Como seriamos se fossemos libertados da ideologia capitalista? Acredito que nos reencontraríamos com o nosso cerne biológico, original da nossa natureza; nós somos programados segundo as nossas necessidades biológicas, sejam elas de natureza física ou de natureza psicológica. Nós nascemos com uma programação de existência para sobreviver com felicidade; a nossa obrigação programática nos manda que sejamos hábeis para ultrapassarmos todos os empecilhos que possam enuviar a nossa existência. Porém, o capitalismo que nos foi imposto artificialmente por algumas mentes doentias, num passado remoto, está muito difícil de ser eliminado de nossas vidas. Nós fomos criados para suplantar os nossos inimigos naturais, com bom senso, com inteligência. Contudo, pelo significado bíblico da besta, é muito difícil a nossa libertação; talvez seja uma imputação da própria formação da natureza para nos dar um aprendizado extra. Entretanto, não é nada razoável que a natureza tenha nos colocado para viver num ambiente inóspito para aprendermos através do sofrimento. Cultura não se adquire com pancadas, com violência. Isso seria incompatível com as leis naturais; pensarmos que, se isso fosse possível, receberíamos um diploma de insensatez. Recebemos o poder e o direito de sobrevivermos além de nossos inimigos naturais. Mas, com o capitalismo, o nosso maior inimigo, as coisas são diferentes, pois ele tem o poder da Besta do Apocalipse. Nossa luta vai ser árdua, mas, acabaremos vencendo.

Hoje nós sabemos que os nossos procedimentos na sociedade são incompatíveis com o que seria razoável de se esperar. Procedemos de forma irracional em relação ao que seria natural com os nossos semelhantes e com a natureza que nos abriga. Todos os animais de uma mesma espécie prezam por defender sua existência coletiva; não se vê predadores no meio de suas próprias espécies; todos os seus componentes prezam para a sua eternidade, sem supremacia do egoísmo destruidor. Aumentar o seu número é uma de suas mais sagradas bandeiras diferentemente do que acontece com o homem. Nosso egoísmo, com a bandeira da ideologia capitalista, faz com que vivamos como se cada um de nós fosse uma unidade de espécie animal, única, independente de nossos vizinhos. Violentamos uns aos outros; a besta faz com que cada um de nós seja único em sua própria espécie e, que tenhamos a nossa individualidade independentemente dos outros que convivem conosco.

Jesus e os apóstolos inteligentemente notaram o egoísmo como instrumento da ideologia capitalista e pregavam 'amai o seu próximo como a ti mesmo' e escorraçavam o capitalismo como o mal maior da humanidade. Acreditamos que o homem, como um ser criado à semelhança de Deus, tem em seu cerne biológico a lei do amor, da compreensão do que ele é perante a sua própria natureza e com o habitat no qual a natureza o acolheu tão prazerosamente. Com isso queremos dizer que os nossos erros provêm da nossa incompatibilidade com os costumes que nos foram impostos pela incúria de alguns poucos que, num passado remoto, guiados pelo egoísmo, nos legaram o mau uso de nossas qualidades naturais, impondo-nos as leis da ideologia capitalista. Deixamos, a partir daí, o caminho que trilhávamos segundo as leis naturais que nos haviam sido legadas desde o principio de nossa criação para adentrarmos por vias que são incompatíveis com a nossa natureza. Fomos enganados e obrigados a nos subjugar às leis do egoísmo que fazem de cada um de nós uma fortaleza de desamor, de insensibilidade. Alheios, aos problemas de nossos semelhantes, agimos como um ser único, obrigados a nos defender dos problemas individualmente, considerando que o nosso semelhante é-nos também um inimigo natural, embora hipocritamente digamos que não é assim.

