.

Entretanto, levar uma vida tentando se tornar uma pessoa bem sucedida possibilita que ela continue lutando, nesse caso, o importante não é a gloria e a honra, mas sim o fato continuar a se desenvolver com potencial para se tornar.

O sucesso não necessita ser limitado ao trabalho, também pode ser relacionado à vida e ao amor, o modo com cada pessoa determina a sua vida, tanto ao que se julga ser quanto ao que fez na vida, indica se esta se tornou bem sucedia ou não. Para que seja sucesso, essa luta deve ser algo bom em si mesmo.

Ser pessoas bem sucedidas implica em tomar decisões, estas necessariamente, não indicam liberdade, por que, sabe-se que cada ato, como já foi dito no texto, causa um efeito no universo, que podem ser bons ou ruins. Fato que deixa de lado a questão do livre arbítrio, e coloca em foque a razão em relação às condutas e comportamentos.

Uma conduta que poderia de certa forma, reagir negativamente tanto para a vida do outro como para a própria vida, é compreender erroneamente a possibilidade de aproveitar a vida no presente sem pensar no futuro. Sendo que, para esse assunto, o enfoque é dar valor supremo às experiências e aos momentos únicos, já que o homem é um ser mortal e o presente sempre lhe escapa.

Essas características de vida pressupõem um estilo estético, pessoas que se dedicam unicamente a busca dos prazeres, são denominadas de hedonista puro.

Segundo Platão (apud BERGGINNI, 2008) a busca de prazeres é uma tolice, sendo que, tanto o prazer quanto à dor são sintomas de que o corpo está em desequilíbrio.

            Contudo, Aristóteles (apud BERGGINNI, 2008) dar ao prazer uma importância boa na vida. No entanto, ele diz que é preciso ser moderado e não permitir que o prazer nos controle e sim que sejam controlados.

            Porém o pensamento de Aristóteles não cabe ao estilo de vida dos hedonistas.  Nesse caso, aproveitar o dia “carpe diem” esta relacionada ao fato de que a vida é curta e não deveria ser desperdiçá-las.

            As possibilidades até ágoras descritas com base no autor Berggini (2008) e em alguns filósofos, não enfatizaram de fato se existe ou não um sentido para a vida, se existir, deve ou não ter raiz na origem da vida, entre outras reflexões que sugere uma importância do individuo como um ser existente que critica, argumenta, questiona e necessita de respostas. Agora, é possível falar sobre uma liberdade do ego, do apego ao eu em prol de uma realidade mais aberta.

       Uma idéia que, conforme o autor Bergginni (2008), pode fazer com que se analisem todas as possibilidades que oferecem o sentido da vida, sejam elas doutrinárias, altruístas ou desprendidas do futuro, para que se possa defender das possíveis limitações que trás a ausência de outros tipos de conhecimentos ou simplesmente o fato de se poder ignorar informações que possam não ser verdadeiras . Por outro lado, esse aspecto de colocar em segundo plano o eu e libertar a mente, pode fazer com que as pessoas passem a duvidar de tudo e não acreditar em nada. Enquanto é possível, por vezes, estreitar a mente para que se chegue a algum lugar e para tomar decisões sobre o que queremos em nossas vidas.

 Toda a discussão sobre o sentindo da vida, somente fez direcionar ao fato de que a vida pode não ter sentido predeterminado, mas que é possível dar valor e sentido a vida. Mas essa ultima possibilidade, é negada por muitas pessoas que acreditam que a vida tem um propósito que foi dado por Deus e que basta ter fé, acreditar e continuar vivendo sem precisar buscar por algum sentido.

Então, o fato da vida não ter sentido não, necessariamente, quer dizer que ela não tem, pois, nem mesmo os filósofos entram em um consenso sobre a questão. É afirmado que de fato ninguém tem provas e evidencias desse tipo de sentido.

Bergginni (2008) diz que o problema não é a vida ter ou não ter sentido, e sim, a falta de reconhecimento se vale a pena a vida ser vivida por si só, sem recorrer a metas, objetivos ou propósitos futuros.

