A BUSCA DA "NOVA OBJETIVIDADE"

por Wellington C. M. de Araújo

O que seria a busca da "Nova Objetividade" e sua relação com Hélio Oiticica?

Antes de respondermos esta pergunta é necessário apresentar um panorama geral de sua produção.

Oiticica tinha como grandes características em suas obras, o uso da "arte experimental" e a preocupação com a estrutura, explicar a mudança da relação entre homem e obra, justificando a sua importância, e crítica com a tendência formalista em associar o sentido de construção à "arte geométrica". Porém, Hélio Oiticica ganhou grande destaque e reconhecimento internacional quando decidiu abandonar os suportes tradicionais da época, e partir para instalações como a arte interativa e a arte corporal. Deste modo, ficou reconhecido como pioneiro e inventor.

Em 1967, Hélio Oiticica lança a "Nova Objetividade", a qual traça os princípios das atividades renovadoras em desenvolvimentos no Rio e em São Paulo, referindo as à sua experimentação. A busca da "Nova Objetividade" foi um movimento muito importante para a arte, pois Oiticica conseguiu quebrar os suportes tradicionais, os movimentos dogmáticos e esteticistas da época, um movimento que tinha como lógica o pensamento antropófago e o experimentalismo neoconcreto, os quais privilegiavam a invenção de alternativas estético-criativas grupais e individuais, juntamente comprometidas com questões da arte universal. Os dois movimentos juntos possibilitaram, para os artistas, novas tendências e linguagens.

Resumidamente, a "Nova Objetividade" propunha a "evidenciação de novas pesquisas, reabrindo o debate sobre as possibilidades de uma arte de vanguarda de sentido social" (FAVARETTO, 2000, p.153).

Oiticica ao organizar a exposição "Nova Objetividade Brasileira" (1967), produziu o texto, "Esquema Geral da Nova Objetividade", que mostra todo o conceito e o panorama desta criação e a mudança de unidade de pensamento da vanguarda brasileira.

A "Nova Objetividade" é caracterizada pela seguinte plataforma:

[...] 1. vontade construtivista geral; 2. tendência para o objeto ao ser negado e superado o quadro de cavalete; 3. participação do espectador (corporal, táctil, visual, semântica etc.); 4. abordagem e tomada de posição em relação a problemas políticos, sociais e éticos; 5. tendência para proposições coletivas e conseqüente abolisão dos "ismos" característicos da primeira metade do século na arte de hoje [...]; 6. ressurgimento e novas formulações do conceito antiarte [...]. (OITICICA apud FAVARETTO, 2000, p. 155).

A linguagem inserida no conceito do movimento da "Nova Objetividade" e o processo do experimentalismo, juntamente com a lógica do pensamento antropófago, reconstruí uma visão de criação de uma "linguagem própria", essencialmente brasileira, distinta de tendência internacionais, a qual impõe condições entre a arte e o realismo social.

Bibliografia

FAVARETTO, Celso Fernando. A invenção de Hélio Oiticica. São Paulo: Edusp, 2000.