A Besta do Apocalipse conforme nos conta o Apóstolo João, nos faz supor que seja a Ideologia Capitalista. Não é fácil de ser identificada conforme nos sugere o próprio apóstolo para calcular o seu número 666, conforme ele nos diz em 14.18: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis". Alguns numerologistas afirmam que MAMON, como está registrado no conselho de Jesus para que não sirvamos a dois senhores, a Deus e a ele, dizem que as consonantes M, M e N correspondem aos valores 6, 6 e 7; as vogais A e O aos valores 1 e 9. E que o número 7 é formado por 1 e 6; o número 9 é o fim, a finalidade; tem-se assim ao final, o número da besta: 666-11. O número onze é cabalístico e é o menor representado da escala (11, 22, 33) de poder.

Queremos crer que a humanidade está mais perto para exorcizá-la e abominá-la conforme queria Jesus. No entanto, a ignorância que nos impede de identificá-la deve constituir a sua própria maneira de se defender de seus inimigos naturais que somos nós mesmos, por isso não fizemos, até aqui, nenhum gesto para eliminá-la de nosso convívio. Mas, cremos que o seu reinado está chegando ao fim. Este mal que atormenta a humanidade será em breve identificado e acordaremos conscientizados, a tempo de nos salvarmos e continuarmos a nossa trajetória de ser divino que somos.

Como temos sido cegos! Nossos procedimentos do dia a dia comprometem a nossa própria natureza obrigando-nos a viver fora dos ditames para os quais fomos feitos e não enxergamos o caminho para nos reencontrarmos conosco mesmos. Nossos olhos estão tapados pelas mãos da Besta.

Deveríamos ao menos ter o bom senso, de procurarmos novos caminhos para começarmos de novo, mesmo sem um plano traçado, para acharmos novos rumos para nos garantir a felicidade que todos almejamos. Poderíamos pensar nas nossas necessidades básicas, inspirando-nos nas coisas simples para resolver os problemas da nossa alimentação, da nossa moradia, da nossa saúde, da nossa cultura, da nossa convivência social e de trabalho para alcançarmos um padrão mais elevado de vida. Não tem sentido a prática de separações para continuarmos vivendo em bolsões de classes econômicas, onde tem mais valor o individuo que possui mais dinheiro, como se nós fôssemos feitos para vivermos individualmente e para defendermos egoisticamente os 'nossos direitos'. Devemos em primeiro lugar defender o direito coletivo para termos o nosso garantido por fazermos parte dele. Nós somos feitos com a mesma matéria que existe no nosso planeta; o dinheiro é uma invenção da maldade humana, do egoísmo de alguns poucos e não faz parte de nossa natureza. O dinheiro é coisa estranha ao nosso ser; não tem sentido ficarmos atrelados a ele, sermos escravizados por ele.

A natureza é-nos de tamanha bondade que nos confere o direito, através da racionalidade de comportamento, de vivermos com apenas algumas horas de trabalho por dia para conseguirmos obter o nosso sustento; é como se ela nos pedisse para aproveitarmos do restante de nosso tempo para tratarmos de nossa cultura, de nossa arte, de nosso espírito. Mas, a ideologia capitalista não nos permite isso.