  Para outros que encaram o fato de a vida não ter sentido de forma festiva, que de certa forma se aproveitam do fato de não existir uma fonte externa para o sentido da vida, ou desesperançosa, que consideram esse fato com uma dificuldade profunda que deveria ter mais importância, a maneira como se postam diante das circunstâncias da vida é muito diferente dos que servem algum tipo de religião.

Com base nesses argumentos, é possível falar agora sobre à aquelas que de alguma forma não fazem alguma reflexão sobre suas vidas. Diferente dos que pensam sobre a vida através da filosofia que tem o papel de possibilitar clareza sobre o sentido da vida.

Do mesmo modo, pensar que a busca pelo sentido da vida é imperativo ético, nos remete ao fato de que, muitas pessoas não se dedicam a essa busca ou acabam formulando conclusões erradas, o que poderia afirmar que suas vidas não têm valor.

É possível dizer que a humanidade é pouco reflexiva, contudo, isso não quer dizer que essas pessoas não tenham sentido em suas vidas por que não fazem reflexão sobre ela, essas podem apresentar características em suas vidas que valam apena ser vividas em si mesmas.

Segundo Bergginni (2008) até o momento foi feita uma abordagem racionalista, por que teve como base a razão, e humanista, por que afirma que a vida humana tem a medida de seu próprio valor. Isso ligado ao que é moral, emocional, e misterioso.

Para conseguir encontra o sentido da vida por nós mesmos, de acordo com Bergginni (2008), é preciso enfrentar vários dos mistérios relativos ao que nos impulsionam, ao que é mais importante para nós, ao que aprendemos sobre nosso desejos e ao que fazemos e que nunca pensamos ser capazes de fazer e demonstramos gratidão pelo fato de estar vivo, seja em termos religiosos ou não. Sendo assim, é preciso tomar uma posição em relação a nossa responsabilidade de determinar um sentido para nossas vidas, mesmo que estejamos certos ou errados.

A possibilidade de a vida dar errado em conseqüências de nossas decisões é crucial para entender a importância do amor no sentido da vida. Desta forma, o amor é essencial para o ser humano e uma das coisas que faz valer a pena existir.

 Expresso como o limite de se poder enxergar o verdadeiro sentido para a vida, o amor também pode esclarecer o desejo pela busca da felicidade, sem reduzir-se a este caminho. Pode também explicar o fato de se fazer o bem e a necessidade de ser correspondido, caracterizando a autenticidade. O que possibilita relacionar o amor a idéia de esclarecer o verdadeiro sucesso, a partir de projetos que estão sempre em andamento e incertos.

Pode também ser relacionado a aproveitar o dia, como sendo de grande valor,  não se pode deixar as oportunidades passar ou ficar postergando sobre o fato de elas existirem. E esta intrinsecamente ligada ao fato de que vidas não analisadas podem valer a pena ser vividas, pois, podem apresentar muito amor, por questões emocionais e não racionais.

Em Suma, é possível concluir que, com base em Berginni (2008) a vida deve ter valor por si só, e quem deve achar que ela tem valor é a pessoa que a vive. Sendo assim, os padrões de vida como ter autenticidade, felicidade e cuidado com os outros tudo de forma equilibrada, no qual o tempo não é desperdiçado, pode caracterizar uma vida que vala a pena ser vivida por se só.

A dificuldade é aplicar esses aspectos na pratica, o que nos remota ao fato de que a vida em si é uma luta constante e que, com já foi dito, conceituar um sentido para vida é um pouco que improvável, por que, cada pessoa, com as mesmas possibilidades em diferentes intensidades e quantidades, apresenta uma concepção diferente em relação às circunstâncias da vida. Desta forma, demanda a cada pessoa a responsabilidade de determinar um sentido para as suas vidas. (BERGGINNI, 2008).

REFERÊNCIAS

BAGGINI, Julian, 1968- Para que serve tudo isso? Tradução Cristiano Botafogo.  Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

VASCONCELOS, Eymard Mourão (Org.). A espiritualidade no trabalho em saúde. Editora Hucitec, 2006.

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos prés- socráticos a Wittagenstein. 6. Ed. Rio de Janeiro Jorge Zahar. 2009.