A AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM I

Avaliação, um tema complexo, polêmico e mal resolvido.

O tema Avaliação é bem mais complexo e abrangente do que pode parecer inicialmente. Engloba os mais diferentes aspectos relacionados com a Educação: projeto educativo, proposta pedagógica e objetivos, construção do conhecimento e o aprender, metodologia e conteúdos, desempenho profissional do professor e rendimento escolar do aluno.

É um assunto polêmico porque dá margens a muitas interpretações de caráter subjetivo e contraditório, suscitando desvios e controvérsias frente à teoria e à prática, entre o discurso e a práxis.

É também um assunto, ainda que antigo, mal resolvido e mal assimilado, em função dos equívocos praticados na abordagem e na aplicação do mesmo. Fala-se muito na Avaliação e se esquece o modo como se avalia, com que parâmetros e com que finalidade. O melhor caminho para sanar tais condições e desvios é a ação-reflexão sobre a ação de avaliar.

O Ser humano, objeto da avaliação, é algo indefinível e complexo. O problema que se coloca: Como avaliar o educando diante de toda essa complexidade? Isto se torna possível e é o único caminho, o professor, antes de avaliar e julgar o aluno deve conhecê-lo e proceder a um estudo em profundidade, o que constitui o grande desafio de todo educador. Antes de ensinar História a Joãozinho é preciso saber quem é o Joãozinho.

A Avaliação como instrumento de poder e dominação e os reflexos negativos.

De maneira sutil ou, às vezes, mais ostensiva, a Avaliação transforma-se em instrumento de controle e dominação, de inculcação ideológica, discriminatória e de seleção sócio-cultural. Tem, assim, a Avaliação assumido, da parte dos professores, uma forma de controle e julgamento da pessoa do educando.

A manipulação da nota pelo professor, às vezes, adquire uma conotação de poder, de coerção, seja em função de uma proposta equivocada, seja pela pressão dos alunos que rejeitam o professor e o que ele transmite ou propõe. E, mais, dá margem a uma confusão entre causa e conseqüência.

O caráter coersitivo se revela quando o professor usa a nota como ameaça, como mecanismo para condicionar comportamentos.A Avaliação se transforma em opressora sob as mais diversas formas, quando oprime o aluno com "veladas aparências pedagógicas", que tentam impor o poder e o autoritarismo, além do caráter impositor e constrangedor sobre a mente do estudante.

Igualmente o processo de aprovação, seleção ou reprovação pode violentar o direito de ser e de agir da pessoa. A Avaliação, pode contribuir para desenvolver, manter e fortalecer a opressão social. Uma Avaliação mal interpretada pode induzir a um julgamento, a um "juízo final" que liberta ou condena a pessoa do educando por atos que praticou ou deixou de praticar.

A Avaliação prende-se a um sistema educacional inserido num contexto social marcado por antivalores, como o individualismo, o materialismo, a competição, o utilitarismo, o consumismo, a discriminação, a marginalização. Neste quadro social, a Avaliação apresenta uma situação tão crítica, capaz de gerar uma verdadeira lógica do absurdo, quando a Escola e os professores valorizam sobremaneira a nota e avaliam os alunos somente em dados momentos, sem ouvi-los. Estes, por sua vez, só estudam em função de resultados.

A Avaliação num conceito tradicional e de uma nova ótica.

Avaliar é emitir um juízo, um julgamento, é medir o conhecimento qualificado do estudante através de trabalhos e provas realizadas pelo aluno. A intencionalidade básica do teste deve ser mais a investigação e não a mensuração.

A Avaliação, segundo uma nova visão, coloca educando como centro de si mesmo e fornece dados ao professor para acompanhar e melhor compreender o desenvolvimento do mesmo. Este é o caminho a sertrilhado na busca de uma Educação libertadora, fugindo da acomodação e da atitude de cruzar os braços.