Israel Izidoro Pacifico[1]

Introdução

Este trabalho visa tecer argumentos sobre a característica teológica de John Wesley, no sentido das suas fontes, as quais os teólogos wesleyanos chamam de “quadrilátero wesleyano”.

As fontes da teologia de John Wesley que formam este quadrilátero são: A Bíblia, Tradição, Razão, Experiência e a Criação, sendo que nos ateremos a comentar somente sobre três: (bíblia, tradição e razão).

Um teólogo de síntese

Não se detendo no modo anglicano de fazer teologia, mas assumindo um jeito próprio muito peculiar, Wesley inova e supera os de sua época trazendo uma estratégia nova ao fazer teologia. Agindo de mente aberta, e sem menosprezar os outros métodos teológicos e sim captando as formas do fazer teológico, que se encaixava dentro do seu pensar; cria assim um jeito novo que o caracterizou como um teólogo de síntese.

 Sua postura de se manter fiel à sua formação anglicana, porem abrindo o pensamento para assimilar criticamente os outros “pensares teológicos”, contribuíram para que sua teologia fosse diferenciada, firmada no firme solo da riqueza de sua herança cristã e com base em fontes irrefutáveis as quais passamos a comentar abaixo:

A Bíblia

Se considerando intransigente a favor da bíblia, Wesley a tinha como uma “fonte mãe”, estando no centro de todas as outras fontes, e afirmando ainda ele com base em 2Tm 3.16-17, que: (Sem a revelação de Deus na história, testemunhada nas Escrituras, nada se compreende de seus propósitos para o ser humano e toda a criação).

 Considerando, portanto o Antigo Testamento e o Novo Testamento como regra definitiva, constante e central em termos de fé e prática, julgava que nada poderia ser imputada como fundamental a salvação, se não pudesse ser comprovado por um exame minucioso da bíblia, a qual era para ele incondicionalmente o manual de fé e de prática.

Porém não se deve pensar que Wesley desprezava as outras literaturas, pelo contrário, mesmo se considerando um homem de um só livro (Wesley bebeu do conhecimento dos melhores intérpretes da Bíblia que a Europa possuía - Machado Siqueira, Tércio pg 2), evitava o biblicismos, mas se considerava um e leitor afinco, e escritor fecundo, característica esta que ele exigia de seus cooperadores.

Tradição

Sendo considerada como uma fonte que não deveria ser desprezada, a “tradição” para Wesley era de suma importância particularmente à literatura cristã antiga dos pais da igreja, que inclui os credos e resoluções dos concílios ecumênicos, porem deixava bem claro que nenhuma tradição jamais teria o mesmo peso que a revelação bíblica.

Mesmo amando profundamente sua própria Igreja, e acolhendo suas orientações, com um comportamento crítico, Wesley procurava se aprofundar a respeito do legado do passado cristão tendo-o como ferramenta importante na interpretação da Bíblia, porem confrontando-o com outras fontes, pois segundo ele ater-se apenas a tradição conduz eminentemente ao formalismo.

Razão

Valorizando a capacidade humana de discernir as manifestações de Deus, Wesley compreendia que a fé por vezes supera a razão, e ainda segundo ele a fé e inteligível e sempre contara com o bom senso, equilíbrio e demais disciplina intelectual, as quais fará com que a fé sempre produza seus resultados.

Ainda segundo Wesley a razão quando guiada pelo Espírito tem a suas possibilidades maximinizada em nível quase ilimitado, mas a ciência destas possibilidades não o roubava a consciência de suas limitações e ainda segundo ele à razão sozinha poderia levar ao ceticismo, ao orgulho e se degenerar em puro racionalismo.

Conclusão

De fato as fontes teológicas de Wesley citadas a cima, são bases geradoras de uma consciência teológica muito ampla. A bíblia como regra de fé e pratica, a tradição como um testemunho dos pais da igreja e a razão como condutora de uma fé cociente.

Referências bibliográficas

Almeida, João Ferreira de. Bíblia Sagrada - Revista e corrigida. Ed. 1995: São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2004. 1564p.

Machado Siqueira, Tércio.  Wesley e a Bíblia - https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/Caminhando/article/view/2299 – ultimo acesso 04 de junho de 2013.

Dicionário Aurélio on-line.

[1] Pastor, Teólogo e Psicopedagogo Institucional.