Façamos algumas análises dos nossos costumes. A grande maioria da população do mundo é 'miserável' no sentido de que não possui dinheiro para obter o mínimo de que necessita; em números estatísticos ela beira a ordem de 30% da população. A humanidade trabalha muitas horas por dia para proporcionar mais riquezas aos que já são ricos; ela vegeta ao redor de alguns poucos poderosos do dinheiro. Este é um fato que vem de longuíssima data e perdura até hoje nos nossos impostos costumes, longe de nossa natural criação. Deixando de lado vãs conjecturas, vejam o dia a dia de nossa população; quantas horasxhomens são gastas diariamente nas filas dos Bancos para gastarmos o nosso próprio dinheiro? Quantas horasxhomens são gastas pelos bancários para trabalhar nos Bancos? Quantas horasxhomens são gastas pelo que chamamos de administração publica? Quantas horasxhomens são gastas com os 'serviços' do funcionalismo publico? Com a Justiça tentando separar interesses entre os ricos? Quantas horasxhomens nós gastamos por dia produzindo supérfluos que nos são impingidos por maus costumes? Temos o direito de tirarmos o pão das bocas de mais de dois bilhões de irmãos? Quantas horasxhomens nós gastamos fazendo a contabilidade, contando dinheiro? Quantas horasxhomens nós gastamos para proteger o nosso dinheiro contra a 'ganância' dos pobres e dos corruptos? Quantas horasxhomens nós gastamos, através de leis falsas, para policiar os pobres, coibindo-lhes o direito de possuírem os bens de que necessitam para lhes garantir a sobrevivência? Tudo isso que gastamos, que desperdiçamos, poderia ser revertido para promovermos a felicidade da humanidade. A natureza é-nos dadivosa; ela nos indica que por algumas horasxhomens por dia cada um de nós poderá produzir nossos alimentos, construir as nossas casas, fabricarmos os nossos agasalhos, construir as nossas escolas, multiplicar a nossa cultura . . . Bastará, para sermos felizes, que nos unamos em torno de simples comportamentos, como o são o da irmandade, o da comunhão de trabalhos, o da comunhão de interesses e compreensões. Nada mais . . . Só isso!

Mas, também devemos perceber no nosso dia a dia o grande desgaste físico e mental que sofremos para tratar de assuntos que envolvem corrupção dos homens públicos, dos comerciantes que a toda hora nos atacam para nos tirar mais e mais dinheiro; e os homens públicos que inventam mais taxas, mais impostos e deliberam descaradamente pelo aumento de seus vencimentos; e a corrupção pelas 'comissões' nas obras públicas? Todos estes problemas desgastam nossas energias que poderiam ser mais bem aproveitadas para trabalhos sadios para o bem comum. Estamos sempre nos desgastando com promessas não cumpridas ou com tratos descumpridos dos comerciantes. Quantas horasxhomens gastamos para verificar os balanços de nossas contas? E, os roubos praticados pelos administradores de sindicatos, de ONGs, de nossos condomínios, sejam pelos síndicos, pelas administradoras e, freqüentemente por ambos? Estamos trabalhando para defender o nosso pão de cada dia e o nosso síndico, matreiro, esperto vai nos roubando. Isso tudo por conta da Besta dinheiro. Poderemos mudar essa situação?

Como poderemos acordar para uma nova vida? Unicamente pensando nos erros que cometemos até aqui e corrigi-los dentro do melhor espírito de compreensão, na paz. Bastaria, mesmo dentro da ignorância que a besta nos impõe, estabelecer modelos de comportamentos sociais, econômicos e políticos para experimentarmos a nossa verdadeira vocação de ser humano. A grande maioria de nossos comportamentos sociais, econômicos e políticos nos deixam perplexos, atônitos, tamanha a sua insensatez. Tudo por ordem da Besta. Vejam o que fizeram e fazem os grandes impérios ao longo da historia; através da incompreensão de nossa própria natureza eles promoveram e promovem guerras para sustentar o que conseguiram amealhar de poder (dinheiro) com os seus feitos. E vejam, as suas riquezas e os seus poderes foram usurpados, como fazemos cada um de nós dos mais pobres e, como eles, nós usamos de artifícios, que chamamos legais, incluindo a violência, para protegermos o que agora dizemos nosso.

Vejam o que nos ensinam os nossos índios. Eles não conhecem a ideologia capitalista (ou pelo menos não conheciam até agora – a imbecilidade da Besta fez com que muitos pregadores religiosos invadissem os seus habitats naturais para lhes pregar o valor do dinheiro); não possuem propriedades particulares; não cometem fraudes para possuírem objetos pessoais; não contam em seus núcleos com bandidos, criminosos, corruptos, homossexuais, psicopatas . . . vejam as lições dos Irmãos Vilasboas . . . Nós, egoisticamente, orientados pela Besta, com o sentido de evitar que lhes copiemos os costumes, destruímos as suas civilizações . . . Procuremos manter em nossas mentes os seus valores para que, em breve, possamos imitá-los, ao menos, na compreensão do mecanismo de nossa natureza de ser divino.

