A BELEZA DA MORTE

Alguém pintou a morte como sendo um horrendo esqueleto humano armado de uma foice com que ceifa as vidas.

Pura imaginação da crendice popular!

Por que estou afirmando isto?

Simplesmente porque Deus me permitiu passar pelo “vale da sombra da morte” (Sl.23:4), quando eu permaneci, desacordado, numa UTI hospitalar, por um período de quinze horas, e não vi esqueleto nenhum.

A morte não é essa figura patética a perambular pelos quartos dos moribundos; pelo contrário, é bela e preciosa!

Ao dizer que a morte é bela e preciosa, porventura estou desvairado? Descambei-me para a empáfia?

Não!

Para os que sofrem o terrível medo da morte, as minhas palavras não passam de um motejo; porém, para os que têm certeza de Vida Eterna com Deus, elas soam como hinos de alegria!

Com efeito, a Bíblia afirma que o incrédulo tem medo da morte (Hb.2:15), sendo que esta se lhe constitui em intenso pavor, certamente por causa da expectação terrível de juízo, e o ardor de fogo que há de devorá-lo (Hb.10:27).

O crente, porém, se regozija sobremaneira com a possibilidade da morte, porque, quando esta ocorrer, será tragada na vitória (1Co.15:54); e, uma vez achado na Pátria Celestial (Fl.3:20), o crente entrará finalmente no gozo eterno, no momento em que Deus enxugar de seus olhos toda lágrima, naquele lugar onde não haverá mais morte, não haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas (Ap.21:4).

Ora, se a morte fosse realmente esse esqueleto encapuzado, ou outra coisa esdrúxula que o valha, Deus, o Autor das Escrituras Sagradas, não escreveria:

“Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.”  (Sl.116:15)

Portanto, se a morte é tão bela a ponto de ser considerada preciosa aos olhos do Senhor, quero aguardá-la pacientemente, retendo, inabalavelmente, a confissão da minha esperança (Hb.10:23), para que, quando ela chegar, eu possa deleitar-me na beleza desse momento!

Lázaro Justo Jacinto