( . . . )

O que seriam os modelos de comportamentos sociais, econômicos e políticos a que nos referimos linhas acima? Simplesmente procedermos, de maneira bem elementar, a experiências de comportamentos em pequenos grupos de humanos para, a exemplo do que fazemos num laboratório, colher informações sobre os melhores resultados que proporcionem melhores condições de vida para os participantes desses grupos, procurando tirar daí lições para serem aplicadas num universo maior que é a humanidade.

Os apóstolos de Jesus tentaram implantar tais modelos. Embora não confiamos que os testamentos tenham se conservado intatos, vemos nas cartas do Apóstolo Paulo os seus cuidados para manter os procedimentos comportamentais sadios dos seguidores de Jesus. Vêem-se, em seus textos, os cuidados para que todos fossem iguais nos seus direitos, chegando ao ponto de aconselhar aos que tinham dinheiro para entregá-lo à sua comunidade; pensamos, embora os textos não sejam claros, que tal procedimento não seria simplesmente para a aquisição das necessidades do grupo dentro dos preceitos do capitalismo, mas, a idealização de que tais capitais servissem para a aquisição do ferramental básico para o inicio de uma nova ideologia, qual seja a de criar condições para que o grupo pudesse desenvolver trabalhos coletivos em prol de produzir os bens necessários para a comunidade. Os textos, como é o interesse dos capitalistas, não dizem isso; interpreta-se-os como se as doações devessem servir simplesmente para comprar alimentos para os mais necessitados. Evidentemente, essa não era a compreensão de Jesus ou dos Apóstolos. Se as comunidades procedessem dessa forma, o dinheiro em pouco tempo acabaria e, todos continuariam pobres como estavam antes. É de se imaginar que a idéia básica era formar uma coletividade de iguais, separados unicamente pelos dons de cada um, conforme frisava Paulo 'que cada um faça segundo os seus dons . . .'. (Ele, em sua carta aos Romanos, no capitulo 12, ressalva: 2) 'E, não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus'. (No versículo 3), lê-se: 'Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um'. Nos versículo 4 e 5, o Apostolo nos diz: 'Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros'. E, nos versículos 6,7 e 8 lemos: 'De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria'. Ainda, nos versículos 9 e 10, lemos: 'O amor não seja fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros'.

Vejam que linguagem, que clareza. Só não entendem aqueles que são possuídos pelo demônio da Besta. Vejam o que dizem certos 'apóstolos' de hoje, de algumas seitas que se dizem cristãs: 'ele estava mal, havia perdido o que possuía e, orando a Jesus, conseguiu reaver tudo de volta com muito lucro, chegando hoje a contar com muitos empregados, uma bela mansão, alguns carros de luxo e muito dinheiro no banco e muita alegria . . . '. Egoísmo ensinado 'em nome' de Jesus . . . É isso o que Ele quer de nós? . . .

( . . . )

A Besta tem muitas armas. Será difícil combatê-la frontalmente. Precisamos começar humildemente o seu combate. Comecemos por instalar pequenos modelos de sociedade experimentando nossas vocações naturais conforme os ensinamentos do Apóstolo Paulo. Mas, mesmo assim, será necessária muita cautela. Vale a pena relembrar um pequeno trecho de uma história de um passado não muito remoto. Em 1.925 vieram ao Brasil e se instalaram em uma fazenda nos arredores da cidade paulista de Tupã, vinte e cinco casais de estonianos movidos pelo intuito de serem felizes. Organizaram-se sob a forma de cooperativa e todos trabalhavam segundo os seus dons; cada um fazendo o que sabiam fazer melhor. Produziam frangos, ovos, leite, derivados de leite sob a forma de queijo, manteiga. Produziam também muitos produtos de bovinos e suínos, muitos dos quais ainda desconhecidos de nossos costumes daquela época. Construíram escolas em parceria com o município, desenvolveram passos de arte, etc. Mantinham-se dentro dos padrões de entendimentos sociais, econômicos e políticos.

O sucesso do empreendimento foi total. Eles alcançaram o que planejaram. Paz e tranqüilidade total; harmonia social; prosperidade econômica.

Aconteceu, porém, algo imprevisto. Os filhos cresceram, tiveram que estudar fora; alguns em faculdades de São Paulo, outros no Paraná, outros no Rio de Janeiro. Beleza! Os filhos bem educados, com moral alto, sem se preocuparem com problemas econômicos, acabaram se formando em cursos superiores . . . Sem terem sido preparados devidamente para o projeto político e social dos pais para formar uma nova sociedade, acabaram preferindo os costumes capitalistas e, optaram por morar nas capitais em que se formaram . . . O projeto dos pais, que tinham a pretensão de reformar o mundo, caiu por terra . . .

Hoje, mais do que ontem, o egoísmo cresce com mais vigor em muitas mentes corrompidas pela Besta. E, à medida que ele vai aumentando, mais cresce a pressão sobre os menos favorecidos, os mais pobres. Antigamente, estes eram mantidos como escravos, mas, os capitalistas verificaram que era muito menos oneroso manter os pobres (escravos) soltos, dar-lhes um pequeno soldo e incentivá-los a concorrer com eles, pois sabiam que jamais seriam alcançados. Assim, estamos todos até hoje. Eles cuidam apenas de vigiar para que nós não nos revoltemos com a nossa 'sorte', aumentando a cada dia os instrumentos de repressão sobre nós . . . Há sinais de que em alguns países mais ricos já foram desenvolvidas armas com poder hipnótico para nos conter dentro de suas regras de vida. Bastará nos 'bombardear' com certa freqüência de ruído e todos cairemos, gemendo de dores, prostrados no chão, impotentes. Já conhecíamos as bombas de gás lacrimogêneo, os cassetetes, a fúria dos cachorros policiais e, em extremos, as metralhadoras. Já deve estar preparado um instrumento hipnótico para que os inconformados se conformem com as regras capitalistas.

As estatísticas nos mostram o aumento progressivo do número de pobres no mundo. O número de famintos já chega a um bilhão de seres humanos. No Brasil a população da raça negra, a mais espoliada, já ultrapassa a dos brancos. Os pobres não têm acesso à cultura. A natureza, com a sua ciência natural, poderá castigá-los ainda mais cortando-lhes o suplemento energético para o desenvolvimento de seus cérebros, tornando-os ainda mais afastados dos mais 'inteligentes', chegando a transformá-los em 'animais' de outra raça, inferiores, úteis serviçais para a 'raça desenvolvida'.

O capitalismo é antes de tudo complicado em sua própria estrutura monetária. A sua economia é uma ciência sem base na lógica. A cada problema que surge é necessário criar-lhe uma solução própria, a qual nem sempre acerta na sua resolução numa primeira demão. E ademais, o dinheiro obriga nossa inteligência a criar uma nova ocupação que não está naturalmente alocada em nosso cérebro, o que provoca um estado emocional de infelicidade, fazendo-nos sofrer. Foi isso o que o pai da psicanálise Zigmund Freud descobriu após longos anos de pesquisas. Ele concluiu que o ser humano tem um cerne biológico indomável, que lhe provoca um grande mal, incurável, e que somente com o trato das coisas simples de sua vida, como o de se alimentar, o de morar, o de se vestir poderiam minorar um pouco o seu sofrimento. O capitalismo nos dá tranqüilidade?

Esta é a hora! Nosso planeta está ressentido conosco. Começa a ter espasmos indicadores de sua morte próxima. Se não reagirmos agora, amanhã poderá ser tarde demais.

Hélio Barnabé Caramuru

São Paulo, 21 de setembro de 2009